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1 FACULDADE FUTURO UNIDADE DE PÓS-GRADUAÇÃO – CURITIBA/PR Curso de Especialização em Gestão Empresarial. O PAPEL DA CULTURA ORGANIZACIONAL PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO (entre os anos de 1993 e 2003) MARIA DE LOURDES PEDROSO CURITIBA 2016 2 MARIA DE LOURDES PEDROSO O PAPEL DA CULTURA ORGANIZACIONAL PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO (entre os anos de 1993 e 2003) Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão Empresarial da Faculdade Futuro – Unidade Curitiba, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão Empresarial. CURITIBA 2016 3 MARIA DE LOURDES PEDROSO O PAPEL DA CULTURA ORGANIZACIONAL PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO (entre os anos de 1993 e 2003) Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão Empresarial da Faculdade Futuro – Unidade Curitiba, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão Empresarial. ______________________________________ Prof (a). Dr (a) Instituição ______________________________________ Prof (a). Dr (a) Instituição ______________________________________ Prof (a). Dr (a) Instituição Curitiba, 11 de Julho de 2016 4 AGRADECIMENTOS Agradeço minha filha pela sua paciência e amor, A todos os colegas do curso pela amizade conquistada, E a todos os professores do curso, pela colaboração. 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 07 1- PLANEJAMENTO 08 1.2- Tipos de planejamento 09 1.2.1 – Planejamentto Estrategico 09 1.2.2 – Planejamento Tatico 09 1.2.3 – Planejamento Operacional 10 2 - MISSÃO 11 3 - VISÃO 12 4 - CULTURA ORGANIZACIONAL 14 5- PAPEIS DA CULTURA ORGANIZACIONAL 15 5.1- Tipos de Cultura 16 6. A IMPORTANCIA DA CULTURA ORGANIZACIONAL NO PLANEJAMENTO ESTRATEGICO 18 7. CRIANDO AFINIDADE ENTRE A ESTRATEGIA E A CULTURA 21 7.1 Decisões administrativas afetadas pela cultura 21 8. CONCLUSÃO 24 REFERÊNCIAS 26 6 O PAPEL DA CULTURA ORGANIZACIONAL PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO (entre os anos de 1993 e 2003) Maria de Lourdes Pedroso RESUMO O presente artigo tem como objetivo mostrar a importância da cultura organizacional para o planejamento estratégico. Com as constantes mudanças no ambiente empresarial, se faz necessário saber qual é o verdadeiro papel desta cultura para que as estratégias da organização não fiquem somente na ideologia da empresa, mas sim, se tornem consistentes para que os objetivos propostos sejam alcançados com êxito, possibilitando, desta forma, que a empresa possa ter maiores chances competitivas no mercado. Um estudo sobre a cultura organizacional é apresentado, visto que ela é de grande importância para o processo de planejamento estratégico, pois a cultura é o reflexo das políticas, práticas, tradições e crenças filosóficas da organização. O grande diferencial das empresas é manter um equilíbrio entre a adaptação às mudanças e a estabilidade da identidade que a empresa mantém, ou seja, criar uma cultura corporativa e clima de trabalho que conduzam à implementação da estratégia de maneira bem sucedida. Para o alcance dos objetivos foi realizado um estudo descritivo, fundamentado em bibliografias referentes ao assunto. Optou-se também por analisar de forma sucinta o caso envolvendo a empresa Itaú Unibanco e Havaianas. Palavras-Chave: Cultura Organizacional; Planejamento; Mudanças; Identidade; Objetivos. ABSTRACT This article aims to show at the importance of organizational culture to strategic planning. With the constant changes is business environment, it is necessary to know the true role this the organization’s strategies are not only the ideology of the company, but to become consistent in that the goals are achieved successfully, enabling this way, the company may have better chances in competitive market. A study of organizational culture is presented, at it is of great importance to the strategic planning process, because the culture is a reflections of policies, practices, traditions and philosophical beliefs on the organization. The great advantage of the company is maintaining a balance between adapting to change, and stability of identity that the company maintains, or creates a corporate culture and work climate conducive to implementing strategy successfully. To achieve the goals was a descriptive study, based on bibliographys to the subject. We decided to also consider briefly the case involving the company Itaú Unibanco and Havaianas. Keys words: Organizational culture; Planning; Change; Identity; Goals. 