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Hospitalidade Turismo, Hotelaria e Gastronomia - Slides de Aula - Unidade II

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Unidade II
HOSPITALIDADE: TURISMO, 
HOTELARIA E GASTRONOMIA
Prof. Rodrigo Stolf
Introdução
Sejam bem-vindos!
 Essa aula foi elaborada para apresentar ao longo da história 
o desenvolvimento da hospitalidade, para traçar esse 
caminho optou-se por demonstrar os principais fatos que 
contribuíram para a evolução desse setor.
Início da hospitalidade 
 A origem da hospitalidade está ligada à própria evolução 
do ser humano e da sua capacidade de comunicação com 
os outros. 
 Desde o princípio da humanidade, o homem cultivou o ato de 
viajar. Os primeiros registros de viagens foram notados em 
paredes de cavernas há cerca de 13.000 anos. 
Início da hospitalidade 
 Ao que tudo indica, nas culturas primitivas os grupos 
sociais que viviam sem contato com o mundo exterior e que 
hostilizavam – ou matavam – os estrangeiros desenvolveram 
progressivamente, tanto por motivos mágicos e religiosos 
como utilitários, uma primeira forma de hospitalidade: 
a acolhida amigável.
 Assim como será visto ao longo de toda história, inclusive 
nos primórdios da hospitalidade brasileira, os viajantes eram 
recebidos com distinção não somente pela caridade de 
acolher o próximo, mas por essa recepção facultar a 
possibilidade de conhecer outros povos e culturas.
Início da hospitalidade 
 Civilizações que ainda ignoravam o uso do dinheiro ou que 
só lhe conheciam as formas primitivas, dão ao visitante 
abrigo, proteção e alimentação por um tempo limitado, 
em geral três dias. 
 Essa hospitalidade criava uma ligação estreita entre 
hospedeiro e visitante. Se esta obrigava o anfitrião a tomar 
partido do hóspede e a abraçar sua causa, qualquer que 
fosse ela, tornava-o também o representante de seu 
convidado face ao mundo exterior, assim como seu 
herdeiro caso ele viesse a falecer sob seu teto. 
Início da hospitalidade 
 Posteriormente, a difusão do uso do dinheiro nas transações 
comerciais, o desenvolvimento da escrita e a invenção da 
roda permitiram na antiguidade que o número de viagens se 
ampliasse e facilitaram a criação dos empreendimentos 
voltados para hospitalidade com objetivo de oferecer abrigo, 
alimentos e bebidas aos viajantes. 
Início da hospitalidade 
As principais motivações de viagens do ser humano em seus 
primórdios eram:
 encontrar alimentos;
 viajar para encontrar abrigo;
 fugir de climas inóspitos e de tribos hostis;
 para realizar celebrações religiosas.
Início da hospitalidade 
 A partir do momento que o homem se fixou nas cidades e 
desenvolveu a agricultura e a pecuária houve a necessidade 
de comercializar os excedentes da produção e com isso 
ocorreu a oportunidade de serem construídos albergues 
e tabernas ao longo das rotas comerciais.
 O nascimento da indústria da hospitalidade está ligado 
à obrigação do homem de viajar para efetuar negócios. 
Hospitalidade na antiguidade
 Os sumérios, um dos povos da Mesopotâmia, e os fenícios 
foram as civilizações que estabeleceram as primeiras rotas 
de comércio, introduziram a cunhagem de moedas e fizeram 
mapas, facilitando para as pessoas o ato de viajar. 
 Os sumérios também cultivavam grãos, que transformavam 
em bebidas alcoólicas, principalmente a cerveja.
Hospitalidade na antiguidade
 Para o consumo da população e de viajantes, eles 
construíram as tabernas onde havia comida e bebida 
e o convívio entre os pares. 
 Essas tabernas foram algumas das primeiras empresas de 
hospitalidade comercial, eram locais geridos por mulheres, 
que também ficavam responsáveis pela produção da cerveja, 
entretanto, o público nesses estabelecimentos era sobretudo 
masculino. 
Hospitalidade na antiguidade
 Em nenhuma outra região do mundo o culto à hospitalidade 
superou o do Oriente Médio, pois abria àqueles a quem 
solicitavam invejável oportunidade de cumprir imperativo 
moral prescrito nos livros sagrados. 
 Apesar da vida nômade de muitos povos, sempre havia 
uma tenda pronta para receber o estranho sem que lhe 
perguntassem o nome.
