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Antipsicóticos Profa Dra Halyka L. F. V. Seródio O que é Psicose? • Psicose é o estado no qual o indivíduo perde o contato com a realidade. • Se caracteriza por apresentar: – Alucinações – Ilusões – Delírios – Transtornos do pensamento formal. Esquizofrenia • Transtorno psicótico caracterizado por: – Perda do contato com a realidade – Deteriorização do nível de funcionamento na vida diária – Desintegração que se manifesta como transtorno de sentimentos, pensamentos e conduta. – Mistura de sentimentos. Possuem sintomas positivos e negativos!!! Esquizofrenia • Está muito ligado a genética. • Prevalência: 0,5 a 1,5% população mundial. • Presente em todos os países e diferentes populações. – Homens: primeira metade dos 20 anos – Mulheres: no final da casa dos 20 anos Diagnóstico • O diagnóstico é puramente clínico: – Observações comportamentais – Experiências mentais anormais – Descartadas outras doenças Não existem sintomas constantes e exclusivos dessa doença. Sintomas positivos • Agitação e insônia • Alucinações • Delírios • Transtornos de pensamento • Desorganização do discurso • Desorganização do comportamento. Sintomas negativos • Afastamento do contato social • Embotamento afetivo: emoção reduzida, voz monótona e mímica facial empobrecida • Falta de iniciativa • Pobreza de linguagem Disfunção cognitiva • Alteração da memória • Alteração da atenção • Alteração das funções executivas. Sintomas afetivos • Afeto inapropriado • Desmoralização • Ideias de suicídio • Disforia. Esquizofrenia Hipótese da disfunção no neurodesenvolvimento. Evidências: 1. Exposição fetal ao vírus influenza durante o 2 trimestre 2. Complicações obstétricas 3. Baixo peso ao nascer Tipos de esquizofrenia • Catatônica: rigidez, excitação, posturas bizarras, maneirismo • Hebefrênica: incoerência, desagregação dos pensamentos, afeto incongruente, discurso desorganizado, afeto embotado. • Paranóide: delírios de perseguição, alucinações auditivas, violência, ansiedade, alteração nas relações pessoais. • Residual: afastamento social, inadequação afetiva, comportamento excêntrico. • Indiferenciada: quando preenche mais de um critério. Teorias da esquizofrenia • Abordagem neuroanatômica – Aumento do tamanho ventricular – Diminuição do córtex pré-frontal e hipocampo – Diminuição do tamanho do neurônio – 30-50% de diminuição na expressão de mielina no córtex pré-frontal e hipocampo. • Abordagem dopaminérgica – Aumento da atividade dopaminérgica agrava a esquizofrenia (anfetaminas e levodopa) – Densidade de receptores dopaminérgicos está aumentada em cérebros de esquizofrênicos não tratados – Antipsicóticos bloqueiam receptores D2. – Aumento da dopamina está relacionado com a esquizofrenia. Teorias da esquizofrenia Transmissão dopaminérgica • Abordagem serotoninérgica: – Efeitos alucinógenos do LSD (agonista parcial de receptores 5HT2A) – A fase inicial da esquizofrenia seria marcada por anormalidades envolvendo alterações nos receptores 5-HT2A, nas fases mais avançadas seria o envolvimento dos sistemas serotoninérgicos, dopaminérgicos e glutamatérgicos. – Antipsicóticos atípicos bloqueiam mais 5HT2A que D2. – Aumento da atividade da serotonina está relacionado com a esquizofrenia. Teorias da esquizofrenia • Abordagem glutamatérgica: – Fenciclidina: antagonista NMDA induz psicose semelhante a esquizofrenia. – Diminuição da concentração de glutamato no córtex e hipocampo. – Antagonistas NMDA: aumenta DA no córtex pré- frontal e estruturas subcorticais. – Diminuição da atividade glutamatérgica está relacionada com a esquizofrenia. Teorias da esquizofrenia Antipsicóticos • Também chamados de Neurolépticos, antiesquizofrênicos ou tranquilizantes maiores. • São utilizados para o tratamento