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Gestão de Processos e Indicadores de Desempenho - Aula03

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3ºAula
Modelagem de Processos
Nesta aula, vamos ampliar o nosso conhecimento 
sobre a modelagem de processos, verificaremos a 
importância da modelagem de processos, e vamos 
aprender a identificar e evitar problemas com a 
modelagem de processos.
Mãos a obra!
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• entender o que é a modelagem de processos;
• conhecer a importância da modelagem de processos;
• utilizar as notações da modelagem de processos; 
• entender as abordagens que envolvem a modelagem de processos;
• identificar e evitar problemas com a modelagem de processos.
Gerenciamento de P. e Indicadores de Desempenho 20
1 – Conceito e importância da Modelagem de Processos
2 – A Modelagem de Processos na visão do BPM CBOK
3 – Notações de modelagem de processos
4 – Problemas com modelagem de processos
Seções de estudo
1 - Conceito e importância da 
Modelagem de Processos
2 - A Modelagem de Processos na 
visão do BPM CBOK
A modelagem de processos de negócio é o primeiro passo 
do processo de BPM, a qual é responsável pela reengenharia 
de processos, que, por sua vez, tem como objetivo entender e 
explicitar como funcionam os processos de uma organização, 
bem como controlá-los e monitorá-los, auxiliando também 
na análise de alguns aspectos e tomada de decisões através da 
simulação do comportamento de algumas partes (ENOKI, 
2006). 
Savén (2002) define a técnica de modelagem como 
“um conjunto de formalismos para representar as frações de 
conhecimento que devem ser transmitidas, e ainda, como um 
método específico para construir o modelo”. 
Já de acordo com a ABPMP (2013), a modelagem de 
processos de negócio pode ser definida como “o conjunto 
de atividades envolvidas na criação de representações de 
processos de negócio existentes ou propostos, podendo 
prover uma perspectiva ponta a ponta ou uma porção dos 
processos primários, de suporte ou de gerenciamento”. 
Basicamente, mapear processos é listar os fluxos de 
informações, materiais e trabalho ao longo das atividades 
executadas em um processo produtivo, e registrá-los de forma 
que possam ser entendidos por outras pessoas interessadas 
em seu conhecimento. Explicitando informações como as 
entradas, saídas e tarefas que estão relacionadas, e todos os 
passos dos processos (COSTA; POLITANO, 2008).
Ainda segundo Costa e Politano (2008) “o propósito 
da modelagem é criar uma representação do processo de 
maneira completa e precisa sobre seu funcionamento”. Por 
esse motivo, o nível de detalhamento e o tipo específico de 
modelo têm como base o que é esperado da iniciativa de 
modelagem. Um diagrama simples pode ser suficiente em 
alguns casos, enquanto um modelo completo e detalhado 
pode ser necessário em outros.
A modelagem de processos provê para as organizações 
a capacidade de entender seus procedimentos internos de 
negócio de forma gráfica, possibilitando assim a comunicação 
dos procedimentos de forma padrão. Esta representação 
gráfica deve ser de fácil entendimento e de fácil transferência 
para o conhecimento explícito para quem estiver visualizando 
o modelo (TESSARI, 2008). Desta forma, é capaz de fornecer 
também uma visão que permite identificar e desenvolver 
melhorias.
Enoki (2006) expõe que a modelagem e o desenho 
do processo passam a ser o pilar básico dos processos de 
uma organização, reforçando a importância em manter a 
qualidade. Neste sentido, pode-se listar algumas características 
para a modelagem que auxiliam a manter a qualidade, 
como: expressar-se com vocabulário claro, fácil e suficiente; 
demonstrar os múltiplos níveis de processo; trabalhar sempre 
com as mesmas unidades de representação.
Neste sentido, Aalst et al. (2000) propõem diretrizes que 
podem ser usadas para comprovar a qualidade da modelagem: 
1. Aderência – a gramática utilizada é completa;
2. Relevância – selecionou um objeto relevante e 
utilizou uma técnica de modelagem que contém apenas as 
informações necessárias;
3. Clareza – a terminologia, denominações e visualização 
são claras e legíveis para os usuários; 
4. Comparabilidade – utiliza uma linguagem 
padronizada; 
5. Estruturação Sistemática – demonstra 
adequadamente a integração entre os modelos de processos e 
modelos de informações e a realidade.