 O hábito de acolher o estranho sem mesmo lhe perguntar 
o nome também se manteve na Grécia e em Roma, onde 
o viajante era recebido sem ressalvas nas casas 
desses povos.
Hospitalidade na antiguidade
 O Egito e a Grécia desempenharam um papel importante nos 
primórdios da hospitalidade comercial, tanto as pirâmides 
quanto os jogos olímpicos foram as principais atrações que 
catapultaram as viagens, pois as pessoas tinham a intenção 
de visitar esses locais e consequentemente precisavam de 
lugares para comer, beber e dormir.
 Os primeiros jogos olímpicos foram realizados na cidade 
de Olímpia e ocorreram em 776 a.C. Diversas estruturas de 
hospedagem, alimentação e transporte acabaram sendo 
criadas ao longo do trajeto para os participantes e 
espectadores dos Jogos Olímpicos.
Hospitalidade na antiguidade
 Essas viagens para assistir jogos são consideradas algumas 
das primeiras exercidas a caráter de lazer, os jogos eram 
diferentes dos atuais. 
 Os atletas ficavam concentrados num alojamento conhecido 
como Leonidaion, nome oriundo de um de seus 
patrocinadores, Leônidas . 
 Mercadores, artesãos e vendedores de comida 
comercializavam seus produtos. 
 A programação era extensa e incluía cerimônias religiosas, 
sacrifícios, discursos feitos pelos filósofos, recitais de 
poesias, paradas, banquetes e celebrações pelas vitórias 
conquistadas.
Hospitalidade entre os gregos 
 Os gregos entendiam que a hospitalidade se revestia de uma 
forma pública (entre Estados) ou privada (entre particulares); 
o estrangeiro, independentemente de sua índole e ideias 
políticas, estava protegido por Zeus.
 Para os gregos, oferecer a hospitalidade significava 
uma questão de honra, o visitante devia ser bem recebido 
primeiramente lavando os seus pés e proporcionando-lhe, 
abrigo, alimento e bebida. 
 A violação do direito de hospitalidade, considerada um dever 
do estado, era tida como crime. Os representantes religiosos 
gregos, como missionários, sacerdotes e peregrinos 
formavam uma grande parte desse público viajante. 
Hospitalidade na antiguidade
 As casas dos gregos eram concebidas para ter uma parte 
reservada aos estrangeiros, com entrada separada. Essas 
posturas constituíam o caráter hospitaleiro dos habitantes 
das cidades gregas. 
 O Estado dava uma grande importância à boa impressão 
que toda cidade deveria dar a quem a nela chegasse. 
 Inclusive para facilitar a recepção e hospitalidade aos 
viajantes, eram designados pelo Estado cidadãos chamados 
proxenos, que tinham a responsabilidade de acolher e 
proteger os estrangeiros e, caso surgissem complicações, 
ajudá-los a regressar às suas cidades de origem. 
Hospitalidade entre os gregos 
 As festas e banquetes eram momentos importantes para 
os gregos, pois nessas ocasiões podiam exercer a prática 
da comensalidade, que significava obedecer às regras 
associadas ao comportamento adequado em público e as 
boas maneiras, que deveriam ser exercidas nos rituais dos 
banquetes. 
 O exercício da comensalidade era uma forma de diferenciar o 
homem civilizado. Portanto, a hospitalidade ocupava lugar 
de destaque na hierarquia de valores desse povo, pois ela 
materializava-se sobretudo nos banquetes e nos 
symposions, que eram festas dedicadas às conversas 
e discussões políticas onde eram servidas bebidas. 
Hospitalidade entre os gregos 
 No sistema de valores elaborado pelo mundo grego e 
romano, o primeiro elemento que distingue o homem 
civilizado das feras e dos bárbaros é a comensalidade: o 
homem civilizado come não somente (e menos) por fome, 
para satisfazer uma necessidade elementardo corpo, mas 
também (e sobretudo) para transformar essa ocasião em um 
momento de sociabilidade [...].
 Além da prática da comensalidade, os gregos valorizavam os 
tipos de alimentos consumidos em especial o pão e o modo 
de cozinhar, que deveria estar relacionado com a dietética. 
Esses três princípios caracterizam o homem civilizado grego.
Hospitalidade entre os gregos 
 Sobre a valorização dos alimentos pelos gregos, em especial 
o pão, MONTANARI (1998 p. 108) estabelece:
 O pão – exemplo absoluto de artifício, de produto totalmente 
“cultural” em todas as fases de sua complexa preparação –
que é o símbolo da civilização, da distinção entre o homem e 
o animal. 
