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Contestação em Ação Indenizatória por Queda de Objeto

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João da Silva, em 05.03.2017 (domingo), andava pela calçada da rua onde morava, em Limeira-SP, quando foi atingido na cabeça por um pote de vidro lançado da janela do apartamento 601 (propriedade de Ana Mendes) do edifício do Condomínio Bosque das Araras, cujo síndico é o Sr. Marcelo Rodrigues. João desmaiou com o impacto, sendo socorrido por transeuntes que contataram o Corpo de Bombeiros, que o transferiu, de imediato, via ambulância, para o Hospital Cristo Redentor em Campinas-SP. 
Lá chegando, João foi internado e submetido a exames e, em seguida, a uma cirurgia para estagnar a hemorragia interna sofrida. João, caminhoneiro autônomo que tem como principal fonte de renda a contratação de fretes, permaneceu internado por 30 dias, deixando de executar contratos já negociados. A internação de João, nesse período, causou uma perda de R$ 20 mil. 
Após sua alta, ele retomou sua função como caminhoneiro, realizando novos fretes. Contudo, 20 dias após seu retorno às atividades laborais, João, sentindo-se mal, voltou ao Hospital Cristo Redentor. Foi constatada a necessidade de realização de nova cirurgia, em decorrência de uma infecção no crânio causada por uma gaze cirúrgica deixada no seu corpo por ocasião da primeira cirurgia. João ficou mais 30 dias internado, deixando de realizar outros contratos. A internação de João, por este novo período, causou uma perda de R$ 10 mil. 
João, em 11.09.2017 (segunda-feira) ingressa com ação indenizatória perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Limeira – SP, processo nº 0008450-50.2018.8.26.0320, contra o Condomínio Bosque das Araras, requerendo a compensação dos danos, alegando que a integralidade dos danos é consequência da queda do pote de vidro do condomínio, pleiteando o valor total de R$ 30 mil, a título de lucros cessantes e uma indenização por danos morais no importe de R$ 50 mil, alegando que devido ao acidente com o pote de vidro e a infecção no crânio, sofreu violação em sua integridade física e psicológica, fazendo jus ao recebimento da indenização requerida.  
Na qualidade de advogado (a) do Condomínio Bosque das Araras, represente seus interesses nas pretensões formuladas por João.
Considere que (i) o Condomínio foi citado em 27.10.2017 (sexta-feira); (ii) que o Condomínio peticionou em 14.11.2017 (terça-feira) informando que não tinha interesse na audiência de conciliação; (iii) que 02.11.2017, 15.11.2017 e 20.11.2017 não teve expediente forense; (iv) informe a data final para sua manifestação; (v) utilize apenas o Código Civil e o Código de Processo Civil para elaborar a sua petição.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 02ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE LIMEIRA – SP
Processo número: 0008450-50.2018.8.26.0320
Condomínio Bosque das Araras, inscrito no CNPJ xxx, com o endereço eletrônico xxx, localizado na Rua xxx, número xxx, Bairro xxx, na cidade de Limeira, SP, representado por Marcelo Rodrigues, estado civil, síndico, inscrito no CPF/MF xxx, com o endereço eletrônico xxx, residente e domiciliado na Rua xxx, número xxx, no bairro xxx, na cidade de Limeira, SP, vêm a presença de Vossa Excelência, de ação que lhe move João da Silva, por meio de seu procurador infra-assinado, com fundamento no artigo 335, do Código de Processo Civil, apresentar:
CONTESTAÇÃO
pelos motivos a seguir expostos:
Breve relato dos fatos
Alega o Autor em sua petição inicial, que ao caminhar pela rua, fora atingido por um vaso que caíra deste condomínio, mais precisamente do apartamento de número 601.
Aduz que, após o acidente, tivera uma hemorragia interna e que fora necessário ser submetido a uma cirurgia, e que, 20 dias após ter voltado a exercer suas atividades laborais, o mesmo necessitou submeter-se a um novo procedimento cirúrgico devido a uma falha médica.
Deste modo, requer indenização no importe de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) de lucros cessantes, bem como indenização por danos morais no importe de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a título de danos morais.