Segundo Enoki (2006) todas as ferramentas de modelagem 
são capazes de promover a visualização dos processos e 
como eles interagem através da representação de toda a sua 
complexidade fazendo uso da tecnologia da informação da 
melhor forma possível. Ainda assim, nenhuma ferramenta, 
isoladamente, é capaz de evidenciar todas as características de um 
modelo de negócios real, que deve conter os aspectos estáticos 
(organizacional e informacional) e dinâmicos (comportamental, 
avaliação e controle) de um dado processo de negócio.
Faz-se o uso de ferramentas gráficas para representar 
os processos por proporcionarem fácil visualização tanto da 
sequência de atividades, como da forma como as atividades se 
encaixam.
A modelagem de processos alia o foco do BPM em 
desenvolvimento e execução com o monitoramento e 
execução da estratégia, através de um equilíbrio integrado, 
que irá conectar melhor a estratégia à execução em tempo 
real para melhorar a capacidade de resposta. Desta forma, 
necessita de um conjunto de habilidades e técnicas para 
permitir compreender, comunicar e gerenciar componentes de 
processos de negócio.
Segundo a ABPMP (2013) a modelagem de processos é 
uma atividade fundamental para o gerenciamento da organização.
2.1 - Participantes da modelagem 
Desenvolver modelos de processos envolve vários papéis 
devido à ampla variedade de usos desses modelos, podendo 
envolver muitas pessoas em diversos papeis dentro da empresa. 
Os modelos podem ser criados por indivíduos ou por grupos, 
que descrevem o escopo e a profundidade do negócio que estão 
tratando. Normalmente haverá um facilitador, um modelador e 
vários especialistas envolvidos para auxiliar neste detalhamento 
das atividades, podendo ser a liderança executiva, a gerência 
intermediária ou os executores que realmente realizam o 
trabalho sendo modelado (ABPMP, 2013).
2.2 - Níveis de processos
As informações sobre os processos variam em vários 
21
3 - Notações de modelagem de 
processos
níveis de detalhe, sendo o mais alto deles o processo, que 
representa uma visão lógica das atividades, onde o trabalho e 
o fluxo de trabalho ocorrem. Porém, podem serem atribuídas 
informações específicas aos níveis adequados no modelo de 
processos, que, por sua vez, fornecerão detalhes adicionais 
para o nível imediatamente superior (ABPMP, 2013). Por 
exemplo, no nível de passos da tarefa, há detalhes suficientes 
para conectar regras a ações específicas de atores de processo. 
O número de níveis e seus nomes poderão variar de acordo 
com os métodos e convenções de nomenclaturas utilizados na 
organização. Contudo, o processo deve ser decomposto em 
um nível suficientemente baixo para entender as tarefas que 
ocorrem e como se encaixam para produzir os resultados das 
áreas funcionais. 
A ABPMP (2013) salienta que os processos podem ser 
modelados a partir de várias perspectivas ou pontos de vista, 
segundo as necessidades da organização, mas o BPM cria 
a necessidade de desenvolver modelos que integrem essas 
diferentes perspectivas. 
2.3 - Abordagens de modelagem
As abordagens de modelagem de processos podem ser 
de cima para baixo (top-down), do meio para fora (middle-
out) ou de baixo para cima (bottom-up), variando de acordo 
com o propósito e escopo do esforço, os quais devem ser 
determinados para que se aplique a melhor abordagem.
As abordagens de baixo para cima são centradas em 
fluxos de trabalho e tarefas, portanto, apresentam melhor 
resultado quando se busca modelar o funcionamento deáreas 
funcionais. Já a abordagem de cima para baixo é mais indicada 
para processos que seus esforços de transformação começam 
com o desenvolvimento de um modelo de estado futuro e, em 
3.1 - Diagrama, mapa ou modelo de 
processos 
Apesar de rotineiramente serem utilizados como 
sinônimos, diagrama, mapa e modelo são, na prática, 
diferentes estágios de desenvolvimento, cada qual agregando 
mais informação e utilidade para entendimento, análise e 
desenho de processos.
