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MATEUS CASTRO 7MEDFAMAZ HABILIDADES CLÍNICAS 7 – CARDIOLOGIA INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO →Necrose de uma porção do músculo cardíaco. →IAM sem supra de ST (IAMSST) é o IAM associado à oclusão subtotal de artéria coronária. Esse tipo é causado por trombos brancos (ricos em plaquetas) e correspondem à 70% dos casos. →IAM com supra de ST (IAMST) é o IAM associado à oclusão total de artéria coronária. Esse tipo é causado por trombos vermelhos (ricos em fibrina). INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM SUPRA DE ST →A maioria dos casos são causados por aterotrombose (formação de trombo sobre a placa de ateroma que se rompe). Fissuras mais brandas sobre a placa são mais associados à formação de trombos brancos (plaquetas), gerando obstrução coronária parcial (angina instável/IAMSST). Já as rupturas mais profundas, com maior exposição do conteúdo fibrinogênico originam os trombos vermelhos (coágulos de fibrina) causadores do IAMST. Causas secundárias de oclusão coronariana: espasmo coronariano (angina de Prinzmetal), cocaína, embolia coronariana, dissecção coronariana, síndrome do anticorpo antifosfolipidio, síndromes trombofílicas, vasculite coronariana, trauma coronariano... • Cascata isquêmica A primeira consequência após a oclusão coronariana aguda total é a isquemia transmural. Essa isquemia leva ao déficit contrátil do miocárdio que pode ser visualizado pelo ecocardiograma. →Isquemia > 20-25% do miocárdio do VE: quadro de insuficiência ventricular esqueda (aumento na pressão de enchimento ventricular) que pode evoluir para edema agudo de pulmão. →Isquemia em > 40% do miocárdio: aumento do risco de choque cardiogênico. A disfunção diastólica é mais precoce e mais comum que a disfunção sistólica e pode por si só aumentar a pressão de enchimento do VE e como consequência congestão pulmonar. O surgimento de B4 é a regra do IAM e reflete a disfunção diastólica (déficit de relaxamento e redução da complacência ventricular – ventrículo duro). SOS: Mesmo após reperfusão miocárdica, o déficit contrátil pode levar duas ou semanas para melhorar – o paciente pode permanecer com quadro de disfunção ventricular esquerda que tende a melhorar com os dias. O processo de necrose miocárdica demora de 6-12 horas para se completar. A necrose pode ocupar toda a espessura da parede (necrose transmural) ou apenas parte (necrose não transmural). O que determina a evolução para a necrose ou não é: →Capacidade da rede de colaterais, →MVO2 do miocárdio em sofrimento isquêmico e →Reperfusão precoce. →Grande capacidade da circulação colateral diminui a isquemia. →Quando maior a MVO2 (consumo de oxigênio pelo miocárdio) pior a isquemia. Após o fenômeno necrótico, o miocárdio tende a se remodelar – a área infartada dendê a ficar maior e mais fina e as áreas não infartadas tendem a se hipertrofiar na tentativa de manter a fração de ejeção estável (mecanismo compensatório). O remodelamento piora a função sistólica, justificando a instalação de quadro de ICC após IAM. Por isso o uso de IECA ou BRA em paciente com disfunção sistólica pós-IAM melhora o prognóstico pois eles trabalham na inibição do remodelamento cardíaco e redução da pós- carga ventricular. →Não se deve usar corticoide e AINEs nas primeiras 48hrs pós IAM pois elas prejudicam a cicatrização miocárdica e favorecem o remodelamento. • Quadro clínico →Angina Instável: Dor torácica anginosa (dor precordial em aperto), de forte intensidade com duração média > 20min e que não resolve com descanso ou nitrato sublingual. A dor pode irradiar para epigastro, dorso, MMSS e pescoço/mandíbula. →Outros comemorativos: dispneia, náuseas, vômito, palidez, sudorese fria, ansiedade e sensação de morte. MATEUS CASTRO 7MEDFAMAZ HABILIDADES CLÍNICAS 7 – CARDIOLOGIA Muitos pacientes apresentam dor atípica, que pode ser manifesta com: →Dor torácica em queimação, em facada, →Dispepsia (epigastralgia + náuseas e vômitos), →Exaustão, lipotimia ou síncope, →Déficit neurológico focal, →Choque cardiogênico indolor, →Edema agudo de pulmão, →Morte súbita. IAM mascarada por sintomas atípicos