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CALCULANDO INTEGRAIS POR SUBSTITUIÇÕES TRIGONOMÉTRICAS As substituições trigonométricas nos permitem calcular integrais que tenham radicais da forma . É necessário frisar que, em alguns casos, a integral que contenha essas funções pode ser resolvida por outro método. A substituição trigonométrica troca o radical presente na função acima por uma das funções trigonométricas correspondente da tabela abaixo: O objetivo principal é que, utilizando as identidades trigonométricas, possamos eliminar o radical e proceder ao cálculo comum da integral. Salienta-se que, ao utilizar-se essa técnica, aparentemente vamos ficar com uma integral mais complexa do que a original mas, no final, tudo será mais simples de resolver. Como exemplo, vamos encontrar Graças à tabela de substituições trigonométricas acima, sabemos que x = 2senθ e dx = 2cosθdθ. Realizando tais substituições na equação original, a mesma se transforma em: Que aparentemente é algo bem mais complicado que a anterior! No entanto, o “truque” da substituição trigonométrica vem agora: vamos colocar o 4 que está no radical em evidência e usar a identidade fundamental cos² x + sen² x = 1 e, com isso, obtemos: Agora, temos um termo que pode sair pra fora do “asqueroso” radical! Retirando esse termo e fazendo as demais adaptações convenientes, temos que: Finalmente, como todos nós sabemos (cof, cof) que 1/sen θ =cossec θ, podemos realizar uma última substituição e, finalmente, encontrar um valor para a integral procurada: Bom, enfim terminamos a tarefa, mas se você prestou atenção, deve ter notado que a questão original pedia para calcularmos a integral em termos de x, mas acabamos calculando-a em termos de θ! Nada muito grave, pois através da trigonometria, podemos facilmente deduzir que: e, portanto, a resposta final será: . Integração por Substituição Trigonométrica Há meios diferentes para integrar uma função e para cada integral, devemos identificar qual o melhor dos métodos a aplicar. Somente resolvendo diversos exemplos para podermos nos familiarizar com cada um desses métodos. No caso de integração por substituição trigonométrica, um integrante que contenha uma das formas: sendo a uma constante positiva e não tendo nenhum outro fator irracional, pode ser transformado numa integral trigonométrica mais familiar, utilizando substituições trigonométricas ou com o emprego de uma nova variável. Para os três casos acima, utilizamos as identidades trigonométricas: Vamos ver cada um desses casos separadamente. Caso I: Para uma integral que envolva um radical do tipo , fazemos a mudança de variável de x para θ. A substituição deve ser apropriada e fica melhor observada no triângulo retângulo: Temos que: Assim, substitui por , pois: E pela identidade trigonométrica dada em (1), obtemos: Extraindo a raiz de ambos os membros da equação acima, obtemos: Justificando a substituição. Caso II: Para uma integral que envolva um radical do tipo , fazemos a mudança de variável de x para θ. Observando o triângulo retângulo: Temos que: Assim, substitui por , pois: E pela identidade trigonométrica dada em (2), obtemos: Extraindo a raiz de ambos os membros da equação acima, obtemos: Justificando a substituição. Caso III: Para uma integral que envolva um radical do tipo , fazemos a mudança de variável de x para θ. Observando o triângulo retângulo: Temos que: Assim, substitui por , pois: E pela identidade trigonométrica dada em (3), obtemos: Extraindo a raiz de ambos os membros da equação acima, obtemos: Justificando a substituição. Com base nos resultados obtidos, podemos montar uma tabela: Vejam que, para representar graficamente as substituições sugeridas no triângulo retângulo, o radical ficará sempre no lado do triângulo que não é utilizado pela relação trigonométrica: Caso I: Usa-se x = a sen(θ); logo, o radical aparece no cateto adjacente a θ. Caso II: Usa-se x = a tg(θ); logo, o radical aparece na hipotenusa. Caso III: Usa-se a sec(θ); logo, o radical aparece no cateto oposto a θ. Vejamos alguns exemplos para ilustrar o método. Exemplo 1: Calcule a integral abaixo: Esta é uma integral do tipo I. Vamos fazer a representação no triângulo retângulo: Assim, escrevemos: Assim: Devemos agora, reescrever o resultado em termos da variável original x. Observando o triângulo retângulo, devemos encontrar as relações trigonométricas que aparecem no resultado acima. Assim: Assim: Exemplo 2: Calcule a integral abaixo: Esta é uma integral do tipo II. Vamos fazer a representação no triângulo retângulo: Assim, escrevemos: Assim: Vamos, agora, reescrever o resultado em termos da variável original x. Observando o triângulo, encontramos as relações: Assim: Como C é uma constante arbitrária e ln(a) também é uma constante, podemos reescrever o resultado