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Informativo 871-STF (04/08/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1 
 
Informativo comentado: 
 Informativo 871-STF 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
Processos excluídos deste informativo pelo fato de não terem sido ainda concluídos em virtude de pedidos de vista ou 
de adiamento. Serão comentados assim que chegarem ao fim: ADI 346/SP; ADI 4776/SP; ADI 350/SP; ADI 4281/SP; 
ADI 1240/DF. 
 
Julgado excluído por ter menor relevância para concursos públicos e por ter sido decidido com base em peculiaridades 
do caso concreto: RE 571969 ED/DF. 
 
 
ÍNDICE 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
 É inconstitucional lei estadual que disponha sobre a segurança de estacionamentos e o regime de contratação dos 
funcionários. 
 É inconstitucional lei estadual que exija que os supermercados do Estado ofereçam empacotadores para os produtos 
adquiridos. 
 Inconstitucionalidade de lei estadual que estabeleça exigências nos rótulos dos produtos em desconformidade com 
a legislação federal. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO 
 Compete à Justiça Comum (estadual ou federal) decidir se a greve realizada por servidor público é ou não abusiva. 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
COMPETÊNCIA 
 Competência para julgar Procurador da República. 
 
HABEAS CORPUS 
 Não cabe HC para pedir autorização de visita. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
TAXAS 
 Inconstitucionalidade de taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal. 
 
DIREITO DO TRABALHO 
GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO 
 Compete à Justiça Comum (estadual ou federal) decidir se a greve realizada por servidor público é ou não abusiva. 
 
 
 
 
 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 871-STF (04/08/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 2 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
É inconstitucional lei estadual que disponha sobre a segurança 
de estacionamentos e o regime de contratação dos funcionários 
 
Lei estadual que impõe a prestação de serviço de segurança em estacionamento a toda pessoa 
física ou jurídica que disponibilize local para estacionamento é inconstitucional, quer por 
violar a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, quer por violar a livre 
iniciativa. 
Lei estadual que impõe a utilização de empregados próprios na entrada e saída de 
estacionamento, impedindo a terceirização, viola a competência privativa da União para 
legislar sobre Direito do Trabalho. 
STF. Plenário. ADI 451/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/8/2017 (Info 871). 
 
Imagine a seguinte situação: 
O Estado do Rio de Janeiro editou uma lei (Lei nº 1.748/90) prevendo que, se a pessoa (física ou jurídica) 
disponibilizar estacionamento aos clientes, deverá também oferecer serviços de segurança para os carros. 
Além disso, a Lei determinou que na entrada e saída do estacionamento, deveria haver empregados 
próprios fazendo o controle dos carros, não podendo ser utilizados funcionários terceirizados. 
 
Essa lei é válida? 
NÃO. O STF decidiu que essa previsão é inconstitucional, fixando duas conclusões a respeito: 
Lei estadual que impõe a prestação de serviço de segurança em estacionamento a toda pessoa física ou 
jurídica que disponibilize local para estacionamento é inconstitucional, quer por violar a competência 
privativa da União para legislar sobre direito civil, quer por violar a livre iniciativa. 
STF. Plenário. ADI 451/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/8/2017 (Info 871). 
 
Lei estadual que impõe a utilização de empregados próprios na entrada e saída de estacionamento, 
impedindo a terceirização, viola a competência privativa da União para legislar sobre Direito do 
Trabalho. 
STF. Plenário. ADI 451/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/8/2017 (Info 871). 
 
A lei estadual viola o princípio constitucional da livre iniciativa, criando responsabilidade ao empresário, 
como o dever de cercar e de contratar vigilância para o estacionamento, impondo assim ao comerciante 
ou à empresa privada ônus irrazoável. 
Além disso, a referida lei trata sobre Direito Civil e Direito do Trabalho, matérias que são de competência 
privativa da União, nos termos do art. 22, I, da CF/88. 
 
