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UNIDADE IV Cozinha Francesa 1 COZINHA FRANCESA UNIDADE 4 PARA INÍCIO DE CONVERSA Querido(a) estudante! Chegamos ao fim da nossa disciplina Cozinha Francesa. Foi rápido, porém prazero- so, não é verdade? Lembrando que na unidade 3, você aprendeu sobre a evolução da Cozinha Francesa a partir dos diferentes momentos históricos vividos pela França, o trabalho intensivo dos chefs de cuisine franceses e a eclosão dos restaurantes que fizeram surgir um modo à mesa sofisticado cognominado service à la française. Ainda, verificamos que na França o vinho além de bebida eleita e apreciada nas refeições em combina- ção com a comida, o mesmo também é bastante utilizado no preparo dos pratos regionais e clássicos da cozinha francesa. ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA Nesta unidade 4, vamos aprofundar essa sofisticação na Cozinha Francesa através de suas técnicas culi- nárias e verificar como a Pâtisserie francesa tornou-se sinônimo de sabor e sofisticação. Ainda, vamos aprender a executar uma das classes de massas (pâtes) mais importantes da culinária francesa, que são as chamadas “massas arenosas” ou “massas esfareladas” (brisée e sucrée) as quais são amplamente utilizadas no preparo de tartes, quiches e tantas outras especialidades da Pâtisserie francesa. PÂTISSERIE NA FRANÇA A Pastelaria (Pâtisserie) teve sua evolução na França a partir dos banquetes palacianos no período de Catarina de Médici, no século XVI, e se tornou parte importante da culinária francesa, sobretudo à mesa, no serviço de sobremesa (dessert) e mesmo no momento do café, desde os refinados entremets variados aos gâteaux maison, bolos caseiros, simples e tradicionais, e os petits fours que enaltecem a grandeza de uma refeição francesa. A produção intensiva de açúcar no século XVI no continente americano fez com que o mel, principal elemento da doçaria romano-gálica e medieval, fosse substituído gradualmente, sen- do empregado somente em receitas típicas como o pain d’épice, o bolo de mel e especiarias tradicional das regiões de Bourgogne, Champagne, Alsace e Lorraine. A presença de pasteleiros italianos na corte de Henrique II e Catarina de Médici fez com que diferentes especialidades da pâtisserie se desenvolvessem em solo francês. Assim, a pastelaria francesa, sobretudo a baseada nas confiseries e confitures, se desenvolveria e teria grande aceitação graças a iguarias como as pâte d’amande, o marzipã, as balas, o pain d’épices, a pâte à choux, as frutas e flores confitadas e cristalizadas. A partir daí aumentaria constantemente em solo francês e, para aqueles que pudessem adquirir tais produtos, o consumo do açúcar e das amêndoas, cuja combinação fez surgir diferentes especialidades da pâtisserie clássica, como os macarons, os succès, as daquoises, os financiers, entre outros. Em 1566, a profissão de pâtissier (pasteleiro) seria reconhecida e entendida diferenciada frente à atuação profissional do cuisinier (cozinheiro) e do officier de bouche (o modelo de chef primordial, encarregado dos 2 banquetes e entretenimento). O pâtissier faz parte da brigada de cozinha profissional e ele é o responsá- vel pelas sobremesas e todas as preparações doces (entremets, sorbets, glaces, friandises entre outros), além de todo tipo de massas (pâtes) doces e salgadas, se necessário. Na ausência do boulanger (padeiro), o pâtissier pode elaborar as massas levedadas (pâtes lévées) para o preparo de brioches e outros tipos de pães. O surgimento dos cafés em território francês no século XVII também oportunizou o desenvolvimento da pâtisserie na França. O café como bebida chegaria à Europa em 1620, através