 O pão – e é preciso acrescentar a ele também o vinho 
e o óleo – é o sinal que distingue uma sociedade que não 
repousa sobre recursos “naturais”, mas que é capaz de 
fabricar, ela própria, seus recursos, de criar – com a 
agricultura e a criação de animais – suas próprias 
plantas e seus próprios animais.
Hospitalidade entre os gregos 
 Sobe a relação do alimento com a dietética, MONTANARI 
(1998 p. 108) coloca que: “A ciência dietética tem um papel 
fundamental na formação da cultura alimentar e gastronômica 
da antiguidade.”
 A cozinha antiga vive em estreita simbiose com o pensamento 
médico e com a reflexão dietética.
 Contentemo-nos em recordar que desde as origens e, de 
certa forma, pela própria essência, a arte da cozinha consiste 
em não apenas tornar o sabor dos alimentos mais agradável, 
mas também e ao mesmo tempo, transformar a natureza do 
produto, adaptando-o às necessidades nutricionais dos 
homens. 
Hospitalidade entre os gregos 
 Sobre as diferentes formas de hospedagem encontradas 
pelos viajantes, PEYER (1998 p.438-9) destaca:
 Expandia-se em todo o mundo grego um tipo de serviço de 
hospedagem profissional, remunerada, com tabernas e locais 
em que se vendia carne assada. Esses hotéis ofereciam à sua 
clientela lugares onde dormir e estrebarias. 
 Já bastante comuns por volta de 400 a.C., eles se 
encontravam principalmente nos portos e nas polis
comerciais, nos santuários e nas cidades termais, assim 
como às margens das grandes estradas que ligavam as polis.
Hospitalidade entre os gregos 
 O conceito de hospitalidade adotado na atualidade tem, pois, 
muito a ver com as ideias crenças e os valores apregoados 
pelos cidadãos da Grécia antiga.
 As boas maneiras à mesa e saber conviver em público,
tão enfatizados pelos gregos, passaram a fazer parte da 
educação de todos os povos, constituindo-se em 
pressupostos básicos da hospitalidade. 
Interatividade
Nas civilizações mais antigas dava-se ao visitante abrigo, 
proteção e alimentação por um tempo limitado. Qual era 
esse tempo? 
a) 07 dias.
b) 05 dias.
c) 03 dias.
d) 02 dias.
e) 10 dias.
Hospitalidade entre os romanos
 Os romanos, por obra dos legisladores, tinham a obrigação 
de receber o estrangeiro e protegê-lo. 
 As tradições de hospitalidade eram semelhantes às dos 
gregos, seja para a hospitalidade privada, seja para a 
hospitalidade pública.
 O hóspede recebia o pão, o vinho e sal antes mesmo 
de banhar-se e de degustar o banquete.
Hospitalidade entre os romanos
A sociedade romana teve uma influência singular na indústria 
da hospitalidade devido principalmente ao fato de que:
 Muitos de seus cidadãos eram suficientemente ricos para 
viajar por prazer e as bem construídas estradas facilitavam 
o acesso para a maior parte do mundo conhecido. 
 A comunicação entre hóspedes e anfitriões não apresentava 
problemas, visto que o latim havia se tornado um idioma 
universal. 
 Na verdade, muito da terminologia relacionada à 
hospitalidade vem do latim hospe significa hóspede ou 
hospedeiro; hospitium significa acomodação de hóspede, 
hospedaria ou alojamento. Outras palavras relacionadas 
incluem “hospício”, “hostel”, “hospital” e “hotel”.
Hospitalidade entre os romanos
 Os romanos das classes mais abastadas viajavam por prazer 
para a Grécia e Egito e usavam nesses deslocamentos guias 
de viagens, conhecidos como periegesis, que foram os 
antecessores dos atuais guias turísticos, eles traziam 
informações sobre as cidades a serem conhecidas, as 
obras e os monumentos mais importantes e costumes 
da população. 
 O Império Romano foi responsável por construir mais de 
80.000 km de estradas em toda a Europa, o que possibilitou 
um acesso muito mais simples para as diferentes áreas em 
todo o território, tornando as viagens muito mais fáceis de 
serem realizadas.
Hospitalidade entre os romanos
 Com o auxílio de suas estradas, os Romanos expandiram 
sua cultura para diferentes locais. Também foram capazes 
de estabelecer leis que trouxeram a paz e a segurança para 
as pessoas viajarem.