como: Exemplo 3: Calcule a integral abaixo: Esta é uma integral do tipo III. Vamos fazer a representação no triângulo retângulo: Assim, escrevemos: Assim: Vamos reescrever o resultado em termos da variável original x. Observando o triângulo encontramos as relações: Assim: Exemplo 4: Calcule a integral abaixo: Esta é uma integral do tipo I. Vamos fazer a representação no triângulo retângulo: Assim, escrevemos: Assim: Agora, reescrevemos o resultado em termos da variável original x. Observando o triângulo retângulo, encontramos a relação: Assim: Exemplo 5: Calcule a integral abaixo: Esta é uma integral do tipo II. Vamos fazer a representação no triângulo retângulo: Assim, escrevemos: Assim: Reescrevendo o resultado em termos da variável x e utilizando as relações observadas no triângulo retângulo, fazemos: Assim: Exemplo 6: Calcule a integral abaixo: Esta é uma integral do tipo III. Vamos fazer a representação no triângulo retângulo: Assim, escrevemos: Assim: Vejam aqui como integrar cos2(θ). Agora, representamos o resultado em termos da variável original x. Observando o triângulo retângulo, encontramos as relações: Assim: Substituição Trigonométrica Antes de alguns exemplos, é bom saber quais são as possíveis substituições adequadas. Uma maneira simples de descobrir tais substituições consiste no uso da fórmula fundamental da trigonometria É fácil de perceber, que as funções e podem ser obtidas, passando um delas para o outro lado e subtraindo de 1. Obtendo as seguintes fórmulas: Fórmulas de outras funções trigonométricas como tangente e secante, podem ser obtidas dividindo ambos os lados da equação fundamental da trigonometria por um fator conveniente. Por exemplo, para se obter uma relação envolvendo a tangente e a secante divide-se ambos os lados da equação por Resultando em: Essas substituições podem ser sumarizadas da seguinte forma: para , sendo a uma constante positiva. para , com a > 0 para , sendo a maior do que zero, constante. Substituição inversa: Deve ser ter em mente que a substituição trigonométrica não é inteiramente igual a substituição clássica onde uma variável é colocada em função de x (a incógnita original da equação), mas sim o contrario será feito. , Exemplo Considere a integral usando a substituição , obtem-se A integral de cosseno ao quadrado pode ser feito utilizando integração por partes Voltando a equação original Agora deve se voltar a incógnita original, isso pode ser feito traspondo o ângulo para um triângulo retângulo. Nesse caso o triângulo teria hipotenusa de valor 4 e cateto oposto a igual a , consequentemente o cateto adjacente ao ângulo valerá . Estes valores podem ser deduzidos a partir das relações fundamentais da função seno e cosseno. Obtendo assim as seguintes relações: O ângulo pode ser expresso como Obtendo assim como resposta final: Cálculo (Volume 1)/Técnicas de integração Considerações iniciais A integração é um processo que demanda certa habilidade e técnica, ele provê um meio indispensável para análises de cálculos diversos, além disso o meio de integrar certas funções deve ser exercitado até que sejamos capazes de absorver a sua essência. O problema da integração deve ser visto como uma análise que pode conduzir a resultados algébricos diversos, quando tomadas técnicas diversas, que concordam, porém, em resultado numérico. Devido à necessidade de exercício dessas técnicas que apresentaremos, teremos mais exemplos neste capítulo, uma ótima maneira de introduzir o conteúdo enquanto a teoria é exposta. A natureza diversa das formas de integrais nos obriga a fazer este estudo a parte, pois certas funções são peculiarmente difíceis de serem analisadas antes da utilização de algum artifício que permita sua simplificação, este é o objetivo deste capítulo: trazer ao leitor os processos de integração e as diversas possibilidades de simplificação de funções para a aplicação destes processos. Por partes A técnica de integração por partes consiste da utilização do conceito de diferencial inversa aplicado à fórmula da regra da diferencial do produto, ou seja: Que após a antidiferencial se torna: E, portanto: A utilização desta fórmula para melhorar o processo de integração implica na necessidade de uma breve explanação, o processo consiste em observar a função a ser integrada como sendo uma integral , ou seja, devemos separar a função em duas partes: uma, chamamos de u, que consideraremos função primitiva e outra dv que será uma diferencial, desta forma, faremos a integração da parte dv para encontrar v e depois subtrairemos a integral da mesma com relação a diferncial de u: du. Parece um tanto incomun a princípio, porém após o hábito no uso da técnica, esta se torna muito útil. Outro fato deve ser explorado: como o processo demanda a integração da diferencial dv nos vem a questão