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ALIMENTOS PARA FINS ESPECIAIS Bromatologia Prof.ª Larissa A. Costa Definição Os ALIMENTOS PARA FINS ESPECIAIS são definidos pela legislação como sendo aquele alimento especialmente formulado ou processado, nos quais se introduzem modificações no conteúdo de nutrientes, adequados à utilização em dietas, atendendo as necessidades de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas. PORTARIA n.º 29/98 Classificação 1. Alimentos para dietas com restrição de nutrientes: alimentos para dietas com restrição de carboidratos alimentos para dietas com restrição de gorduras alimentos para dietas com restrição de proteínas alimentos para dietas com restrição de sódio PORTARIA n.º 29/98 Classificação 2. Alimentos para ingestão controlada de nutrientes: alimentos para controle de peso alimentos para dietas de ingestão controlada de açúcares alimentos para praticantes de atividade física alimentos para dietas para nutrição enteral PORTARIA n.º 29/98 Classificação 3. Alimentos para grupos populacionais específicos: fórmulas infantis alimentos para gestantes alimentos para idosos PORTARIA n.º 29/98 Alimentos Diet • Elaborados para atender pessoas com restrições dietéticas específicas como diabetes, hipertensão, etc. • Ausência total de algum ingrediente: carboidrato, gordura, sódio, etc. • Nos EUA e Europa, o termo diet quer dizer sem açúcar e, por isso, recomendado para diabéticos. Portaria nº 29, de 13 de janeiro de 1998 Alimentos Diet Alimentos Diet X Alimentos Diet Chocolate tradicional: 144kcal (porção 25g) Chocolate diet: 128 kcal (porção 25g) Informação: Diabéticos contem sacarose e frutose, naturalmente presentes na pasta de cacau e lactose, naturalmente presente no leite. Este produto pode ter efeito laxativo. Edulcorantes: acessulfame de potássio e sucralose Diferença de apenas 16 kcal Alimentos Zero A denominação zero surgiu para identificar os produtos que não possuem açúcar em sua composição. Nesses casos, especialmente nas bebidas, é necessário o uso de edulcorantes. Tudo bem, não tem açúcar, mas e os demais componentes, como ficam? E os ingredientes ??? CURIODIDADE: as folhas da planta Stevia rebaudiana são chamadas glicosídeos de esteviol. Alimentos Light O alimento é LIGHT quando algum de seus componentes tem a quantidade diminuída. Alimentos Light • Valor energético: redução mínima de 25% no valor energético. • Açúcares: redução mínima de 25% no conteúdo de açúcares. • Gorduras Totais: redução mínima de 25% no conteúdo de gorduras totais. • Gorduras Saturadas: redução mínima de 25% no conteúdo de gorduras saturadas. ** a redução não deve resultar em um aumento das quantidades de ácidos graxos trans. • Colesterol: redução mínima de 25% no conteúdo de colesterol. • Sódio: redução mínima de 25% no conteúdo de sódio. RDC nº 54, de 12 de novembro de 2012 Alimentos Light Erro comum: se tem menos calorias, posso consumir quantas porções desejar! Os produtos light são mais aceitos pela associação: Produto light Teor de gordura Teor de gordura corporal Produto diet Teor de açúcar Posso consumir mais Alimentos Light X Redução de 33,3% Sal Light (Sal Hipossódico) • Substituição de parte do cloreto de sódio por cloreto de potássio. Sal com reduzido teor de sódio: fornece no máximo 50% de sódio em comparação ao sal comum Podem ser usadas as expressões que indiquem “reduzido” ou “baixo” (light, less, reduced, etc. ) Sal para dieta com restrição de sódio: fornece no máximo 20% de sódio em comparação ao sal comum. Pode ser usada a expressão “diet” PORTARIA SVS/MS nº 54 de 1995 Açúcar Light • Substituição de parte do açúcar (sacarose) por sucralose (edulcorante) • Não é indicado para diabéticos! – Ainda contém o açúcar Adoçantes Dietéticos Os adoçantes são também denominados edulcorantes, pois possuem um poder adoçante muito superior ao da sacarose. Os EDULCORANTES, como qualquer aditivo, tem seu uso permitido de acordo com a legislação pertinente. Classificação dos Edulcorantes Edulcorantes “Naturais” ou “Calóricos” aqueles