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Nome: Isamara de Sousa Nascimento
RESUMO: A MEDIAÇÃO COMO MÉTODO 
ALTERNATIVO DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
 A mediação apresenta-se para resolver o litígio de maneira harmoniosa, consensual e equitativa. Tal método transforma a realidade judicial, fazendo cm que haja uma mudança na solução dos litígios, prestando assistência judicial a todas as controvérsias existentes dentro da sociedade. Como um facilitador das controvérsias, garantindo um maior acesso à justiça.
 Evolve questões cognitivas, culturais, sociais, subjetivas e principalmente emocionais. O conflito não é simplesmente um fenômeno jurídico, envolve aspectos sociológicos, psicológicos, culturais e religiosos. Na busca de soluções, é preciso analisar todos os seus aspectos.
 Existem duas maneiras de encará-los: negativista – o conflito como algo apenas prejudicial, esse deve ser evitado a todo custo. E positivista - pode trazer benefícios em termos de diferenças de opiniões e visões, bem como possibilidades de aprendizagem e enriquecimento em termos pessoais e culturais. 
 O conflito existe quando duas ou mais pessoas entram em desacordo porque as suas opiniões são incompatíveis. O importante é lembrar que os conflitos geralmente têm um lado positivo e um lado negativo. Ele esta ligado a coisas que acontecem e as pessoas não esperavam. É comum as pessoas acharem que os conflitos são sempre ruins, porém é a forma como enfrenta ou encara os conflitos que os torna positivo ou negativo, construtivos ou destrutivos. O problema é como se resolvem, devem ser entendidos como parte da vida.
 Não deixam de ser importante na vida pessoal ou dentro das instituições e para solucionar, busca-se meios alternativos. Esses meios transformam o conflito em dialogo. Deve-se escolher estratégias mais adequadas para se lidar com cada tipo de situações. Não ver o conflito como sendo somente um estimulador da violência, de brigas ou de disputas, mas como um processo que tem inicio no nosso entendimento e tem o seu termino quando assumimos uma atitude mais adequada e, portanto mais positivas.
 A resolução 125 do Conselho Nacional de Justiça de 2010 vem propor o acesso à justiça com possibilidades de efetividade e eficiência por meio de soluções alternativas. Propõe metas e planejamento dos tribunais para que sobrevenha a pacificação social e instauração do sentimento de solução de conflitos com a mudança da forma de festão e capacitação dos servidores para melhor atender o cidadão, usuário do sistema. “A justiça que não cumpre suas funções dentro de um prazo razoável é, para muitas pessoas, uma Justiça inacessível” (CAPPELLETTI,1968).
 As mudanças estão tomando corpo e tentando reestruturar o sistema processual brasileiro, sendo fundamental abrir o Poder Judiciário ao cidadão. E nesse sentido que se faz de extrema importância a aplicação dos métodos alternativos – meios extrajudiciais – que visam dirimir os conflitos que se apresentam mais “simples”, somente o poder Judiciário é que tem o poder de solucionar os conflitos mais “complexos”. 
 Os conflitos podem surgir de várias causas, entre elas: choques de interesses individuais, lutas pelo poder, inveja, fofocas, frustrações por promessas não cumpridas, falhas de comunicação, dentre outros. Elas podem se dar de várias maneiras e a forma como identificá-las e como observá-las poderá piorar o problema ou solucionar sem causar danos e prejuízo.
 Um conflito surge como uma pequena diferença de opinião, podendo se agravar e tornar-se uma hostilidade, esse seria o conflito destrutivo. MARTINELLI apresenta um modelo descrevendo diferentes níveis de conflitos que mostram como eles podem evoluir: 
- Nível 1: Discussão – forma racional, objetiva
- Nível 2: Debate – generalidades e buscas por padrões comportamentais. 
- Nível 3: Façanhas – falta de confiança na escolha da outra parte
- Nível 4: Imagens fixas – imagens pré-concebidas da outra parte. 