Assunto correlato 
Sobre esse tema, importante recordar um julgado do STF no qual ele decidiu que lei estadual não pode 
tratar sobre a cobrança em estacionamento de veículos: 
É inconstitucional lei estadual que estabelece regras para a cobrança em estacionamento de veículos. 
STF. Plenário. ADI 4862/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/8/2016 (Info 835). 
 
 
 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 871-STF (04/08/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 3 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
É inconstitucional lei estadual que exija que os supermercados do Estado 
ofereçam empacotadores para os produtos adquiridos 
 
Lei estadual que torna obrigatória a prestação de serviços de empacotamento nos 
supermercados é inconstitucional por afrontar o princípio constitucional da livre inciativa. 
Lei estadual que exige que o serviço de empacotamento nos supermercados seja prestado por 
funcionário do próprio estabelecimento é inconstitucional por violar a competência privativa 
da União para legislar sobre Direito do Trabalho. 
STF. Plenário. ADI 907/RJ, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado 
em 1º/8/2017 (Info 871). 
 
Imagine a seguinte situação: 
O Rio de Janeiro editou uma lei (Lei nº 2.130/93) prevendo que todos os supermercados existentes no 
Estado deveriam prestar serviço de empacotamento dos produtos comercializados. 
Além disso, a Lei determinou que esse empacotamento deveria ser prestado por funcionário do próprio 
estabelecimento. 
 
Essa lei é válida? 
NÃO. O STF decidiu que essa previsão é inconstitucional, fixando duas conclusões a respeito: 
Lei estadual que torna obrigatória a prestação de serviços de empacotamento nos supermercados é 
inconstitucional por afrontar o princípio constitucional da livre inciativa. 
STF. Plenário. ADI 907/RJ, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 
1º/8/2017 (Info 871). 
 
Lei estadual que exige que o serviço de empacotamento nos supermercados seja prestado por 
funcionário do próprio estabelecimento é inconstitucional por violar a competência privativa da União 
para legislar sobre Direito do Trabalho. 
STF. Plenário. ADI 907/RJ, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 
1º/8/2017 (Info 871). 
 
O modelo econômico previsto na Constituição de 1988 é o da livre iniciativa. Nesse modelo, não cabe ao 
Estado decidir se vai ter ou não empacotador nos supermercados. 
O Estado somente deve interferir na economia se houver fundamentos constitucionais que legitimem essa 
intervenção. Isso não se verifica no caso de exigir empacotadores nos supermercados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 871-STF (04/08/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 4 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
Inconstitucionalidade de lei estadual que estabeleça exigências nos 
rótulos dos produtos em desconformidade com a legislação federal 
 
É inconstitucional lei estadual que estabelece a obrigatoriedade de que os rótulos ou 
embalagens de todos os produtos alimentícios comercializados no Estado contenham uma 
série de informações sobre a sua composição,que não são exigidas pela legislação federal. 
STF. Plenário. ADI 750/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/8/2017 (Info 871). 
 
Imagine a seguinte situação: 
O Rio de Janeiro editou uma lei (Lei nº 1.939/91) prevendo que todos os produtos alimentícios 
comercializados no Estado deveriam conter em seu rótulo ou embalagem uma série de informações, como 
aditivos existentes, a quantidade de calorias, de proteínas, açúcares, gordura, conservantes, corantes, 
aromatizantes etc. 
A Lei estabeleceu que os produtos que não contiverem em seus rótulos ou embalagens as informações 
exigidas devem ser retirados de circulação, além de submeterem os estabelecimentos ao pagamento de 
multas pelo descumprimento. 
 
Essa Lei é válida? 
NÃO. 
É inconstitucional lei estadual que estabelece a obrigatoriedade de que os rótulos ou embalagens de 
todos os produtos alimentícios comercializados no Estado contenham uma série de informações sobre 
a sua composição, que não são exigidas pela legislação federal. 
STF. Plenário. ADI 750/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/8/2017 (Info 871). 
 
Existe legislação federal sobre o tema 
A referida lei trata sobre Direito do Consumidor, matéria que é de competência concorrente (art. 24, VIII, 
da CF/88). 
Em sede de competência concorrente, os Estados-membros e DF possuem liberdade para legislar quando 
não existir legislação nacional tratando sobre o tema: 
Art. 24 (...) 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa 
plena, para atender a suas peculiaridades. 
 
