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Métodos e Conteúdos no Ensino da História Moderna

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Aula 8 – Métodos e Conteúdos no Ensino da História Moderna e Contemporânea
A aula de hoje está baseada nos capítulos A História Moderna e a sala de aula, de Leandro Karnal e Pensando a estranha história sem fim, de Marcos Napolitano, ambos os textos do livro História na sala de aula, conceitos, práticas, propostas, de Leandro Karnal que consta em seu material didático. Com base em tais autores vamos apresentar possibilidades metodológicas e critérios de seleção de conteúdos desses períodos históricos para o Ensino de História.
Métodos e Conteúdos no Ensino da História Moderna
No começo do seu artigo, Leandro Karnal (2004) aborda uma questão relevante quando vamos refletir sobre as possibilidades metodológicas do ensino da História Moderna no contexto escolar, a saber: que marco cronológico efetivamente inauguraria o período moderno. Nessa direção, o autor questiona se o marco oficial do período moderno seria efetivamente o acontecimento mais significativo para o início desse período, pois considera que a sua escolha está vinculada à história exclusivamente europeia e engajada, em uma perspectiva factual e narrativa, e que pouco margeia acontecimentos históricos internos da própria Europa e ainda, aqueles que se desenvolveram em outros continentes: Tais reflexões são úteis e constam hoje em vários livros didáticos, procurando. Deveríamos com elas questionar a maneira de realizar recortes em História e evidenciar o caráter bastante aleatório dos mesmos para os alunos, para que ficasse evidente que há uma construção na historiografia que atende a variáveis como nacionalidade, classe social, objetivos políticos etc.
Temas Recorrentes no Período da História Moderna
Os temas recorrentes no período da História Moderna também são signatários dessa tradição eurocêntrica, onde se destacam:
Renascimento;
Reforma e Contrarreforma;
Antigo Regime (Absolutismo, Mercantilismo, Sociedade Estamental);
Grandes Navegações e Conquista da América; e
Revoluções inglesas.
Mas já se identifica em produções didáticas recentes, uma abertura para aspectos da História da China e do Japão nos séculos XVI e XVII. Na abordagem desses temas, Leandro Karnal problematiza ser necessária uma análise criteriosa na seleção dos recortes e conteúdos desses amplos temas do período moderno, principalmente em função de que a disciplina de História tem passado, nas últimas décadas, por significativos cortes em sua carga horária na grade do Ensino Fundamental.
Temas Recorrentes no Período da História Moderna
Ao defrontar-se com os temas clássicos da História Moderna, o professor deve estar apto a realizar cortes ou acréscimos, jamais supondo um direito sagrado do texto em ditar o procedimento exato para cada sala e para cada escola.  Saber cortar ou adicionar é uma das habilidades mais desejáveis no magistério de História. Além dos recortes necessários e indispensáveis, o professor também pode sentir-se inclinado a acréscimos.
Por exemplo, pode decidir incluir um texto da vida cotidiana a partir da coleção História da vida privada. Os volumes 2 e 3 apresentam ricas e interessantes análises de uma História mais sociológica, sem ênfase na enunciação de nomes. O mesmo pode ser dito se a escolha recair sobre uma história dos jovens. Em todos esses casos temáticos, o importante seria planejar bem o acréscimo para que ele não pareça adereço ou ilustração pura e simples. Jamais pode ficar a impressão de que o importante mesmo é o Concílio de Trento e que a vida cotidiana da nobreza na Itália do século XVI é apenas uma pausa em temas pesados ou cansativos. Nunca devemos subestimar a intuição e a percepção dos alunos. Eles geralmente captam com rapidez se nós consideramos tal tema importante ou não.
Nesse processo de seleção de conteúdos é fundamental que o professor se atualize constantemente, se instrumentalizando em novas discussões e novas abordagens que vão contribuir para uma definição curricular mais consistente e atualizada. Nessa direção, Leandro Karnal (2004) aponta algumas dessas leituras que podem ser apropriadas ou reapropriadas pelo docente.
Possível Resistência a Leituras Atuais e Clássicas da Temática
E relativizando uma possível resistência do docente ou futuro docente a tais leituras, faz a seguinte ponderação: Diante de tantas indicações e muitas outras que poderiam ser feitas, a primeira reação de um profissional com muitas turmas e centenas de provas para corrigir é desanimar: “Eu não tenho tempo nem para ler o jornal, quanto mais tantos livros...”. Calma! Não precisa imaginar que vai ler tudo em poucas semanas, mas precisa colocar a leitura como um tema central, especialmente para que você não ecoe a voz de desânimo dos alunos. O mais curioso é que nós, professores, diante de vários livros e textos, temos a mesma reação dos alunos: “Ah, mais texto...”. Use então para você o discurso que faz em sala de aula para eles.
Outra possibilidade metodológica para se trabalhar o período Moderno seria o uso de fonte ligado às manifestações artísticas do período medieval. O rico acervo do período Renascentista e Barroco podem servir de importantes aportes para a discussão do período e seu imaginário.