- Nível 5: “Loss of face”: dificuldade de ambas as partes retirar-se
- Nível 6: Estratégias – comunicação restringe-se a ameaças e punições
- Nível 7: Falta de humanidade – comportamento destrutivo. 
- Nível 8: Ataque de nervos – auto-preservação como única motivação.
- Nível 9: Ataques generalizados – não há outro caminho se não um perder e outro vencer. 
 Esse modelo pode ser aplicado a qualquer tipo de conflito, desde pequenas discussões entre duas pessoas até uma guerra. Porém, quanto maior o nível de conflito, maior a dificuldade para solucioná-lo.
 O termo conciliação significa atrair, ajudar, harmonizar. Consiste em um mecanismo de autocomposição, pelo qual as próprias partes buscam encontrar uma solução eficaz para suas controvérsias. Os interessados contam com o auxilio de um terceiro, o conciliador, que interfere no dialogo, apontando possíveis soluções para o litígio. 
 Diferente da mediação, uma vez que nesta o mediador apenas facilita a comunicação e estimula que as próprias partes encontrem as soluções. Na conciliação, são indicadas as partes, possíveis soluções. Difere também da conciliação judicial, tem recursos a continuar no processo judicial e geralmente o conciliador impõem uma solução e nem sempre a solução conciliadora atende ambas as partes. 
 A mediação, realmente busca o equilíbrio para que as partes busquem solução para ambas, já na conciliação, o conciliador tem que aceitar também, como ser a terceira parte envolvida. O conciliador atua, mas não é a parte para dar sua opinião sobre o conflito, ele vai apenas questionar para testar se a solução encontrada é boa para ambas as partes, se a solução é realmente uma solução que atenda as partes, a partir daí será a solução efetiva e as partes saem satisfeitas. 
 O termo arbitragem significa juíz, jurado. Trata-se de um meio alternativo á via judicial, que visa compor litígios, no qual as partes envolvidas na controvérsia concordam, através de um contrato ou de um acordo, em se submeter ao juízo arbitral para solucionarem as contradições. Qualquer pessoa física ou jurídica pode utilizar a arbitragem como meio de dissolver as desavenças que eventualmente surgem. Contudo, as partes envolvidas devem querer resolver o conflito e devem combinar como será realizada a arbitragem. Nesse processo as pessoas devem buscar um terceiro, o arbitro que vai dar a decisão final. Esse vai escutar e a partir da sua compreensão do conflito ele vai dar uma solução, podendo ser prejudicial para ambos os lados ou vantajosa para outro lado, porém a solução que o arbitro encontrar vai ter que ser acatada porque as pessoas assinaram um contrato prévio e na mediação se tem a assinatura no acordo final. 
 O mediador não da à solução, enquanto na arbitragem a solução parte do arbitro. A mediação se diferencia da arbitragem porque naquela uma das pessoas vem buscar o mediador para expor o conflito em que esta vivenciado e este propõe que participem de uma mediação, havendo adesão de ambas as partes isto dá legitimidade para que o mediador conduza e facilita a comunicação.
 Petrônio Calmon conceitua o procedimento como “a intervenção de um terceiro imparcial e neutro, sem qualquer poder de decisão, para ajudar os envolvidos em um conflito a alcançar voluntariamente uma solução mutuamente aceitável”. A mediação é um sistema informal de resolução de conflitos alternativo ao judicial. Para seu funcionamento há um ou mais terceiros imparciais que auxiliam, facilitam, incentivam e favorecem um acordo entre as partes. 
