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AULA 3 – TEORIA DOS ERROS E DOS INSTRUMENTOS Professor Especialista: Maxuel B. de Miranda 01/02/2019 Curso de Engenharia Civil Topografia Teoria dos erros: naturais e de fabricação, noções de ajustamento, calibração Introdução Para representar a superfície da Terra são efetuadas medidas de grandezas como direções, distância e desníveis. Estas observações inevitavelmente estarão afetadas por erros. Fontes de Erro • Operador: vinculado ao ser humano/habilidade; • Instrumentais/fabricação: erro de fábrica, calibração, desgaste; • Erros naturais: provenientes da natureza, condições ambientais. Teoria dos Erros Tipos de erros: • Erros grosseiros: desatenção na anotação de medidas. Exemplo: • Coordenada de referência anotada erroneamente; engano na contagem de lances na medida de distância com trena; etc. • Erros sistemáticos: erros cuja magnitude e sinal algébrico podem ser determinados, seguindo leis matemáticas ou físicas. Por terem causa conhecida são passíveis de correção ou evitados através de técnicas particulares. Erros sistemáticos - exemplos: efeito da temperatura e pressão na medição de distâncias com o MED; utilização de trena cujo inicio está em 6 cm Erros aleatório ou acidental: são erros que permanecem após os anteriores terem sido eliminados. São erros que não seguem nenhum tipo de lei e ora ocorrem num sentido ora noutro, tendendo a se neutralizar quando o número de observações é grande. Exemplo: quando o tamanho de uma amostra é elevado, os erros acidentais apresentam uma distribuição de frequência que muito se aproxima da distribuição normal. Peculiaridade dos Erros: • Erros pequenos ocorrem com mais frequência do que os grandes, sendo mais prováveis; • Erros positivos e negativos do mesmo tamanho ocorrem com igual frequência ou são igualmente prováveis; • A média dos resíduos é aproximadamente nula; • Aumentando o número de observações, aumenta a probabilidade de se chegar próximo ao valor real. Conceitos fundamentais: • Precisão: proximidade/dispersão entre 2 ou mais medidas, está ligada a repetibilidade de medidas sucessivas; • Acurácia (exatidão): proximidade do valor verdadeiro Necessidade prática do Cartógrafo/Agrimensor, Engenheiro Civil e Topógrafo: Acurácia! Refere-se a junção dos conceitos de precisão e exatidão. Tem que estar próximo do real e ter pouca dispersão nas medidas Precisão na vida prática: 1:2.000, 1:5.000, 1: 1.000.000 Exemplo: Distância medida = 1200 m Erro estimado = 0,2 m Precisão= 0,2/1200 = 1/6000 -> 6000 m erro = 1 m Exemplo da NBR 13.133 (1996): Propagação dos erros: Acumulação de erros na seqüência dos cálculos ou procedimentos. Erros instrumentais: - Impossibilidade da perfeita fabricação do equipamento - Desgaste do equipamento em função do uso -> necessidade de calibração de 2 em 2 anos pelo menos - Tem diminuído com a constante evolução dos equipamentos - Escala não é perfeita, contém erros inferiores a milímetros. Mesmo nos digitais. Principais erros instrumentais: • Verticalidade do eixo principal; • Erro de colimação ou linha de visada; • Erro de inclinação do eixo secundário; • Erro de zênite; • Excentricidade do limbo; • Erro de desvio do compensador; • Erro de desvio da vertical; • Erro de zero; • Fator de Escala; • Prumo Óptico. Erros de Fabricação Estes erros podem ser corrigidos ou compensados: - modelagem matemática - retificação ou calibração Conceitos do INMETRO (1989): • VERIFICAÇÃO - Conjunto de operações, compreendendo o exame, a marcação ou emissão de um certificado e que constate que o instrumento de medir ou medida materializada satisfaz às exigências regulamentares. • AFERIÇÃO - Conjunto de operações que estabelece, em condições especiais, a correspondência entre os valores indicados por um instrumento de medir, ou por um sistema de medição ou por uma medida materializada e os verdadeiros convencionais da grandeza medida. CALIBRAÇÃO - Conjunto de operações que estabelece, em condições especiais, a correspondência entre o estímulo e a resposta de um instrumento de medir, sistema de medir ou mostrador de medição. CLASSIFICAR - Consiste em distribuir em classes ou grupos segundo um sistema de classificação. A NBR13133 (Execução de levantamentos topográficos), classes que deve ser enquadrados os instrumentos baseado no desvio padrão de um conjunto de observações obtidas seguindo uma metodologia própria. Erros de verticalidade do instrumento: instalação do teodolito; Erro de visada: depende da habilidade do operador Leitura das escalas das medidas: exemplo ângulo horizontal/vertical e vernier Diversas fontes naturais do meio onde se realizam as medidas: - Temperatura - Vento - Umidade - Variações magnéticas - Temperatura: Dilatação da trena, medidas dos barômetros, entre outros - Vento: Influência na centragem, pode deslocar o equipamento. - Umidade: Propagação do sinal do distanciômetro, estação total, trena eletrônica TEORIA DOS INSTRUMENTOS Goniômetros – equipamentos utilizados para medir ângulos - Medida de ângulos horizontais: AZIMUTAIS - Medida de ângulos verticais: ECLÍMETROS – instrumento topográfico utilizado para medir aclives/declives Goniômetros - Medida de ângulos horizontais/verticais: Teodolitos Origem do nome: Grega - thealstai Árabe – alhidade Leonard Digges no livro “Pantometria”(1571) – usa o termo Theodolitus Outros tipos de goniômetros: - Esquadros graduados; - Bússolas magnéticas; - Goniógrafos - instrumento para marcar graficamente ângulos Taqueômetro – teodolito que possui fios estadimétricos. Taqueômetros – auto redutores - não possuiam os fios superior e inferior, a luneta era deslocada para cima e para baixo de um valor constante. Teodolito - principal equipamento de campo em um levantamento topográfico. • direções horizontais • ângulos verticais Estação total • direções horizontais • ângulos verticais • distâncias por ondas eletromagnéticas • armazenar e processar os dados coletados em uma memória interna. Classificação dos teodolitos a) Finalidade - Topográficos - Geodésicos -Astronômicos (em desuso) b) Forma • Mecânicos - ópticos • Automáticos (dispositivos eletrônicos) – ópticos ou digitais Classificação dos teodolitos c) Precisão NBR 13133 – classifica segundo o desvio padrão de uma direção observada em duas posições da luneta A precisão nominal do equipamento, utilizada como parâmetro para classificá-lo segundo a NBR13133, pode ser obtida no manual do equipamento. Também serve como parâmetro no processo de verificação e retificação, procedimento fundamental antes de submeter o equipamento ao processo de classificação. Teodolito é essencialmente um instrumento óptico. Desde os modelos mais antigos e analógicos, até os mais modernos e eletrônicos, têm em comum as seguintes características: ELEMENTOS PRINCIPAIS: 1. Círculo (Limbo) Horizontal; 2. Círculo (Limbo) Vertical; 3. Eixo de rotação primário (vertical); 4. Eixo de rotação secundário (horizontal); 5. Eixo de colimação (visada da luneta); 6. Sistema de nivelamento/horizontalidade. Podem ter escalas demarcadas de diversas maneiras: • Tinta sobre plástico; • Ranhuras sobre metal; • Traços gravados sobre cristal. Círculos Graduados (Limbos) Tinta sobre plástico Descrição e utilização Descrição e Utilização Limbos de cristal embutidos. Esses limbos são translúcidos, tendo o aspecto de um “transferidor” com a graduação impressa em um tamanho microscópico. Um sistema de espelhos, prismas e lentes direciona a luz ambiente no interior do aparelho, projetando a posição dos limbos horizontal e vertical para a luneta de leitura.Descrição e Utilização A desvantagem deste modelo é necessitar de luz incidente, só podendo serem usados durante o dia. Aparelhos de maior porte, destinados a astronomia, são dotados de iluminação artificial interna. As estações totais eletrônicas possuem um sistema de leitura e armazenamento de ângulos e distâncias com precisão. Os ângulos medidos são apresentados num visor digital. Simplificando, um sensor acoplado a um disco com divisões em graus faz a contagem das ranhuras quando o disco gira, fornecendo o ângulo lido. Modelo simplificado – modelo incremental – valor a partir de uma origem Trilhas opacas dispostas concentricamente – sistema absoluto Lunetas de Visada - Topografia geralmente ampliação de 30 vezes Possuem: •Objetiva; •Sistema de focalização; •Parafuso de ajuste dos fios de retículo •Retículos •Ocular. Teodolitos Niveis de bolhas e digitais: •Esféricos; •Tubulares; •Digitais. Medida da direção horizontal Utilização Utilização Medida da direção horizontal Utilização Medida da direção horizontal Medida do ângulo vertical Ângulo formado entre a linha do horizonte (plano horizontal) e a linha de visada. Varia de 0° a ±90°. Utilização Medida do distância zenital Ângulo formado entre a vertical local (zênite) e a linha de visada. Varia de 0° a 180°, sendo a origem contada a partir do zênite. Verificação PRÓXIMA AULA CONTINUAÇÃO DA TEORIA DOS INSTRUMENTOS OBRIGADO!!!