7 INTRODUÇÃO É de grande importância para todas as empresas que elas tenham estratégias formuladas, pois os gerentes as fazem para atingir o melhor desempenho possível. As empresas não são organizações isoladas, isso faz com que os problemas sociais, políticos, regulamentares e de cidadania delimitam as ações durante o processo estratégico, dizendo o que uma empresa não pode ou não deve fazer. A cultura organizacional é outro fator importante durante o planejamento estratégico, pois ela influencia o processo decisório da organização. Conciliando a cultura organizacional com o planejamento estratégico, os colaboradores se sentem motivados e se identificam com a filosofia da empresa, resultando um trabalho efetivo. Desta forma, verifica-se que a organização não deve ignorar sua cultura organizacional, ela deve sempre se adaptar às mudanças que inevitavelmente ocorrem, mas também precisam ter estabilidade em suas crenças e seus valores, para sempre manter sua identidade. 8 1. PLANEJAMENTO Segundo Leitão (1996, p.8), “Planejamento é um processo intuitivo, ou estruturado que visa especular sobre o futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisão antecipadamente”. A palavra Stratégia, em grego antigo significa a qualidade e a habilidade de um general, ou seja, a capacidade de certo comandante organizar e atingir o objetivo em campanhas militares. A partir daí surge à palavra estratégia, que nos dicionários quase sempre tem relação com situaçõespolíticas, guerras, jogos, pois são situações onde são necessários planejamento, organização e preparo para atingir os objetivos propostos. Conforme nos afirma Mitzberg (2001), “é o padrão ou plano que integra as principais metas políticas e sequencias de ações de uma organização em um todo coerente. Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para uma postura singular e viável, com base em suas competências e deficiências internas relativas, mudanças no ambiente antecipadas e providências contingentes realizadas por oponentes inteligentes”. “A estratégia da empresa consiste do conjunto de mudanças competitivas e abordagens comerciais que os gerentes executam para atingir o melhor desempenho da empresa. A estratégia em verdade, é o planejamento do jogo de gerência para reforçar a posição da organização no mercado, promover a satisfação dos clientes e atingir os objetivos de desempenho”. (THOMPSON JR; STRICKLAND III, 2000, p. 3). “A estratégia deve ser muito bem combinada com os pontos fortes, os pontos fracos e com as capacidades competitivas da empresa”. (THOMPSON JR; STRICKLAND III, 2000, p. 70). 9 1.2 TIPOS DE PLANEJAMENTO 1.2.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO De acordo com Leitão (1996, p. 12), “O planejamento estratégico é responsabilidade da alta administração, embora com participação fundamental de outros níveis hierárquicos. É feito em longo prazo, e os produtos principais são: objetivos e estratégias, e seus subprodutos são: diretrizes e políticas. Seu processo decisório é centralizado”. O Planejamento Estratégico é conceituado como um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente. (OLIVEIRA, 2001, p.46). Segundo Chiavenato (1999, p. 226), “O planejamento estratégico é um processo organizacional de adaptação através da aprovação, tomada de decisão estratégica e avaliação, e procura responder questões básicas como para que a organização existe, o resultado é um plano que serve para guiar a empresa por um prazo de três a cinco anos”. 1.2.2 PLANEJAMENTO TÁTICO É definido o que fazer para alcançar os objetivos traçados. O planejamento estratégico é em médio prazo, ele é desenvolvido pelo nível intermediário da organização onde é definido o que fazer, ou seja, quais as decisões que serão tomadas para que os resultados esperados sejam alcançados. 10 O Planejamento Tático tem por objetivo afeiçoar determinada área de resultado e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha com decomposições de objetivos, estratégias, e políticas estabelecidas no planejamento estratégico. O planejamento tático é desenvolvido em níveis organizacionais inferiores, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a execução de objetivos previamente fixados, seguindo um estratégia determinada, bem como políticas orientativas para o processo decisório da empresa. (OLIVEIRA, 2001, p. 46). Chiavenato (1999, p. 228) afirma que “Os planos táticos geralmente são desenvolvidos para a área de produção, marketing, pessoal, finanças e contabilidade. Para ajustar-se ao planejamento tático, o exercício contábil da organização, os planos de produção, de venda, de investimentos etc. e cobrem geralmente o período anual”. Segundo Leitão (1996, p.12), “Planejamento tático é de responsabilidade da média administração, seu prazo é longo e curto. Os produtos principais são: ações e recursos, seus subprodutos são: metas e indicadores. O processo decisório é centralizado”. 