 O desenvolvimento desses caminhos propiciou o incremento 
da hospitalidade comercial, pois em virtude das viagens 
serem extensas, havia a cada 10 ou 20 km uma casa de 
recepção com alimentação, hospedagem, banhos e trato 
para os cavalos. 
 Os principais hóspedes desses locais eram militares, 
comerciantes, peregrinos e viajantes. 
Hospitalidade entre os romanos
 As lojas de vinho e as bodegas (taberna, caupona, popina), 
assim como as hospedarias, que colocavam à disposição 
de seus clientes lugares onde dormir e estrebarias (taberna, 
hospitum, diversorium, mansio, stabulum), se multiplicaram 
nas cidades e, progressivamente, nas etapas e nas postas 
(pontos de parada onde se efetuava a muda de cavalos dos 
veículos) que ficavam ao longo das grandes estradas do 
Império.
 A alimentação oferecida nesses locais era simples e 
compunha-se normalmente de sopa de peixe e os onipresentes 
pão e vinho. Raramente aparecia a carne nas iguarias 
ofertadas aos viajantes nesses estabelecimentos. 
Hospitalidade entre os romanos
 As termas eram outros dos principais locais que ofereciam 
hospitalidade para os romanos e possuíam salas para 
banhos a vapor, piscinas para descanso e massagens. 
 Os romanos criaram o hábito de frequentar locais para lazer, 
como as praias.
Hospitalidade entre os romanos
 O papel dos meios de hospedagem romanos foi muito 
importante para a evolução de sua sociedade, visto que 
houve o estabelecimento de aldeias e cidades no 
entorno desses locais. 
 É interessante perceber que a mesma forma de ocupação 
seria verificada no Brasil, com diversas vila e cidades 
surgindo a partir dos locais onde ficavam os ranchos 
de tropeiros.
Hospitalidade entre os romanos
Os principais fatores que ilustram o progresso das viagens 
entre os romanos são:
 devido ao extenso domínio territorial havia um grande 
estímulo do comércio, o que fez despontar uma classe 
média com condições para viajar;
 as moedas romanas eram aceitas em todos os locais 
no percurso das viagens;
 As estradas eram extensas e tinham boas condições;
 A comunicação era simples, visto que o latim eram uma das 
principais línguas faladas, juntamente com o grego;
 Havia garantia de segurança para o viajante. 
Hospitalidade na Idade Média 
 Refere-se ao período da história do século V até o século XV.
 A partir do declínio do Império Romano, as estradas 
deixaram de ser seguras. Viajar tornou-se um sério risco, 
esta situação se prolongou por vários séculos.
 A hospitalidade nesse período esteve extremamente ligada 
à religião. A partir da evolução do Cristianismo, os monges 
e padres são os principais disseminadores da hospitalidade e 
seus admiradores são importantes para as viagens por meio 
das peregrinações aos monastérios. 
Hospitalidade na Idade Média 
 A hospitalidade monástica desempenha um papel crucial 
para a evoluçãoda hospedagem e alimentação no período, 
visto que a recepção do viajante era feita muitas vezes nos 
conventos e mosteiros. 
 A Igreja considerava a hospitalidade um ato de fé 
e caridade ao abrigar os viajantes e acolhendo as diversas 
peregrinações permitiu a perpetuação das tradições 
hospitaleiras. 
Hospitalidade na Idade Média 
 O movimento nas estradas passa a ser marcado por um outro 
tipo de viajante: o peregrino, estes viajam pelos seguintes 
motivos: 
 cristãos dirigem-se a Jerusalém; 
 Roma (daí a origem da palavra romeiro: o peregrino que ia 
em visita a Roma); 
 visita a Santiago de Compostela; 
 os muçulmanos se punham a caminho de Meca.
Hospitalidade na Idade Média 
 No século XII, o papa Calixto II, reconhecendo importância 
das peregrinações e as dificuldades enfrentadas pelo viajante 
da época, encarregou o sacerdote francês Aymeric Picaud de 
escrever o primeiro guia do Caminho de Santiago.
 Este livro surgiu em 1131 e tornou-se conhecido como Codex 
Calixtinus (por causa do nome do papa). O livro descreve os 
detalhes da viagem, passo a passo. 
 A peregrinação a Santiago de Compostela acarretaria 
também as primeiras excursões pagas registradas pela 
História.
