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EXCELENTÍSSMO (a) SEN H OR (a) D O U TOR (a) JU I Z (a) DA X Xª VARA DO TRABALHO DE BALNEÁRIO DE CAMBORIÚ/S C.
PEDRO LEMOS, casado, técnico de informática, inscrito no CPF nº 123.456.789- 00, PIS nº (...), residente e domiciliado na Avenida Brasil, n. 100, bairro Pioneiros, Balneário de Camboriú/SC , CEP: 74.000- 000, E- mail (...), representado por seu procurador, Dr. (...), com escritório na Rua (... ), nº (...), bairro (...), c idade/estado, vem respeitos a mente por meio do seu procurador abaixo assinado, propor pelo RITO SUMARISSIMO a seguinte :
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
Com base nos incisos XIII e XVI do artigo 7º da CF/88, bem como nos artigos 58, 59, 62 e 64 da CLT, no que tangem sobre as horas extras, bem como o artigo 6º, 75-B e 75-D da CLT no que se refere as despesas e sobre o tipo de contratação, o artigo 477, §§ 6º, 8º da C LT, referente a multa sobre a entrega das documentações necessárias ao Autor, artigo 292 do NCPC/15, sobre o valor da causa, em face da
 FUNDAÇÃO DE TECNOLOGIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA, pessoa jurídica, inscrita sob o CNPJ n.50.800.400/001-15, com sede na Avenida Atlântica, n.500, CEP: 74.100-000 – CENTRO, Santa Catarina – SC, pelos fatos narrados abaixo:
Dos fatos
Pedro Lemos foi contratado em 02/01/2017, para exercer a função de Técnico em informática pela Fundação de tecnologia do Estado de Santa Catarina, na modalidade de teletrabalho e consistia em prestar consultoria na área de informática para diversos clientes da empresa.
 Desde que foi contratado exercia suas atividades em sua residência, como consta do contrato de trabalho. O Reclamante usava seu próprio computador, assim arcava com os custos do acesso a internet no valor de R$ 100,00 (cem reais), além disso, se conectava de sua residência ao servidor da Fundação, inserindo login e senha no sistema informatizado, tudo de acordo com o Ar t. 75 - B da CLT.
 O trabalhador não tinha horário fixo para exercer suas tarefas e recebia remuneração bruta e mensal de R$5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais) para cumprir uma jornada de trabalho de 44 (quarenta e quatro) horas semanais, todavia sempre laborava além da referida jornada ora avençada, cumprindo uma jornada de 50 (cinquenta ) horas semanais durante todo o período de vigência do contrato de trabalho, a fim de atender a demanda dos clientes . 
Por fim, Pedro foi comunicado de sua dispensa em 31/01/2018, tendo trabalhado durante o aviso prévio, ou seja, até dia 02/03/2018 na qual observada 2 horas na jornada de trabalho.
O pagamento das verbas rescisórias foi feito em 09/03/2018 mediante deposito em sua conta bancaria e que os documentos obrigatórios para o saque do FGTS e para recebimento seguro desemprego somente lhe forem entregue em 16/03/2018.
Neste caso como o Reclamante não obteve à anotação na Carteira de Trabalho gera então uma multa a Reclamada conforme o art. 477, da CLT: 
Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo. 
Quanto à inexistência de bilateralidade fica claro que o Reclamante foi prejudicado conforme a Lei 12.506/11, art. 1º, § único (Art. 1º  O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. 
Parágrafo único.  Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
Da justiça gratuita
Cumpre salientar que o Reclamante não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e honorárias advocatícias, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 790,§ 1º da CLT (Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho.
 § (1º Tratando-se de empregado que não tenha obtido o benefício da justiça gratuita, ou isenção de custas, o sindicato que houver intervindo no processo responderá solidariamente pelo pagamento das custas devidas).                       
Do direito
Das horas extras
Em que pese o Autor ter trabalhado diante o pacto laboral por teletrabalho, requer para exercer suas atividades, devia logar -se no sistema da Empresa e que para tanto a mesma tinha controle de sua jornada de trabalho.
 É assegurado constitucionalmente a jornada de trabalho de 8 (oito) horas diárias e 44 (qua renta e quatro) horas s emanais para os trabalhadores seja urbanos ou rurais ou outros, sendo q qualquer trabalho acima fixado na CF importará na prorrogação da jornada, devendo o empregador remunerar o serviço extraordinário superior, no mínimo, a 50% da hora normal, prevendo assim em seu artigo 7º da CRFB, escrito abaixo. 
“Art.7º.”. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;” Bem como nos Direitos da Consolidação das Leis Trabalhistas em seu artigo 6º e 58, como demonstrado abaixo.
. “Art.6º. Não se distingue entre trabalho realizado n o estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.”
Diante de tais artigos supramencionados e do artigo 58 da CLT: “A duração normal do trabalho, p ara qualquer atividade privada, não excederá d e 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente ou tro limite.” , podemos concluir que o empregado que prestar serviços após a sua jornada normal de trabalho terá trabalho extraordinário, e esse deverá ser remunerado com o adicional de no mínimo 50% superior ao da hora normal. 