1.2.3 PLANEJAMENTO OPERACIONAL É o planejamento dos meios e recursos a serem utilizados para a realização de objetivos. Primeiro deve-se analisar os objetivos e fazer uma lista deles e que outras atividades serão necessárias para completar os objetivos. Uma técnica muito usada nesta etapa é o brainstorming, que é uma técnica usada em equipes, onde os integrantes pensam criativamente sobre determinado assunto e as idéias que vão surgindo, são escritas. Conforme nos afirma Chiavenato (1999, p. 231), “O planejamento operacional é focalizado para o curto prazo e cobre cada uma das tarefas ou operações individualmente”. Nesta etapa do planejamento são definidas ações de como realizar em curto prazo todas as tarefas cotidianas da organização. É voltado para a otimização e 11 maximização dos resultados. O planejamento operacional está focalizado nas tarefas da organização de acordo com os procedimentos já estabelecidos pela Gerência Operacional. O planejamento operacional pode ser considerado como a formalização principalmente através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas. Portanto, nesta situação têm-se, basicamente, os planos e ações ou planos operacionais. Os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes homogêneas do planejamento tático. (OLIVEIRA, 2001, p.46). De acordo com Leitão (1996, p.12), “O Planejamento Operacional é responsabilidade da Gerência Operacional e é feito em curto prazo. Seus produtos principais são: ações e seus recursos detalhados. Seu processo decisório é descentralizado”. 2 MISSÃO De acordo com Leitão (1996, p.8), “Missão deve ser entendida como uma declaração de princípios, valores, crenças e filosofia de uma empresa. Ela revela a visão de longo prazo da companhia quanto ao que ela deseja ser ou a quem servir”. Missão é a razão de ser da empresa. Ou seja, é a finalidade ou o motivo pelo qual a organização foi criada e para que ela deva servir. É importante conhecer a missão e os objetivos essenciais de uma organização, pois, se o administrador não sabe por que ela existe e para onde ela pretende ir, ele jamais saberá dizer qual o melhor caminho a seguir. Para tanto, a missão deve ser objetiva, clara, possível e, sobretudo, impulsionadora e inspiradora. Ela deve refletir um consenso interno de toda a organização e ser compreendida facilmente pelas pessoas de fora. (CHIAVENATO, 1999, p. 247). 12 Segundo Robbins; Coulter (1998, p. 33), “A missão deve traduzir a filosofia da organização, que é geralmente formulada por seus fundadores ou criadores através de seus comportamentos e ações”. Essa filosofia envolve os valores e crenças centrais, que representam os princípios básicos da organização que balizam a sua conduta ética, sua responsabilidade social e suas respostas às necessidades do ambiente. A missão da organização deve ser cultivada pelos dirigentes e precisa ser difundida intensamente entre todos os membros para que haja comprometimento pessoal em relação ao seu alcance. Conforme nos afirma Chiavenato (1999, p.352), “A Ford Motor Company é uma líder mundial em produtos e serviços relacionados com automóveis, bem como com novas indústrias, tais como aeroespacial, comunicações e serviços financeiros”. Para fixação do conteúdo abordado, missões de empresas: “Nossa missão é melhorar continuamente nossos produtos e serviços para atender às necessidades de nossos consumidores, de modo a prosperar como um negócio e proporcionar um razoável retorno para nossos acionistas, proprietários de nossos negócios.” Ford Motor Company “Produzir automóveis que as pessoas desejam comprar e tenham orgulho de possuir.” FIAT 3 VISÃO É a imagem que a organização tem a respeito de si mesma e do seu futuro. É o fato dever a si própria no espaço de tempo. Em sintonia com a missão, visando o futuro, a organização deve estabelecer um conjunto de objetivos concretos para cumprir juntamente com a missão da empresa. 