dos comerciantes venezia- nos que comerciavam com o leste do Mediterrâneo. Em 1669, o embaixador turco em Paris, Soliman Aga, iniciou Luís XIV no prazer do café. O primeiro café parisiense, atualmente em atividade como restaurante, foi inaugurado em 1686, por um siciliano chamado Francesco Capelli, cognominado Procópio e que, alguns anos depois, seria afrancesado para Procope o nome do café aberto na rua des Fosses Saint-Germain, em Paris. Obras como Traité de l’usage du Caphé, du Thé et du Chocolate (1671) e Pastissier François (1672), de D’Audiger, impulsionariam o consumo do café e a elaboração de especialidades doces as quais acompa- nhavam estas bebidas. O cardápio dos cafés variava muito numa época onde apareceram outras iguarias como o chocolate e o chá. Alguns cafés especializaram-se em sobremesas geladas e sorvetes, enquanto outros ofereciam preparações das vienoisseries, à base de massas folhadas, recheadas com crèmes e pastas de amêndoas e nozes. O reinado de Luis XV, no século XVIII seria conhecido como “Reinado de Açúcar”. Apesar da produção de açúcar existir notadamente desde que os cruzados se apoderaram das plantações árabes (séc. XIII), o açúcar da cana-de-açúcar, conhecido em França por cannamel, penetra profundamente neste período em todas as classes sociais, devido também à grande produção nas Antilhas e Caraíbas. A produção de compotas e geleias de frutas e flores, e o surgimento dos merengues seriam notáveis à época de Luís XV. Durante seu governo, surgiriam obras como Cannaméliste Français (1751), de Gilliers, a qual enfatizava o preparo de bonbons, nougats, biscoitos e friandises, entre compotas e geleias; e Art de bien faire les Glaces d’Office (1768), de Emy, que levaria ao conhecimento público o preparo de sorbets e sorvetes, os quais foram servidos pioneiramente no café Procope de Paris. Os banquetes palacianos e mesmo os banquetes oficiais do período do Império Napoleônico deram impul- so à arte da pâtisserie, tendo como seu maior expoente o jovem Marie-Antoine Câreme, autor inclusive do Pâtissier Royal (1815), e que tornou as pièces-montées um fenômeno à mesa francesa, onde peças or- namentais açucaradas como as coquembouches de profiteroles e macarons. As preparações da pastelaria francesa deveriam ser elaboradas como peças de arte e embelezar as mesas dos grandes banquetes. O grande chef pâtissier Jules Gouffé, em seu Le livre de Pâtisserie (1873), destacou que o pasteleiro deve conhecer do desenho, da escultura e da arquitetura, para que possa exercer sua imaginação e as técnicas da pâtisserie para que o sabor tome forma. A mudança de hábitos à mesa pela sociedade francesa no século XVIII, logo depois da Revolução fran- cesa, estabeleceu gradualmente o costume do almoço, que podia incluir até três entradas e três pratos principais, muito embora o jantar representasse a refeição principal. A maior parte das vezes era servido à la française, ou seja, o primeiro prato era colocado na mesa e mantido quente sobre os rechauds, antes de os convivas se sentarem à mesa. Este incluía hors-d’oeuvres, sopas e assados. Seguiam-se assados quentes e frios, bem como empadas, saladas, legumes e os primeiros doces, os entremets. Por fim, eram servidos os desserts, as sobremesas, como bolos e tortas. A pâtisserie ganharia, portanto, seu espaço de excelência na cozinha clássica francesa, tornando-se especializada, simples e refinada conforme os gostos e o regionalismo. 