Neste caso em questão, o Reclamante cumpria 6 (seis) horas extras extraordinária durante o período de vigência do contrato de trabalho, e a Reclamada não efetuou nenhum pagamento referente as, nem tão pouco em sua rescisão contratual, estes valores o Reclamante faz jus em recebe-los, conforme se demostra acima. Neste sentido a jurisprudência não se omite: 
HORAS EXTRAS NÃO PAGAS NA INTEGRALIDADE. DIFERENÇA. DEVIDA DEMOSTRADA NOS AUTOS A EXISTÊNCIA DE JORNADA DE TRABALHO ALÉM DA NORMAL E QUE NÃO HOUVE O PAGAMENTO DE TODASAS HORAS EXTRAS DEVIDAS AO DEMANDANTE, CONDENA-SE A RECLAMADA AO P AGAMENTO DA DIFERENÇA DE HORAS EXTRAS. SENTENÇA QUE SE REFORMA. (TRT – 19 – RO: 1318201100319004 AL 01318.2011.003.19.00-4, Relator: Eliane Barbosa, Data da Publicação: 21/08/2012).
Das despesas do teletrabalho
Toda via o Reclamante teve despesas, pois o mesmo exercia as atividades em sua residência utilizando o seu computador o total mensal de R$100,00 (cem) reais, para que fosse possível prestar os serviços, sendo que tal de despesa deveria se suportada pelo empregador seguindo o principio da alteridade. 
Da multa do Art.477
O pagamento das verbas rescisórias foi efetuado no dia 09/03/2018 , mediante depósito bancário em conta corrente. Os documentos necessários para o saque do Fundo ao passo que o artigo 75 -D da C LT, dispõe: 
“As disposições relativas à responsabilidadepela aquisição, manutenção, ou fornecimento de equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como o reembolso de despesas arcadas p elo serão previstas em contrato escrito”. 
No qual seu contrato vem avençado que trabalharia em sua residência, não demostrando que o próprio teria que arcar com as despesas, entende-se que quem teria que arcar com tais custos seria a Reclamada por prestação de serviços a ela sendo prestadas pelo Autor. E pelo prazo estabelecido na C LT em seu artigo 477, § 6º, os documentos necessários para o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e para o recebimento do seguro desemprego somente lhe foram entregues em 16/03/2018, passando do prazo, sendo imputado a Reclamada o pagamento de multa equivalente a um mês de salário revertida em favor do Reclamante, conforme § 8º do mesmo artigo.
Do aviso prévio
O Reclamante foi contratado em 02/01/2017, sua dispensa foi comunicada em 31/01 /2018, cumpriu aviso prévio trabalhado até o d ia 09 /03 /2018. Tendo em vista o mês de fevereiro/2018 ter possuído somente 28 ( vinte e oito ) dias, nota-se que o Reclamante laborou apenas 30 dias e não 33 ( trinta e três) dias que tinha direito conforme assegura a Lei 12.506 /11, Art. 1º, parágrafo único , fazendo jus ao pagamento dos 03 (três ) dias não trabalhados.
Dos honorários advocatícios 
Requer pagamento de honorários sucumbenciais em consonância com a lei a ser determinado por Vossa Excelência.
Dos pedidos
Diante do exposto requer:
Requer a condenação da requerida documentação da Reclamada ao pagamento das horas extraordinárias e rescindas dos reflexos legais no valor de R$18.226,55 (dezoito mil duzentos e vinte e seis reais e cinquenta e cinco centavos);
 Do reembolso das despesas e gastos por ele exercidos de custeio de internet no valor de R$1.200,00 (Uns mil e duzentos reais);
Da multa em virtude da entrega das guias de seguro desemprego e FGTS dento do prazo legal no valor de um mês de seu salário no valor de R$5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais). 
Requer, também, intimação da Reclamada n o endereço, para que querendo, compareça em audiência de conciliação previsto no artigo 334 do CPC/15, para contestar a presente demanda dentro do prazo legal sob pena de revelia. 
Requer, ainda, a concessão ao Reclamante dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 790, § 3º a C LT, declarando não ter condições de arcar com as custas e despesas processuais sem prejuízo próprio e de sua família. 
A condenação da Reclamada ao pagamento dos honorários advocatícios, sucumbenciais e custas processuais, nos termos do artigo 791- A da CLT, em grau máximo ou, sucessivamente em grau médio ou, ainda a outro valor determinado por Vossa Excelência. 
 Pretende provar o alegado por todas as provas em direito admitidas, especialmente, depoimento pessoal do autor e do preposto da Ré e o pedido de oitivas de testemunhas oportunamente arroladas. 
 Dá-se à causa o valor de R$24.926,55 (vinte e quatro mil novecentos e vinte e seis reais e cinquenta e cinco centavos). 
 Termos em que,
 Pede deferimento. 
 Balneário Camboriú, ___, ____, ___ 
 Advogado OAB/XX