13 Toda a organização deve ter uma visão adequada de si mesma, dos recursos que dispõem do tipo de relacionamento que deseja manter com seus clientes e mercados, do que quer fazer para satisfazer continuamente as necessidades e preferências dos clientes, de como irá atingir os objetivos organizacionais, das oportunidades e desafios que deve enfrentar, de seus principais agentes, das forças que a impelem e das condições em que opera. (CHIAVENATO, 1999, p. 253). “A visão proporciona o grande delineamento do planejamento estratégico a ser desenvolvido e implementado pela empresa. A visão representa o que a empresa quer ser” (OLIVEIRA, 2003, p.88). De acordo Leitão (1996, p.12), “A visão pretende estabelecer uma identidade comum quanto aos propósitos da organização, a fim de orientar o comportamento dos membros quanto ao futuro que ela deseja construir”. A falta de uma visão dos negócios é profundamente prejudicial, pois desorienta a organização e seus membros quanto às suas prioridades em um ambiente altamente mutável e fortemente competitivo. Geralmente a visão está mais voltada para aquilo que a organização pretende ser do que para aquilo que ela realmente é. Chiavenato (1999, p.355), nos afirma que “A visão somente é atingida quando todos dentro da organização trabalham em conjunto e em consonância para que isso ocorra efetivamente”. Muitas organizações realizam um trabalho integrado e consistente para divulgar a sua visão. Para fixação do conteúdo abordado, visões de empresas: “Ser a empresa que melhor entende e satisfaz globalmente as necessidades de produto, serviço e auto realização da mulher”. AVON “Experimentar o prazer de avançar e aplicar tecnologia para o benefício das pessoas”. SONY 14 4 CULTURA ORGANIZACIONAL “Cultura Organizacional é uma coleção de crenças, valores, expectativas, concepções e normas compartilhadas pelos membros da organização”. (LEITÃO, 1996, p.218). Cultura é um sistema de significados compartilhados. Assim como as culturas tribais têm regras e tabus que ditam a forma como os membros vão se comportar entre si e com estranhos, as organizações têm culturas que dirigem a maneira como seus membros deveriam se comportar. Em cada organização há sistemas ou padrões de valores, símbolos, rituais, mitos e práticas que se desenvolveram ao longo do tempo. Estes valores compartilhados determinam, em grande parte, o que os empregados vêem e como eles respondem ao seu mundo. Quando frente a um problema, a cultura organizacional restringe o que os empregados podem fazer, sugerindo a maneira correta – “é assim que as coisas são feitas aqui”- para conceituar, definir, analisar e resolver o problema. (ROBBINS; COULTER, 1998, p. 47). Segundo Robbins; Coulter (1998, p. 47), “Apesar de não dispormos atualmente de nenhum método para medir a cultura organizacional, pesquisas preliminares sugerem que as culturas podem ser analisadas através da avaliação de como uma organização se classifica com relação a 10 características”. Estas foram identificadas da seguinte forma: a) Identidade do membro: O grau com que os empregados se identificam com a organização como um todo, e não com o seu tipo de trabalho ou especialidade profissional; b) Ênfase no grupo: O grau com que as atividades de trabalho são organizadas em torno de grupos em vez de indivíduos; c) Foco nas pessoas: O grau com que as decisões da administração levam em consideração o efeito dos resultados em pessoas da organização; 15 d) Integração das unidades: O grau com que as unidades da organização são estimuladas a operar de uma maneira coordenada ou interdependente; e) Controle: O grau com que regras, regulamentos e supervisão direta são usados para inspecionar e controlar o comportamento dos empregados; f) Tolerância a risco: O grau com que os empregados são incentivados a serem agressivos, inovadores e propensos ao risco; g) Critérios de recompensa: O grau com que recompensas como aumento de salário e promoções são distribuídos por critérios de desempenho do empregado em contraste com o tempo de casa, favoritismo e outros fatores não ligados ao desempenho; h) Tolerância a conflito: O grau com que os empregados são estimulados a expressar conflitos e críticas abertamente; i) Orientação meios fins: O grau com que a administração enfatiza resultados ou efeitos em detrimento de técnicas de processos usados para alcançar aqueles resultados; j) Foco em sistemas abertos: O grau com que a organização monitora e responde a mudanças no ambiente externo. 5 PAPÉIS DA CULTURA ORGANIZACIONAL A Cultura desempenha papéis na organização: - Cria normas ou regras de conduta que definem um comportamento aceitável das pessoas, desde o Gerente de Topo até o funcionário de mais baixo nível hierárquico. -Conduz os empregados a um sentimento de identidade. -Ajuda a gerar compromissos, por parte dos empregados, por algo maior que eles mesmos. -Ajuda a estabilidade da corporação como um sistema social. (LEITÃO, 1996, p.218). 