3 Massas base (pâtes de base) da pâtisserie francesa As massas são, junto com os crèmes e os appareils (espécies de cremes e pastas de base para diferentes receitas clássicas francesas), os elementos de base essenciais dentro da pâtisserie francesa. Os ingre- dientes que entram na composição de diferentes receitas, clássicas ou contemporâneas, são combina- dos com estes 3 elementos supracitados, a fim de possibilitar a criação de deliciosas receitas. Assim, diferentes e variadas receitas são desenvolvidas apenas pela simples modificação dos ingredientes que compõem os recheios (farces) e coberturas (garnitures), denotando assim a arte inventiva da pâtisserie. Nesta unidade 4, vamos abordar as chamadas “massas arenosas” ou “massas esfareladas” (pâte brisée e pâte sucrée), denominadasna França de pâtes séches (massas secas) ou mais especificamente de pâtes à foncer (por serem empregadas para forrar formas de tortas). Estas massas empregam a técnica clássica da Pâtisserie francesa denominada sablage, na qual desenvolvemos uma espécie de “farelo” ao misturar com auxílio dos dedos a manteiga com a farinha de trigo. Ainda, para estes tipos de massas (pâtes), podem ser empregadas as técnicas de fraissage e cremage (esta última é mais empregada no preparo de massas para tortas doces, como Gâteau Basque e Tarte Tatin). A fraissage consiste em friccionar, com o auxílio das mãos ou de uma espátula, a massa pronta contra a superfície de uma bancada após a incorporação de todos os ingredientes. Esta não é uma técnica obrigatória, uma vez que a sablage bem executada garante a homogeneização da massa. Para a cremage, as gemas, o açúcar e a manteiga são batidos primeiro para seguir à incorporação da farinha de trigo pouco a pouco, obtendo-se, assim, uma massa mais leve, cremosa e macia. Os ingredientes básicos para as massas esfareladas são, conforme o de maior quantidade para o de menor quantidade: farinha de trigo, manteiga, gemas, leite ou água fria. Os ingredientes líquidos, como leite ou água não devem ser utilizados em grande quantidade uma vez que a hidratação dos grânulos da farinha de trigo e o processo de manipulação da massa podem deixá-la mais resistentes. Como falamos anteriormente, o açúcar é o ingrediente que diferencia a pâte brisée da pâte sucrée. A farinha de trigo deve ser a do tipo branca, com baixo teor de proteína e peneirada antes de seu uso. A manteiga deve ser de boa qualidade, não rançosa e deve estar fria e macia, no momento de preparo da massa; a manteiga deve ter a textura de pomada (beurre pommade), pois dura demais pode dificultar a homogeneização desta com a farinha de trigo e, se mole demais, pode deixar a massa muito elástica. Na pâtisserie francesa existe uma diversidade de massas, tais como: § Pâte brisée, pâte sucrée, pâte sablée (empregadas no preparo de tortas doces e salgadas); § Pâte à paté (empregadas para se fazer coberturas em patês e terrines); § Pâte a crêpes (utilizadas no preparo dos tradicionais crêpes e de onde advém os blinis e waffles, con- forme a textura da massa); § Pâte feuilléttée (a massa folhada propriamente dita, muito utilizada no preparo de diferentes tipos de folhados, as chamadas vienoiseries); § Pâte à choux/à bombe (empregadas para se fazer os profiteroles, carolinas, éclairs e bombas); § Pâte à gâteaux séches (massas elaboradas pelo método de sablage e cremage as quais compõem os diferentes tipos de biscoitos, sablés, petit fours e todo tipo de friandises – biscoitos variados). 