Hospitalidade na Idade Média 
 Do século IV ao XI, a Igreja Católica Romana manteve a 
indústria da hospitalidade viva por meio do estímulo às 
viagens dos peregrinos aos monastérios e catedrais da 
Europa. 
 Estradas foram construídas e mantidas pelos monastérios 
locais. Os alojamentos construídos nas Igrejas ofereciam um 
lugar para comer e dormir e não cobravam por essas 
acomodações, apesar de esperar que os viajantes fizessem 
uma contribuição. 
 As viagens e o comércio aumentavam gradualmente na 
Europa e os monastérios permaneceram como os principais 
estabelecimentos de hospedagem, tanto para os que 
viajavam a negócios quanto para os que viajavam a lazer. 
Hospitalidade na Idade Média 
 No Oriente, nesse período, por volta de 1200, estações de 
correios e postos de estadia para os viajantes foram criados 
na China e Mongólia.
 Em 1282, na cidade de Florença, na Itália, um grupo 
de proprietários de hospedaria se uniu para criar uma 
associação, com o objetivo de transformar a hospitalidade 
em um negócio.
 A partir desse momento a hospitalidade irá deixar de ter 
seu caráter altruísta para evoluir para empreendimentos 
comerciais.
Hospitalidade na Idade Média 
 Hotel de fato: estabelecimentos sempre abertos aos 
estrangeiros ou à população local, aos quais oferecem, 
mediante pagamento, hospedagem e comida por um período 
determinado – só se desenvolveu na Europa nos séculos 
XIII e XIV a partir de diferentes formas bem mais antigas 
de hospitalidade.
 Em 1407 foram criadas leis reguladoras dos empreendimentos 
de hospitalidade na França, que obrigavam os hoteleiros e as 
casas privadas que alugavam quartos a manter registro de 
todas as pessoas que se alojavam, buscando com essa 
medida mais segurança. 
Hospitalidade na Idade Média 
 Algumas grandes navegações já tinham sido feitas no 
período da Idade Média: no século XI os vikings já haviam 
navegado até a América do Norte, no século XIII Marco Polo 
explorou as Rotas da Ásia.
 No final do século XV e no século XVI devem ser 
destacados o crescimento das grandes viagens 
marítimas de descobrimento. 
 No final do século XV Colombo irá descobrir a América. Os 
portugueses descobrem o Brasil e o caminho das Índias no 
início do século XVI. 
Hospitalidade na Idade Média 
As motivações das viagens, até o fim da Idade Média, são de 
diferentes ordens: 
 a busca de um lugar sagrado pelo peregrino;
 o mercador em busca de prosperidade; 
 o explorador à procura de novos mundos e riquezas;
 as peregrinações, na esperança de uma cura para 
enfermidades;
 os nobres percorrendo os domínios de suas terras.
Interatividade
A hospitalidade no período da Idade Média esteve ligada a qual 
principal motivo para a realização das viagens? 
a) Comércio.
b) Lazer.
c) Cura e saúde.
d) Transporte de carga.
e) Religião.
A Idade Moderna
 Período da história que tem início em 1453 e vai até o ano de 
1789, data da Revolução Francesa. 
 Dentro desse período da história se destacam a expansão 
marítima Europeia, a Revolução Comercial e o Renascimento 
Cultural.
A Idade Moderna
 Ao final da Idade Média, com o crescimento das cidades 
e o início da Revolução Mercantil houve um maior 
desenvolvimento das estalagens e hospedarias, que 
passaram a oferecer serviços de alojamento, refeições e 
bebidas como cervejas e vinhos, cuidados e alimentação 
para os cavalos e serviços de manutenção e limpeza para 
charretes ou outro tipo de veículos.
 O desenvolvimento da hospitalidade, como será observado, 
portanto, está muito ligado à evolução dos meios 
de transportes.
A Idade Moderna
 Na Inglaterra, em 1539, como parte de sua disputa com a 
Igreja Católica Romana, o rei inglês Henrique VIII declarou 
que todas as terras de propriedade da Igreja deveriam ser 
doadas ou vendidas. 
 Esse decreto inadvertidamente causou o crescimento das 
hospedarias particulares, pois a igreja teve de abrir mão de 
suas propriedades. Ela perdeu o papel de anfitriã hospedeira 
e as propriedades.
 Crescimento da hospitalidade comercial. 
A Idade Moderna
 Nesse período a maioria das viagens era para peregrinos, 
soldados, embaixadores e comerciantes que faziam viagens 
árduas e muitas vezes perigosas por razões como religião, 
comércio, administração e para guerra. 
 Em 1589 foi editado pelos ingleses o primeiro “Guia de 
Viagem” de que se tem notícia, definindo os diferentes tipos 
de acomodação da época, para uso em diversas localidades 
na Inglaterra.
A Idade Moderna
 Neste século nasce o advento do turismo enquanto viagem 
de recreação. 
 Procuram-se conhecimentos novos e o desejo de trocas 
e de encontros, motivos que encontrarão na prática da 
hospitalidade seu lugar mais apropriado.
A Idade Moderna
 O serviço de carruagens foi colocado em vigor por volta de 
1650. As carruagens viajavam entre as principais cidades 
inglesas e paravam onde os passageiros queriam. 
 As hospedagens foram construídas ao longo dos percursos, 
principalmente em locais onde devido ao trajeto percorrido 
havia a necessidade da troca de cavalos.
 Criam-se transporte e linhas regulares de diligências e 
carruagens entre Paris e uma dezena de grandes cidades, 
permitindo e proporcionando a instalação definitiva de 
infraestruturas de recepção. 
A Idade Moderna
 A chegada das ferrovias modificou os meios de hospedagem 
existentes na época. 
 Aqueles que não se adaptaram às novas tecnologias 
fecharam as portas. 
 Mais uma vez a hospitalidade moldou-se aos novos meios 
de transporte. 
 Hotéis e pousadas foram construídos nas redondezas das 
estações de trens e não mais ao longo das vias por onde 
passavam as diligências. 
A Idade Moderna
 No século XVII o Estado desenvolve um papel mercantilista, 
criando indústrias, escritórios comerciais e outros aparelhos 
de produção.
 As descobertas científicas anunciam também os tempos 
modernos por meio da noção de progresso e pela paixão 
pela viagem; paixão pela literatura exótica e pelos costumes 
e hábitos estrangeiros.
A Idade Moderna
 É favorecido o retorno às águas termais. O crescimento do 
capitalismo permitiu a expansão do hábito de se viajar para 
as estações de água. A mais famosa era Baden-Baden, na 
Alemanha. 
 Os SPAs (Salut per Aqua , significa “saúde pela água”) 
deixam de ser locais somente para tratamento de saúde e 
passam também a ser procuradospara lazer, eventos sociais 
e outras formas de entretenimento.
A Idade Moderna
 Ao longo do século XVIII, tornou-se frequente uma longa 
viagem com objetivos culturais, sociais e de lazer, que os 
jovens aristocratas faziam pela Europa para completar sua 
educação. 
 Era o chamado Grand tour, destinado a formar cavalheiros 
para as cortes, diplomatas e pessoas com uma visão mais 
ampla do mundo. 
 As viagens dirigiam-se ao Mediterrâneo e passavam por 
várias cidades italianas, repletas de tesouros artísticos, 
culturais e históricos. 
A Idade Moderna
 Em geral, o filho mais velho de uma família nobre viajava 
com um tutor culto e preparado para observar e aprender 
em terras estrangeiras. 
 Era comum hospedar-se junto a familiares, pois a nobreza 
possuía parentesco em várias cortes europeias. 
 Porém, ao longo das estradas haviam pequenos inns e 
lodges para comer e dormir, alimentar e descansar os 
cavalos e fazer pequenos consertos nas carruagens ou 
carroças.
A Idade Moderna
 As cidades italianas mais visitadas eram Nápoles, Veneza, 
Roma e Florença. 
 Os objetivos culturais visavam visitas a galerias de artes, 
museus, capelas, igrejas e mosteiros que possuíam obras 
do Renascimento, além da arquitetura e urbanismo que 
marcaram o desenvolvimento italiano. 
Evolução da hospedagem nos EUA
 Nos Estados Unidos, inicialmente irá ocorrer a influência da 
hotelaria inglesa, entretanto, o sistema hoteleiro americano 
irá se sustentar em uma visão de igualdade para todos, ou 
seja, desde que pudesse pagar, qualquer pessoa poderia se 
hospedar em um hotel. 
 Essa visão era distinta da hotelaria europeia, que se 
mantinha principalmente para servir somente aqueles 
que pertenciam à aristocracia. 
 Também surgiram, ao longo dos rios navegáveis, hotéis 
de apoio aos barcos fluviais frequentemente luxuosos que 
ofereciam hospedagem, cassinos e diversões aos clientes. 