16 5.1 TIPOS DE CULTURA De Acordo com Leitão (1996, p. 222), os tipos de culturas são: a) Cultura Empresarial: É baseada em um líder carismático, que normalmente é o fundador da empresa, por isso apresenta características de curto prazo. Ela é arriscada e instável, pois não é possível saber o que acontecerá com a empresa caso o líder a deixe. Seu foco é voltado para o atendimento aos clientes, se preocupa com as mudanças do ambiente externo, o que traz grandes chances de sucesso, b) Cultura Estratégica: Suas origens de valores estão voltadas para as tradições organizacionais transmitidas de geração a geração. O que faz dela uma cultura de longo prazo. Ela pode ser o resultado da Cultura Empresarial, depois que o líder carismático deixa a organização. Sua cultura é a que tem mais possibilidade de se ajustar no processo estratégico. Assim como a Cultura Empresarial, o foco de seus valores é funcional, ou seja, está voltado para o ambiente externo; c) Cultura “Chauvinista”: Apresentam características elitistas, ela surge quando a Cultura Empresarial deixa o seu foco funcional e passa ter um foco elitista. Isto é, com valores que afirmam a supremacia ou a superioridade da empresa (membros, produtos ou serviços), como um fim em si mesmo. Este tipo de cultura é voltado para dentro, com lealdade cega ao líder e grande preocupação com sua superioridade institucional; d) Cultura Exclusivista: As origens de seus valores se baseiam nas tradições organizacionais, ela surge da Cultura “Chauvinista”, quando o líder se afasta e seus valores são institucionalizados. Apresenta características elitistas, é voltada para o longo prazo e mantém prioridade no ambiente interno; e) Cultura Integrativa: As pessoas são tratadas com atenção em função da sua contribuição para a organização. A ênfase é no desempenho da organização com a participação ativa das pessoas; 17 f) Cultura “Máquina”: Nesta cultura, as pessoas são peças da engrenagem. Recompensas são ligadas ao desempenho. A segurança no emprego e oportunidades são baixas; g) Cultura Paternalista: Neste tipo de cultura, as recompensas não são baseadas em desempenho, mas em conformação e receptividade aos superiores. Saláriosentão na média, mas existe grande segurança no emprego; h) Cultura Apática: Este é um tipo de cultura característica de empresas em declínio. A apatia provocada pela baixa preocupação, tanto com o desempenho, como para com as pessoas, leva a um clima de apatia, que ameaça a viabilidade da empresa. No exemplo a seguir percebe-se a relação da importância da cultura organizacional apresentada, com o dia a dia de uma organização. Conforme site do banco Itaú Unibanco: Itaú Unibanco Holding S/A A cultura organizacional e valores compartilhados são apoiados pela Visão Itaú, foi construída através de um trabalho coletivo ao longo de 60 anos, estabelece compromissos de: liderança em performance, postura ética, eficiência continuamente perseguida, a satisfação dos clientes e o beneficio a todos os públicos com os quais se relaciona. O Itaú acredita que para que essa Visão seja realizada na prática, requer equipes motivadas, em ambiente de trabalho acolhedor e saudável, orientadas pela Cultura de performance, com lideranças corporativas, que propiciem a construção coletiva de resultados. Para o Itaú essa cultura organizacional representa um diferencial competitivo que possibilita obter solidez e perenidade nos negócios. A nova cultura após a fusão entre Banco Itaú e Unibanco: O Banco Itaú está em segundo lugar no ranking das 50 marcas mais valiosas. A matéria da Istoé Dinheiro apresenta que essa conquista foi possível após a fusão com o 18 Unibanco, e mostra como a cultura organizacional foi definida para que os valores dos bancos se tornassem um só. Roberto Setubal, presidente do Itaú, afirma que “O Itaú tinha atributos de modernidade e tecnologia e o Unibanco, mais jogo de cintura e flexibilidade”. Para que a união das duas instituições tão diferentes desse certo era preciso manter as coisas que eram valorizadas em cada banco, principalmente o relacionamento com o cliente. Na criação de uma nova cultura corporativa, foi realizada uma pesquisa com 16 mil funcionários, para que se decidisse qual marca iria prevalecer. Zeca Rudge, vice-presidente de marketing do banco afirma que: “Pensamos em criar um novo nome, mas as pesquisas mostraram que a marca do Itaú era mais forte e valia mais do que a do Unibanco”. Com a consolidação de um só banco, foi preservado atributos da cultura de cada um, porém a marca que prevaleceu foi a do Banco Itaú, pois era mais forte no mercado, segundo as pesquisas realizadas. Assim ocorreram as migrações de mil agências do Unibanco, criando ambientes e serviços que agradassem a todos os clientes, de ambos os bancos. 