Existindo normas gerais fixadas pela União, a atividade legislativa estadual ficará limitada a preencher 
eventuais lacunas das normas federais: 
Art. 24 (...) 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados. 
 
No caso concreto, quando a lei do RJ foi editada já havia ampla legislação nacional sobre a matéria. Vale 
ressaltar que a lei estadual especifica exigências mais rígidas do que o previsto na legislação federal, de 
forma que existe um claro conflito normativo. 
Assim, a lei federal estabelece algumas exigências para os rótulos dos produtos e a lei do RJ fixa outras, 
mais detalhadas. Dessa forma, se a lei do RJ fosse declarada válida um mesmo produto teria que ter dois 
rótulos ou embalagens, um nacional e outro para o Estado do RJ. 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 871-STF (04/08/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 5 
Além disso, outros Estados também poderiam editar leis semelhantes e assim cada produto teria que se 
adequar às exigências de cada ente federativo. Isso implicaria, em última análise, criar uma autorização 
para que houvesse tantos rótulos quantos são os Estados-membros. 
 
Violação ao princípio da proporcionalidade 
Além disso, a Lei impugnada viola o princípio da proporcionalidade. 
Se admitido que os Estados-Membros possuem competência para legislar sobre informações contidas em 
embalagens de produtos que circulam em seu território, o fim de proteção ao consumidor é alcançado 
por meio excessivo, pois são criadas dificuldades a produtos provenientes de outros Estados-Membros. 
Isso significa ferir o denominado princípio da lealdade à Federação, que fomenta uma relação construtiva, 
amistosa e de colaboração entre os entes federados. Nesse sentido, os dispositivos impugnados também 
estão em desconformidade com o art. 22, VIII, CF/88: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
(...) 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
 
Assim, justifica-se a necessidade de o tema ser tratado privativamente pela União, de modo a uniformizar 
o comércio interestadual e, consequentemente, evitar que os laços federativos sejam embaraçados. Há 
clara predominância de interesse federal a evitar limitações que possam dificultar o comércio 
interestadual. 
Ainda que tenha havido casos em que o STF declarou a constitucionalidade de legislações estaduais que 
determinam o aumento do número de informações que devem ser fornecidas a consumidores locais, 
tratava-se de produtos específicos, e não de todos os produtos alimentícios comercializados no local, 
como nesse caso. 
Ao estabelecer tal obrigatoriedade, o Estado dificulta a inserção de bens provenientes de outras 
localidades em seu mercado, bem como a livre circulação de mercadorias. 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO 
Compete à Justiça Comum (estadual ou federal) decidir se a greve 
realizada por servidor público é ou não abusiva 
 
A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de 
servidores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações 
públicas. 
STF. Plenário. RE 846854/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado 
em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871). 
 
Os servidores públicos possuem direito à greve? 
SIM. Isso encontra-se previsto no art. 37, VII, da CF/88: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 871-STF (04/08/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 6 
 
Quais são os requisitos para que os servidores públicos possam fazer greve? 
São requisitos para a deflagração de uma greve no serviço público: 
a) tentativa de negociação prévia, direta e pacífica; 
b) frustração ou impossibilidade de negociação ou de se estabelecer uma agenda comum; 
c) deflagração após decisão assemblear; 
d) comunicação aos interessados, no caso, ao ente da Administração Pública a que a categoria se encontre 
vinculada e à população, com antecedência mínima de 72 horas (uma vez que todo serviço público é 
atividade essencial); 
e) adesão ao movimento por meios pacíficos; e 
f) a garantia de que continuarão sendo prestados os serviços indispensáveis ao atendimento das 
necessidades dos administrados (usuários ou destinatários dos serviços) e à sociedade. 
 
Caso os servidores públicos realizem greve, a Administração Pública deverá descontar da remuneração 
os dias em que eles ficaram sem trabalhar? 
 Regra: SIM. Em regra, a Administração Pública deve fazer o desconto dos dias de paralisação 
decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos. 
 Exceção: não poderá ser feito o desconto se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta 
ilícita do Poder Público. 
 
