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CAROLINE LOPES SANTOS RA: N190AJ5 ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS Trabalho de Atividade Pratica Supervisionada Apresentado como avaliação da disciplina de Praticas Educativas em Saúde do 1° semestre do curso de graduação em Nutrição apresentado à Universidade Paulista - UNIP Orientadora: Professora MSC Edlene Motta. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2017 RESUMO Este trabalho trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura, onde se foi observado as características da alimentação de adultos de 20 a 40 anos, em uma sociedade onde a forma de alimentação predominante é de alimentos industrializados, a influência da mídia sobre esses adultos, quais são as diferenças entre alimentos in-natura, processados e ultraprocessados, e como a atividade industrial nesses alimentos pode mudar sua composição química de forma a que o produto final seja completamente diferente do que seu estado natural. Os alimentos industrializados vem crescendo em consumo desde a revolução industrial, com o intuito de tornar a alimentação do consumidor mais pratica e eficiente, fazendo com que a população seja atraída para esta forma de alimentação desde à infância, com comerciais que apresentam um personagem de desenhos animados que estão em alta de acordo com a faixa etária do público alvo. Com o crescimento deste consumo muitas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), podem ser ligadas ao alto consumo de industrializados, por sua alta concentração de sódio, açúcar, gordura e aditivos químicos que podem causar vários problemas de saúde em indivíduos de idade mais avançada. A falta de exercícios físicos e o alto consumo de alimentos processados também mostra ser um grande fator em DCNT’s, e também no aumento de pessoas diagnosticadas com sobrepeso. As características da alimentação dos adultos de hoje está muito diferente do recomendado por profissionais, com um aumento de uma alimentação não saudável como, fast-foods, alimentos embalados, que possuem um prazo de duração de meses e até anos, diferentes de suas versões in-natura, que possuem nutrientes necessários para uma alimentação saudável. O consumo de alimentos industrializados muitas vezes é visto como algo ruim, como um alimento que possui uma falta de nutrientes e agentes benéficos para a saúde humana, mas com o crescimento de pesquisas feitas por indústrias, o padrão de fabricação tem sido melhorado, com novas técnicas de armazenamento, envio e condições em que se é produzido. Como algumas técnicas de congelamento mostram, a facilidade e praticidade de produção podem gerar uma queda de desperdício, pois os alimentos são vendidos de forma que o consumidor gere menos detritos de desperdício como é o exemplo de porções individuais, que cria uma praticidade na hora da alimentação. Mas mesmo com essas precauções de produção, estes produtos ainda possuem uma falta de micro e macro nutrientes necessários para serem, considerados benéficos. Com a alta industrialização destes processos, consequentemente, países com uma alta demanda industrial são os principais consumidores destes produtos, causando assim com que possuam uma alta taxa de DCNT’s. Palavras-chave – recomendações, consumidores, processados, aditivos, doenças, mídia. ABSTRACT This work deals with a literature review, in which the characteristics of the diet of adults from 20 to 40 years old were observed in a society where the predominant form of food is from industrialized sources, the influence of the media on these adults, what are the differences between in-nature, processed and ultra-processed foods, and how industrial activity in these foods can change their chemical composition so that the end product is completely different from its natural state. The industrialized foods have been growing in consumption since the industrial revolution, with the intention of making the food of the consumer more practical and efficient, causing the population to be attracted to this form of food from the childhood, with commercials that present / display a character of famous animations that are on the rise according to the age range of the target audience. With the growth of this consumption many non-communicable chronic diseases (NCCD) can be linked to the high consumption of industrialized foods, because of its high concentration of sodium, sugar, fat and chemical additives that can cause several health problems in individuals of more advanced age. The lack of physical exercise and high consumption of processed foods also shows to be a major factor in NCCDs, and also in the increase of people diagnosed as overweight. The characteristics of today's adult food consumption is very different from that recommended by professionals, with an increase in unhealthy food such as fast foods, packaged foods that have a lifespan of months and even years, different from their natural estate, which have nutrients necessary for a healthy diet. Consumption of industrialized foods is often viewed as a bad thing, as a food that has a lack of nutrients and beneficial agents for human health, but with the growth of research done by industries, the manufacturing standard has been improved with new techniques of storage, shipping and the conditions under which it is produced. As some freezing techniques show, the ease and practicality of production can lead to a fall in waste, since the food is sold in a way that generates less waste as is the example of individual portions, which creates practicality at the time of feeding. But even with these production precautions, these products still lack micro and macro nutrients needed to be considered beneficial. With the high industrialization of these processes, consequently, countries with a high industrial demand are the main consumers of these products, thus causing that they have a high rate of DCNT's. Keywords - recommendations, consumers, processed, additives, diseases, media. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Pirâmide alimentar que representa a característica da alimentação adulta (20 a 40) 13 Figura 2 – Pirâmide alimentar adequada 15 Figura 3 – Porcentagem dos Países que mais consomem alimentos industrializados 22 Figura 4 – Média de ingestão de sódio da população (3 238,7 mg) 24 Figura 5 – Média de Contribuição de açúcar para o consumo calórico total da população (14,1%) 25 Figura 6 – Média de contribuição de gordura saturada para o consumo calórico total da população (9,3%) 26 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8 2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 10 2.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 10 2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 10 3 ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS ........................................................................ 11 3.1 Características da alimentação Adulta (20 a 40) ............................................... 12 3.2 Recomendações de alimentação Adulta (20 a 40) ............................................ 13 3.3 Aditivos alimentares ........................................................................................... 15 3.4 Processados .......................................................................................................16 3.5 Ultraprocessados ................................................................................................ 17 3.6 Prós e Contras dos alimentos industrializados ................................................ 18 3.7 Principais doenças causadas por alimentos industrializados ........................ 20 3.8 Principais consumidores e consumidos ........................................................... 21 3.9 Análise de consumo Alimentar .......................................................................... 24 3.10 Influência da mídia no consumo de alimentos industrializados ................... 27 4 METODOLOGIA ...................................................................................................... 29 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 30 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 32 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 33 APÊNDICE A ........................................................................................................... 38 8 1 INTRODUÇÃO A alimentação adulta se desenvolveu de forma que muitos se voltam pra o consumo de alimentos processados ou ultra processados, causando um “esquecimento” dos alimentos in-natura, o que pode a longo prazo desenvolver Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) nestes consumidores. Com o grande crescimento de produtos industrializados após a revolução industrial, o consumo de alimentos em seu estado natural vem diminuindo, sendo trocado por alimentos industrializados por praticidades e conveniências que o alimento in-natura não possui, pois pra um melhor aproveitamento destes produtos uma atenção maior é necessária e muitos não possuem essa paciência. Com o aumento do consumo de industrializados também se vem notando um aumento de DCNT, pois como forma de aumentar o prazo de certos produtos muito sódio, açúcar, e aditivos são utilizados, causando doenças que o homem primitivo, que se alimentava de folhas, frutas, raízes e carnes cruas não possuíam. Também podemos observar que essa alimentação é muito grande em países com taxa industrial alta, pois com um estilo de vida aonde se é esperado horas corridas e alimentações rápidas, a alimentação com produtos naturais vem caindo e a introdução de produtos industrializados vem se tornando mais comum na mesa destes trabalhadores. Com esse aumento de consumo, as indústrias vem criando formas de desenvolver produtos que passam a aparência de que são naturais como salgados de saquinho que dizem que seu produto possui 0% de gorduras trans, que possuem ingredientes que são benéficos para a saúde humana, mas mesmo sabendo que nem tudo isso é a realidade destes produtos, o consumo dos mesmos ainda é alto. (LOUZADA, 2015). A utilização de métodos de produção tornou produtos industrializados algo fácil de se fazer e consumir, principalmente com a venda de produtos em porções individuais, que geram menos desperdício, com a venda de produtos “naturais” em alas de congelados no supermercado, mesmo que esses produtos estejam em sua forma natural, não podem mais serem considerados naturais pois o congelamento já altera sua composição física. (PROENÇA, 2010). A alimentação adulta tem mudado muito, saindo do consumo natural e indo para o industrializado, causando um aumento muito grande no consumo de sódio, açúcar, gorduras e produtos tóxicos que são inseridos nos alimentos na linha de 9 produção. Esse hábito alimentar se dá muito em conta por uma influência distorcida da mídia, com propagandas que mostram uma família feliz, com o “corpo ideal” se alimentando de produtos ultra processados, que possuem um valor nutricional muito baixo, ou inexistente. Esta alimentação é introduzida em pessoas na ideia de que um alimento rápido e que lhe tome menos tempo para o preparo é melhor, pois então não lhe tomaria o tempo que seria utilizado de forma melhor como, trabalho, lazer, etc. Como esse hábito alimentar está enraizado na mente das pessoas, uma troca de alimentação é muito complicada para acontecer. O ser humano se adapta muito rápido com o ambiente, mas uma troca alimentar é muito mais complexa por conta da história e sentimento que muitos consumidores possuem sobre estes produtos, por isso uma troca de habito alimentar possui um período longo de transição, pois para haver essa mudança o indivíduo deve se sentir apto a passar por ela. (EVANGELISTA, 2001). 