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1 Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Equações Diferenciais - Exercícios Programados 02 Soluções Exercício 1 Quais das equações abaixo são equações diferenciais lineares de primeira ordem . Por quê? a) y′ − y = 2xe2x b) xy′ + 2 √ y = senx x c) 3y′ − cos y = epix d) (senx)y′ + (cosx)y = ex Solução: Primeiramente lembramos que uma equação diferencial é dita linear de primeira ordem se pode ser escrita na forma dy dx + p(x)y = q(x) x ∈ I. (1) Assim, temos: a) y′ − y = 2xe2x ⇒ y′ + (−1)y = 2xe2x. Como essa equação está na forma (1), ela é uma equação diferencial linear de primeira ordem com p(x) = −1 e q(x) = 2xe2x. b) Devido ao fator √ y na segunda parcela, a equação não pode ser posta na forma (1), e portanto não é uma equação linear de primeira ordem. c) 3y′ − cos y = epix ⇒ y′ + ( −cos y 3 ) = epix 3 . Observe que o segundo termo do primeiro membro da última equação é −cos y 3 que não pode ser escrito na forma p(x)y. Assim, essa equação não é linear. d) Dividindo a equação por senx, encontramos y′ + cosx senx y = ex senx ⇒ y′ + (cotx)y = ex senx . Observamos que esta última equação é uma equação diferen- cial liner de primeira ordem com p(x) = cotx e q(x) = ex senx . Exercício 2 Resolva as equações diferenciais lineares de primeira ordem do exercício anterior. Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2009/1 2 Solução: Lembre-se que uma equação diferencial da forma y′ + p(x)y = q(x) tem sua solução dada por y(x) = e − ∫ p(x)dx [∫ e R p(x)dxq(x)dx + C ] . (2) a) Como p(x) = −1 q(x) = 2xe2x, temos y(x) = e − ∫ p(x)dx [∫ e R p(x)dxq(x)dx + C ] = e − ∫ (−1)dx [∫ e R (−1)dx2xe2xdx + C ] = ex [∫ e−x2xe2xdx + C ] = ex [∫ 2xexdx + C ] = 2ex ∫ xexdx︸ ︷︷ ︸ ⋆ +Cex. Para resolver ⋆ vamos usar integração por partes: Fazendo u = x e dv = exdx, temos du = dx e v = ex, segue que ∫ xexdx = xex − ∫ exdx = xex − ex + C1. Substituindo a expressão acima em ⋆, obtemos y(x) = 2ex ∫ xexdx+Cex = 2ex (xex − ex + C1)+Cex = 2xe2x− 2e2x +C2ex, onde C2(= 2C1 + C) é uma constante real arbitrária. Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2009/1 3 d) Como p(x) = cotx q(x) = ex senx , temos y(x) = e − ∫ p(x)dx [∫ e R p(x)dxq(x)dx + C ] = e − ∫ cotxdx [∫ e R cotxdx e x senx dx + C ] = e− ln(senx) [∫ eln(senx) ex senx dx + C ] = eln( 1 senx ) [∫ senx ex senx dx + C ] = 1 senx [∫ exdx + C ] = cscx [ex + C] = ex cscx + C cscx. Logo, y(x) = ex cscx + C cscx. Exercício 3 Resolva os seguintes problemas de Cauchy: a) { y′ + 2 x y = cosx x2 , x > 0 y(pi) = 0 b) { xy′ + (x + 1)y = x, x > 0 y(ln 2) = 1 c) { y′ − 2y = e2x y(0) = 2 Solução: Vamos primeiro tentar encontrar a solução de cada equação diferencial e depois aplicar a condição inicial. a) Notamos que p(x) = 2x e q(x) = cosx x2 . Daí y(x) = e − ∫ p(x)dx [∫ e R p(x)dxq(x)dx + C ] = e − ∫ 2 x dx [∫ e R 2 x dx cosx x2 dx + C ] = x−2 [∫ x2 cosx x2 dx + C ] = x−2 [∫ cosxdx + C ] = x−2 [senx + C] = x−2senx + Cx−2. Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2009/1 4 Aplicando a condição inicial y(pi) = 0 na última igualdade acima, temos y(pi) = (pi)−2sen(pi) + C(pi)−2 = 0 ⇒ (pi)−2C = 0 ⇒ C = 0. Portanto, a solução do problema de Cauchy é y(x) = x−2senx. b) Como x > 0 podemos dividir a equação por x. Obtemos assim a equação y′ + x + 1 x y = 1. Claramente nesse caso temos p(x) = x + 1 x e q(x) = 1. Portanto, y(x) = e − ∫ p(x)dx [∫ e R p(x)dxq(x)dx + C ] = e − ∫ x + 1 x dx ∫ eR x + 1x dx(1)dx + C = e−(x+lnx) [∫ ex+lnxdx + C ] = e−xeln x −1 ∫ xexdx︸ ︷︷ ︸ ⋆ +C = 1 xex [xex − ex + C] = C xex − 1 x + 1. A expressão ⋆ foi determinada no item 2-a). Aplicando a condição y(ln 2) = 1, segue que y(ln 2) = C (ln 2)eln 2 − 1 ln 2 + 1 = 1 ⇒ C 2 ln 2 = 1 ln 2 ⇒ C = 2. Logo, a solução do problema de Cauchy é y(x) = 2 xex − 1 x + 1. Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2009/1 5 c) Claramente p(x) = −2 e q(x) = e2x. Assim, y(x) = e − ∫ p(x)dx [∫ e R p(x)dxq(x)dx + C ] = e − ∫ (−2)dx [∫ e R (−2)dxe2xdx + C ] = e2x [∫ e−2xe2xdx + C ] = e2x [x + C] = xe2x + Ce2x. Finalmente, aplicando a condição y(0) = 2, temos y(0) = 0 · e2·0 + Ce2·0 = 2 ⇒ C = 2. Portanto, a solução para o problema de Cauchy é y(x) = xe2x + 2e2x. Exercício 4 Resolva a equação diferencial y′ = y + x x . Solução: Note que a equação pode ser reescrita como y′ + ( − 1 x ) y = 1. Assim, temos p(x) = − 1x e q(x) = 1 e, daí y(x) = e − ∫ ( − 1 x ) dx [∫ e R − 1 x dx(1)dx + C ] = e R 1 x dx [∫ e− R 1 x dxdx + C ] = x [∫ e− lnxdx + C ] = x [∫ elnx −1 dx + C ] = x [∫ x−1dx + C ] = x [lnx + C] = x lnx + Cx. Portanto, a solução é y(x) = x lnx + Cx. Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2009/1 6 Exercício 5 Considere o problema de valor inicial{ y′ + 1 2 y = 2 cosx y(0) = −1 . Calcule a equação cujas raízes são os pontos críticos da solução. Obtenha, se possível, as coordenadas do primeiro ponto de máximo local da solução para x > 0. Sugestão: Para encontrar as raízes da derivada de y(x) utilize um software matemático. Solução: Vamos começar resolvendo a equação y′ + 12y = 2 cosx. É claro que p(x) = 1 2 e q(x) = 2 cosx. Daí, y(x) = e− R 1 2 dx [∫ e R 1 2 dx2 cosxdx + C ] = e− x 2 [∫ 2e x 2 cosxdx + C ] = 2e− x 2 ∫ e x 2 cosxdx︸ ︷︷ ︸ † +Ce− x 2 . Vamos resolver agora †. Utilizando integração por partes e fazendo u = e x2 e dv = cosxdx, segue que du = 12e x 2 dx e v = senx. Daí,∫ e x 2 cosxdx = e x 2 senx− 1 2 ∫ e x 2 senxdx︸ ︷︷ ︸ ‡ (3) Aplicando novamente a integração por partes em ‡ e escolhendo u˜ = e x2 e dv˜ = senxdx temos du˜ = 12e x 2 dx e v˜ = − cosx. Assim,∫ e x 2 senxdx = −e x2 cosx− 1 2 ∫ e x 2 (− cosx)dx = −e x2 cosx + 1 2 ∫ e x 2 cosxdx. Substituindo a expressão acima em (3):∫ e x 2 cosxdx = e x 2 senx− 1 2 ∫ e x 2 senxdx = e x 2 senx− 1 