A Idade Moderna
 As melhorias do século XIX nas tecnologias de transporte e 
comunicação tornaram as viagens muito mais fáceis e mais 
baratas. 
 Navios a vapor e ferrovias reduziram drasticamente o tempo 
que levou para percorrer a Europa e o telégrafo garantiu 
contato instantâneo. 
 A indústria de viagens e turismo que conhecemos 
desenvolveu-se durante essa época para atender às 
demandas de uma classe média emergente. 
Interatividade
O sistema hoteleiro americano irá se diferenciar do europeu 
por qual visão? 
a) Serviço para clientes comuns e aristocracia 
no mesmo espaço.
b) Gratuidade para todos.
c) Oferecimento de hotéis para cuidar da saúde.
d) Visão de igualdade para todos, quem pudesse pagar 
poderia se hospedar em um hotel. 
e) Ambiente de luxo e apenas para a aristocracia.
Idade Contemporânea
 A Idade Contemporânea é estudada de 1789, época 
da Revolução Francesa, até os dias atuais. 
 Em toda a Europa o século XVIII foi aquele da construção 
de estradas e o desenvolvimento de redes de comunicação 
necessárias à circulação das diligências, das carroças, 
entre outros.
 Nascem as viagens com permanências mais longas. 
São criados postos de alfândega nas fronteiras de cada 
província francesa (1798). 
Idade Contemporânea
 É introduzido o passaporte (1802). A legislação determina 
a responsabilidade dos hoteleiros enquanto depositários 
das bagagens trazidas pelos viajantes e o direito sobre 
estas no caso de falta de pagamento.
 São melhor caracterizados os componentes da boa recepção 
em hotéis e albergues, “limpeza, honestidade, abundância 
e delicadeza”, o século XVIII ainda verá a história da 
hospitalidade transpor uma etapa importante com o 
aparecimento dos restaurantes (1769).
Idade Contemporânea
 A palavra restaurante significa fortificante e aplica-se a certas 
sopas particularmente indicadas depois de uma doença ou 
de um grande esforço. 
 Contrariamente ao que se apresentava em albergues ou 
tabernas, os restaurantes eram mais limpos e melhor 
decorados e ofereciam cozinha, conforto e tranquilidade.
Idade Contemporânea
 É nesse período que se impõe definitivamente o método de 
servir prato após prato, conforme os preceitos de La 
Reynière (1758-1838) em seu “Manual dos anfitriões” e de 
seu guia gastronômico “O almanaque dos gourmands”.
 Os franceses Grimond de la Reynière, Brillat-Savarin e 
Alexandre Dumas foram muito importantes na história 
contemporânea da gastronomia e podem ser considerados 
os precursores dos jornalistas e críticos gastronômicos.
Idade Contemporânea
 A grande contribuição de Grimond de la Reynière (1758-1837) 
foi criar o primeiro guia gastronômico e dar lições de 
comportamento à mesa.
 Em 1803, lançou o “Almanaque dos gourmands”, um guia 
parisiense dos restaurantes e de lojas de especialidades, 
pois as classes emergentes europeias tinham interesse em 
saber o que e como comer, além de ter orientação. 
 O almanaque também funcionava como um manual, ao 
descrever deveres recíprocos de anfitriões e convivas, 
ensinava como destrinchar carnes e comentava sobre a 
composição dos cardápios.
Idade Contemporânea
 La Reynière estabeleceu o padrão da comida parisiense e da 
cozinha francesa, divulgando inclusive os grandes chefs da 
época. O almanaque era lido também em Londres e foi um 
dos meios que contribuiu para a fama de Paris como centro 
gastronômico. 
 Em seguida às Guerras Napoleônica do século XIX, a 
sociedade sofrerá profundas modificações: o progresso da 
ciência, a explosão da indústria, o desenvolvimento dos 
transportes, o nascimento da imprensa e da transmissão de 
ideias, conduzirão a uma nova revolução: a Revolução 
Industrial.
Idade Contemporânea
 A introdução de ferrovias teve grande influência sobre 
a indústria da hospitalidade. 
 No início de 1800, os trilhos de trem foram estabelecidos em 
todo o mundo ocidental, diversos tipos de hospedagem que 
ofereciam alimentação começaram a surgir acompanhando 
as ferrovias. 
 Na maioria dos casos o hotel foi conectado diretamente 
à estação de trem.