ocorre principalmente em: idosos, sexo feminino, DM, ICC, marca-passo definitivo, transplante cardíaco. Geralmente o IAM costuma acontecer no período matinal (6h – 12h) e costuma ter pródromos (pode ter início de 4-6 semanas antes) que são caracterizados por desconforto anginoso aos mínimos esforços ou em repouso ou sensação de mal-estar (exaustão) antecede o IAM. • Exame físico Principais achados na fase aguda: bradicardia sinusal, taquicardia sinusal, HAS, surgimento de B4. Presença de estertores pulmonares, hipotensão sistólica e taquicardia sinusal são sinais que indicam risco aumentado de evento nas próximas 72hrs. Insuficiência ventricular esquerda aguda: dispneia, ortopneia, esteroração pulmonar e B3. →Se estertoração estiver presente acima da metade inferior dor terços inferiores do tórax diz-se Edema Agudo de Pulmão. →Sinais de hipotensão generalizada não responsiva à reposição volêmica define-se Choque cardiogênico. Alterações laboratoriais inespecíficas →A necrose gera resposta inflamatória podendo ter leucocitose por volta do 2°- 4° dia assim como elevação de VHS e PCR. →Todas as frações do colesterol se reduzem após 24hrs do início do infarto, tendendo a se manter pelos primeiros 30 dias pós-IAM. • Diagnóstico diferencial em função da queixa predominante →Dor torácica: angina instável, dissecção aórtica, pericardite aguda, pneumotórax, embolia pulmonar. →Dispneia: embolia pulmonar, edema agudo hipertensivo, crise asmática, ICC descompensada. →Choque: hipovolemia, embolia pulmonar, sepse, tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo, pneumomediatino. →Morte súbita: isquemia miocárdica sem infarto, FV idiopática, FV associada a cardiopatica prévia. • Confirmação diagnóstica História clínica + ECG + curva de marcadores de necrose miocárdica. Qualquer um dos dois critérios a seguir satisfaz o diagnóstico de Infarto Agudo do Miocárdio: 1. Aumento e/ou queda dos marcadores de necrose miocárdica, na presença de pelo menos um dos abaixo: a. Sintomas de isquemia miocárdica; b. Desenvolvimento de onda Q patológica no ECG; c. Desnivelamento de ST (supra ou infra) ou BRE de 3º grau novo ou supostamente novo; d. Imagem “nova” compatível com perda de miocárdio viável (ex.: acinesia/discinesia segmentar). 2. Evidências anatomopatológicas de IAM (ex.: necrose de coagulação). História clínica →Queixas típicas: precordialgia constritiva, de início agudo e intensa. →Queixas atípicas em mulher, idoso, DM, ICC. ECG ECG normal MATEUS CASTRO 7MEDFAMAZ HABILIDADES CLÍNICAS 7 – CARDIOLOGIA →Em todo paciente com suspeita clínica, o ECG deve ser realizado e interpretado em 10 minutos. →A ausência de sinais isquêmicos não descarta a possibilidade de síndrome coronariana aguda. Muitos pacientes cursam com ECG normal nos primeiros minutos – devendo assim repetir em intervalos curtos (5 – 15 min) em paciente sintomático com ECG normal. Critérios eletrocardiográficospara IAMST →Supradesnível de ST ≥ 1 mm em 2 derivações contíguas no plano frontal ou ≥ 2 mm em 2 ou + derivações contíguas no precórdio ou bloqueio completo do ramo esquerdo. →Derivações contíguas representam a mesma parede miocárdica. →Supra de ST sugere oclusão coronariana total. Em paciente com história típica achar supra de ST é diagnóstico de IAM até que se prove o contrário. Evolução ECG típica de IAM Fase Hiperaguda (primeiras horas): supradesnível de ST proeminente, com onda T positiva formando formato retificado do ST-T. Onda Q patológica ainda não apareceu (representa inatividade elétrica). Fase Subaguda (após as primeiras horas até 4 semanas): Onda T começa a ficar negativa, modificando o segmento ST que fica com formato convexo. A onda R reduz a amplitude e pode desaparecer e surge a onda Q patológica. →Onda Q patológica representa inatividade elétrica que quando crônica significa necrose transmural. MATEUS CASTRO 7MEDFAMAZ HABILIDADES CLÍNICAS 7 – CARDIOLOGIA Fase crônica ou infarto antigo (após 2-6 semanas): O supra de ST desaparece permanecendo onda Q patológica que é a “cicatriz” do infarto. As alterações na onda T (inversão) podem persistir. Curva dos marcadores de necrose miocárdica Uso rotineiro: troponinas