10 1 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Este trabalho tem como objetivo analisar e informar a população adulta entre 20 a 40 anos sobre o uso e consequências de uma alimentação restritamente industrializada. 2.2 Objetivos Específicos Demonstrar os riscos de uma alimentação estritamente industrial; Apontar características e recomendações da alimentação adulta; Analisar o consumo de alimentos industrializados pelo público alvo; Visualizar o motivo de consumo de tais produtos; Analisar a adição de químicos em alimentos processados e ultaprocessados; Demonstrar o incentivo da mídia na alimentação do consumidor. 11 3 ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS A indústria é a mais dinâmica, nos últimos 40 anos a economia teve várias mudanças significativas. No Brasil a indústria de alimentos é responsável por empregar mais de 1 milhão de pessoas e por quase 15% do faturamento do setor industrial. (LAMONIACA, 2011). Alimentos industrializados, são produtos prontos ou semi-prontos que já vem embalados (latas, caixas, plásticos, etc) e resultam da transformação dos alimentos in-natura que passam por processos industriais e entre eles muitos afetam a saúde do consumidor, porém também podemos encontrar alimentos que apesar de serem industrializados não são tão agressivos à saúde humana. A alienação das pessoas por publicidade leva, muitas vezes ao desconhecimento de que alimentos industrializados podem ser prejudiciais à saúde. (PROENÇA, 2010). Os alimentos industrializados surgiram da sociedade moderna, porém a alimentação iniciou-se a partir do homem primitivo caçando e pescando, consumindo carnes de animais, depois evoluíram para sociedades agricultoras, produzindo hortaliças, tubérculos e frutas, possuíam moradia fixa, passou-se a saborear alimentos ainda desconhecidos, desse modo desempenhou um importante papel na saúde do homem primitivo, com a agricultura o homem primitivo começou a ingerir bastante cereais e carboidratos na alimentação, ela nesse período era considerada saudável, com isso não possuíam DCNT. Houve uma grande mudança ao passar dos anos na alimentação das famílias com o surgimento industrial, as pessoas largaram o campo para trabalhar em indústrias, as mulheres saíram de casa para trabalhar fora, com isso houve um aumento do consumo e produção de alimentos industrializados. (BATISTA, 2003). O alimento industrializado se tornou indispensável para a sociedade, é enorme a quantidade de produtos industrializados nas prateleiras com bastante variedade, fazendo com que cresça cada vez mais o interesse da população por estes produtos. Apresentam algumas vantagens, aproveitamento de matéria prima, facilidade de consumo e armazenamento, maior tempo em prateleiras, podem sofrer mudanças físicas, químicas e biológicas, também podem ser classificados como produtos com sabores, odores, cores, sendo eles; Sabores: ácidos, salgados, picantes, adocicados. Odores: produtos com diminuição, exclusão e substituição de aromas. Cores: produtos tratados por corantes. Produtos que sofreram mudanças 12 físicas: carnes, biscoitos, doces em massa, frutas dessecadas pão, presuntoe etc.; químicas: óleo, sucos de frutas, manteiga, soro, café descafeinado, massas, farinha, leite e etc. Os alimentos industrializados são apresentados em embalagens de diferentes tipos sendo eles: alimentos dessecados e desidratados, alimentos defumados, alimentos instantâneos, alimentos concentrados, alimentos refrigerados, congelados e supergelados (EVANGELISTA,2001). A alimentação saudável é completa tanto em quantidade, quanto em qualidade, alguns alimentos foram selecionados por conter mais fibras, proteínas e ômega 3 como por exemplo: All-bran original kellog`s, barra de cereal hart`s natural, barra de proteína whey bar probiótica e atum em pedaços. (SOUZA, 2014). 3.1 Características da alimentação Adulta (20 a 40) Deve-se tomar cuidado com a transição nutricional que o Brasil atualmente vem passando nas ultimas décadas e essa é a faixa etária que se completa o crescimento físico, e essa transição destaca o aumento da obesidade ligada a uma alimentação rica em gorduras e em alimentos industrializados e com o aumento da obesidade verifica-se o aumento das DCNT tais como hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas e câncer. A preocupação é com a manutenção do peso ideal para com isso poder prevenir as DCNT para ter uma boa qualidade de vida. (GALISA, 2008). Podemos verificar na pirâmide abaixo que a característica mais forte é que o consumo de frutas, verduras e legumes são baixo assim os deixando no ápice, enquanto o grupo dos açucares e doces ficaram na base da pirâmide devido ao seu consumo elevado. (LEAL, 2010). 