4 Muitas dessas massas compõem as famosas sobremesas francesas como: profiteroles, Paris-Brest, tarte Saint-Honoré, crêpe Suzette, mille-feuille, entre outras. PARA REFLETIR As sobremesas tradicionais francesas são elaboradas a partir da combinação de múltiplas técnicas clássicas da pâtisserie francesa em uma única preparação, como os entremets (espécie de tortas que combinam diferentes elementos da pâtisserie). A industria- lização maciça dos alimentos, sobretudo das sobremesas tem dividido espaço à mesa dos consumidores frente às sobremesas feitas de forma artesanal. Acesse e leia o texto via este link, o qual demonstra que a apesar da pastelaria artesanal se sentir acuada pelo aumento da concor- rência da indústria, ela se desenvolve cada vez mais, aliando o savoir-faire francês às novas tecnologias. Clique aqui. Boa leitura! Em pâtisserie, na execução dos diferentes tipos de massas (pâtes), diferente da boulangerie (segmento da Gastronomia francesa voltada para a elaboração de pães), a farinha de trigo deve conter baixos teores de proteínas, a fim de que não haja uma formação de glúten que tornará a massa mais rígida e menos quebradiça, característica esta que é desejada para as preparações culinárias que fazem uso das “massas esfareladas”. GUARDE ESSA IDEIA! Cada tipo de farinha contém proteínas formadoras de glúten, e quando há a mistura com água, à massa adquire certo nível de força e resistência, além da elasticidade ca- racterística. Esta propriedade é interessante no preparo das massas fermentadas (pâte levée), do tipo empregadas na panificação (boulangerie). Na pâtisserie, as massas não devem ser preparadas com farinhas de trigo muito proteicas e também a massa não deve ser demasiadamente trabalhada com as mãos, a fim de evitar a formação de glú- ten e a obtenção de uma massa mais resistente, como uma massa de pão. DICAS Para assegurar à textura arenosa e quebradiça das massas brisée, sucrée e sablée, a técnica de sablage e fraisage não deve ser longamente executada, evitando-se assim a formação do glúten e o desenvolvi- mento de uma massa elástica e resistente. Na atualidade, batedeiras e processadores de alimentos são empregados no preparo dessas massas esfareladas, da qual se obtém ótimos resultados, uma vez que permitem a obtenção imediata de massas homogêneas. A pâte brisée é frequentemente empregada no preparo de diferentes tipos de tortas salgadas (quiches, tartes, gâteau, entre outras), enquanto a pâte sucrée se diferencia da anterior por levar açúcar em sua composição e ser diretamente utilizada no preparo de tortas doces (tartes, tartelettes, barquettes, entre 5 outras). Abaixo, são apresentadas as Fichas Técnicas de Preparo para ambas as massas. No Livro-texto (BUP) você encontrará um capítulo que aborda o preparo dessas massas clássicas da pâtisserie francesa. Faça a leitura do texto, a fim de aprofundar seus conhecimentos acerca do tema. PÂTE BRISÉE 1 kg de farinha de trigo 20 g de sal 200 mL de água fria 4 gemas 500 g de manteiga sem sal 50 gramas de farinha de trigo (para enfarinhar a su- perfície de trabalho) Peneire a farinha de trigo sobre uma superfície; adicione a manteiga fria e misture com as pontas dos dedos até formar uma massa esfarelada; for- me uma fonte e coloque no centro desta a água e as gemas; misture todos os ingredientes, a partir do interior da fonte; misture bem até homogenei- zar e forme uma bola; cubra com filme plástico e mantenha em local refrigerado até o momento de utilizar. Tempo de preparo: 20 minutos Tempo de descanso: 30 minutos (mín.) Rendimento: 5 tortas de 28cm de diâmetro Quadro 1. Ficha técnica de preparo da pâte brisée. Fonte: Criação do professor A pâte sucrée é considerada uma derivação da pâte brisée (visto que este tipo de massa também pode ser empregada no preparo de pratos doces, bastando adicionar açúcar à massa). A pâte sucrée é um tipo de massa que pode ser utilizada para assar sozinha, na forma, sem a necessidade de se colocar os recheios antes de ir ao forno (cuire à blanc), sendo empregada desta maneira para o preparo de fundos de tartes. Existem 2 tipos de