A Figura abaixo traz uma ilustração de como se apresenta 
visualmente cada um deles. 
Figura – representação visual de um diagrama, mapa e modelo
seguida, determinam o que precisa ser feito para implementar 
esse modelo. 
2.4 - Ferramentas de modelagem 
Existem várias ferramentas de modelagem disponíveis 
que vão desde o uso de simples quadros brancos, flip-chart ou 
notas autoadesivas, até ferramentas sofisticadas e especializadas 
de BPM que incluem modelagem e armazenamentos de dados 
para modelos de processos. 
A modelagem de processos pode ser feita de maneira 
eficaz e eficiente usando qualquer tipo de ferramenta, já que 
o foco é o processo e não a ferramenta. Porém, é importante 
que se faça a escolha da ferramenta de modelagem com base 
no contexto mais amplo de aplicação de BPM na organização 
permitindo evolução dos modelos de processos em um 
futuro.
Fonte: ABPMP (2013).
Gerenciamento de P. e Indicadores de Desempenho 22
Um diagrama retrata os principais elementos de um fluxo 
de processo, mas omite detalhes menores de entendimento dos 
fluxos de trabalho. Já um mapa fornece uma visão abrangente 
dos principais componentes do processo e apresenta maior 
precisão do que um diagrama. E, por fim, um modelo 
representa com maior precisão o funcionamento daquilo que 
está sendo modelado, requerendo assim mais dados acerca 
do processo e dos fatores que afetam seu comportamento 
(ABPMP, 2013).
3.2 - Componentes de processos e 
ferramentas 
Componentes de processo especificam propriedades, 
comportamento, propósito e outros elementos do processo. 
Alguns dos componentes de processo e informações que 
modelos de processos podem capturar são: Entradas/saídas; 
Padrões de chegada/distribuições; Eventos/resultados; 
Custos (diretos e indiretos) Valor agregado; Regras de 
entrada; Papéis/organizações; Regras de saída; Dados/
informação; Regras de decisão; Probabilidades; Regras de 
junção; Enfileiramento; Tempo de trabalho/manuseio; 
Tempo de transmissão; Agrupamento; Tempo de espera; 
Número de pessoas disponíveis para desempenhar tarefas 
(ABPMP, 2013).
Algumas ferramentas de modelagem podem ser 
utilizadas para capturar e catalogar componentes de processo 
e informações associadas para organizar, analisar e gerenciar 
o portfólio de processos da organização. As ferramentas de 
modelagem variam em número e tipos de componentes e 
informações que podem capturar, o que afeta os tipos e níveis 
de análise de desempenho de processos que modeladores 
podem realizar. 
3.3 - Notações de modelagem de 
processos
Notação é um conjunto padronizado de símbolos e regras 
que determinam o significado desses símbolos. Existem diversos 
padrões de notação de modelagem e realizar a melhor escolha 
traz vantagens como facilidade no entendimento, consistência 
na forma e no significado do modelo e padronização dos 
modelos de processos. 
Esta seção apresenta a descrição de algumas das notações 
de modelagem comumente encontradas.
3.3.1 - Fluxograma 
Fluxogramas são usados para descrever o fluxo de 
materiais, papéis e trabalho, através de um conjunto simples 
de símbolos para operações, decisões e outros elementos 
de processo. Por meio de símbolos gráficos, representa a 
sequência dos passos de um trabalho de forma a facilitar sua 
análise (BERGMANN; SCHEUNEMANN; POLACINSKI, 
2012). Se utiliza de símbolos previamente convencionados, 
permitindo a descrição clara e precisa do fluxo ou sequência 
de um processo.
A notação para o mapeamento de fluxo mais comum foi 
aprovada como um padrão ANSI em 1970 para representar 
fluxos de sistemas. A Figura a seguir ilustra alguns dos símbolos 
utilizados nos fluxogramas de acordo com o padrão ANSI 
(1970).
Fonte: adaptado de Bergmann; Scheunemann; Polacinski (2012).