13 Figura 1 – Pirâmide alimentar que representa a característica da alimentação adulta (20 a 40). (LEAL, 2010) 3.2 Recomendações de alimentação Adulta (20 a 40) A alimentação saudável deve ser planejada com alimentos de todos os grupos alimentares, de procedência segura e conhecida, consumidos em refeições, respeitando-se as diferenças individuais, emocionais e sociais, de forma a atingir as recomendações nutricionais, e o prazer ao comer. (PHILIPPI, 2014) O recomendado pelo ministério da saúde é que seja feito pelo menos três refeições ao dia, sendo elas café da manhã, almoço e jantar, com a inclusão de dois lanches saudável por dia, é importante não pular nenhuma das refeições e evitar beliscar, com isso o controle do peso é algo mais fácil de se manter, tentar apreciar ao máximo o momento das refeições, comer devagar, incluir diariamente seis porções do grupo de cereais, tubérculos, dando sempre preferência aos grãos integrais e aos alimentos naturais, as frutas, legumes e verduras que são ricos em vitaminas, minerais e fibras; portanto a recomendação é consumir pelo menos três 14 porções diariamente; consumir feijão com arroz todos os dias ou pelo menos cinco vezes por semana; as sementes (de girassol, gergelim, abóbora e outras) e as castanhas (do Brasil, de caju, nozes, nozes-pecan, amendoim, amêndoas e outras) são fontes de proteínas e de gorduras de boa qualidade, também é recomendado o consumo diário de três porções de leite e derivados e uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos, no máximo uma porção por dia de óleos vegetais, evitar refrigerantes e sucos industrializados, diminuir a quantidade de sal e beber pelo menos dois litros de água por dia. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). Retomar hábitos saudáveis e estimular o consumo de alimentos saudáveis ao invés de proibir, a recomendação é que o consumo de alimentos sejam variados, para a manutenção do peso saudável. Não se deve pular refeições com intuito de emagrecimento, pois isso só causa prejuízos á saúde, evitar ganhar peso após os 20 anos, sempre em conjunto com a pratica de atividade física todos os dias. (SICHIERI, 2000). Os guias alimentares são instrumentos para fornecer a população informações sobre a forma correta de se alimentar, visando promover a saúde e hábitos alimentares saudáveis. A pirâmide alimentar ou a representação gráfica do equilíbrio alimentar foi criada nos Estados Unidos no início da década de 1990 e os nutricionistas brasileiros montaram uma pirâmide adaptada para nossa realidade porque os hábitos alimentares variam de pessoa para pessoa a qual podemos ver na figura abaixo, que é dividida em quatro níveis ou andares e oito grupos, primeiro nível é o grupo 1 composto por cereais, tubérculos, raízes os quais devem ser consumidos em maior quantidade todos os dias, são fontes de carboidrato; segundo é o grupo 2 composto pelas hortaliças e grupo 3 das frutas e suco de frutas, e esses dois grupos devem ser consumidos diariamente; terceiro nível abriga três grupos sendo o grupo 4 composto pelas leguminosas (feijão, soja, ervilha, lentilha), grupo 5 composto pelas carnes e ovos e o grupo 6 leite e produtos lácteos; o quarto nível no topo estão o grupo 7 dos óleos e gorduras (fonte de lipídios) e grupo 8 dos açucares e doces que são as fontes de energia mais que devem ser consumidos com moderação. Foi construída com base nos grupos de alimentos e em três princípios, que são eles: Variedade, Moderação e Proporcionalidade, com a pirâmide podemos ter um equilíbrio alimentar e uma vida saudável. (PHILIPPI, 2014). 15 Figura 2 – Pirâmide alimentar adequada. (PHILIPPI, 2014) 3.3 Aditivos alimentares A legislação Brasileira define os aditivos alimentares como, é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento (ANVISA, 2010). Com o avanço da tecnologia, passou-se a utilizar um crescente número de aditivos nos alimentos, com o intuito de melhorar as condições de armazenamento, oferecer elementos seguros, e assim atender as expectativas dos consumidores. Os aditivos são tão antigos quanto os humanos, as antigas civilizações faziam consumo de carnes e peixes com sal (cloreto de sódio). Na época dos Romanos, o enxofre 16 era utilizado no preparo de vinhos para melhor conservação, mas com o crescimento da vida moderna, cada vez mais aditivos vêm sendo empregados. (LOUZADA, 2015). Antes de ser autorizado o uso de um aditivo em alimentos, este deve ser submetido a adequada avaliação toxicológica, além disso o uso de aditivos deve ser limitado a alimentos específicos, em condições especificas e ao menor nível para alcançar o efeito desejado para que a ingestão do aditivo não supere o valor de ingestão diária aceitável (IDA);Segundo a ANVISA , IDA é a quantidade de uma substância química, expressa em mg/kg peso corpóreo, que pode ser ingerida diariamente durante toda a vida sem oferecer risco à saúde. Por exemplo o IDA de indigotina, onde o consumo deve ser de 5mg/kg peso corpóreo, num adulto com peso de 60kg, pode ter a ingestão de 300mg/dia, já uma criança de 30kg pode ter a ingestão de 150 mg/dia. É proibido o uso de aditivos em alimentos quando interfere diretamente na saúde do consumidor, podendo ter evidências ou suspeita de que o mesmo não é seguro para consumo pelo homem; quando se Interfere sensível e desfavoravelmente no valor nutritivo do alimento; serve para encobrir falhas no processamento e/ou nas técnicas de manipulação; quando tem o proposito de induzir o consumidor a erro, engano ou confusão. A classificação dos aditivos é de acordo com suas funções: conservantes (antioxidantes ou antimicrobianos), acidulantes, emulsificantes, estabilizantes, flavorizantes (realçadores de sabor) e adoçantes. (ANVISA, 2010). 3.4 Processados Alimentos processados são produtos simples e antigos fabricados com adição de sal ou açúcar (ou outra substância de uso culinário como óleo ou vinagre) a um alimento in-natura ou minimamente processado, podendo-se incluiro cozimento, secagem, fermentação, acondicionamento dos alimentos em latas ou vidros, e uso de métodos de preservação como salga, salmoura, cura e defumação. O objetivo do processamento industrial é aumentar a duração de alimentos in-natura ou minimamente processados. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). Embora o alimento processado continue com sua identidade básica e a maioria de seus nutrientes, o método de fabricação altera de modo desfavorável a composição nutricional, como por exemplo, a adição de sal e açúcar muito 17 superiores ao utilizados em preparações, fazendo com que o alimento se transforme em fonte de nutrientes cujo consumo excessivo está associado a DCNT. Por esta razão, o consumo de alimentos processados deve ser limitado a pequenas quantidades. Alguns exemplos de Processados: Hortaliças como cenoura, pepino, ervilha, palmito, cebola e couve flor preservados em salmoura ou em solução de sal e vinagre. (OPAS/OMS, 2016). 3.5 Ultraprocessados Alimentos ultraprocessados são aqueles industrialmente formulados que contém substâncias extraídas de alimentos (óleos, açúcar, amido, proteínas) derivados de alimentos (gordura hidrogenada, amido modificado) ou sintetizados em laboratórios, com base em matéria orgânica como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes). A fabricação deles em geral é feita por industrias de grande porte, envolvendo várias etapas e técnicas de processamento, estão inclusas nela: extrusão de farinha de milho para fazer salgadinho “de pacote”, pré-processamento como fritura ou cozimento. Estão inclusos nos ultraprocessados vários tipos de guloseimas, bebidas adoçadas com açucares ou adoçantes artificiais, pós para refresco, embutidos e outros produtos derivados de carne, produtos congelados prontos para aquecer, pães e produtos panificados se tornam ultraprocessados quando além de farinha de trigo, levedura, água e sal, seus ingredientes possuem substâncias como gordura vegetal hidrogenada, amido e outros aditivos. (LOUZADA, 2015). Uma maneira de se saber diferenciar um alimento processados de ultraprocessados é consultar a lista de ingredientes, esse ultimo contem em sua lista nomes pouco familiares e não usados em preparações culinárias. Diferente dos alimentos processados, a grande maioria dos ultraprocessados é consumida, ao longo do dia substituindo alimentos como frutas, leite e água, ou até mesmo sendo consumidos nas principais refeições, limitando o consumo de produtos in-natura ou minimamente processados. (PHILIPPI, 2014). A composição nutricional desses produtos são razões para se evitar seu consumo, são ricos em gorduras ou açucares, e muitas vezes simultaneamente rico em ambos, e é comum apresentar alto teor de sódio. O principal problema dos alimentos ultraprocessados é o risco de serem vistos como produtos saudáveis, pelo 18 grande apelo da publicidade para esse tipo de alimentos. Alguns exemplos são: Vários tipos de biscoitos, sorvetes, balas, cereais, bolos, refrescos, refrigerantes, pizzas, energéticos, salgadinhos, entre outros. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). 3.6 Prós e Contras dos alimentos industrializados Os avanços tecnológicos trazem muitas vantagens em praticamente todos os setores existentes, mas na área da alimentação também trazem muitos riscos, principalmente quando há um consumo excessivo. Mesmo com todos os cuidados e técnicas utilizados na conservação dos alimentos, dificilmente serão mantidas as características originais, além de muitas vezes serem acrescentados produtos em grandes quantidades que tornam o alimento perigoso. Hoje o alimento industrializado pode ser visto de dois pontos de vista pelos consumidores: artificial ou com status de natural, o que pode ser considerado uma tática para tentar contornar a opinião sobre os mesmos, afinal muitas pessoas procuram praticidade, alimentos nutritivos e preços acessíveis sem necessidade de gastar horas na cozinha, dessa forma os alimentos industrializados se tornam os preferidos na hora de se alimentar, poupando tempo e dinheiro. A grande vantagem que os industrializados possuem é o modo de preparo ou consumo. Em sua grande maioria, basta apenas abrir e consumir o alimento, sem necessidade de se preocupar em prepará-los. Para os que exigem cozinhar, fritar, assar ou misturar, ainda é extremamente simples se compararmos com os alimentos em suas formas naturais, um grande exemplo é o macarrão instantâneo, que pode ficar pronto simplesmente adicionando água fervente e misturando o sachê de tempero que acompanha o alimento, mas segundo Lambert (1996), a população aponta os produtos industrializados como piores do que os produtos naturais, principalmente por que a industrialização provocou uma perda de referências em relação à origem desses produtos, ao ler um rótulo desse tipo de alimento, não se sabe quais produtos foram colocados ali. (OLIVEIRA, 2007). O processamento industrial aumenta a vida útil dos alimentos, procurando produzir alimentos mais seguros, nutritivos e atraentes ao paladar. Por isso, existem vários processos, mas, o mais comum é o emprego do calor, podendo ter um impacto positivo (destruição de bactérias nocivas ao homem) e impacto negativo (perdas de nutrientes). Atualmente existe uma grande demanda de se ingerir 19 alimentos mais seguros e saudáveis, por conta disso a análise crítica dos estudos encontrados mostra que alguns métodos do processo industrial retêm melhor as vitaminas. As vitaminas mais sensíveis ao processo industrial são a vitamina C e a Tiamina. (CORREIA, 2008). As inovações na tecnologia existente auxiliam não apenas os processos citados acima, mas também beneficiam outros tipos de alimentos industrializados, como os congelados ou pré-prontos. Hoje em dia podem ser encontrados alimentos congelados de todos os tipos: carnes, aves, peixes, pizzas, sopas, massas, legumes, entre outros, vendidos em porções individuais, o que evitam o desperdício, e é a opção preferida de quem não tem tempo para cozinhar. Se utilizado processos adequados de congelamento do alimento e principalmente sob condições adequadas de estocagem (sem variações na temperatura), a garantia de um produto final de qualidade é