Tese que foi fixada pelo STF: 
A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do 
direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela 
decorre. É permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar 
demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público. 
STF. Plenário. RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2016 (repercussão geral) (Info 845). 
 
Suponhamos que ocorra divergência entre os servidores e a Administração Pública sobre a abusividade da 
greve realizada e a questão acabe chegando ao Judiciário. Neste caso, de quem será a competência para 
decidir se a greve é legal ou não? Trata-se de competência da Justiça Comum ou da Justiça do Trabalho? 
Justiça Comum. No julgamento do MI 708, Rel. Min. GilmarMendes, julgado em 25/10/2007, o STF já 
havia definido que a competência para julgar questões relativas à greve dos servidores públicos é da 
Justiça Comum. 
 
A Justiça Comum será competente mesmo que se trate de empregado público (vínculo celetista)? 
SIM. A Justiça Comum será competente mesmo que o vínculo do servidor com a Administração Pública 
seja regido pela CLT, ou seja, ainda que se trate de empregado público. 
Sobre o tema, o STF fixou a seguinte tese: 
A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servidores 
públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas. 
STF. Plenário. RE 846854/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871). 
 
Assim, a Justiça Comum é sempre competente para julgar causa relacionada ao direito de greve de 
servidor público da Administração direta, autárquica e fundacional, pouco importando se se trata de 
celetista ou estatutário. 
Vale fazer, contudo, uma importante ressalva: se a greve for de empregados públicos de empresa pública 
ou sociedade de economia mista, a competência será da Justiça do Trabalho. 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 871-STF (04/08/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 7 
Estadual ou Federal 
 Se os servidores públicos que estiverem realizando a greve forem municipais ou estaduais, a 
competência será da Justiça Estadual. 
 Se os servidores públicos grevistas forem da União, suas autarquias ou fundações, a competência será 
da Justiça Federal. 
 
E se a greve abranger mais de um Estado? 
 Se a greve for de servidores estaduais ou municipais e estiver restrita a uma unidade da Federação 
(um único Estado), a competência será do respectivo Tribunal de Justiça (por aplicação analógica do 
art. 6º da Lei nº 7.701/88). 
 Se a greve for de servidores federais e estiver restrita a uma única região da Justiça Federal (ex: greve 
dos servidores federais de PE, do CE, do RN e da PB): a competência será do respectivo TRF (neste 
exemplo, o TRF5) (por aplicação analógica do art. 6º da Lei nº 7.701/88). 
 Se a greve for de âmbito nacional, ou abranger mais de uma região da Justiça Federal, ou ainda, 
compreender mais de uma unidade da federação, a competência para o dissídio de greve será do STJ 
(por aplicação analógica do art. 2º, I, "a", da Lei nº 7.701/88). 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
COMPETÊNCIA 
Competência para julgar Procurador da República 
 
Compete ao TRF julgar os crimes praticados por Procurador da República, salvo em caso de 
crimes eleitorais, hipótese na qual a competência é do TRE. 
Vale ressaltar que o Procurador da República é julgado pelo TRF em cuja área exerce suas 
atribuições, sob pena de ofensa ao princípio do juiz natural. Ex: o Procurador da República 
lotado em Recife (PE) pratica um crime em Brasília. Ele será julgado pelo TRF da 5ª Região 
(Tribunal que abrange o Município onde ele atua) e não pelo TRF da 1ª Região (que abrange 
Brasília). 
Imagine agora que João, Procurador da República, é lotado na Procuradoria de Guarulhos (SP), 
área de jurisdição do TRF-3. Ocorre que este Procurador estava no exercício transitório de 
função no MPF em Brasília. O Procurador pratica um crime neste período. De quem será a 
competência para julgar João: do TRF3 ou do TRF1? 
Do TRF1. A 2ª Turma, ao apreciar uma situação semelhante a essa, decidiu que a competência 
seria do TRF1, Tribunal ao qual o Procurador da República está vinculado no momento da 
prática do crime, ainda que esse vínculo seja temporário. 
STF. 2ª Turma. Pet 7063/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgado em 1º/8/2017 (Info 871). 
Obs: houve empate na votação (2x2) e a conclusão acima exposta prevaleceu em virtude de a decisão 
ter sido tomada em habeas corpus no qual, em caso de empate, prevalece o pedido formulado em 
favor do paciente. 
 