da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos como por exemplo transtorno psicótico induzido por drogas, delírios, estado de mania. • Agem bloqueando, principalmente, receptores de dopamina e serotonina, menos de histamina (H1), alfa adrenérgico e colinérgico (M1). Tratamento? Antipsicóticos Classificação dos antipsicóticos • 1 geração ou típicos – Fenotiazina (clorpromazina) – Tioxanteno (flupentixol) – Butirofenona (haloperidol) • 2 geração ou atípicos – Benzamidas – Difenilbutilpiperidinicos – Dibenzoazepínicos (clozapina) – Benzisoxazólicos (risperidona) – Tienobenzodiazepínicos (olanzapina) – Benzotiazolilpiperazínicos – Dibenzodiazepínicos (quetiapina) Antipsicóticos típicos- 1 geração • Fenotiazinas: clorpromazina, tioridazina, flufenazina e perfenazina. • Butirofenonas: haloperidol, droperidol. • Tioxantenas: flupentixol. Todos são antagonistas de D2. 1 geração • Inibe as 4 vias dopaminérgicas, • Bloqueio da via mesolímbica: causa melhora nos sintomas positivos. • Bloqueio da via mesocortical: causa piora dos sintomas negativos. • Bloqueio da via nigroestriatal: causa síndrome extrapíramidal (parkinsonismo e discinesia tardia) • Bloqueio tuberoinfundibular: inibe a liberação da prolactina, causando hiperprolactinemia. 1 geração • Bloqueiam os receptores D2 causando: –↓ hiperatividadedopaminérgica na região mesolímbica : melhora dos sintomas positivos. – Bloqueio dos receptores D2 nas outras vias dopaminérgias: bloqueio de H1, muscarínicos e α1- adrenérgico : causa efeitos adversos. 1 geração • Usados no tratamento dos sintomas positivos por bloqueio dos receptores D2 na via mesolímbica • Também produzem efeitos extrapiramidais causando: – Acatisia (síndrome das pernas inquietas) – Distonia (espasmos nos músculos da língua, face e pescoço) – Parkinson farmacológico (rigidez muscular e tremores) 1 geração • Aumenta a produção da prolactina, causando amnorreia e galactorreia e ginecomastia. • Os antipsicóticos de 1 geração são antagonistas de D2, α1, M1 e H1. Ex: haloperidol, tioridazina e clorpromazina. Efeitos adversos das 1 geração • Anticolinérgico-muscarínico – Perda da acomodação visual – Boca seca – Constipação e dificuldade de urinar • Bloqueio alfa 1 adrenérgico – Hipotensão ortostática – Disfunção erétil e retardo na ejaculação • Bloqueio H1 histaminérgico – Sedação – Ganho de peso Antipsicóticos atípicos- 2 geração • Clozapina • Olanzapina • Quetiapine • Ziprasidone • Risperidona. 2 geração • Bloqueiam os receptores 5HT2A e D2 • Efeitos farmacológicos: – São mais eficazes no alívio dos sintomas negativos – Também são eficazes no alívio dos sintomas positivos – Praticamente não produzem efeitos extrapiramidais – Eficazes em pacientes resistentes aos antipsicóticos típicos. 2 geração • Bloqueiam os receptores D1 e D2, 5HT2A, 2C e 3, M1, H1 e α1. • Bloqueiam mais eficiententemente o 5HT2A que D2. • Ex: olanzepina, quetiapina, risperidona e clozapina. • Eficazes qdo os pacientes não respondem aos típicos, não produzem discinesias tardias, eficazes nos sintomas negativos, melhoram a função cognitiva, e baixa incidência de sintomas extra piramidais. Uso terapêutico • Nos transtornos esquizofrênicos – Clozapina: somente em caso de refratariedade – Escolha: preço e perfil dos efeitos adversos X características do paciente – Tratamento agudo: haloperidol (IM) + BZD = barato. Uso terapêutico • Em outros transtornos psiquiátricos – Uso dos atípicos: transtorno do humor > esquizofrenia!! • Mania aguda: todos os atípicos são eficazes. • Transtorno bipolar: manutenção transtorno bipolar I (olanzapina), depressão bipolar (olanzapina+ fluoxetina, quetiapina) • Depressão unipolar: típicos (tioridazina) e atípicos (coadjuvante e potencializador olanzapina e quetiapina)
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