 Com ação de um terceiro que atua de maneira desinteressada e neutra, objetiva-se resolver conflitos. O mediador atua como conselheiro, vindo a auxiliar as partes que por si só constituirão suas respostas, chegando a um acordo. Seu objetivo de intervir se deve à falta de habilidade das partes em chegarem sozinhas a uma solução. Como ferramenta a mais, não PE a solução para todos os males, e sim uma ferramenta simples, onde pessoas capacitadas nessaferramenta são capazes de atuar de uma forma mais deliberada sobre esses conflitos e assim termos uma sociedade mais pacificadora e com pessoas compreendendo mais umas as outras. É um método de resolução de conflito, onde se busca fazer com que a pessoa possa se colocar no lugar do outro e então gerar um dialogo produtivo. Sendo assim, a mediação busca justamente que ambas as partes achem uma solução boa para todos. 
 A mediação se baseia em princípios que variam de pais para pais. Alguns deles:
- Princípio da liberdade das partes: consiste em dizer que as partes envolvidas, devem ser livres para resolvê-lo através da mediação. 
- Princípio do poder de decisão das partes: o poder de decisão cabe as partes, o mediador apenas facilitara a comunicação.
- Princípio da participação de terceiro imparcial: as partes envolvidas devem ser igualmente tratadas
- Princípio da não-competitividade: na mediação todos devem ganhar, através do dialogo e das discussões, alcançando uma solução que seja mutuamente satisfatória.
- Princípio da competência: o mediador deve estar apto para desempenhar suas tarefas.
- Princípio da informalidade do processo: não há ritos rígidos a serem seguidos 
- Princípio da confidencialidade no processo: o mediador está proibido de revelar às outras pessoas o que está sendo discutido na mediação. 
 Antes destes, é necessário que a boa-fé esteja sempre presente em todos os passos da mediação. Deve existi igualdade no dialogo, evitando que uma parte manipule ou coaja a outra. Deve ter a sensibilidade conforme o caso Devem-se unir os conhecimentos teóricos com os aprendidos durante resoluções passadas. 
 A mediação tem como vantagens principais o fato de ser rápida, confidencial, econômica, justa e produtiva. O tempo normalmente é muito reduzido comparado ao processo judicial. Grande parte são resolvidos em uma só audiência, pode demorar uma ou duas horas. A confidencialidade da mediação é uma de suas características mais importantes, o maior dever do mediador é nunca revelar o que se passou nas audiências. A confidencialidade da mediação é uma de suas características mais importantes.
 O serviço dispensa maiores estruturas, sendo justa porque a solução do conflito é autocompositiva. Dispensa advogados, dispensa maiores estruturas, bastando-lhe uma sala e uma secretária. A mediação oferece grandes vantagens no tratamento do conflito: domínio absoluto pelas partes de seus procedimentos, desde o inicio até o fim, total sigilo; tratamento profundo e exaustivo dos problemas; trabalho sobre o relacionamento existente entre as partes. A base é tratar os clientes como seres humanos únicos que devem esclarecer suas dificuldades aprimorando as inter-relações, possibilitando que as partes tenham controle absoluto nas etapas do processo. 
 Este contribui para o desafogamento do Judiciário, cumpre o papel que é dar uma maior agilidade da Justiça ao propor soluções pacificas e amigáveis transformando os relacionamentos dos envolvidos. Reduzindo o acionamento desnecessário da Justiça. O acordo é reduzido a termo, podendo a critério das partes, ser homologado judicialmente. 
 A mediação é um mecanismo consensual e alternativo de resolução de conflitos no qual os mediadores vão auxiliar a comunicação e a negociação entre as partes que constroem o acordo. Repensar os seus conflitos e buscar opções para os seus problemas através do dialogo. É uma técnica estruturada de resolução de controvérsias na qual os disputantes buscam ou aceitam a intervenção de um terceiro imparcial e qualificado, o mediador. Não é o mediador quem trará a solução, mas sim as próprias partes. O mediador deve ser capaz de acalmar as partes, de entender o conflito, ser paciente, inteligente, criativo, confiável, humilde, objetivo, ágil e imparcial com relação ao processo e o resultado. 