certa. (COLLA, 2003). Se os prós são, de certa forma, superficiais, a lista de contras é alarmante, pois os problemas vão desde o ganho de peso até doenças graves como câncer. Para começar, o açúcar e sódio (sal) encontrados nos alimentos industrializados são considerados os vilões do século, o aumento dos níveis sanguíneos de triglicerídeos e aumento de peso corporal são alguns dos problemas relacionados ao açúcar, já em relação ao sal podemos ver hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo ideal de sal é 5 gramas por dia, o que traz benefícios para a população, mas através de uma pesquisa realizada sobre a estimativa de consumo de sódio pela população brasileira, este consumo está acima do recomendável em todas as macrorregiões e classes de renda, isso acontece por que geralmente o sal é utilizado para conservar os alimentos industrializados, podendo ser encontrado em praticamente qualquer alimento, até mesmo nos doces. (SARNO, 2013). Da mesma forma, o açúcar também é consumido de forma excessiva pelos brasileiros, o limite máximo estabelecido pela OMS é de 50 gramas por dia, o que resultaria em 18,25 kg de açúcar por ano, mas os brasileiros consomem em média 51 a 55 kg por ano, o triplo do recomendado. O motivo desse número tão alarmante é a quantidade de açúcar encontrado nos alimentos industrializados, uma lata de refrigerante, algumas bolachas recheadas ou uma vasilha de gelatina quase atingem a quantidade de açúcar recomendada para um dia inteiro. (DALMOLIN, 2012). Os alimentos industrializados em sua grande maioria são elaborados com 20 baixa concentração defibras, o que é um problema na hora de escolher o que levar para a mesa. Ingerir 30 gramas de fibras por dia é o ideal para que os benefícios que a fibra traz para o organismo sejam alcançados, como controle da obesidade, glicose, colesterol, auxilia na constipação e menores prevalências de doenças cardiovasculares, além de serem muito importantes para a flora intestinal e ao funcionamento correto do intestino. (BERNAUD, 2013). 3.7 Principais doenças causadas por alimentos industrializados A prevalência de DCNT como obesidade, diabetes, hipertensão e outras, são relacionadas à alimentação inadequada que tem se expandido em todo o mundo, com especial intensidade em países mais pobres. (OMS,2011). No Brasil, as DCNT corresponderam a 72% das causas de mortes no ano de 2007. (SCHIMIT, 2011). Em 2013, dados autorreferidos do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) mostraram, na população adulta brasileira, domínio de excesso de peso em 50,8% das pessoas, obesidade em 17,5%, diabetes em 6,9% e hipertensão em 24,1%. (BRASIL, 2014). Esse cenário tem disparado, entre outros fatores, por mudanças dramáticas nos sistemas de produção, distribuição e consumo de alimentos ao redor do mundo. (POPKIN, 2006). Essas mudanças caracterizam-se, principalmente pelo gradativo enfraquecimento dos padrões alimentares tradicionais baseados em alimentos minimamente processados, e pelo aumento da oferta e de fácil acesso a alimentos ultraprocessados. (LUDWING, 2011). Muitas características relacionadas à composição, à forma de apresentação e aos modos de consumo dos alimentos industrializados são bem problemáticas e colabora para que sejam potenciais fatores de risco para a obesidade, diabetes, hipertensão e outras DCNT. Um exemplo clássico é uma alimentação rica em gordura saturada e o aparecimento de problemas cardiovasculares ou uma alimentação rica em sódio que acarreta a hipertensão. Além disso, um estudo de 15 anos de seguimento mostrou que a frequência do consumo de fast-food entre os jovens adultos foi diretamente associada a alterações no peso corporal e na resistência a insulina. (PEREIRA, 2005). 21 Com relação às bebidas açucaradas, evidências consistentes descrevem o seu papel na etiologia da obesidade e de outras doenças. (WOODWARD, 2011). Em um cenário em que todo consumo de industrializados é substituídos por alimentos in natura, ingredientes culinários e alimentos processados, a mortalidade por doenças cardiovasculares seria 10% menor do que o esperado a cerca de 20 mil mortes seriam evitadas até 2030. (MOREIRA, 2015). Alimentos industrializados são convenientes, práticos e portáteis. Porém os industrializados apresenta um perfil nutricional desfavorável e impactam negativamente na qualidade nutricional da alimentação. O aumento da participação de alimentos ultraprocessados na alimentação foi associado ao aumento do teor de gordura saturada gordura trans e açúcar livre e inversamente associado ao teor de fibras e proteínas. Somente os 20% dos brasileiros que consomem esses alimentos apresentam uma alimentação que atende as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a prevenção das DCNT ou se aproxima. (LOUZADA, 2015). Se os contras anteriores são contornáveis, o consumo excessivo desses produtos também podem causar doenças sem cura, como o temido câncer. Há divergências neste caso, pois a enorme quantidade de corantes, aromatizantes, químicos e outros produtos nos alimentos industrializados não estão ligados diretamente ao surgimento da doença, mas gorduras saturadas, açúcar refinados e alimentos com farinha são prováveis causas do câncer, ainda mais se combinados com a falta de frutas e verduras naturais que ajudam a impedir o desenvolvimento da doença. Conforme já citado, os alimentos industrializados não podem substituir os alimentos naturais por causa das poucas vitaminas (A, E, C, D3, etc.) e fibras encontradas neles, vitaminas essas que auxiliam na prevenção do câncer. Consumir em excesso nunca é recomendável, mas em relação aos industrializados, é necessário que a moderação seja ainda maior. (MENDES, 2014) 3.8 Principais consumidores