De quem é a competência para julgar crimes praticados por um Procurador da República? 
Do TRF, salvo em caso de crimes eleitorais, hipótese na qual a competência é do TRE. 
Desse modo, o membro do MPF possui foro por prerrogativa de função. 
 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 871-STF (04/08/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 8 
Qual dos cinco TRFs irá julgar o Procurador da República? O critério para definição dessa competência 
será o local da consumação do crime? 
NÃO. O CPP determina que a competência será, de regra, determinada pelo lugar em que a infração se 
consumar (art. 70). Essa regra, contudo, não se aplica para os casos de foro por prerrogativa de função. 
Em se tratando de foro por prerrogativa de função não importa o local em que o crime se consumou. A 
competência será do Tribunal ao qual a autoridade estiver vinculada. 
Pode-se dizer, então, que “a competência penal por prerrogativa de função (ratione personae) exclui a 
regra da competência pelo lugar da infração (ratione loci)” (STJ. 6ª Turma. HC 97.152/RJ, Rel. Min. 
Hamilton Carvalhido, julgado em 19/06/2008). 
Assim, no caso do Procurador da República ele deverá ser julgado pelo TRF (ou TRE) ao qual ele estiver 
vinculado, ou seja, o TRF (ou TRE) que abrange o local onde ele atua. 
Ex: o Procurador da República lotado em Recife (PE) pratica um crime em Brasília. Ele será julgado pelo 
TRF da 5ª Região (Tribunal que abrange o Município onde ele atua) e não pelo TRF da 1ª Região (que 
abrange Brasília). 
Essa situação está prevista no art. 108, I, “a”, da CF/88: 
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do 
Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, 
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; 
 
Repare que o art. 108, I, “a”, da Constituição Federal afirma que compete aos TRFs julgar os Juízes Federais 
“da área de sua jurisdição”, ou seja, os Juízes Federais que atuem em um Município que abranja a área 
daquele TRF. 
O STF afirma que o mesmo tratamento dado aos juízes federais no tema deve ser conferido aos membros 
do Ministério Público, tendo em vista que o vocábulo “jurisdição” presente no art. 108, I, “a” deve ser 
entendido também como “atribuição”. 
Assim, o Procurador da República precisa ser julgado pelo TRF em cuja área exerce suas atribuições, sob 
pena de ofensa ao princípio do juiz natural. 
 
Feitas estas considerações, imagine a seguinte situação adaptada: 
João é Procurador da República lotado na Procuradoria de Guarulhos (SP), área de jurisdição do TRF-3. 
Ocorre que João estava no exercício transitório de função no MPF em Brasília. 
João pratica um crime neste período. 
 
De quem será a competência para julgar João: do TRF3 ou do TRF1? 
Do TRF1. A 2ª Turma, ao apreciar uma situação semelhante a essa, decidiu que a competência seria do 
TRF1, Tribunal ao qual o Procurador da República está vinculado no momento da prática do crime, ainda 
que esse vínculo seja temporário. 
STF. 2ª Turma. Pet 7063/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado 
em 1º/8/2017 (Info 871). 
 
Obs: houve empate na votação (2x2) e a conclusão acima exposta prevaleceu em virtude de a decisão ter 
sido tomada em habeas corpus no qual, em caso de empate, prevalece o pedido formulado em favor do 
paciente. 
 
 
 
 
 Informativocomentado 
 
 
 
Informativo 871-STF (04/08/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 9 
HABEAS CORPUS 
Não cabe HC para pedir autorização de visita 
 
Não cabe habeas corpus para tutelar o direito à visita em presídio. 
STF. 1ª Turma. HC 128057/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado 
em 1º/8/2017 (Info 871). 
 
Imagine a seguinte situação hipotética: 
João, condenado em processo criminal, cumpre pena privativa de liberdade na penitenciária. 
Maria, sua esposa, deseja fazer uma visita íntima para seu marido. 
Ocorre que a direção do presídio não autorizou e permitiu apenas que Maria tenha contato indireto com 
seu cônjuge por meio do parlatório. Isso porque Maria possui uma prótese metálica e, em virtude disso, 
ela não consegue passar pelo detector de metais. 
Maria requereu ao juiz das execuções penais que revisse a recusa do diretor do presídio, mas o magistrado 
também negou o pedido. 
 
Diante disso, Maria impetrou um habeas corpus contra a decisão do juiz. O habeas corpus teve êxito? 
NÃO. 
Não cabe habeas corpus para tutelar o direito à visita em presídio. 
STF. 1ª Turma. HC 128057/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado 
em 1º/8/2017 (Info 871). 
 
O STF entendeu que não há, neste caso, restrição ao direito de liberdade. A decisão atacada tem natureza 
administrativa. Portanto, o habeas corpus não é o meio processual adequado para discutir direito de 
visitas. 
 
E se o pedido tivesse sido feito por João, haveria possibilidade de êxito? 
Também não. A 2ª Turma do STF também já decidiu que o habeas corpus não é meio processual adequado 
para o apenado obter autorização de visita de sua companheira no estabelecimento prisional. 
STF. 2ª Turma. HC 127685/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/6/2015 (Info 792). 
 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
TAXAS 
Inconstitucionalidade de taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal 
 
Importante!!! 
É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal. 
A prevenção e o combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, 
sendo consideradas atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º da CF/88. 
A segurança pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é sustentada por meio de 
impostos (e não por taxa). 
Desse modo, não é possível que, a pretexto de prevenir sinistro relativo a incêndio, o 
Município venha a se substituir ao Estado, com a criação de tributo sob o rótulo de taxa. 
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Informativo 871-STF (04/08/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 10 
Tese fixada pelo STF: “A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, 
faz-se, no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço 
essencial, tem como a viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a 
criação de taxa para tal fim.” 
STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) 
(Info 871). 
 
Imagine a seguinte situação: 
O Município de São Paulo, por meio de lei municipal, instituiu Taxa de Combate a Sinistros, criada com o 
objetivo de ressarcir o erário municipal do custo da manutenção do serviço de combate a incêndios. 
O art. 1º previa o seguinte: 
Art. 1º A Taxa de Combate a Sinistros é devida pela utilização efetiva ou potencial dos serviços 
municipais de assistência, combate e extinção de incêndios ou de outros sinistros em prédios. 
 
A previsão dessa taxa é válida? 
NÃO. A prevenção e o combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, sendo 
consideradas atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º da CF/88: 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida 
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos 
seguintes órgãos: 
(...) 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
(...) 
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos 
de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades 
de defesa civil. 
 
A segurança pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é sustentada por meio de impostos (e não 
por taxa). Nesse sentido: 
(...) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se consolidou no sentido de que a atividade de 
segurança pública é serviço público geral e indivisível, logo deve ser remunerada mediante imposto, isto 
é, viola o artigo 145, II, do Texto Constitucional, a exigência de taxa para sua fruição. (...) 
STF. Plenário. ADI 1942, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 18/12/2015. 
 
Desse modo, não é possível que, a pretexto de prevenir sinistro relativo a incêndio, venha o Município a 
substituir-se ao Estado, com a criação de tributo sob o rótulo de taxa. 
O STF, ao apreciar o tema sob a sistemática da repercussão geral, fixou a seguinte tese: 
A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se, no campo da atividade 
precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como a viabilizá-la a arrecadação 
de impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim. 
STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871). 
 