23
Como resultado final do fluxograma tem-se um mapa 
contendo os fluxos de informação que permite o perfeito 
entendimento a respeito dos caminhos seguidos pelos dados 
e informações, suas origens e destinos e a qualidade de seu 
conteúdo.
Suas principais características são: poder ser utilizado 
para diferentes situações; apresentar um conjunto simples 
de símbolos; é um método antigo e pode ser considerado 
precursor de notações modernas.
Deve ser utilizado quando deseja-se capturar rapidamente 
um fluxo de processo para compartilhar quando os detalhes 
não exigem documentação; ao iniciar um projeto de 
modelagem sem financiamentos disponíveis para contratar 
ferramentas com recursos mais completos; para desenvolver 
diagramas detalhados para uso em codificação tradicional de 
sistemas.
Algumas de suas vantagens incluem ser bem entendido 
por engenheiros e operários; auxilia a criar consenso em 
uma organização; proporciona o aprendizado rápido sobre o 
processo; é suportado por ferramentas de baixo custo. Porém, 
por outro lado, apresentam algumas desvantagens como as 
variações dos símbolos que os compõem, apesar da influência 
dos padrões ANSI; ser impreciso quando usado para descrever 
processos complexos de negócio; modelos construídos são 
“planos”, exigindo o uso de símbolos de conexão para mostrar 
Fonte: ABPMP (2013).
Fonte: ABPMP (2013).
3.3.2 - Raias de piscina (Swim lanes) 
As raias de piscina são auxílios para a construção de outras 
notações, ou seja, são os caminhos iniciais. Desta forma, são 
muitas vezes incorporadas no BPMN, ou fluxogramas como 
meio para definir o executor responsável pela realização de 
uma ou mais atividades.
Podem ser realizadas através da utilização de linhas 
dispostas horizontal ou verticalmente (raias), as quais 
representam uma área funcional, papel ou, em alguns casos, 
organização externa. Tem o nome de raias de piscina já que, 
essas linhas lembram as faixas de marcação em piscinas de 
natação. 
Ao organizar o fluxo de atividades e tarefas entre essas 
linhas é mais fácil visualizar as entregas intermediárias ao 
longo do trabalho, permitindo um melhor gerenciamento e 
controle destas entregas. A Figura a seguir ilustra como é um 
modelo de raias de piscina.
Figura – fluxo descrito através de raias.
onde segmentos de processo continuam.
A Figura a seguir traz exemplos visuais de cronogramas 
contendo seus símbolos mais usados, apesar da aparência 
poder variar de uma organização para outra. 
Figura – Exemplo de fluxogramas e seus fluxos básicos.
Gerenciamento de P. e Indicadores de Desempenho 24
Suas principais características são representar os 
executores e suas ligações; indicar papéis, organizações, 
sistemas ou qualquer outro executor e as entregas esperadas 
por eles. Deve ser usado quando deseja-se distinguir 
claramente em que ponto a responsabilidade pela execução 
é transferida e para aumentar o entendimento entre as partes 
interessadas no processo.
Suas vantagens são auxiliar os executores do processo 
para que sejam capazes de distinguir seus papéis em relação 
aos demais; definir claramente os pontos de entregas 
intermediárias em um processo; ser capaz de descrever fluxos 
de precedência operacional, material e mensagens. Porém, 
uma de suas desvantagens é tornar-se complexo quando 
há áreas em que a responsabilidade pelo desempenho é 
compartilhada.
3.3.3 - Business Process Model and 
Notation (BPMN) 
Business Process Model and Notation é um padrão 
criado pela Business Process Management Initiative 
(BPMI), incorporado ao ObjectManagement Group 
(OMG), grupo que estabelece padrões para sistemas de 
informação. A simbologia da BMPN permite criar modelos 
de processos de negócio – Business Process Diagrams 
(BPD) para finalidades de documentação e comunicação 
(ABPMP, 2013).
Essa notação apresenta um conjunto robusto de símbolos 
para modelagem de diferentes aspectos de processos de 
negócio. Como na maioria das notações, os símbolos descrevem 
relacionamentos claramente definidos, tais como fluxo de 
atividades e ordem de precedência. De acordo com Tessari 
(2008), um dos desafios da BPMN é criar mecanismos simples 
para a construção de modelos de processos de negócio, mas 
que tenha a capacidade de lidar com a complexidade existente 
nos processos de negócio.
Em BPMN, raias dividem um modelo em várias linhas 
paralelas. Cada uma dessas raias é definida como um papel 
desempenhado por um ator na realização do trabalho. O 
trabalho se move de atividade para atividade seguindo 
o caminho do fluxo de papel a papel. A forma como os 
modelos em BPMN são elaborados deve ser guiada por 
padrões corporativos, caso a visão de longo prazo seja 
a construção de um modelo integrado de negócio da 
organização. Esses padrões devem reger quando e como 
as raias são definidas (papel), como as atividades são 
decompostas, que dados são coletados na modelagem, 
entre outros (COSTA, 2009). 
A Figura a seguir ilustra um processo desenhado a partir 
do método BPMN. 
Figura – Processo a partir do BPMN.
Fonte: ABPMP (2013).
25
FONTE: adaptado de ABPMP (2013).
Suas principais características são apresentar ícones 
organizados em conjuntos descritivos e analíticos para atender 
a diferentes necessidades de utilização; permitir a indicação 
de eventos de início, intermediário e fim; fluxo de atividades 
e mensagens, comunicação intranegócio e colaboração 
internegócio.
Deve ser utilizado quando deseja-se apresentar um 
modelo de processos para públicos-alvo diferentes; simular 
um processo de negócio com um motor de processo; gerar 
aplicações em BPMN a partir de modelos de processos.
Algumas de suas vantagens são a sua versatilidade para 
modelar as diversas situações de um processo e ser suportado 
por ferramentas BPMN. Quanto às suas desvantagens tem-se 
a necessidade de treinamento e experiência para uso correto 
do conjunto completo de símbolos; difícil visualização do 
relacionamento entre vários níveis de um processo; possível 
necessidade de diferentes ferramentas para apoiar diferentes 
subconjuntos da notação.
3.4 - Principais abordagens 
especializadas para modelagem de 
processos 
Fonte: ABPMP (2013).
A seguir são apresentadas duas abordagens usadas em 
iniciativas de modelagem ou de melhoria de processos, as 
quais são consideradas abordagens especializadas, cada uma 
proporciona uma análise de perspectiva organizacional.
A Figura a seguir traz cada notação e sua descrição.
3.4.1 - Cadeia de valor 
A cadeia de valor deve ser utilizada para demonstrar um 
fluxo simples contínuo da esquerda para direita dos processos 
que diretamente contribuem para produzir valor para os 
clientes, por isso é aplicado à modelagem corporativa em nível 
de planejamento (COSTA, 2009). 
De acordo com a ABPMP (2013) as notações de cadeia 
de valor compreendem um conjunto de símbolos usados para 
visualizar a agregação de valor ou passos necessários para se 
atingir um objetivo. Diversas abordagens para cadeia de valor 
empregam seu próprio conjunto de símbolos, mas, em geral, 
são facilmente interpretados e frequentemente empregam 
uma seta ou um traço horizontal para expressar cada passo 
na cadeia. Grupos de passos podem ser sumarizados sob um 
objeto de “processo superior”. 
A Figura a seguir ilustra um exemplo de fluxo de cadeia 
de valor.
Gerenciamento de P. e Indicadores de Desempenho 26
Suas principais características variam conforme 
a ferramenta que está sendo usada, em geral, deve ser 
utilizado quando deseja-se criar uma decomposição de 
processos que se relacionam diretamente com a agregação 
de valor para o cliente e, também, para visualizar níveis 
de processos. Suas vantagens são: ter fácil interpretação 
e leitura; baixa ambiguidade, por representar processos 
simples; pode também ser incrementado com entradas 
adicionais e identificação de saída, ou outras sobreposições, 
tais como financeiras ou de envolvimento organizacional. 
Por outro lado, possui desvantagens como: apresentar 
pontos de decisão não claros; e diminuir a utilidade com 
aumento de complexidade requerendo uso de notações 
mais detalhadas para decomposição adicional (ABPMP, 
2013). 