e consumidos Nos dias atuais o consumo de alimentos industrializados vem crescendo de forma excessiva e desnecessária um dos maiores consumidores de alimentos industrializados são adultos já com diagnostico de obesidade. Com o consumo excessivo de alimentos industrializados foi se realizado uma pesquisa a qual aponta 22 que um dos alimentos mais consumidos atualmente no mundo todo são enlatados e fast-foods e também os refrigerantes como mostra o gráfico a seguir. (FONSECA, 2011). Figura 3 – Porcentagem dos Países que mais consomem alimentos industrializados (Fonte: elaboração própria) (CORTEZ, 2009). Uma grande parcela dos consumidores que consomem alimentos industrializados sofreram ou passam por problemas dentro da família e que por consequência acaba se viciando de alguma forma em produtos industrializados. Também há um grande número de pessoas que acabam se alimentando de industrializados por falta de tempo e por serem alimentos mais práticos rápidos, ocasionando assim um vício e uma grande parcela de aumento de pessoas q consomem esses alimentos prejudiciais à saúde. Os hábitos atuais das pessoas influencia no consumo excessivo de alimentos industrializados o histórico da alimentação identificando e avaliando o impacto das mudanças alimentares provocadas pelo binômio urbanização/industrialização sobre a saúde da população segundo pesquisas é apontado que o maior consumidor de alimentos industrializados são crianças e adultos de 20 a 40 anos: (CORTEZ, 2009). Até o século XX, muitas descobertas técnico-científicas importantes levaram ao progresso e também à modificação dos costumes alimentares. O aparecimento 23 de novos produtos; A renovação de técnicas agrícolas e industriais; As descobertas sobre fermentação; A produção do vinho, da cerveja e do queijo em escala industrial e o beneficiamento do leite; Os avanços na genética permitiram sua aplicação no cultivo de plantas e criação de animais; A mecanização agrícola; E ainda o desenvolvimento dos processos técnicos para conservação de alimentos. Um dos alimentos mais consumidos são alimentos de origem animal, variados tipos de vegetais, frutos, açúcares e bebidas, são consumidos nas áreas desenvolvidas, enquanto naquelas em desenvolvimento consomem grandes quantidades de cereais e "starchyfoods", o consumo de vegetais e frutas é menor do que nos países desenvolvidos, o consumo de alimentos de origem animal é mínimo. O consumo de açúcar vem aumentando em todas as partes do mundo. Em alguns países em desenvolvimento esse consumo tem aumentado mais do que nos países desenvolvidos. Mas o uso de açúcar é particularmente muito levado na América do Norte, na Oceania, na maioria dos países europeus e na América Latina. As mais elevadas proporções no consumo de óleos e gorduras figuram entre os países da Europa e América do Norte. Entre as bebidas alcóolicas, as cervejas e vinhos são aquelas mais comuns em todo o mundo, mas seu principal consumo ocorre na Europa. Em todas as partes do mundo outras bebidas alcoólicas são usadas ao lado da cerveja e do vinho, mas essas bebidas não acompanham a dieta diária da mesma forma que a cerveja e o vinho. O crescimento demográfico, industrialização, urbanização, muda o consumo e o estilo de vida, favorecendo o sedentarismo, a restrição da necessidade de gasto de energia para as atividades diárias e para o trabalho, além de facilitar o consumo de alimentos prontos e de alta densidade energética aumentada os problemas de saúde como a obesidade, a hipertensão e alguns tipos de câncer. A urbanização traz consigo as infecções advindas de água ealimentos contaminados. (ABREU, 2001). 24 3.9 Análise de consumo Alimentar Figura 4 - Média de ingestão de sódio da população (3 238,7 mg) Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisas de Orçamentos Familiares 2008 – 2009. O Ministério da Saúde recomenda que o teor de sódio não ultrapasse 2 300 mg, para adultos e ele é considerado importante na qualidade da alimentação. Porém a média passa de 3 200 mg, o consumo de alimentos industrializados foi relacionado ao consumo elevado de sódio. (IBGE,2011). Contudo mesmo o sal tendo um papel importante para causar a hipertensão arterial, não teremos risco se diminuir o consumo para 110 máximo de 3.000 mg de sódio ou 7,5g de sal para a população sem hipertensão, e para 2.300mg de sódio ou 6g para hipertensos. E para a redução do consumo de sal deve diminuir de maneiro bastante significativa os alimentos industrializados com alta quantidade de sódio como chips e enlatados por exemplo, produtos enlatados tem 20 vezes mais sal do que alimentos naturais. (SICHIERI, 2000). 25 Figura 5 - Média de Contribuição de açúcar para o consumo calórico total da população (14,1%) Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisas de Orçamentos Familiares 2008 – 2009. O consumo de açúcar não deve ultrapassar 10% do consumo energético total, Porém com consumo de alimentos industrializados foi de quase 20% e o consumo de arroz integral, biscoito salgado, feijão e legumes, verduras e aves foi relacionado às menores médias de contribuição percentual de açúcar para a ingestão total de energia. (IBGE, 2011). 26 Figura 6 - Média de contribuição de gordura saturada para o consumo calórico total da população (9,3%) Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisas de Orçamentos Familiares 2008 – 2009. O percentual de gordura satura também é importante na qualidade da dieta e o máximo recomendado é de 7% do consumo de energia, porém com o consumo de alimentos industrializados foi de aproximadamente 9%. (IBGE, 2011). A gordura saturada esta ligada a algumas doenças crônicas não transmissíveis como, por exemplo, a obesidade a hipertensão, e sabemos que uma coisa leva a outra a obesidade eleva a pressão arterial através da ativação do sistema nervoso simpático, hábitos alimentares de ingerir alimentos industrializados, que auxilia o surgimento de DCNT, portanto o ideal é uma dieta rica em frutas e vegetais, alimentos com baixa densidade calórica e baixo teor de gorduras saturadas. (MENEZES, 2010). 