2 ( −e x2 cosx + 1 2 ∫ e x 2 cosxdx ) = e x 2 senx + 1 2 e x 2 cosx− 1 4 ∫ e x 2 cosxdx; Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2009/1 7 daí, ∫ e x 2 cosxdx + 1 4 ∫ e x 2 cosxdx = e x 2 senx + 1 2 e x 2 cosx 5 4 ∫ e x 2 cosxdx = e x 2 senx + 1 2 e x 2 cosx ∫ e x 2 cosxdx = 4 5 e x 2 senx + 2 5 e x 2 cosx. Assim, finalmente encontramos y(x) = 2e− x 2 ( 4 5 e x 2 senx + 2 5 e x 2 cosx ) + Ce− x 2 = 8 5 senx + 4 5 cosx + Ce− x 2 . Aplicando y(0) = −1 segue que y(0) = 8 5 sen0 + 4 5 cos 0 + Ce− 0 2 = 4 5 + C = −1 ⇒ C = −9 5 . Portanto, y(x) = 85 senx + 4 5 cosx− 95e− x 2 . A equação dos pontos críticos da solucão y(x) é y′(x) = 0 i.é, 8 5 cos x− 4 5 sen x + 9 10 e−x/2 = 0 Certamente é uma equação bastante difícil de ser resolvida pelos procedimentos ususais do Ensino Médio, ou mesmo do Cálculo I. Comentário: O objetivo do restante desta solução é mostrar como as ferramentas dos programas de computação mate- mática usuais são instrumentos muito importantes para nos auxiliar aentender as solucões das equa- ções diferenciais. Muitas vezes, são os únicos instru- mentos de que dispomos para resolver (aproximada- mente) as próprias equações.. Para encontrar o primeiro ponto de máximo para x > 0, utilizaremos o programa de computação algébrica Maxima. 1. Primeiramente, vamos definir a função y(x) = 85 senx + 4 5 cosx− 95e− x 2 : f(x):= 8/5*sin(x)+4/5*cos(x)-9/5*exp(-x/2); Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2009/1 8 2. Agora, vamos plotar o gráfico de y(x) no intervalo [0, 10]: plot2d(f(x),[x,0,10]); Obtemos: -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 0 2 4 6 8 10 8/5*sin(x)+4/5*cos(x)-9/5*exp(-x/2) 3. Percebemos que o primeiro ponto de máximo para x > 0 pertence ao intervalo [0, 2]. Para encontrar tal ponto, vamos tomar a derivada de y(x) diff(f(x),x); e resolver a equação y′ = 85 cosx− 45 senx + 910e− x 2 = 0 em [0, 2]: find_root(8/5*cos(x)-4/5*sin(x)+9/10*exp(-x/2)=0,x,0,2); Assim, o Maxima nos responde com o valor 1.364311696693293 Por último, vamos determinar a imagem de x = 1.364311696693293: f(1.364311696693293); Obtendo, assim, o valor .8200819137435496. Logo, o primeiro ponto de máximo é o ponto (1.364311696693293, .8200819137435496). Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2009/1 9 Exercício 6 A função definida por Erf(x) = 2√ pi ∫ x 0 e−t 2 dt é chamada de função erro. Mostre que y(x) = ex 2 + 1 2 ex 2√ pi Erf(x) é a solução de dy dx − 2xy = 1 y(0) = 1 Solução: Por um lado y′(x) = 2xex 2 + xex 2√ pi Erf(x) + 1 2 ex 2√ pi 2√ pi e−x 2 = 2xex 2 + xex 2√ piErf(x) + 1 Por outro lado, é imediato que 2xy + 1 = 2xex 2 + xex 2√ piErf(x) + 1 Além disso, claramente ex 2 + 1 2 ex 2√ pi Erf(x) ∣∣∣ x=0 = e0 2 + 1 2 e0 2√ pi Erf(0) = 1 o que conclui o exercício. Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2009/1
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