3.4.2 - SIPOC 
SIPOC é sigla para Supplier, Input, Process, Output, 
and Customer (Fornecedor, Entrada, Processo, Saída 
e Cliente). É um estilo de documentação de processos 
utilizado em Lean Six Sigma. Não há padrão ou conjunto 
de notação preferida e essa técnica pode ser aplicada por 
meio do preenchimento de uma tabela com os elementos 
que compõem a sigla. 
A Figura a seguir traz uma ilustração de uma tabela 
SIPOC.
Fonte: ABPMP (2013).
De acordo com a ABPMP (2013):
• O modelo SIPOC é aplicado com mais frequência 
em situações em que é necessário obter um consenso sobre 
quais aspectos de um processo devem ser estudados. Suas 
principais características são ter um arranjo simplificado 
em uma tabela e textos ou elementos de notação bem 
entendidos.
• Deve ser utilizado para iniciar melhorias de 
processos; para acelerar a modelagem detalhada em outra 
ferramenta; para obtenção de consenso inicial sobre o 
escopo do projeto de modelagem de processo; e quando 
for preciso analisar o volume de entradas no processo e os 
produtos que ele entrega, permitindo identificar gargalos 
e valor agregado ao próximo processo.
• Suas vantagens são rapidez; simplicidade; 
necessidade de somente um modelo em uma planilha 
ou um documento em um processador de texto. Porém, 
suas desvantagens são apresentar baixo potencial para 
aprofundar captura desenho ou análise e poder ocasionar 
atraso na adoção de um método mais poderoso.
4 - Problemas com modelagem de 
processos
O propósito da modelagem de processos é tornar 
conhecimentos explícitos. A ABPMP (2013) aborda 
alguns problemas comuns que ocorrem em iniciativas de 
modelagem de processos são: 
• Modelar sem um objetivo claro, resultando em 
modelos sem conexão com prioridades ou necessidades;
• Limitar-se a uma única notação, já que, um modelo 
de processos pode servir a objetivos e públicos diferentes 
e a aplicação de uma única notação de modelagem poderá 
não servir a todos os propósitos; 
• Não determinar o objetivo esperado da modelagem. 
É fundamental entender e deixar claro o que se espera da 
modelagem;
• Modelar sem um contexto de comunicação de 
processos bem definido; 
• Não identificar e organizar as partes antes de 
modelá-las. 
• Não ter critério para definir o nível de detalhamento 
adequado ao objetivo da modelagem.
Retomando a aula
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar 
nossa aula, vamos recordar:
1 - Conceito e importância da modelagem de 
processos 
Inicialmente vimos que mapear processos é basicamente 
listar os fluxos de informações, materiais e trabalho ao longo 
das atividades executadas em um processo produtivo, e registrá-
los de forma que possam ser entendidos por outras pessoas 
interessadas em seu conhecimento. Explicitando informações 
como as entradas, saídas e tarefas que estão relacionadas, e 
todos os passos dos processos. 
Complementarmente entendemos a importância da 
modelagem de processos que é, em especial, prover para as 
organizações a capacidade de entender seus procedimentos 
internos de negócio de forma gráfica, possibilitando assim a 
comunicação dos procedimentos de forma padrão.
2 - A Modelagem de Processos na visão do BPM 
CBOK 
Segundoa ABPMP (2013), a modelagem de processos 
é uma atividade fundamental para o gerenciamento da 
organização. Ela pode envolver muitas pessoas em diversos 
papeis dentro da empresa, mas normalmente haverá um 
facilitador, um modelador e vários especialistas envolvidos 
para auxiliar na neste detalhamento das atividades.
As informações sobre os processos podem variar em 
vários níveis de detalhe, podendo ser atribuídas informações 
específicas aos níveis adequados no modelo de processos. As 
27
abordagens de modelagem de processos podem ser de cima 
para baixo (top-down), do meio para fora (middle-out) ou 
de baixo para cima (bottom-up), variando de acordo com o 
propósito e escopo do esforço.