6 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA ORGANIZACIONAL NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Segundo Robbins; Coulter (1998, p. 52), “O planejamento estratégico deve estar de acordo com as estratégias definidas pela empresa e os seus valores culturais, a cultura organizacional é muito importante, para a definição da estratégia”. Produtos culturais, muitas vezes, influem ou substituem a racionalidade no processo de tomada de decisão estratégica. Como as decisões estratégicas lidam com questões mal estruturadas e novas, elas envolvem julgamentos subjetivos que, por sua vez, são moldados por normas e valores culturais. (LEITÃO, 1996, p.229) 19 Para que a influência da cultura no processo estratégico possa trabalhar junto com os produtos culturais, é preciso antes de tudo, estudar as características culturais da organização. A partir disso, é possível saber se as características culturais da organização são congruentes com as estratégias estabelecidas, se não for, o que deve ser feito. “Muitos gerentes, com base em sua própria experiência ou em estudos de casos apresentados na imprensa especializada de negócios, aceitam que a cultura de uma organização é um contribuinte importante (ou obstáculo) para a execução bem sucedida da estratégia”. (THOMPSON JR; STRICKLAND III, 2000, p. 382). Quando a cultura da empresa não está de acordo com o que é necessário para o sucesso do planejamento estabelecido, a cultura precisa ser mudada o mais rápido possível. Pois um conflito entre a estratégia e a cultura enfraquece a organização, e surge o risco de a estratégia não funcionar conforme planejado. (THOMPSON JR; STRICKLAND III, 2000, p. 382). Já de acordo com Leitão (1996, p.229). Quando ocorre uma incompatibilidade entre a cultura e a estratégia, existem quatro alternativas possíveis: a)Ignorar a cultura, o que é perigoso e inaceitável, se alternativas com grande risco cultural existirem; b) Mudar o plano de implementação (tático), adotando-se outras ações que superem os obstáculos culturais sem mudar o foco estratégico; c) Tentar mudar a cultura para que esta se ajuste à estratégia. Esta é uma tarefa extremamente difícil, requerendo muito tempo. Há casos, contudo, em que ocorrendo grandes mudanças nos ambientes interno e externo, deve haver mudança cultural para qualquer nova estratégia. Nesses casos, há necessidade de mudanças nos sistemas gerenciais e organizacionais; d) Mudar a estratégia para ajustá-la à cultura, talvez reduzindo expectativas quanto ao desempenho. 20 Para fixação da importância do tema abordado com a realidade de uma organização, se faz necessário citar o exemplo da empresa Havaianas na qual ocorreu uma mudança organizacional que beneficiou a organização: Imaginem, já nessa época tentavam imitar as Havaianas. O famoso slogan “Havaianas, As Legitimas” foi então lançado. E basta ouvir a frase não deformam, não soltam tiras e não tem cheiro.” Para se lembrar dos comerciais protagonizados pelo comediante Chico Anysio durante as décadas de 70 e 80. Na época, já eram vendidos mais de 80 milhões de pares de havaianas por ano. As havaianas eram tão fundamentais na vida do brasileiro que, na década de 80, foram consideradas com um dos itens da cesta básica, assim como feijão e arroz. (www.havaianas.com.br). Com o processo de globalização, algumas transformações nos aspectos financeiros, políticos e culturais são afetados. Podemos ver como exemplo a empresa Havaianas, que teve que rever os planejamentos, mudando totalmente sua cultura organizacional. Basicamente foi investido em marketing, onde foram criados modelos que atraíssem o público, foram usados atores famosos, onde a repercussão foi até no exterior. Com tudo isso a empresas Havaianas, foi considerado pela revista EXAME, uma das 100 melhores empresa para se trabalhar, nessa década. Pode-se perceber um planejamento estratégico, lógico, audacioso, mas que deu certo, onde uma marca que quase extinta, acaba de ganhar o mundo a fora, reconhecida em vários países da Europa, Ásia e América. Thompson Jr; Strickland III (2000, p. 385) nos afirma que “Um dos maiores desafios de implementação de estratégia é motivar os empregados de maneira que alimentem atitudes vencedoras e comprometimento na organização como um todo”. 