métodos que podem ser empregados no preparo desta massa clássica, utilizando ovos inteiros ou simplesmente as gemas. A diferença está no conteúdo de água disponibilizada pela clara do ovo na execução da massa e que afeta a sua textura. Veja os dois tipos de receitas conforme as Fichas Técnicas de Preparo apresentadas nos quadros 2 e 3. PÂTE SUCRÉE (MASSA COM OVOS INTEIROS) 1 kg de farinha de trigo 10 g de sal 400 g de açúcar refinado 5 ovos 500 g de manteiga sem sal 50 gramas de farinha de trigo (para enfarinhar a su- perfície de trabalho) Peneire a farinha de trigo e o açúcar sobre uma superfície; adicione a manteiga fria e misture com as pontas dos dedos até formar uma massa esfarelada; forme uma fonte e coloque no centro os ovos; misture todos os ingredientes, a partir do interior da fonte; misture bem até homogenei- zar e forme uma bola; cubra com filme plástico e mantenha em local refrigerado até o momento de utilizar. Tempo de preparo: 20 minutos Tempo de descanso:30 minutos (mín.) Rendimento: 5 tortas de 28cm de diâmetro Quadro 2. Ficha técnica de preparo da pâte sucrée, com ovos inteiros. Fonte: Criação do professor 6 PÂTE SUCRÉE (MASSA COM GEMAS) 1 kg de farinha de trigo 10 g de sal 200 mL de água fria 400 g de açúcar refinado 4 gemas 500 g de manteiga sem sal 50 gramas de farinha de trigo (para enfarinhar a superfície de trabalho) Peneire a farinha de trigo e o açúcar sobre uma su- perfície; adicione a manteiga fria e misture com as pontas dos dedos até formar uma massa esfarela- da; forme uma fonte e coloque no centro a água e as gemas; misture todos os ingredientes, a partir do interior da fonte; misture bem até homogenei- zar e forme uma bola; cubra com filme plástico e mantenha em local refrigerado até o momento de utilizar. Tempo de preparo: 20 minutos Tempo de descanso: 30 minutos (mín.) Rendimento: 5 tortas de 28cm de diâmetro Quadro 3. Ficha técnica de preparo da pâte sucrée, com gemas. Fonte: Criação do professor A pâte sablée é uma massa diretamente derivada da massa açucarada (pâte sucrée) e seu método de pre- paro é realizado a partir da sablage, técnica outrora citada. A sua composição rica em açúcar, manteiga e ovos lhe confere uma textura quebradiça e crocante. Ela é empregada no preparo de friandises (classe dos pequenos biscoitos, como petit fours e petit sablés), barquettes e tartelettes. VEJA O VÍDEO! A pâte sablée é uma massa mais esfarelada devido à quantidade de açúcar e manteiga, componentes de sua receita. Neste vídeo é possível observar a técnica de sablage no preparo desta massa versátil. Clique aqui. A pâte sablée pode ser perfumada com baunilha, cacau ou café, conforme o tipo de preparação culinária que se queira executar; assim como se pode empregar fermento químico (20 g para cada 1 kg de farinha de trigo) o qual pode tornar a massa mais aerada enquanto assa no forno. A receita da pâte sablée é apresentada na Ficha Técnica de Preparo no quadro 4. PÂTE SABLÉE 1 kg de farinha de trigo 10 g de sal 500 g de açúcar refinado 4 ovos 500 g de manteiga sem sal 50 gramas de farinha de trigo (para enfarinhar a su- perfície de trabalho) Peneire a farinha de trigo e o açúcar sobre uma superfície; adicione a manteiga fria e misture com as pontas dos dedos até formar uma massa esfarelada; forme uma fonte e coloque no centro os ovos; misture todos os ingredientes, a partir do interior da fonte; misture bem até homogenei- zar e forme uma bola; cubra com filme plástico e mantenha em local refrigerado até o momento de utilizar. Tempo de preparo: 20 minutos Tempo de descanso: 30 minutos (mín.) Rendimento: 5 tortas de 28cm de diâmetro Quadro 4. Ficha técnica de preparo da pâte sablée. Fonte: Criação do professor 7 Ainda, são consideradas massas de base (pâtes de base) na pâtisserie francesa as pâtes molles, como a pâte à choux e a pâte à crêpes, mencionadas acima. PÂTE À CHOUX 1 L de água 20 g sal 50 g de açúcar refinado (opcional) 16 ovos (45g em média cada ovo) 400 g de manteiga sem sal Coloque a manteiga e a água em uma panela e leve ao fogo brando até a manteiga derreter e ini- ciar a ebulição da água; “jogue” a farinha de trigo de uma vez só na panela e misture vigorosamente; mexa constantemente a massa na panela até que esteja totalmente cozida e ligeiramente firme; co- loque a massa em uma tigela e adicione os ovos pouco a pouco até incorporar totalmente na massa e obter uma massa lisa; coloque em um saco de confeiteiro munido de um bico de confeiteiro con- forme o tipo de preparação a ser executada. Tempo de preparo: 20 minutos Tempo de descanso: 30 minutos (mín.) Rendimento: 5 tortas de 28cm de diâmetro Quadro 5. Ficha técnica de preparo da pâte à choux. Fonte: Criação do professor VEJA O VÍDEO! O choux craquelin é uma sobremesa clássica francesa que com- bina duas massas de base com duas técnicas culinárias distintas da pâtisserie tradicional: a pâte à choux (utilizada de forma geral para fazer profiteroles e éclairs) e a pâte à croustillant, a qual é também uma massa arenosa, do tipo pâte à gâteaux séches, empregada no preparo de crumbles e streusels. Neste vídeo, esta preparação é apresenta de forma diferenciada a forma de se fazer uso dessas massas na execução desta sobremesa. Clique aqui. GUARDE ESSA IDEIA! Na pâtisserie francesa é muito comum o uso de técnicas culinárias combinadas em uma mesma preparação culinária, denotando o apuro e refinamento técnico na exe- cução da sobremesa (dessert) pelo pâtissier. A Tarte Saint-Honoré é um clássico da cozinha francesa e combina pâtes (massas) e crèmes (cremes) diferentes na elaboração desta especialidade, como a Pâte Feuillettée (também pode ser utilizada a Pâte Brisée) + Pâte à Choux + Crème Chiboust + Crème Pâtissière + Glaçage au Caramel. 8 PÂTE À CRÊPES 1 L de leite 500 gramas farinha de trigo 10 g sal 50 g açúcar refinado (opcional) 16 ovos (45g em média cada ovo) 100 g manteiga sem sal derretida Misture o leite com a farinha de trigo e adicione os demais ingredientes pouco a pouco, misturando vigorosamente até obter uma massa homogênea; mantenha em local refrigerado de 30 minutos a 1 hora até o momento de preparar as crêpes. Tempo de preparo: 20 minutos Tempo de descanso: 30 minutos (mín.) Rendimento: 5 tortas de 28cm de diâmetro Quadro 6. Ficha técnica de preparo da pâte à crêpes. Fonte: Criação do professor PALAVRAS FINAIS Nesta unidade 4, você aprendeu sobre as técnicas culinárias da pâtisserie francesa no preparo das pâtes de base (massas de base) também foram abordadas e, você verificou a diversidade de massas e sobre- mesas que são elaboradas a partir dessas receitas de base ou da combinação das diferentes técnicas da pâtisserie clássica. Você aprendeu também que os elementos de base da pâtisserie, como as diferentes massas, cremes e ingredientes flavorizantes e embelezadores podem, através da aplicação de técnicas culinárias adequa- das, proporcionar a criação de sofisticadas sobremesas (desserts), entremets e outras especialidades da pâtisserie clássica. Sempre que você achar necessário, releia o conteúdo desta unidade 4 e faça um aprofundamento dos seus estudos com o livro-texto para consolidar as informações obtidas. Lembre-se! Em caso de dúvida(s), em qualquer unidade, procure o(a) tutor(a)! Desejo a você sorte na sua vida pessoal, acadêmica e profissional! Bons estudos! 9 10
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