Vimos que é importante que se faça a escolha da 
ferramenta de modelagem com base no contexto mais amplo 
de aplicação de BPM na organização permitindo evolução dos 
modelos de processos em um futuro.
 
3 - Notações de modelagem de processos
Foi apresentado que apesar de rotineiramente serem 
utilizados como sinônimos, diagrama, mapa e modelo são, 
na prática, diferentes estágios de desenvolvimento, cada qual 
agregando mais informação e utilidade para entendimento, 
análise e desenho de processos.
Algumas ferramentas de modelagem podem ser utilizadas 
para capturar e catalogar componentes de processo e 
informações associadas para organizar, analisar e gerenciar o 
portfólio de processos da organização. 
Notação é um conjunto padronizado de símbolos e 
regras que determinam o significado desses símbolos. Existem 
diversos padrões de notação de modelagem. Alguns deles são:
• Fluxogramas que podem ser utilizados para diferentes 
situações e apresentam um conjunto simples de símbolos;
• Raias de piscina que devem ser usadas quando deseja-
se distinguir claramente em que ponto a responsabilidade pela 
execução é transferida e para aumentar o entendimento entre 
as partes interessadas no processo;
• Business Process Model and Notation que tem 
a vantagem de apresentar um modelo de processos para 
públicos-alvo diferentes. 
Vimos que existem abordagens usadas em iniciativas de 
modelagem ou de melhoria de processos, e que cada uma 
proporciona uma análise de perspectiva organizacional. Foram 
citados dois exemplos de abordagens especializadas para 
modelagem de processos que são:
• Cadeia de valor, a qual deve ser utilizada para 
demonstrar um fluxo simples contínuo da esquerda para direita 
dos processos que diretamente contribuem para produzir valor 
para os clientes;
• SIPOC (Supplier, Input, Process, Output, and 
Customer), que pode ser aplicada por meio do preenchimento 
de uma tabela com os elementos que compõem a sigla;
4 - Problemas com modelagem de processos
Por fim, vimos que existem alguns possíveis problemas na 
modelagem de processos, os quais devem ser observados ao 
longo da execução da modelagem para que não ocorram. 
ABPMP. Guide to the Business Process Management Common 
Vale a pena
Vale a pena ler
Body of Knowledge. 3ª ed. 2013.
ESSARI, Rogério. GESTÃO DE PROCESSOS 
DE NEGÓCIO: UM ESTUDO DE CASO DA 
BPMN EM UMA EMPRESA DO SETOR 
MOVELEIRO. 2008. Dissertação (Mestrado) - Curso 
de Administração, Ucs, Caxias do Sul, 2008. Disponível 
em: <https://repositorio.ucs.br/xmlui/bitstream/
handle/11338/428/Dissertacao Rogerio Tessari.
pdf ?sequence=1&isAllowed=y>. 
COSTA, Eugênio Pacceli; POLITANO, Paulo 
Rogério. MODELAGEM E MAPEAMENTO: 
TÉCNICAS IMPRESCINDÍVEIS NA GESTÃO DE 
PROCESSOS DE NEGÓCIOS. In: ENEGEP, 18., 
2008, Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: <http://
www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_
STO_069_496_11484.pdf>. 
ENOKI, Cesar. GESTÃO DE PROCESSOS DE 
NEGÓCIO: Uma Contribuição para a Avaliação de 
Soluções de Business Process Management (BPM) 
sob a ótica da Estratégia de Operações. 2006. 225 f. 
Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia, Usp, Sao 
Paulo, 2006.
BERGMANN, Natanael; SCHEUNEMANN, 
Rafael; POLACINSKI, Édio. FERRAMENTAS DA 
QUALIDADE: DEFINIÇÃO DE FLUXOGRAMAS 
PARA A CONFECÇÃO DE JALECOS INDUSTRIAIS. In: 
SEMANA INTERNACIONAL DAS ENGENHARIAS 
DA FAHOR, 2., 2012, Horizontina, 2012. Disponível em: 
<http://www.fahor.com.br/publicacoes/sief/2012_2. 
FERRAMENTAS DA QUALIDADE - DEFINIÇÃO 
DE FLUXOGRAMAS PARA A CONFECÇÃO DE 
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