21 7 CRIANDO AFINIDADE ENTRE A ESTRATÉGIA E A CULTURA A seleção de uma estratégia compatível com as partes sagradas e inalteráveis da cultura corporativa predominante é de responsabilidade do implementador de estratégia. Depois de escolhida a estratégia, a tarefa do implementador de estratégia consiste em mudar quaisquer facetas da cultura corporativa que prejudiquem e execução efetiva. A mudança da cultura da empresa para alinhá-la com a estratégia é uma das tarefas mais difíceis dos gerentes. Esta mudança é uma daquelas coisas, juntamente com a reengenharia, que são fáceis de falar, mas não são fáceis de fazer. O primeiropasso é diagnosticar as facetas da cultura presente que suportam a estratégia e quais não suportam. Os gerentes precisam conversar abertamente e diretamente sobre as partes da cultura que precisam ser mudadas. Esta conversa precisa ser acompanhada de ações visíveis de modificação da cultura – ações que todos entenderão que são destinadas ao estabelecimento de uma nova cultura que seja mais sintonizada com a estratégia. (THOMPSON JR; STRICKLAND III, 2000, p. 387). 7.1 DECISÕES ADMINISTRATIVAS AFETADAS PELA CULTURA Conforme nos afirma Robbin; Coulter (1998, p.47), algumas decisões da organização são afetadas pela cultura: a) Planejamento O grau de risco que os planos devem conter; Se os planos devem ser concebidos por indivíduos ou equipes; O grau de verificação ambiental em que a administração vai se lançar; b) Organização Quanto de autonomia deveria ser colocado no trabalho dos empregados; Se as tarefas devem ser concebidas por indivíduos ou equipes; 22 O grau com que os administradores de departamentos interagem uns com os outros; c) Liderança O grau com que os administradores se preocupam em aumentar a satisfação do empregado no trabalho; Que estilo de lideranças são apropriados; Se todas as discordâncias – mesmo as construtivas –devem ser eliminadas; d) Controle Se os empregados devem poder controlar suas próprias atividades ou se deve ser imposto um controle externo; Que critérios deveriam ser enfatizados na avaliação do desempenho de empregados; Quais serão as repercussões se alguém exceder seu orçamento. De acordo com Mintzberg; Ahlstrand; Lampel (2000, p.195). A cultura é essencialmente composta de interpretações de um mundo e das atividades e artefatos que refletem as mesmas. Essas interpretações são compartilhadas coletivamente, um processo social. Não há culturas particulares. Algumas atividades podem ser individuais, mas sua importância é coletiva. Assim, associamos cultura organizacional com cognição coletiva. Ela passa a ser a mente da organização, as crenças comuns que se refletem nas tradições e nos hábitos, bem como em manifestações mais tangíveis – histórias, símbolos, ou mesmo edifícios e produtos. A força de uma cultura pode ser proporcional ao grau até o qual ela ilude a consciência. Mintzberg; Ahlstrand; Lampel (2000, p.197) afirmam que as ligações entre os conceitos de cultura e estratégia são muitas e variadas: 23 a)Estilo de tomada de decisões: a cultura influencia o estilo de pensar favorecido em uma organização, assim como o seu uso de análise e , portanto, influencia o processo de formação de estratégia; b) Resistência a mudanças estratégicas: Um compromisso comum com as crenças encoraja a consistência no comportamento de uma organização, desencorajando assim mudanças na estratégia; c) Superar a resistência as mudanças estratégicas: é preciso dar atenção a como superar a inércia estratégica da cultura organizacional. Os lideres devem aceitar, como parte principal da cultura da empresa, a importância da flexibilidade e da inovação. d) Valores dominantes: As empresas bem sucedidas são dominadas por valores chave, tais como atendimento, qualidade e inovação, os quais, por sua vez, provem vantagem competitiva; e) Choque de culturas: as estratégias de fusões, aquisições e empreendimentos conjuntos tem sido examinada do ponto de vista do confronto de diferentes culturas. Segundo Certo; Peter (1993, p. 184). As ferramentas de implementações usadas na montagem de uma forte cultura organizacional variam desde as simples noções, como a publicação do credo e do hino da companhia, as técnicas muito mais complexas. Essas técnicas envolvem o que pode ser chamado de “controle de terceiro nível”. O controle de primeiro nível é a supervisão direta; o controle de segundo nível envolve o uso de regras, procedimentos e da estrutura organizacional para dirigir o comportamento. O controle de terceiro nível é mais sutil – e potencialmente mais poderoso. Consiste em influenciar o comportamento, moldando as normas, valores, símbolos e crenças que os administradores e empregados usam nas decisões do dia a dia. Quando uma cultura está de acordo com a estratégia ela motiva as pessoas a darem o melhor de si, pois promove um sentimento de identidade entre os colaboradores. Isso faz com que eles se sintam melhor em relação ao trabalho e no ambiente de trabalho, levando ao máximo o seu desempenho. 