O Estado-membro poderia criar uma taxa de combate a incêndio? 
Esse não era o objeto principal da ação, mas o Min. Marco Aurélio (relator), durante os debates, sustentou 
que não. 
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Informativo 871-STF (04/08/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 11 
Segundo ele, as atividades precípuas (principais) do Estado são viabilizadas mediante arrecadação de 
impostos. Por sua vez, a taxa decorre do exercício do poder de polícia ou da utilização efetiva ou potencial 
de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à disposição. 
Assim, as atividades de segurança pública, dentre elas a preservação e o combate a incêndios, devem ser 
sustentadas por meio de impostos, de forma que nem mesmo o Estado poderia instituir validamente uma 
taxa para remunerar tais serviços. 
Vale ressaltar, contudo, que esse tema não ficou expressamente decidido, havendo vozes em sentido 
contrário, como a do Min. Roberto Barroso. 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
 
GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO 
Compete à Justiça Comum (estadual ou federal) decidir se a greve 
realizada por servidor público é ou não abusiva 
 
A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de 
servidores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações 
públicas. 
STF. Plenário. RE 846854/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado 
em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871). 
 
Veja comentários em Direito Administrativo. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
Julgue os itens a seguir: 
1) Lei estadual que impõe a prestação de serviço de segurança em estacionamento a toda pessoa física ou jurídica 
que disponibilize local para estacionamento é inconstitucional, quer por violar a competência privativa da União 
para legislar sobre direito civil, quer por violar a livre iniciativa. ( ) 
2) Lei estadual que impõe a utilização de empregados próprios na entrada e saída de estacionamento, impedindo a 
terceirização, viola a competência privativa da União para legislar sobre direito do trabalho. ( ) 
3) Lei estadualque torna obrigatória a prestação de serviços de empacotamento nos supermercados não é 
inconstitucional em virtude de se tratar de competência concorrente para legislar sobre Direito do Consumidor. ( ) 
4) Lei estadual que exige que o serviço de empacotamento nos supermercados seja prestado por funcionário do 
próprio estabelecimento é inconstitucional por violar a competência privativa da União para legislar sobre Direito 
do Trabalho. ( ) 
5) É inconstitucional lei estadual que estabelece a obrigatoriedade de que os rótulos ou embalagens de todos os 
produtos alimentícios comercializados no Estado contenham uma série de informações sobre a sua composição, 
que não são exigidas pela legislação federal. ( ) 
6) A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos 
estatutários e a justiça do trabalho é competente para julgar o movimento paredista dos servidores celetistas. ( ) 
7) Cabe habeas corpus para tutelar o direito à visita em presídio. ( ) 
8) A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se, no campo da atividade precípua, pela 
unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como a viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo 
ao Município a criação de taxa para tal fim. ( ) 
 
Gabarito 
1. C 2. C 3. E 4. C 5. C 6. E 7. E 8. C 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
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JULGADO NÃO COMENTADO 
 
ED: responsabilidade civil do Estado por ato ilícito e contrato administrativo - 2 
O Plenário, em conclusão de julgamento, rejeitou embargos de declaração opostos de decisão proferida no 
RE 571.969/DF (DJe de 18.9.2014), na qual assentara-se que a União, na qualidade de contratante, possui 
responsabilidade civil por prejuízos suportados por companhia aérea em decorrência de planos econômicos 
existentes no período objeto da ação — Informativo 818. 
Alegou-se omissão quanto ao afastamento do instituto da preclusão acerca da impugnação aos critérios 
utilizados na perícia para a aferição do desequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão. 
Sustentou-se, também, omissão sobre a prevalência do regime intervencionista do Estado com relação ao 
instituto da responsabilidade objetiva. Arguiu-se ser contraditória a indicação do instituto da desapropriação 
como exemplo de responsabilidade do Estado por ato ilícito, bem assim o próprio resultado do julgamento, 
em face de conclusão do laudo pericial no sentido da ausência de nexo causal entre as medidas de 
intervenção e o agravamento das dívidas da embargada. Por fim, afirmou-se que a limitação de lucro 
excessivo não configura dano indenizável. 
O Colegiado esclareceu que os embargos de declaração não se prestam para provocar reforma da decisão 
embargada, salvo nos pontos em que haja omissão, contradição ou obscuridade (CPC, art. 535). No caso, 
todavia, não se pretende provocar esclarecimento, mas modificar o conteúdo do julgado, para afastar a 
responsabilidade da União pelos danos causados à embargada. 
O acórdão impugnado enfrentou, devidamente, a questão relativa ao reconhecimento da preclusão sobre a 
impugnação feita aos critérios utilizados na perícia para a aferição do desequilíbrio econômico-financeiro do 
contrato de concessão. 
Ademais, foi enfatizado que o afastamento da preclusão e, consequentemente, da intempestividade da peça 
apresentada pela União, é matéria infraconstitucional, insuscetível de análise em sede de recurso 
extraordinário. De igual modo, incabível, nessa via, o exame dos elementos afetos ao equilíbrio econômico-
financeiro de contrato administrativo 
RE 571969 ED/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 3.8.2017. (RE-571969) 
 
