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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RAYSSA MARIA BRAGA MANCIO ANÁLISE DE ALIMENTOS Aula prática 3: Determinação de lipídios totais JANDAIA DO SUL 2019 INTRODUÇÃO O termo lipídio é utilizado para gorduras e substâncias gordurosas. É baseado em componentes do alimento que são insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos, tais como éter etílico, álcoois e etc. Os lipídios atraem fração lipídica neutra, estão listas os ácidos graxos, triacilgliceróis, entre outros. Um método de analise em lipídios muito utilizado é a extração com solvente a quente, na qual se baseia em três etapas: extração da gordura da amostra com solvente, eliminação do solvente por evaporação e gordura extraída e quantificada por pesagem. Nesse método é necessário que haja um controle da temperatura e do tempo do material no solvente, sendo que a escolha do solvente depende dos componentes lipídicos existentes no alimento, e o que trás mais eficiência nas análises é o alimento seco, isso porque o solvente consegue penetrar mais facilmente na amostra. A eficiência depende de alguns fatores, como: semelhança de polaridade do solvente e da amostra, circulação do solvente através da amostra, natureza do material a ser extraído, entre outros. Os solventes mais utilizados são o éter de petróleo e o éter etílico. O éter etílico é um solvente de extração mais ampla, pois ele extrai pigmentos, vitaminas, entre outros, e por isso quando a intenção é extrair apenas gordura, este solvente não é o mais indicado, porém os valores de outros componentes extraídos é pequeno, o que gera um erro aceitável. Já o éter de petróleo é o mais comum, é utilizado como principalmente em produtos lácteos. MATERIAIS E MÉTODOS MATERIAIS Balança analítica Estufa a 105°C Extrator de refluxo e reboilers Capela de exaustão Dessecador com sílica gel Multiprocessador Espátula Papel filtro comum Béquer de 100 ml Proveta de 100 ml Solvente: Éter etílico Pão integral Pão de forma Pão francês MÉTODOS Inicialmente, foram escolhidas amostras secas para serem analisadas, isso porque amostra úmida prejudica o solvente utilizado. A amostra utilizada pelo nosso grupo foi o pão de forma. A amostra de pão de forma foi triturada, e logo após foi feito o quarteamento e com isso separado em duplicata. Foi solicitado pesar aproximadamente 3 gramas de amostra (em duplicata) em cartucho de celulose no reboiler e com um algodão na parte de baixo. O peso em duplicata da amostra 2.1 foi de 3,0027 gramas e da amostra 2.2 foi de 3,001 gramas. Os reboilers também foram pesados, o 2.1 tinha 126,5701 gramas e o 2.2 tinha de 114,7622 gramas Foi adicionado 100 ml de álcool etílico em cada reboiler dentro da capela de exaustão. Os reboilers foram colocados no bloco aquecido a 80° C e deixados por 1 hora e 30 minutos para que houvesse a extração da gordura da amostra que foi, após esse procedimento, posicionada no cesto e imersa no solvente. Posteriormente à extração, a temperatura do bloco foi aumentada para 120°C e os cestos com os cartuchos foram levantados até uma altura intermediária do reboiler para que a amostra pudesse receber o gotejamento do solvente condensado por 30 minutos. Depois, foi aumentado a temperatura para 130°C para que pudesse ser recuperado o solvente. Após a recuperação do solvente, os reboilers foram levados para a estufa a 105°C para a evaporação total do solvente. Foram deixados os reboilers no dessecador por 30 minutos, assim eles poderiam ser pesados. Para os cálculos da porcentagem de lipídios totais, foi utilizado a formula a seguir: %Lipídios = Também foi calculado a média, expressa pela equação (1). O desvio padrão, expresso pela equação (2), e o coeficiente de variação, expresso pela equação (3). RESULTADO E DISCUSSÃO Os valores das amostras foram coletados e inseridos na Tabela 1. A partir deles, foi calculado os valores referentes a média, desvio padrão, coeficiente de variação e a % de lipídeos totais. Esses dados estão dispostos na Tabela 1 a seguir: Tabela 1: valores referentes as amostras de pão Amostra Reboiler vazio Peso amostra Reboiler + lipídios extraídos %Lipídios totais Pão francês P1 PA P2 N° 1.1 119,03 g 3,03 g 119,05 g 0,70% N° 1.2 120,33 g 3,01 g 120,36 g 0,92 % Média - - - 0,81% Dp - - - 0,16% % CV - - - 19,58% Pão de forma P1 PA P2 N° 2.1 126,57 g 3,00 g 126,64 g 2,47 % N° 2.2 114,76 g 3,00 g 114,89 g 4,11% Média - - - 3,29% Dp - - - 1,16% % CV - - - 35,28% Pão integral P1 PA P2 N° 3.1 114,01 g 3,01 g 114,09 g 2,93% N° 3.2 115,20 g 3,01 g 115,29 g 3,06% Média - - - 3,00 % Dp - - - 0,10% % CV - - - 3,22% A Tabela 1 nos mostra que a quantidade de lipídios em todas as amostras foi um valor baixo, o que comprova que pães de variados tipos (integral, de forma e francês) não possuem uma quantidade elevada de lipídios. Todavia, mesmo as amostras contendo quantidades baixas de lipídios, o maior valor encontrado, comparando as 3 amostras, foi no pão de forma, com 3,29%. Um pouco atrás do pão de forma, esta o pão integral com 3,00% de lipídios totais. A diferença entre eles é quase desprezível, o que os torna semelhantes comparando a porcentagem de lipídios. Já o pão francês foi o que mais se diferenciou entre as amostras, a porcentagem de lipídios totais encontrado foi de 0,89%, tornando, portanto, a amostra que menos contém lipídios. A TACO, Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, retrata os valores para lipídeos das amostras que foram analisadas. Para pão integral, cada 100g contém 3,7% de lipídeos. No pão de forma, cada 100 g contém 2,7% de lipídeos, e no pão francês, cada 100 g contém 3,1% de lipídeos. A partir desses dados, vemos que o pão integral e o pão francês possuem quantidades inferiores aos valores da TACO, quanto ao pão de forma, a porcentagem da amostra é um pouco maior comparada a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. CONCLUSÃO Com base no experimento, obtivemos os valores de lipídios totais para as amostras de pão, sendo esses pães de forma, integral e francês. Percebemos que a maior quantidade de lipídios foi encontrada no pão de forma, logo depois no pão integral e por último, a menor porcentagem esteve no pão francês. REFERÊNCIAS CECCHI, Heloisa Máscia. Fundamentos teóricos e práticos em análises de alimentos: LIPÍDEOS. 2. ed. rev. Campinas: Unicamp, 2015. 208 p. v. 1. ISBN 85-268-0641-6. QUADRO 7. Nomes científicos dos alimentos contemplados na Tabela. In: SALAY, Elisabete et al. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos: APÊNDICES. Campinas: Unicamp, 2011. Disponível em: http://www.nepa.unicamp.br/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf?arquivo=taco_4_versao_ampliada_e_revisada.pdf. Acesso em: 18 set. 2019.