24 A cultura organizacional influencia a organização com diferentes intensidades, isso depende se a cultura é fraca ou forte. A cultura fraca de uma empresa é quando nela existem muitas subculturas (valores, crenças e práticas diferentes em cada departamento, localização, ou unidade de negócios. Isso significa que os colaboradores não têm um sentimento de identidade pela empresa, eles não vestem a camisa dela. Vêem a empresa como um local de trabalho e seu trabalho como um meio de vida. A cultura forte de uma empresa é quando ela tem uma filosofia clara e explícita sobre como seu negócio vai ser conduzido. A gerência se dedica em fazer uma sintonia destes valores com o ambiente de negócio, divulgando desde o diretor executivo até o chão de fábrica. Já as culturas não-adaptativas são rígidas e conservadoras, ou seja, a empresa se comporta de modo isolado, não modificam suas estratégias rapidamente para ajustar ou ganhar vantagens com a mudança em seus ambientes de trabalho. Dão mais prioridade à ordem e a redução de riscos do que às iniciativas. O perigo é que o mundo muda o ambiente também, e essas organizações mantêm-se totalmente inalteradas como se nada tivesse mudado. Atualmente é preciso um equilíbrio entre a adaptabilidade e a estabilidade para o sucesso das organizações. Um exemplo disso é o Japão, que é um país que convive com tradições milenares ao mesmo tempo em que cultua e incentiva a mudança e a inovação constante. CONCLUSÃO No ambiente econômico, as mudanças fazem parte do mundo das pessoas e das organizações. As empresas precisam ser transformadoras e adaptáveis, a fim de sobreviverem nesse ambiente. Desta forma, a cultura organizacional é uns dos fatores mais importantes que influem o processo de planejamento estratégico, influência tanto dos colaboradores, quando da cultura do país em que as organizações se encontram. Os gerentes não 25 devem medir esforços para alinhar a cultura com a estratégia, pois sendo a cultura os valores internos da empresa, são importantes que os dois sigam o mesmo caminho para a realização dos objetivos. Em algumas organizações a cultura tem pouca influência porque cada setor da empresa segue sua própria filosofia, trabalhando como centros de trabalhos isolados, além disso, os colaboradores vêem a empresa apenas como uma fonte de renda. Assim as tradições e valores da empresa são pouco divulgados. Uma cultura forte caracteriza- se por valores claros e explícitos para toda a empresa a partir daí surgem alavancas poderosas para influenciar as pessoas a fazerem melhor o seu trabalho. Dessa forma, concluí se que não se deve ignorar a cultura, pois se bem trabalhada, ela torna-se uma grande vantagem competitiva. A empresa não pode se estagnar no mercado, ela deve buscar cada vez mais inovações, para obter vantagens competitivas, mesmo que isso interfira na cultura organizacional que há anos ela mantém. Mudar a cultura é extremamente difícil, tarefa que requer muito empenho, tempo e dedicação. Mas sem o alinhamento entre a cultura e o planejamento estratégico, a organizaçãoenfraquece, pois o objetivo não está de acordo com as crenças e os valores que a empresa tem. Refletindo assim em uma falta de compromisso por parte do colaborador, pois ele de certa forma, não está satisfeito com o ambiente de trabalho, porque não se identifica com o que a empresa pretende atingir no futuro. 26 REFERÊNCIAS CERTO C. Samuel; PETER J. Paul; Administração Estratégica. Makron Books, São Paulo, 1993. CHIAVENATO, I. Administração nos Novos Tempos. Makroon Books, São Paulo,1999. LEITÃO MOURA Dorodame. Administração Estratégica. Senai/DN, Petrobras. Rio de Janeiro, 1996. MINTZBERG Henry; AHLSTRAND Bruce; LAMPEL Joseph. Safári de Estratégia. Bookman, Porto Alegre, 2000. MINTZBERG Henry; BRIAN QUINN James. O processo da Estratégia. Bookman, 3 ed. Porto Alegre, 2001. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Robouças de. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia e Prática. 19 ed. São Paulo: Atlas, 2003. ROBBINS Stefhen; COULTER Mary. Administração. Editora Prentice – Hall do Brasil LTDA. 5 ed. Rio de Janeiro, 1998. SILVEIRA JUNIOR, Aldery. Planejamento Estratégico como instrumento de mudança organizacional. São Paulo: Atlas, 1999. THOMPSON JR. Arthur A; STRICKLAND III A.J. Planejamento Estratégico. Pioneira. São Paulo, 2000. BANCO ITAÚ S.A: <http://ww13.itau.com.br/PortalRI/HTML/port/infofinan/ra/2006/16.htm>. Acesso em: 07/03/2012 <http://br.havaianas.com/pt-BR/about-havaianas/history/#>. Acesso em: 07/03/2012
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