cardioespecíficas (troponinas T ou I) e CK-MB massa. →As creatinaquinases (CK) são sensíveis mas não específicas pois podem estar elevadas em outras situações como na rabdomiólise, assim só devem ser usadas no diagnóstico de IAM na ausência de outros marcadores melhores. Na IAM os níveis se elevam a partir de 4-6 hrs do início do quadro, atingindo pico em 24hrs e voltando ao normal após 36-48 hrs. Valor positivo: CK-MB massa > 5 ng/ml. →As troponinas são mais específicas, sendo o marcador de escolha para o diagnóstico de IAM. Seus níveis se elevam 4-8h após o início dos sintomas, atingindo pico em 36-72h, com normalização após 5-14 dias. SOS: As troponinas também são usadas para diagnóstico de reinfarto (infarto após 28 dias do primeiro evento). A mioglobina pode ser utilizada quando se deseja descartar, de forma rápida, a existência de IAM em casos duvidosos! Devido a seu alto valor preditivo negativo, um resultado dentro da normalidade afasta a possibilidade de lesão muscular. • Estratificação de risco no IAMST Todo paciente com síndrome coronariana aguda deve ser estratificado quanto ao risco de complicações cardíacas. O IAMST já é uma síndrome coronariana aguda grave, mas deve ser feito o risco de acordo com as comorbidades de cada paciente. →Escore utilizado: TIMI risk para IAMST. • Localização e quantificação do infarto →O melhor exame para localizar e quantificar a extensão do infarto é o ecocardiograma bidimensional – estando indicado em todos os casos. A fração de ejeção do VE é um dos principais determinantes prognósticos após um IAM sendo analisado pelo ECO. São considerados de alto risco os pacientes com Fe < 35% O ECG pode dar uma orientação da localização e tamanho do infarto, sendo o melhor critério para estimar o tamanho do infarto o número de derivações que apresentar supra de ST. Principais localizações identificadas pelo ECG: MATEUS CASTRO 7MEDFAMAZ HABILIDADES CLÍNICAS 7 – CARDIOLOGIA • Tratamento →A fase aguda do IAMST é uma emergência médica. Sendo as primeiras 12 horas as mais importantes. Conduta inicial: avaliação direcionada com realização e interpretação de ECG em 10 minutos. Caso paciente apresente clínica sugestiva + ECG normal, realizar monitorização com ECGs seriados. RX tórax em até 30 minutos. Medidas terapêutica: Laboratório: hemograma, lipidograma, glicose, ureia, creatinina, eletrólitos, TAP/PTT e marcadores de necrose cardíaca. Indicação de reperfusão coronariana emergencial: clinica sugestiva e supra de ST ou BRE de 3° grau novo ou supostamente novo pelo ECG. →A angioplastia é superior ao trombolítico, mas no mundo real o trombolítico é mais usado. O tempo “porta-agulha” ideal, isto é, o intervalo entre a chegada do paciente e a infusão do trombolítico, deve ser de, no máximo, 30 minutos. Já o tempo “porta-balão” ideal (chegada do paciente/angioplastia) deve ser de, no máximo, 90 minutos. Caso o hospital não possua serviço de hemodinâmica, a angioplastia ainda assim será o método de reperfusão de escolha se o paciente puder ser transferido para outro hospital capaz de realizar o procedimento em, no máximo, 120 minutos. PRIMEIRA CONDUTA M – morfina. O – oxigênio. N – nitrato sublingual. A – acesso venoso. A – AAS. V – ventilação. E – ECG. Uso do Betabloqueador →Uso imediato: paciente sem contraindicação. →Uso tardio (> 24hs do IAMST): paciente sem contraindicação mas com fatores de risco para choque cardiogênico nas primeiras 24hrs. A via de administração sempre que possível será a oral, sendo o esquema padrão: metoprolol 50 mg VO 6/6h no primeiro dia, seguindo-se 100 mg VO 12/12h daí em diante. Terapias de reperfusão MATEUS CASTRO 7MEDFAMAZ HABILIDADES CLÍNICAS 7 – CARDIOLOGIA TROMBOLÍTICOS →A eficácia é diretamente proporcional à adm precoce (delta-T de até 12 horas). →Principais complicações: AVC hemorrágico e outros sangramentos maiores não cerebrais. →Escolha do trombolítico: TNK para pacientes < 75 anos e SK para pacientes > 75 anos. →Contraindicações aos trombolíticos: Após o tratamento com trombolítico é importante avaliar o grau de patência (abertura) da coronária acometida por meio de angiografia. SOS: Se após trombolítico ocorrer