Idade Contemporânea
 A viagem turística encontra sua verdadeira identidade: o 
interesse às particularidades de cada povo, aos aspectos 
pitorescos, às tradições, à autenticidade, à natureza, à 
liberdade, ao exotismo, ao sonho.
 Em 1814, Georges Stephensos, o pai da locomotiva, 
personifica, de alguma maneira, esse século de mudanças 
tecnológicas: canais, portos, estradas são construídas 
por toda parte, ampliando as formas de hospedagem 
e alimentação. 
 Em 1825 foi criada a primeira ligação ferroviária entre 
Stockton e Darlington (Inglaterra).
Idade Contemporânea
 Durante a metade do século XIX os transatlânticos 
se ocupavam do transporte de imigrantes. 
 No entanto, previu-se que este mercado caminhava 
para uma diminuição de sua demanda. 
 Os navios foram então melhorados e transformados em 
cruzeiros marítimos que atraíram, sobretudo, as elites, 
que uniram o meio de transporte com a hospedagem e 
transformaram a viagem em lazer e diversão.
Idade Contemporânea
 A recepção de um viajante no século XIX era ainda 
uma relação humana no estado puro. 
 O turismo se organiza: Thomas Cook (1808 – 1891) 
proporciona viagens de centenas de pessoas com a 
colaboração das estradas de ferro e de navegação.
Idade Contemporânea
 O marco inicial do desenvolvimento do turismo ferroviário 
foi a venda antecipada, em 1841, de 570 passagens para o 
percurso entre Leicestere e Loughborough pela agência 
Cook, de Londres. 
 Motivo da viagem: assistirem a uma manifestação 
antialcoólica.
Idade Contemporânea
Thomas Cook foi responsável por:
 oferecer as primeiras formas negociaçõesde desconto 
para grupos de passageiros;
 elaborar o primeiro roteiro descritivo de viagem;
 realizar a primeira viagem com um guia de acompanhante;
 foi a primeira agência de um evento, levou 165 mil 
visitantes à Primeira Exposição Universal de Londres;
 responsável pela criação do voucher e do traveller check
(cheque de viagem).
Idade Contemporânea
 O conforto dos hotéis (César Ritz é pioneiro) engloba: leito, 
mesa, tranquilidade (o antirruído), iluminação adequada 
(natural, vela, eletricidade). 
 Em 1898, César Ritz, de Valais, na Suíça, que se tornou, para 
citar a famosa frase do Rei Edward VII, o “rei dos hoteleiros e 
o hoteleiro dos reis”, abriu o hotel que leva o seu nome 
famoso na Place Vendôme, em Paris.
Idade Contemporânea
Principais inovações foram: 
 instalação de banheiro privativo; 
 os armários embutidos nos apartamentos; 
 a uniformização dos empregados; 
 a criação de galerias de lojas junto ao hotel e 
 os concertos musicais durante as refeições.
 Também iniciou o marketing direto ao mandar cartas 
pessoais aos seus clientes. Seus hotéis possuíam uma ficha 
de cada cliente na recepção, assim, quando eles chegavam 
fazia-se de tudo para agradá-los.
Idade Contemporânea
 A fama de Ritz era associada à de Auguste Escoffier, 
considerado na época o melhor chef de cozinha do mundo. 
 Ritz valorizava os atributos dos grandes cozinheiros.
Idade Contemporânea
 No século XX, além do desenvolvimento fulgurante dos 
transportes, o período denominado de Belle Époque, até 
1914, caracteriza-se por inovações marcantes ligadas à 
descoberta do telefone e do telégrafo. 
 A sociedade democratiza-se, o trabalho racionaliza-se 
(noções de rendimento, trabalham em cadeia, 
standardização). 
 Em 1906, na França, promulga-se uma lei sobre a obrigação 
de dar aos trabalhadores o repouso semanal.
Idade Contemporânea
 A nova condição dos trabalhadores, os desejos de mudanças, 
o gosto da viagem, atuam sobre as estruturas da sociedade e 
do indivíduo. 
 O século XX marca a passagem definitiva da hospitalidade 
para a recepção remunerada.
Interatividade
Qual o motivo da viagem considerada o marco inicial do 
desenvolvimento do turismo? 
a) Ida aos Jogos Olímpicos.
b) Viagem de volta ao mundo.
c) Congresso de medicina.
d) Manifestação antialcoólica.
e) Viagem para uma partida de futebol.
ATÉ A PRÓXIMA!

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