 O mediador deve ter capacidade de: tranqüilizar as partes; passar confiança; explicar sua imparcialidade; mostrar que seus conceitos não podem ser absolutos; fazer com que as partes se coloquem uma no lugar da outra; ajudar as partes a descobrir soluções alternativas; mostrar que fazer um acordo não é o único objetivo. Sua função é conduzir o diálogo das partes, escutando-as e formulando perguntas. Longe de impor sentenças, impõe regras de comunicação. Escutar atentamente, para saber mais e fazer um resumo do compreendido. A análise da atuação do mediador deixa claro que mediação requer treinamento e conhecimento específicos. Envolve importantes valores sociais e intimidade dos indivíduos.
 A mediação é uma importante ferramenta de acompanhamento dos aspectos objetivos, aspectos emocionais e inconscientes. São utilizadas técnicas da Psicologia: rapport, sumarização positiva, resumo, enquadre, paráfrase, reforço positivo e demais pertinentes ao caso. O procedimento ocorre de acordo com a avaliação, sistematização e decisão de quais procedimentos psicológicos mais adequados para propiciar oportunidades para a tomada de decisão das partes em conflito, auxiliando no tratamento das diferenças, de forma construtiva e interativa, podendo programar o numero de sessões de mediação familiar no NPJJ e sessão individual ou privada às partes.
 O trabalho dos psicólogos no campo jurídico no âmbito dos processos de mediação de conflitos, deve estar permanentemente orientado para responder às necessidades da população no processo de condução e resolução de impasses configurados juridicamente compreendidas no contexto dos paradigmas culturais de afirmação das diferenças individuais e do compartilhamento de necessidade e sentimentos mútuos. 
 Possibilita o desenvolvimento da reflexão e da critica acerca das limites e oportunidade de inserção, à capacidade de atender necessidade socialmente significativas e de avaliar as repercussões das intervenções realizadas no campo jurídico. No processo de construção das competências do profissional que media conflitos, existe a necessidade de integrar conhecimentos de diferentes disciplinas, coerentes com os objetivos e o processo de trabalho de mediar, de forma a responder às exigências especificas do objeto de trabalho e às demandas sociais e de mercado de trabalho. 
 Os estágios do processo de mediação podem apresentar algumas variações conforme a orientação teórica do medidor. Atividades que contribuem para a transformação do conflito podem incluir: criação do contexto; exploração da situação; deliberação; tomada de decisões. 
 De acordo com Haynes e Marodin, o processo global de mediação envolve nove estagio sendo eles: 1) identificar o problema, partes devem reconhecer que há um conflito; 2) escolhendo o método, decidir sobre o método mais adequado para resolver o problema; 3) Reunindo dados, coelta de informações sobre a natureza da disputa, a percepção dos envolvidos e outros dados importantes; 4) Definindo o problema, informação compartilhada, o mediado ajuda as partes a definirem o problema, não beneficiando uma pessoa em detrimento a outra; 5) Desenvolvendo opções, após definir o problema, esclarecer as controvérsias e definir os interesses e auxiliar as partes a elaborarem opções de resolução; 6) Redefinindo posições, ignora as posições iniciais cristalizadas, auxiliando as pessoas a identificarem seus reais interesses; 7) barganhando, há uma negociação sobre as escolhas de soluções para que o acordo seja aceitável por todos os envolvidos; 8) redigindo o acordo, redige um termo de entendimento, detalha o acordo realizado, distribuindo uma cópia para cada participante. 
 Na mediação, os conflitos só podem envolver direitos patrimoniais disponíveis ou relativamente indisponíveis. Isso porque apenas esses direitos podem ser objeto de acordo extrajudicial. Feito um acordo, este pode ou não ser homologado pelo Judiciário, a critério das partes. A conscientização das pessoas no sentido de realizarem esforços para tentar resolver suas próprias controvérsias contribuirá para a diminuiçãodas demandas judiciais, deixando para o Judiciário apenas casos que realmente precisam de sua intervenção.

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