nova reoclusão e reinfarto a nova reperfusão deverá ser feita por meio de angioplastia de resgate, mas se estiver indisponível, pode fazer outra vez o trombolítico. Se for fazer o trombolítico o risco de hemorragia é muito maior essa 2° vez não pode ser em menos de 24hrs da ultima administração. ANGIOPLASTIA →Primária: sem uso prévio de trombolítico. →Resgate: após insucesso do trombolítico. →Eletiva: após sucesso do trombolítico. Angioplastia primária →Estratégia mais eficaz, devendo ser feita em delta-T < 12 horas. →Prefere-se a angioplastia primária em vez dos trombolíticos se esta puder ser feita em até 90min após o diagnóstico de IAMST. →É obrigatória quando paciente tem contraindicação ao trombolítico. →Via de regra, todo paciente que não tenha fatores que inviabilizem a colocação de stent, devem ser colocados. →Existem 2 tipos de stents, os convencionais e os farmacológicos, sendo os farmacológicos hoje os mais indicados. Após a colocação, paciente deve fazer dupla antiagregação plaquetária por 1 mês nos stents convencionais, 1 ano nos farmacológicos. Após isso continua só com o AAS. MATEUS CASTRO 7MEDFAMAZ HABILIDADES CLÍNICAS 7 – CARDIOLOGIA Angioplastia de resgate →Realizada após falha do tratamento trombolítico. →Falha do trombolítico: fluxo TIMI 0 ou 1 após 90 min da administração, sendo odiagnóstico da falha na maioria das vezes clínico. →A angioplastia deve ser feita em < 180min após constatação da falha. Cirurgia de revascularização miocárdica →Indicada de urgência quando paciente houver contraindicação ou falha de trombolítico e angioplastia, desde que o paciente tenha anatomia coronária favorável e apresente complicações como isquemia recorrente, choque cardiogênico e complicações mecânicas do infarto. →Idealmente realizada dentro de 4-6 hrs do início do IAMST. ANTICOAGULAÇÃO →Objetivo de garantir a abertura da artéria relacionada ao infarto. →Após reperfusão diminui risco de reoclusão e reinfarto. →Droga de escolha após trombólise química: Em(HBPM) enquanto estiver internado. →Droga de escolha após angioplastia: HNF por 48hrs. IECA →Deve ser prescrito dentro das 24hrs do IAMST. ANTAGONISTAS DA ALDOSTERONA →A espironolactona estará indicada após o IAMST (em associação aos IECA ou BRA) se: (1) FE < 40% + sinais clínicos de ICC; (2) FE < mortalidade 40% + diabetes mellitus. ESTATINAS Medicamentos que devem ser suspensos: AINES – aumentam a mortalidade. MATEUS CASTRO 7MEDFAMAZ HABILIDADES CLÍNICAS 7 – CARDIOLOGIA • Recomendações pós-IAM Todos os pacientes: →AAS 100 mg/dia. →Betabloqueadores. →IECA. →Estatinas (manter LDL < 70). Pacientes que evoluem sem complicações: O paciente que evolui nos dias pós-IAM em Killip I, sem complicações isquêmicas (angina pós-IAM) ou arrítmicas graves (TV, FV, BAVT, bloqueio de ramo), apresenta uma mortalidade hospitalar < 3% e devem ser considerados, a princípio, pacientes de baixo risco. A conduta para estes pacientes é permanecer pelo menos três dias na Unidade Coronariana e ter alta hospitalar após 5-7 dias, depois da realização de um teste ergométrico com esforço submáximo. Paciente que evolui com complicações: Os pacientes que evoluem com complicações intra- hospitalares do tipo isquêmica (angina em repouso ou aos mínimos esforços), disfunção ventricular (clínica de IVE ou FE < 40% no ecocardiograma) ou taquiarritmia ventricular grave devem ser submetidos à coronariografia antes da alta hospitalar, com indicação de revascularização miocárdica. Anotações: SÍNDROME CORONARIANA AGUDA SEM SUPRA DE ST Angina Estável: desconforto precordial precipitado por estresse físico ou emocional e com alívio rápido (5-10 min) ao repouso ou com nitrato sublingual. Angina Instável: dor precordial acompanhada de pelo menos 1 das características – surgimento aos mínimos esforços ou em repouso, duração prolongada (> 10-20 min), caráter intenso, início recente e padrão em crescendo (dor cada vez mais intensa). Na angina instável pode ter sinais no ECG de isquemia aguda mas não observam os critérios diagnósticos de IAM com supra de ST. A ausência da supra de ST revela que não existe uma oclusão total do lúmen coronariano, mas que não impede de