que são encontrados naturalmente em alimentos ou deles são extraídos (glicose, sacarose, frutose, lactose, açúcar invertido, xarope de milho, esteviosídeo, etc.). Edulcorantes “Sintéticos” ou “Não Calóricos” aqueles obtidos quimicamente em laboratório (acessulfame-K, sacarina, ciclamato, aspartame, sucralose, etc.) A substituição da sacarose por edulcorantes sintéticos não é simples, pois este desempenha um papel não apenas de saborizante, mas, em muitos casos, também atua como conservante. Adoçantes Dietéticos O Açúcar... Impede a deterioração de doces, geleias e conservas; Acelera fermentação em pães o que contribui para a maciez; Promove o escurecimento ao assar e cozinhar. IMETRO (2006) A qualidade da doçura difere consideravelmente de um edulcorante para outro. A maioria dos edulcorantes de alto poder adoçante possuem sabores residuais que se sobrepõem ao sabor doce. Mesmo a stévia sendo um adoçante natural não deve ser usada em excesso. Como é um adoçante de sabor amargo, algumas fórmulas foram desenvolvidas misturando-se dois outros tipos de edulcorantes, o ciclamato e a sacarina, com o steviosídeo com o objetivo de obter o máximo de poder edulcorante. Principais edulcorantes utilizados no Brasil S A C A R I N A • Primeiro edulcorante artificial a ser sintetizado. • Nos Estados Unidos, a sacarina é permitida • No Canadá, a sacarina é permitida somente como adoçante de mesa. • No Brasil, seu uso é permitido, sendo seu limite máximo estabelecido de 15 mg/100 ml ou g de produto. Apresenta sabor residual amargo, sendo por isso associado ao ciclamato. Cerca de 80% da substância absorvida é excretada inalterada. A sacarina é um composto a base do ácido tolenosulfônico, um derivado do petróleo. • A FDA proibiu em 1970 o uso de ciclamato em alimentos e bebidas dietéticas nos EUA. • No Canadá, o ciclamato está disponível somente como adoçante de mesa, sendo proibido o uso em alimentos e bebidas. • No Brasil seu uso é permitido entende não existir evidência de carcinogenicidade do edulcorante. Principais edulcorantes utilizados no Brasil O adoçante não é eliminado plenamente, sendo metabolizado como ciclohexilamina, uma substância potencialmente cancerígena. C I C L A M A T O O ciclamato é um composto a base de ciclo- hexioamina, um derivado do petróleo. Possui potencial alergênico É termossensível, sendo assim, não utilizado em alimentos que devem passar por processo de cocção. Vários estudos sugerem uma associação com linfomas, leucemia e reações alérgicas (FDA, 1999). Está associado à doença de Alzheimer e doença de Parkinson (SOFFRITTI et al., 2005). Principais edulcorantes utilizados no Brasil A S P A R T A M E Principais edulcorantes utilizados no Brasil S U C R A L O S E A sucralose é um edulcorante artificial, obtido a partir da cloração da sacarose. • Seu uso é frequente como adoçante de mesa e em formulações secas (ex: refresco e sobremesas instantâneas). • No Brasil é permitido desde 2001 pela RDC nº 3, de 2 de janeiro de 2001. Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos clorados (HPACs) Principais edulcorantes utilizados no Brasil S T E V I A O esteviosídeo é um edulcorante natural extraído das folhas de Stevia rebaudiana. A stevia é permitida para uso em mais de 20 países, incluindo o Japão e Brasil. A stevia é metabolizada pela microbiota intestinal transformada em steviol, excretada totalmente pelo organismo humano em até 24 horas (GARDANA, 2003). Evolução dos Edulcorantes COCA-COLA ZERO Ingredientes: água gaseificada extrato de noz de cola cafeína aroma natural corante caramelo IV edulcorante artificial ciclamato de sódio (48 mg / 200 ml) edulcorante artificial sacarina de sódio (14 mg / 200 ml) edulcorante artificial aspartame (24 mg / 200ml) edulcorante artificial acessulfame de potássio (30 mg / 200 ml) conservador benzoato de sódio acidulante ácido fosfórico regulador de acidez citrato de sódio Porção 200 ml (1 copo) NOVA COCA-COLA ZERO Ingredientes: água gaseificada extrato de noz de cola cafeína aroma natural corante caramelo IV edulcorante artificial ciclamato de sódio (27 mg / 100ml) edulcorante artificial aspartame (12 mg / 100ml) edulcorante artificial acessulfame-K (15 mg / 100ml) conservador benzoato de sódio acidulante ácido fosfórico regulador de acidez citrato de sódio Porção 350 ml (2 copos) Glúten O glúten corresponde à fração proteica dos grãos de trigo, centeio, cevada e aveia, composta por dois grandes grupos: O grupo das PROLAMINAS proteínas solúveis. O grupo das GLUTENINAS proteínas insolúveis. A toxicidade do glúten para indivíduos celíacos está predominantemente ligada às PROLAMINAS. Em cada tipo de cereal, o grupo prolamínico recebe um nome próprio: Trigo Gliadina Cevada Hordeína Centeio Secalina Aveia Avenina Glúten • O Malte é um produto da fermentação da cevada portanto também apresenta glúten. • Os produtos que contenham malte ou extrato de malte não devem ser consumidos pelos Celíacos. • O glúten não desaparece quando os alimentos são assados ou cozidos! Mas e o Malte???? Associação dos Celíacos do Brasil - ACELBRA Doença Celíaca = Intolerância Permanente ao Glúten Vilosidades Normais Vilosidades Atrofiadas Inflamações sucessivas do intestino ao longo do tempo destroem suas vilosidades – elas perdem sua forma de “dedos” e deixam de absorver nutrientes Glúten Alimentos Específicos sem Glúten Os doentes celíacos podem encontrar à sua disposição vários Alimentos Específicos Sem Glúten (AESG) incluindo: pão, tostas, bolos, bolachas, biscoitos, crepes, pizzas, bases para pizzas, massas, sobremesas. AESG poderão ser mais ricos em gorduras e açúcares e, consequentemente, em energia, do que as versões convencionais, de forma a favorecer o flavour, a textura, a aparência e a aceitação generalizada destes alimentos. Alimentos Isentos de Glúten Tratamento ACELBRA (2004) Glúten Legislação Brasileira Lei n° 8543 de 1992 determinou que a indústria deve informar no rótulo se o produto contém glúten. RDC n° 40 de 2002 obrigou a inscrição de “CONTÉM GLÚTEN” em destaque nos rótulos dos produtos com glúten. Lei n° 10.674 de 2003 obrigou as inscrições “CONTÉM GLÚTEN” ou “NÃO CONTÉM GLÚTEN” nos rótulos de todos os produtos alimentícios e bebidas como forma de prevenir e controlar a doença celíaca. A Lei não exige a informação do teor de glúten no produto final pelo fabricante. Lactose A lactose é o principal carboidrato do leite formada por dois carboidratos mais simples, a glicose e a galactose. Leite humano contém de 6% a 8% . Leite de vaca contém de 4% a 6%. Leite zero lactose contém 1% de lactose É hidrolisada pela ação da enzima lactase. Tolerantes a Lactose Intolerantes a Lactose Glicose Galactose Intestino delgado Intestino grosso Intestino delgado Intestino grosso Ác. lático Gases Fermentação bacteriana Diarreias/ Cólicas A B Intolerância ou alergia Distúrbio digestivo associado à baixa ou nenhuma produção de lactase pelo intestino delgado Reação imunológica adversa às proteínas do leite. Intolerância Alergia **É quase que exclusivamente limitada aos recém-nascidos. Alimentos Isentos de Lactose Técnicas para Remover a Lactose do Leite Para a lactase funcionar, o leite não pode estar quente! Porém o leite ultrapasteurizado precisa ser aquecido a altas temperaturas (130- 150°C) antes de entrar na caixinha. Então nos primeiros testes, a lactase era colocada diretamente no leite refrigerado, antes do tratamento térmico A enzima ficava trabalhando nos galões de leite dentro do frigorífico durante 30 horas. Logo em seguida o produto segue para o tratamento térmico porém os carboidratos menores e a enzima reagiam e ocasionava a Reação de Maillard, que escureciam o leite. Alimentos Isentos de Lactose Técnicas para Remover a Lactose do Leite Atualmente, a lactase é injetada no leite na hora do envase após o tratamento térmico. A reação de Maillard não acontece! Produtos lácteos fermentados a lactose é metabolizada em ácido láctico portanto, todos os produtos lácteos fermentados têm menor teor de lactose do que o leite fresco. BONS ESTUDOS!!!
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