2. – Das preliminares 
2.1. – Da ilegitimidade passiva
Conforme alegado pelo Autor em sua petição inicial, o referido vaso que o atingiu caiu do apartamento de número 601 deste condomínio. Ocorre que, conforme exposto no artigo 938, do Código Civil, in verbis:
“Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar devido.”
Sendo assim, não há como esta Ré que vos fala ser responsável pelo referido ato, tendo em vista que a lei diz expressamente que o responsável pelo dano deve ser aquele que habita o prédio, ou seja, uma das Rés do referido caso, deveria ser a Sra. Ana Mendes, proprietária do referido apartamento.
Aduz ainda em seu relato inicial, que após a sua devida recuperação do acidente e apenas 20 dias após a volta de suas atividades laborais, o mesmo voltou a passar mal e retornou ao hospital que fora inicialmente atendido e foi constatado que o mesmo deveria passar por um novo procedimento cirúrgico tendo em vista que no processo anterior fora esquecida uma gaze no crânio do Autor, causando-lhe assim um prejuízo.
Ocorre, Exa. que também ocorre neste caso a ilegitimidade desta, tendo em vista que o responsável foi o médico que realizou a primeira cirurgia, não cabendo a esta Ré qualquer responsabilidade pelo dano causado.
Sendo assim, conforme artigos 337 e 330 do Diploma Processual Civil, não resta dúvidas quanto a necessidade de haver o indeferimento da petição inicial no caso em questão, conforme artigo 485, I do Código de Processo Civil, tendo em vista a ilegitimidade desta Ré para responder pelos danos causados ao Autor.
3. Do mérito
Caso não seja acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva por este Nobre Julgador, esta Ré passa a impugnar o mérito desta demanda, tendo em vista o princípio da eventualidade e o artigo 335 do Código de Processo Civil.
3.1. Dos lucros cessantes
Relata o Autor que após o acidente, teve o prejuízo no importe de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), sendo R$ 20.000,00 (vinte mil) decorrentes da primeira internação que se deu devido a queda do pote de vidro; e R$ 10.000,00 (dez mil reais) decorrentes da segunda internação.
Cabe ressaltar, que não incumbe a esta Ré o ressarcimento por lucros cessantes ao Autor, pois, conforme exposto anteriormente em sede preliminar, a responsabilidade da queda do pote é incumbida a moradora do edifício, bem como também não tem como imputar a indenização decorrente da segunda internação, tendo em vista que esta internação decorreu única e exclusivamente de erro médico causado na primeira cirurgia do Autor.
Sendo assim, caberia ao Autor requerer indenização ao hospital que lhe atendeu ou ao médico que realizou o procedimento cirúrgico, tendo em vista que sequer há nexo de causalidade entre a segunda internação do Autor e esta Ré.
3.2. Dos danos morais
Por fim, em sua peça inicial, o Autor requer indenização no importe de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a título de danos morais, os quais não merecem prosperar.
É sabido que a indenização por danos morais é cabida quando ocorre algum abalo a esfera moral da pessoa, tais como a imagem e a honra, o que não ocorreu no presente caso, tendo em vista que não há comprovação nos autos do abalo que a parte alega em sua inicial.
Porém, caso este Nobre Julgador entenda que de fato ocorreu o abalo na esfera moral do Autor, requer que haja a minoração da quantia pretendida, tendo em vista a onerosidade excessiva do valor pleiteado pela parte autora.
4. Dos pedidos
Diante do exposto, requer que seja concedida em fase preliminar a ilegitimidade passiva desta Ré, com a substituição do polo passivo para a Sra. Ana Mendes e o Hospital o qual fora dado atendimento ao Autor, bem como a extinção do Edifício Bosque das Araras do polo passivo desta demanda;
Requer que seja julgado improcedente o pedido da parte Autora, quanto ao pagamento dos lucros cessantes e também a indenização por danos morais;
Requer todos os meios de prova admitidos, especialmente a prova documental;Requer também as verbas sucumbenciais.
Termos em que,
pede deferimento
Local e data
Nome do advogado (a)
OAB/UF xxx