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Resenha Crítica_Francine Anastácio_25 03 2019

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Resenha Crítica: Formação do tradutor/intérprete de Libras-Português: Reflexões sobre o desenho curricular no contexto de formação por competências
Francine Anastácio da Rocha*
 Como atividade do curso de especialização, apresento uma resenha crítica da palestra intitulada no título, a mesma foi ministrada por uma excelente mestre. Maria Lúcia Barbosa de Vasconcelos, pedagoga formada pela Universidade de São Paulo (USP), doutora em Administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo e doutora em Educação pela USP. Autora do livro intitulado “Educação Básica – a formação do professor, relação professor aluno, planejamento, mídia e educação” e atualmente professora titular da carreira do Magistério Superior da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), atuando no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução (PPGET). Maria Lúcia ministra cursos, palestras, workshops entres outros, além de orientar algumas pesquisas de graduação e pós-graduação nas suas áreas de interesse que são: Análise Textual e Tradução; Mapeamentos do campo disciplinar em Estudos da Tradução nesta área ela inclui os Tradutores e Intérpretes de Língua de Sinais (TILS) e por último a Formação de Tradutores.
A palestra ocorreu no dia 16 de março de 2019 e teve como público alvo, alunos do curso de Especialização em Tradução e Interpretação de Libras/Português do IFSC Campus Palhoça Bilíngue. Após a apresentação a palestrante abordou sobre o seguinte tema formação de tradutores interpretes correlacionando com a especialização e nos fez refletir sobreo currículo por competência na tradução e interpretação. Adquirir uma língua oral ou sinalizada é possível dentro de vários contextos no caso de competências tradutórias – CT, é possível obter fora do sistema educacional como autodidata e com a mentoria (um tradutor mais experiente auxiliando) ou dentro do sistema educacional por uma intervenção social. 
Maria Lúcia em toda sua palestra mencionou o grupo de pesquisa PACTE (Procés d’Adquisició de la Competència Traductora i Avaluació), que tem a base de um desenho curricular para a formação dos TILSP. A base conceitual consiste na base pedagógica, na proposta didática do PACTE e na base metodológica isso tudo baseado na autora Amparo Hurtado Albir. A primeira base na qual é a conceitual consolida o conceito de tradução (teoria da partida, teoria da chegada nas quais são o contexto e que chegam a finalidade comunitária). Temos também a CT que possui ligação com a subcompetência bilíngue, subcompetência extralinguística, subcompetência de conhecimentos sobre tradução, subcompetência instrumental e por último a subcompetência estratégica que liga as outras subcompetências, dentro disso tudo tem os componentes psicofisiológicos. Segundo Rodrigues 2018 as subcompetências não param nas mesmas citadas acimas temos outra que na qual seria a subcompetências intermodais competências imagéticas sinestésicas. E para finalizar a primeira base temos a aquisição de CT que se dá por competência pré-tradutória e competência tradutória, pelo desenvolvimento integrado das subcompetências, pelas estratégias de aprendizagem. 
A segunda base é a pedagógica que possui duas vertentes sendo a aprendizagem pela orientação construtivista e o ensino é a formação por competências. Sendo assim existem dois pontos de partidas o contexto social e o institucional. Partindo para o perfil profissional no qual deve-se identificar os conhecimentos, habilidades, atitudes que compõem as competências e possuir a capacitação necessária para desenvolver as competências. E quais seriam as competências necessárias para os tradutores e intérpretes? Segundo Rodrigues e Hurtado Albir temos as competências intermodais imagética-sinestésicas; metodológicas e estratégicas; conhecimentos sobre tradução; ocupacionais; instrumentais; textuais; contrativas e extralinguísticas. 
A terceira base é a metodológica na qual tem a abordagem por tarefas (atividade em sala de aula, protagonismo do aprendiz e o alinhamento com objetivos). Nessa terceira base ela abordou sobre como trabalhava com os alunos em sala de aula, todas as atividades eram por UD – Unidade Didáticas, cada unidade um objetivo de aprendizagem e também significam uma tarefa de tradução. Ao final de cada UD o aluno (TILSP) será capaz de conhecer os estudos da interpretação, identificar os estudos acerca do intérprete educacional. Maria Lúcia nos apresentou a forma como ela aplica as UD em suas aulas, sendo estruturada em 3 tarefas, a primeira seria o (re) conhecer as áreas, a segunda tarefa é a pratica de interpretação do português-libras na modalidade consecutiva e tarefa final é a mesma pratica anterior só que na modalidade simultânea. Todas as tarefas possuem um material de apoio ou uma ficha de orientação. 
Após essa explanação da palestra que valorizou nossas experiências profissionais, mostrando nossas competências tradutórias e algumas eu desconhecia até o momento da palestra. Sendo o que mais me identifiquei foi a base metodológica na qual o professor designa tarefas aos alunos e ao final cada um precisa refletir sobre seu objetivo, um exemplo muito bom citado pela palestrante foi troca de intérpretes que acontecia na palestra, o aluno no qual estará fazendo a devida tarefa poderia observar como é feita essa troca, sem perder o contexto e atrapalhar a palestra pois, o aluno ele precisa saber/fazer. A palestra encerrou-se com uma reflexão (um processo de aprendizagem) sobre os conhecimentos compartilhados. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
VASCONCELOS, Maria Lúcia. Currículo do sistema currículo Lattes. Disponível em: <http://lattes.cnpq.br/5083038168307301> Acesso em: 23 março de 2019.
* Graduada em Letras/Libras Bacharelado da UFSC; Graduanda em Letras/Libras Licenciatura da UFSC; Pós-graduanda de Libras da FAEL; Pós-Graduanda em Tradução e Interpretação de Libras/Português do IFSC. E-mail: anastacio.francine@gmail.com