sobre a necessidade de utilização da constante de antidiferenciação C, portanto façamos a verificação da fórmula utilizando-a: Se , Ou seja, a constante é dispensável para o cálculo da integral que resulta em v. Exemplo 1 - Caso do logaritmo Utilização da integração por partes na resolução da integral do logaritmo natural: Separamos a diferencial dx e a primitiva , procedendo as operações inversas: depois: Aplicando à fórmula de integração por partes: Também há os que preferem simplificar mais, desta forma: Sendo C a constante de antidiferenciação. Exemplo 2 - Caso do arcseno Utilização da integração por partes para encontrar a integral do arcseno: Separamos as partes e operamos para encontrar as respectivas inversas: Assim: Aplicando à fórmula da integração por partes: agora consideremos o seguinte: logo: Portanto: Sendo C a nossa tradicional constante de antidiferenciação. Exemplo 3 - Caso do arccosseno Utilização da integração por partes para encontrar a integral do arccosseno: Separamos as partes e operamos para encontrar as respectivas inversas: depois: Aplicando à fórmula da integração por partes: agora consideremos o seguinte: logo: Portanto: Sendo C a nossa tradicional constante de antidiferenciação. Exemplo 4 - Caso do arctangente Utilizando a integração por partes para encontrar a integral do arctangente: Separando as partes e operando as inversas: e Aplicamos a fórmula da integração por partes: Por outro lado: onde podemos extrair: voltando ao desenvolvimento da integral: Portanto: Novamente, temos C como contante de antidiferenciação. Exemplo 5 - Algébricas com exponenciais Este é um exemplo que nos revela uma função claramente divisível em duas partes: Considerando as partes: e: Substituindo na fórmula de integração por partes: O segundo lado desta expressão pode ser novamente simplificado, aplicando a integração por partes mais uma vez: Portanto: Exemplo 6 - Secante com expoente maior que 2 Utilizando a integração por partes para resolução da integral de secantes com expoente maior que 2: Podemos fazer: E aplicar a integração por partes: E finalmente: Com C constante. Por substituição trigonomética A existência de relações algébricas que nos levam a arcos nos traz a possibilidade de converter uma expressão algébrica, conseqüentemente uma função algébrica, em uma função trigonométrica. A possibilidade de lidar com certas funções de forma trigonométrica nos leva à utilizar os artifícios das identidades para a simplificação dessas. Transformando expressões algébricas em trigonométricas Três funções algébricas têm semelhanças com funções trigonométricas que são notoriamente úteis para a simplificação de algumas funções, elas são: Sendo "a" constante. Note que as expressões são meramente relações quadráticas que descendem da relação quadrática entre todos os lados de um mesmo triângulo: , se escolhermos um par (variável,constante) e substituirmos na equação teremos as expressões acima como resultantes, teremos uma variável dependente para cada par (variável,constante), por exemplo: se fizermos , e teremos a expressão (2) como resultante (y). Imagine que temos uma nova variável e que: Sendo: Podemos dizer que: Portanto: quando e O exposto acima encontra respaudo no fato de que a expressão é simplesmente a tradução da relação métrica de um triângulo retângulo para definição do cosseno a partir do seno, como segue: Se fizermos a comparação entre as funções e o gráfico acima, substituindo as variáveis e constantes de acordo com a função dada, teremos o seguinte: Na função é uma tangente; Na função é um seno; Na função é uma secante. O que nos dá as substituições: Expressão Substituição A substituição trigonométrica na integração Agora, considere o fato de que a função tem como integral a função , então podemos fazer: Uma vez, que pela análise anterior já sabemos que quando fazemos temos: então: Temos que encontrar : O que nos revela algo interessante: Ou seja: Logo: Exemplo 7 - Substituição por seno Seja a função: , calculemos a sua integral por substituição trigonométrica: Fazendo a transformação de variáveis: A integral será: Como: Portanto: Sendo C a constante de antidiferenciação. Exemplo 8 - Substituição por secante Seja a função: , calculemos a sua integral por substituição trigonométrica: Se Introduzimos a variável angular , de forma que: e sua diferencial: Substituindo na equação anterior: Retornando a função ao domínio da variável x: Portanto: Sendo C a constante de antidiferenciação. Exemplo 9 - Substituição por tangente Seja a função: , calculemos a sua integral por substituição trigonométrica: Se Introduzimos a variável angular , de forma que: e sua diferencial: Substituindo na equação anterior: Retornando a função ao domínio da variável x: Portanto:
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