Reconhecendo, entretanto, que tais fontes iconográficas não são reflexos de uma época, mas sim uma expressão subjetiva produzida por homens daquele tempo e é, nessa perspectiva, que devem ser abordadas como recursos didáticos em sala de aula. A comparação entre produções artísticas de diferentes períodos podem ser uma boa atividade para a sala de aula, como sugere Leandro Karnal na comparação entre o Cristo Medieval e o Cristo Renascentista.
Métodos e Conteúdos no Ensino da História Contemporânea
Em seu artigo sobre as questões em torno do ensino de História no período Contemporâneo, Marcos Napolitano (2004) aponta o debate sobre o questionamento de ser possível o desenvolvimento de uma produção historiográfica sobre as sociedades contemporâneas, já que elas estariam ainda próximas ao tempo vivido pelo historiador. Esse questionamento é capitaneado pelos historiadores metódicos no século XIX, pois consideravam que: “quanto mais próxima do presente a pesquisa histórica se pautasse, tanto mais sujeita a erros e distorções por parte do historiador, cujo ofício deveria, idealmente, ser apartado de todo engajamento nas questões político-ideológicas do seu tempo”.
Periodização Quadripartite da História
Porém, a inclusão da História Contemporânea no currículo escolar francês, no século XX, possibilitou a sedimentação dessa periodização no campo da historiografia e do ensino; a partir de então, definitivamente, o tempo histórico passa a ser estruturado pela periodização quadripartite da História.  
A história da Europa e passa também a ser incorporado no Brasil, nos cursos universitários e nos currículos da Educação Básica na disciplina de História, como atesta Marcos Napolitano. Na estruturação do currículo escolar de História no Brasil Imperial, ainda no século XIX, a ênfase maior recaía sobre a História Universal, um pouco nos moldes da ilustração do século anterior. No final daquele século, a História Contemporânea foi confirmada como matéria do sexto ano ginasial, conforme decreto em 1895, e compreendia o período que ia da Revolução Francesa até o século XIX, tendo como eixo central o estudo da civilização moderna o modelo dessa civilização, obviamente, era a Europa. 
O conceito de História Contemporânea adotado entre nós foi o francês e, na época, caracterizava-se pelo enfoque do fato político e pelo elogio das formas de vida e cultura da civilização burguesa da Europa. É curioso notar que o ensino de História do Brasil foi relegado a um segundo plano, até os anos 1930 do século XX. Em que pese a preocupação, já presente desde a fundação do Instituto Histórico e Geográfico, em 1838, com a pesquisa de História pátria, o ensino priorizava muito mais o ensino de História Universal ou História da Civilização, com ênfase na Antiguidade, Idade Média e parte da Época Moderna.
Atualmente, nas grandes obrasde referências para o período contemporâneo, usados em bancos escolares e universitários, a partir dos anos de 1980, ganha destaque a obra do historiador inglês marxista Eric Hobsbawm. Em todos os volumes, os processos políticos e econômicos dominam o conteúdo, mas as questões ligadas ao cotidiano, aos movimentos sociais e à cultura e às artes têm um grande espaço, sem nunca estarem submetidas a explicações fáceis e deterministas.
História da Vida Privada
Marcos Napolitano destaca também a coleção História da Vida Privada, de Philipe Ariés e Geoges Duby como uma referência importante e muito usada na produção didática sobre o período, principalmente por proporcionar um panorama amplo do período contemporâneo em seus aspectos mais culturais e vinculados a história das mentalidades e do universo privado dos sujeitos e das sociedades. O autor, ao analisar a periodização comumente usada nessas obras e em outras para o período contemporâneo, seja na pesquisa historiográfica, seja no ensino, aponta a seguinte divisão e temas:
O longo século XIX – da Revolução Francesa à Primeira Guerra Mundial
Revolução Inglesa (a partir do final dos anos 1980);
Revolução Francesa (e Revolução Americana);
Revolução Industrial;
Guerras Napoleônicas e Congresso de Viena;
Liberalismo e Nacionalismo;
Revoluções de 1830 e 1848;
Segunda Revolução Industrial;
Movimento operário e movimento socialista (utópico e científico);
Unificação italiana e alemã;
Comuna de Paris;
Imperialismo.
O breve século XX – da Revolução Russa à Queda do Muro de Berlim
Primeira Guerra Mundial;
Revolução Russa;
Vanguardas artísticas;
Entre guerras, Crise de 1929 e New Deal;
Totalitarismos (nazi-facismo) e Crise do Liberalismo;
Segunda Guerra Mundial;
Guerra Fria (blocos capitalista e soviético);
O Terceiro Mundo e as revoluções no Terceiro Mundo: Ásia (Índia, China, Vietnã); África (Argélia, Angola);
Crise e guerras no Oriente Médio;
Movimentos de contestação cultural e política da década de 1960;
Crise do socialismo e globalização (em alguns casos).  
Destaca o autor, porém, que essa divisão de temas tem sofrido ao longo dos últimos anos críticas, muito em função de que tal seleção dialoga pouco com o referencial de vida e cultural dos alunos. Nessa problematização, o autor destaca algumas questões importantes a serem consideradas pelo professor na seleção de conteúdos que deve fazer no cotidiano escolar. 
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