 
OUTRAS INFORMAÇÕES 
 
Sessões Ordinárias Extraordinárias Julgamentos Julgamentos por meio eletrônico* 
 
Pleno 2.8.2017 1º e 3.8.2017 27 56 
 
1ª Turma 1º.8.2017 — 62 29 
 
2ª Turma 1º.8.2017 — 4 63 
 
* Emenda Regimental 51/2016-STF. Sessão virtual de 30 de junho a 7 de agosto de 2017. 
 
CLIPPING DA R E P E R C U S S Ã O G E R A L 
DJe de 31 de julho a 4 de agosto de 2017 
 
REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 859.376 - PR 
RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO 
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROIBIÇÃO DE USO DE HÁBITO RELIGIOSO QUE CUBRA A CABEÇA OU PARTE 
DO ROSTO EM FOTOGRAFIA DE DOCUMENTO DE HABILITAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO CIVIL. PRESENÇA DE REPERCUSSÃO GERAL. 
 Informativo 
comentado 
 
 
 
Informativo 871-STF (04/08/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 13 
1. A decisão recorrida reconheceu o direito ao uso de hábito religioso em fotografia de documento de habilitação e identificação civil, afastando 
norma administrativa que veda a utilização de item de vestuário/acessório que cubra parte do rosto ou da cabeça na foto. 
2. Constitui questão constitucional relevante definir se é possível, em nome do direito à liberdade de crença e religião, excepcionar obrigação 
imposta a todos relativa à identificação civil. 
3. Repercussão geral reconhecida. 
 
REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 979.742 - AM 
RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO 
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E SANITÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO À SAÚDE. CUSTEIO PELO ESTADO DE TRATAMENTO 
MÉDICO DIFERENCIADO EM RAZÃO DE CONVICÇÃO RELIGIOSA. REPERCUSSÃO GERAL. 
1. A decisão recorrida condenou a União, o Estado do Amazonas e o Município de Manaus ao custeio de procedimento cirúrgico indisponível 
na rede pública, em razão de a convicção religiosa do paciente proibir transfusão de sangue. 
2. Constitui questão constitucional relevante definir se o exercício de liberdade religiosa pode justificar o custeio de tratamento de saúde pelo 
Estado. 
3. Repercussão geral reconhecida. 
 
Decisões Publicadas: 2 
 
INOVAÇÕES LEGISLATIVAS 
10 DE JULHO A 4 DE AGOSTO DE 2017 
 
Lei nº 13.466, de 12.7.2017 - Altera os arts. 3º, 15 e 71 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, 
que dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Publicada no DOU, Seção 1, Edição nº 133, 
p. 1. 
 
Lei nº 13.467, de 13.7.2017 - Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo 
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis nos 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de 
maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. 
Publicada no DOU, Seção 1, Edição nº 134, p. 1. 
 
Lei nº 13.471, de 31.7.2017 - Institui o Dia Nacional de Luta Contra a Esclerose Lateral Amiotrófica 
(ELA). Publicada no DOU, Seção 1, Edição nº 146, p. 4. 
 
Secretaria de Documentação – SDO 
Coordenadoria de Jurisprudência Comparada e Divulgação de Julgados – CJCD 
CJCD@stf.jus.br