evoluir. →Paciente com diagnóstico clínico de angina instável que desenvolve elevação nos marcadores de necrose miocárdica, é dito que ele sofreu IAM sem supra de ST (IAMSST). Angina variante de Prinzmetal: forma especial de isquemia miocárdica aguda onde ocorrem espamos na coronária que levam a oclusão total transitória, que pode ou não evoluir com aumento das enzimas de necrose. • Patogênese →Resultado da oclusão subtotal do lúmen coronariano que se cursar com elevação das enzimas de necrose é IAMSST, caso contrário, angina instável. →Principal etiologia: aterotrombose. • Diagnóstico →Basicamente clínico + ECG + enzimas de necrose miocárdicas. Na admissão é importante avaliar os critérios para IAM com supra de ST, e após exclui-los deve-se avaliar a MATEUS CASTRO 7MEDFAMAZ HABILIDADES CLÍNICAS 7 – CARDIOLOGIA probabilidade de uma isquemia miocárdica aguda ser a causa dos sinais e sintomas → SOS: Para classificar o paciente em uma das categorias basta ter 1 dos critérios. Anamnese C → caráter da dor. L → localização da dor. I → intensidade da dor. N→nitratos (fatores de melhora e piora). I → irradiação da dor. C→ curso no tempo. A→ associados (sudorese, dispneia, hipotensão). Exame físico Na maioria dos casos é normal ou pobre de informações, mas a presença de sinais e sintomas de falência do ventrículo esquerdo (B3, congestão pulmonar, hipotensão, palidez e sudorese fria) auxiliam no diagnóstico. ECG Diante de um quadro de angina instável ou IAMSST o ECG pode estar sem alterações, mas muitos casos eles podem apresentar pelo menos 1 das alterações: →Onda T apiculada e simétrica, com ST retificado. →Onda T invertida e simétrica, com ST retificado. →Infradesnível do seguimento ST. O ECG é pouco sensível, mas quando presentes esses achados, sugerem a existência de isquemia miocárdica em paciente sintomático: →Presença de ondas T negativas e simétricas, com amplitude > 2mm. →Infradesnivelamento de ST > 0,5 mm. O aparecimento das alterações no ECG apenas durante a dor são sugestivos de isquemia miocárdica. Marcadores de necrose miocárdica Se houver elevação, o diagnóstico é de IAMSST. Devem ser dosados na admissão e 6-9h após (sendo opcional dosagem na 4ª e 12ª hora). Os MNM de escolha, são as troponinas cardioespecíficas e a CK-MB massa. Outros exames complementares →Raio-X de tórax. →Lipidograma. →Investigação de causas secundárias diante de clínica sugestiva. MATEUS CASTRO 7MEDFAMAZ HABILIDADES CLÍNICAS 7 – CARDIOLOGIA • Classificação clínica CONDUTA NA SÍNDROME CORONARIANA AGUDA SEM SUPRA DE ST • Estratificação do risco O risco é avaliado como a probabilidade a curto prazo de óbito ou eventos cardiovasculares maiores como o IAM. →Escore TIMI risk para SCA sem supra de ST: Exames complementares usados na estratificação do risco Ecocardiograma transtorácico: deve ser feito de rotina em todos os paciente. →Avalia função ventricular, que quanto menor estiver, pior o prognóstico. ECG de esforço (teste ergométrico): deve ser feito em paciente considerado de baixo risco. →Paciente de baixo risco – permaneceu estável sem angina e sem evidência no ECG de isquemia + marcadores de necrose dentro da normalidade. →Procedimento deve ser realizado após 9-12hrs de estabilidade clínica. →A presença de isquemia esforço-reduzida reclassifica o paciente para alto risco e quando negativo embasa a alta hospitalar. Eco-stress (com dobutamina): teste alternativo para paciente que não pode realizar o teste ergométrico. Cintilografia miocárdica de perfusão: outra alternativa ao teste ergométrico. MATEUS CASTRO 7MEDFAMAZ HABILIDADES CLÍNICAS 7 – CARDIOLOGIA • Algoritmo • Tratamento Paciente de baixo risco:AAS + clopidogrel + heparina, além de terapia anti-isquêmica, enquanto permanecerem monitorados. PACIENTES DE MÉDIO/ALTO RISCO Medidas gerais →Monitorização com ECG e sinais vitais com repouso até 12-24hrs de estabilidade. →Oxigenioterapia. Terapia anti-isquêmica →Nitrato sublingual. →Beta-bloqueador. →IECA. →Morfina (paciente com dor refratária à nitrato e BB ou que evoluem com edema agudo de pulmão). Terapia antitrombótica →AAS + clopidogrel (dupla antiagregação plaquetária). →Enoxaparina (HBPM). Anotações: