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CRIAÇÃO 22/02/19 Rebanho leiteiro - categorias de animais: ● bezerras ● novilhas ● vacas lactando ● vaca lactando + gestando ● vaca gestando objetivo: que rebanho futuro seja melhor que o rebanho atual portanto, matriz deve produzir uma filha que seja melhor que ela na produção de leite produção de leite homogênea ao longo do ano? depende do sistema de produção, da época do ano (chuvas) - envolve planejamento do rebanho cria: ● bezerras em aleitamento recria: ● bezerras desaleitadas ● bezerras antes e na puberdade ● novilhas maturidade sexual ● 1ª gestação FÊMEAS DE REPOSIÇÃO: ciclo completo: bezerra nasce (setor de cria) - fica até o desaleitamento (até máx 90 dias) - vai para setor de recria (de 90 dias até a puberdade - apresenta ciclo estral fértil = cio [de 21 em 21 dias]) = novilha. já poderia emprenhar, MAS não se usa puberdade para emprenhar, se espera a maturidade sexual para ganhar mais peso - puberdade = em média 40-50% do peso vivo adulto da raça - maturidade sexual = em média 55-65% do peso vivo adulto da raça quando novilha = inseminação artificial (novilha em gestação 1º vez) = por 9 meses novilha tem 1º parto = vaca = começa lactação! RESUMO: bezerra nasce = cria cria = fica em média 90 dias - vai p/ recria recria = cresce até a maturidade sexual 55-65% pv adulto (novilha) novilha inseminada = gestação 9 meses 1º parto = bezerra nasce + início da lactação a distribuição de parto é organizada para que ocorram em todos os meses = produção de leite o ano inteiro (12 estações de monta por ano) CURVA DE LACTAÇÃO CURVA DE PRODUÇÃO DE LEITE: ● lactação ascendente= até chegar no PICO de lactação = de 45-60 dias pós parto (6 à 8 semanas pós parto) ● lactação descendente = até terminar sozinha OU apresenta persistência de lactação (que necessita indução do término de lactação) pico lactação = 6 à 8 semanas pós parto CURVA DE CONSUMO ALIMENTAR: ● na gestação o consumo alimentar é baixo, e conforme se aproxima do parto, diminui mais ainda, começa a ser normalizado após o parto (10 à 16 semanas pós parto) = não coincide com o pico de lactação. necessita de reservas corporais para produção de leite consumo alimentar = 10 à 16 semanas pós parto CURVA DE CONDIÇÃO CORPORAL: ● ao parto, seu nível de condição corporal está ÓTIMO. ● após parto a fêmea perde peso, nível diminui, pois há mobilização de reservas devido à demanda fisiológica para produção de leite (que consumo não atende) ● ela ficará em balanço energético negativo INTERVALO ENTRE PARTOS fisiologicamente, é possível uma vaca ter 1 cria ao ano: intervalo entre partos = 12 meses para parir no mês 12, ela precisa emprenhar no mês 3 (9 meses antes) ex: 0_____3___________________12 (no mês 3 ela vai emprenhar) ● para que o próximo parto seja daqui a 12 meses, ela precisará emprenhar 3 meses após o parto. ● nos primeiros 30 dias = puerpério = difícil emprenhar ● 2º mês (dia 30 a 60 dias) = de 45-60 dias pós parto ela estará em pico de lactação (fase que mais perde peso) ● 3º mês (dia 60 a 90) = saiu do pico de lactação, diminui exigência. terá cio de 21 em 21 dias. ● se perder este cio, vai aumentando intervalo entre partos. se fêmea, mesmo com limitação de consumo, balanço energético negativo, ter sobra de nutrientes para emprenhar, significa que todos os sistemas corporais estão atendidos em qualidade (não necessariamente quantidade) = envolve muito manejo, principalmente alimentar 70% do peso ao nascer da cria se desenvolve no final da gestação! então ⅔ iniciais da gestação não aumentam em nada a exigência de uma fêmea = sendo igual a exigência de uma fêmea vazia (não gestante). final da gestação = aumenta exigência nutricional (devido ao crescimento do feto), tirando da fêmea para dar para feto período mínimo antes do próximo parto, em que a vaca precisa estar SECA = em média 60 dias (fisiologicamente só 30 dias, porque queda do consumo alimentar ocorre só nos últimos 21 dias de gestação “período de transição”, mas por margem de segurança se usa 60 = por causa do período de transição que pode afetar o crescimento fetal e para descanso de glândula, para qualidade da estrutura glandular ser refeita) então 60 dias antes do parto, tem que estar seca. se parto for no 12º mês, ela tem que secar no 10º mês. = lactação teve duração de 10 meses! termos técnicos: fêmea vazia x fêmea gestante fêmea seca x fêmea lactante GRUPOS NA CURVA (no gráfico): ● fêmea pariu e está produzindo leite = lactação ● mês 3 (emprenhou) = lactação + gestação (exigência não aumenta no início da gestação, a exigência é somente para lactação e manutenção da vida) ● mês 10 (secar leite) = gestação _____________ vaca normal = tem puerpério de em média 30 dias (após parir, 30 dias depois, ela apresenta cio novamente) _____________ EXERCÍCIOS - CÁLCULOS EM AULA (caderno): Você foi contratado para prestar assessoria aos produtores de leite bovino, cooperados e durante as visitas para anamnese das propriedades, diferentes considerações precisam ser feitas para posteriores intervenções. Com relação à essas observações descritas em seu relatório, determine os possíveis grupos de vacas e as respectivas proporções de cada grupo frente ao rebanho total: IEP = intervalo entre partos PL = persistência de lactação PROPRIEDADE I: - IEP: 12 meses - PL: 10 meses PROPRIEDADE II: - IEP: 22 meses - PL: 7 meses PROPRIEDADE III: - IEP: 16 meses - PL: 9 meses fazer linha do tempo - caderno _______________________________________________________________________________________ CRIAÇÃO 01/03/19 ANIMAIS DE REPOSIÇÃO fêmeas que nascem e se desenvolvem na propriedade e um dia vão repor o rebanho adulto como produtoras de leite, substituindo as mais velhas (ciclo de produção completo) (fêmea nasce - será manejada no setor de cria - vai para recria) o objetivo é que o rebanho futuro seja melhor em produção do que o atual! fenótipo = genótipo + ambiente depende de condições ambientais para expressar melhores características de produção propriedade I é a média do que se busca nas propriedades leiteiras: IEP 12 meses e PL 10 meses mas em muitas situações, o manejo deficiente resulta em IEP mais longos que 12 meses com PL mais curta que 10 meses. quanto menor o IEP e maior a PL, haverá mais vacas lactando frente às secas, e consequentemente, sustentando a propriedade. descarte (frigorífico) = vaca que não emprenha e não produz leite descarte (comercialização) = vaca que não atinge a meta mínima de produção, mas ainda produz - em algum momento animal será substituído essa substituição pode ser feita através da aquisição de novos animais na propriedade, mas geralmente será feita a compra de sêmen, para que as filhas sejam melhores que as mães [o primeiro parto da vaca não é o momento mais produtivo de sua vida, e sim o 3º ou 4º parto] quando mais tarde ela tem o primeiro parto, mais tarde ela chegará ao seu auge de produção 2 GRUPOS - separados em setores produtivos diferentes: cada setor abriga um grupo específico de animais com características em comum, que terão metas específicas. CRIA O animal nasce no setor de maternidade e vai para setor de cria, onde ocorre o aleitamento (com meta de desaleitamento por peso = no mínimo, o dobro de peso ao nascer = média de 45-90 dias de vida). Objetivos fase de cria: - garantir sobrevivência das bezerras (menor índice de mortalidade possível) = PRINCIPAL OBJETIVO, pois é a fase em que o animal é mais sensível! - garantir ritmo de crescimentoadequado para a meta de idade de desaleitamento estabelecida - desmame com maior peso corporal (mínimo = dobro do peso ao nascer) - adaptação à dieta sólida (pós desaleitamento) ____________________________ RECRIA = recebe bezerras desaleitadas, é a fase com maior mudanças fisiológicas. chegam à puberdade (quando apresenta cio = ciclo estral fértil) = novilha. Se espera mais um tempo para que ela chegue à um peso de maturidade sexual. Chegando ao peso, a fêmea será inseminada (novilha de primeira gestação), ficará á até alguns dias antes do parto. Depois vai para setor de vacas (na maternidade) Objetivos: - receber bezerras desaleitadas - manter bezerras em desenvolvimento até próximo ao primeiro parto dentro do setor de recria há subdivisões, EXEMPLO: - bezerras que acabaram de chegar do setor de cria - bezerras que apresentaram primeiro cio - novilhas que estão aguardando atingir maturidade sexual - novilhas inseminadas (gestantes) ____________________________ PN = peso ao nascer PD = peso à desmama ID = idade desmama FAZENDA I PN = 35kg PD = 3X peso ao nascer ID = 85 dias FAZENDA II PN = 30kg PD = 100kg ID = 7 meses FAZENDA III PN = 32kg PD = 2,5x peso ao nascer ID = 90 dias cálculos caderno.... _______________________________________________________________________________________ CUIDADOS COM VACA E CRIA NO PRÉ-PARTO ● observação constante ● piquete maternidade = limpo, seco, com sombra ● fácil acesso à água e alimento CUIDADOS PÓS-PARTO ● inspecionar animal ● recolher o animal para local protegido ● corte e desinfecção do umbigo (tintura de iodo por 2 ou 3 dias) ● identificação = com brinco e tatuagem (no dia do nascimento) O período do nascimento até a desmama é o mais crítico! CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DA CRIAÇÃO DE BEZERRAS: ● taxa de mortalidade (razoável = 5%) ● índice de morbidade menor possível (quanto de gasta com medicamentos) ● ex. de doenças: diarréia infecciosa e não infecciosa, problemas respiratórios ● medidas profiláticas DESAFIOS DA FASE DE CRIA: ● doenças infectocontagiosas (principal causa de mortalidade = diarréia bacteriana) ● endo e ectoparasitas (principalmente em pequenos ruminantes) ● ambiente e instalações inadequados (ambiente contaminado = proliferação bacteriana) ● utilização incorreta do colostro e alimentação líquida (fêmeas não passam imunidade pela placenta para a cria = precisa receber o colostro!) ● baixa qualidade do alimento sólido (sistema extensivo à pasto é o mais utilizado no BR = pasto de baixa qualidade) ● subnutrição (resultado das questões anteriores) ● baixa qualidade da mão de obra (falta de segurança em protocolos de manejo) MANEJO NA FASE DE CRIA: ● dieta líquida = colostragem, aleitamento e água ● dieta sólida = concentrado x volumoso ● instalações = higiene e conforto ● rotina = consistência de manejo CRIAÇÃO 08/03/19 MANEJO DE COLOSTRAGEM COLOSTRO = mistura de secreções lácteas e constituintes do soro sanguíneo (imunoglobulinas e proteínas séricas) Alguns grupos de animais não recebem imunidade pela placenta da mãe, o que faz do colostro ainda mais importante! Existe quantidade mínima que a cria precisa beber. fatores principais: ● qualidade ● quantidade ● tempo para fornecimento fatores vaca = quantidade e qualidade do colostro fatores cria = atitude de mamar e capacidade de absorção intestinal fatores produtor/criador = modalidade de administração do colostro ● Conforme a vaca vai tendo partos, a concentração do seu colostro aumenta e após um tempo, diminui novamente. ● No primeiro parto, ela ainda está em crescimento e não tem o peso adulto da raça ● A cria nasce com o epitélio intestinal não tão seletivo, para que possa absorver todos os nutrientes possíveis e imunidade. Com o passar das horas, o intestino vai perdendo esta capacidade de absorção, se fazendo necessária a administração do colostro nas primeiras horas de vida do animal = até 12 horas após o nascimento, a capacidade de absorção ainda é grande. ● Não é possível mensurar quantidade e qualidade do colostro que a cria vai mamar diretamente da mãe. QUANTIDADE COLOSTRO RECOMENDADO: máximo possível o quanto antes, mas recomendações são: mínimo 5% do pv em colostro nas primeiras horas primeiras 6h = pelo menos 2kg primeiras 24h = 5 a 7kg banco de colostro se oferece por 2 a 3 dias não haverá imunoglobulinas, mas é muito nutritivo indicado p propriedades com alta produção, fêmeas produzem mais do que a cria consegue ingerir, então se faz a estocagem - silagem de colostro = conservação com fermentação anaeróbia onde não há procriação de agente patogênico - congelamento de colostro (depende de energia elétrica) = descongelamento em banho maria, com temperatura controlada SISTEMAS DE ALEITAMENTO: - natural - com utensílios - balde, mamadeira adaptada ou balde com bico (beberrões) a escolha precisa levar em consideração: - padrão genético do animal - algumas raças necessitam da cria ao pé como estímulo para ejeção de leite (ex: gir… depende de estímulo nervoso = aumento de temperatura e pressão no teto - feito pelo bezerro, para liberação de ocitocina) já outras, como a raça holandesa, que já são muito selecionadas, necessitam apenas do manejo de ordenha (sem cria ao pé) = horário, rotina, barulhos, mão do ordenhador (estímulo mecânico). condições de estresse, adrenalina é liberada, inibindo a liberação de ocitocina, consequentemente, a descida do leite. vaca deverá ser ordenhada no mesmo momento do aleitamento, questão de logística! - quantidade de leite q vaca produz - só se investe em utensílios e mão de obra se a quantidade de leite produzido vale a pena e cobre os custos. pouco leite = entre 8-10kg = é inviável o aleitamento artificial. bezerra precisa receber no mínimo 4 litros. - questão higiênico-sanitário 2 FORMAS DE ALEITAMENTO NATURAL: ● ALEITAMENTO NATURAL TRADICIONAL: - perfil de produção baixo, em que vacas produzem pouco = geralmente 1 ordenha no dia (de manhã cedo) na noite anterior à ordenha: vacas com crias ao pé, são acomodadas separadas das crias, para que úbere possa encher. logo cedo coloca-se as crias com mães para estimular descida do leite. qdo estimular, separa cria e faz-se a ordenha. tira-se todo o leite, solta vaca com cria, e passam o dia juntos, cria mama a vontade, mas não se terá controle da quantidade produzida de leite pela vaca, assim como a quantidade de leite que bezerro ingeriu. = produção de leite limitada = desmame da cria sem controle como melhorar este aleitamento: ● ALEITAMENTO NATURAL CONTROLADO: - bezerro ficará no setor de cria, só será levado para a sala de ordenha no momento da ordenha para estimular mãe. vai mamar, mas depois da ordenha cria volta ao bezerreiro e mãe fica no setor dela. (cria mama em 1 dos 4 tetos e produtor ordenha os outros 3, nos próximos dias faz-se rodízio entre os tetos. já se tem estimativa de quanto a cria mamou, pois saberemos a produção dos demais tetos. no 2º momento, cria estimula a mãe, o produtor ordenha os 4 tetos e não esgota o úbere = deixa um pouco de leite, acaba ordenha e deixa bezerra esgotar o leite do úbere e separa cria da mãe) - pode-se estabelecer meta de idade para desaleitamento da cria. animal só irá pra ordenha estimular mãe,mas não vai mamar mais - após desmame, se oferece alimentação sólida, animal já é propenso a ganhar mais peso. ● ALEITAMENTO ARTIFICIAL: - genética = animais não podem ter dependência da cria ao pé - quantidade de leite produzido = superar gastos com procedimento - controle sanitário = estabelecer rotina prática de higienização efetiva - permite setorização de animais = importante p segurança dos próprios animais, evita contaminação, crias são mto sensíveis - processo mais higiênico = menos animais defecam na sala de ordenha - controle efetivo da quantidade de leite ingerido pela cria - possibilita maior venda de animais = tanto machos quanto fêmeas alimento líquido na fase de aleitamento: - leite - colostro diluído (se estiver sobrando) - sucedâneo diluído - leite de descarte = leite com traços de antibiótico (geralmente por mastite) mastite clínica altera característica física do leite (grumos). deve ser tratada imediatamente, e o leite não será comercializado (proibido). o problema não é a mastite em si, mas o antibiótico, que pode criar resistência na bezerra, que um dia será produtora de leite. - água! = desde a primeira semana de vida. quanto antes consome água, mais cedo consome alimentação sólida = mais peso ganha = mais forte = mais saudável e resistente à doenças. FASE DE ALEITAMENTO - ALIMENTO LÍQUIDO ● mínimo que bezerra deve receber no dia = corresponde a 4% do peso vivo dela = apx 4 litros de leite contras = custo maior / resistência da cria para com alimentação sólida prós = com leite a mais a cia ganha mais peso ● temperatura do leite = ideal 36-37 graus, não gostam de leite frio ● tratos ao dia = geralmente 2 ao dia ● forma de oferecer - mamadeira = sem instalação para encaixe, é inviável (normalmente usado para colostro) - balde com bico (beberrão) - balde = no balde não haveria sucção, precisa ensinar o animal a mamar, para não ocorrer fermentação errônea e diarreia. ensinar mamada no balde: com dedo ou bico da mamadeira, inserindo dentro do balde cria nasce usando abomaso = ao receber dieta líquida, pelo estímulo de sucção, há excitação do nervo glossofaríngeo (goteira esofágica), que se fecha, formando a goteira que leva o leite do esofago direto para omaso-abomaso, sem passar pelo rúmen. no rúmen = bactérias se nutrem, sendo que o animal precisa se nutrir.