27 3.10 Influência da mídia no consumo de alimentos industrializados A televisão e as redes sociais são as maiores fontes de informação da maioria da população moldando a visão de nos mesmos e da vida a nossa volta, por isso ao mesmo tempo em que podem mostrar importantes mensagens de promoção da saúde, ela também mostra um elevado incentivo de consumo de alimentos industrializados com suas propagandas. (FISCHER, 2005). Além disso, quando falamos em alimentação a maior fonte de informação são os comerciais, publicidades possuem um grande marketing visando estabelecer padrões de consumo, por saber que a população ainda com seu aporte psicológico em formação susceptível a consumir aquilo que e mostrado pela mídia a fim de sentir um pertencimento social. (GOMES, 2001). No ano de 2000 uma pesquisa realizada no Brasil sobre as propagandas veiculadas em diferentes horários na televisão mostrou que os alimentos industrializados são os principais produtos anunciados, entre eles 57,8 % estavam no grupo de gorduras, óleos, açucares e doces e 21,2 % eram do grupo de pães, cereais, arroz e massas. No período da pesquisa não foi vinculada nenhuma propaganda direcionada a frutas e vegetais. (ALMEIDA, 2005). Propagandas de biscoitos recheados e chocolates são os produtos mais anunciados, iogurtes salgadinhos maioneses, fast-food e refresco em pó também estiveram entre a pesquisa. Sabe-se que uma exposição de 30 segundos de comerciais de TV são suficientes para influenciar na escolha e compra de determinado produto, por este motivo a maioria dos anúncios publicitários de produtos comestíveis tem essa duração. (SANTOS, 2007). Considerando que são expostos aproximadamente 150 a 200 horas de mensagens comerciais, por ano somando algo próximo a 20.000 anúncios. (BOYNTON, 2003). Além disso, a mídia nos mostra exemplos de pessoas extremamente magras, bem sucedidas passando a imagem de que aquele produto e saudável nisso a mídia nos força a o desejo de consumir. (SANTOS, 2007). Apesar da proteção da lei em vigor e de princípios éticos pregados pelo conselho de auto-regulamentação de publicidades (CONAR) no Brasil há distorções na maneira de se anunciar determinados produtos, acarretando muitas vezes o 28 descumprimento das normas, esse órgão sozinho parece não conseguir promover as mudanças necessárias para um resultado satisfatório, já que o julgamento das propagandas são feitos após elas já terem sidos veiculadas o que permite que os efeitos desse anuncio possam já ter se manifestados. (SANTOS, 2007). Os dados aqui apresentados indicam uma situação preocupante no campo de saúde publica tais dados são importantes para o estudo de medidas que tem por objetivo alterar o padrão de exposição de anúncios comerciais e para que as informações corretas dos alimentos como fossem saudável ou não saudável sejam passadas a população. A presença marcante da mídia na vida cotidiana, mostra que o homem precisa desenvolver habilidades para lidar com um mundo constituído por imagens podemos constatar hoje olhando ao nosso redor que o simples fato de comprar ou consumir o que a mídia nos apresenta passa a definir um status, pois a mesma influência o comportamento das pessoas. A mídia só não impulsiona o consumo de alimentos industrializados, ela impulsiona também tudo o que promete ser saudável fica claro que o que afeta mais as pessoas em relação à mídia e suas publicidades são o tempo destinado a ela do desejo mais simples e de baixo custo ao mais complexo o que se busca e uma possível felicidade pela emoção. (ALMEIDA, 2009). Diante de tudo que foi explicado acima fica na mente uma ideia de que a sociedade literalmente esta a mercê da imposição de uma mídia globalizada que empurra cada vez mais hábitos não saudáveis para as pessoas, entretanto vale ressaltar que ainda há solução a serem desempenhados. Em muitos lugares o crescimento de industrializados não teve sucesso, pois existe uma cultura gastronômica muito antiga forte predominante regional. (ANSILIEIRO, 2006). 29 4 METODOLOGIA Tratou-se de um estudo de revisão de literatura com pesquisas feitas em livros e artigos científicos em sites de fundo cientifico, tais como ANVISA, IBGE, Scielo, Lilacs e OMS, com o intuito de informar o público alvo sobre as consequências de uma alimentação industrializada. Este trabalho foi apresentado em sala de aula por meio dê uma palestra interativa onde foi apresentado um vídeo de aproximadamente 3 minutos com o intuito de conscientizar e informar sobre o uso de alimentos industrializados nas refeições do dia-a-dia. Também foi utilizado de slides montados pelos integrantes do grupo para uma melhor visualização do assunto pelo público, e um questionário com 5 perguntas (Apêndice A) sobre o tema abordado foi entregue no final da apresentação pra a avaliação da mesma. 30 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO O consumo de industrializados vem aumentando nos últimos anos causando assim a diminuição da alimentação feita por produtos naturais, com esse aumento de consumo de sódio, açúcar e gorduras sendo ingeridos em grandequantidade, o aumento de DCNT vem se tornando cada vez maior em adultos. Com o aumento de produção e consumo de produtos industrializados, a alimentação humana vem se tornando algo sem sentimento, vem se perdendo a vontade de se sentar à mesa para realizar uma refeição, o ato de comensação vem sendo perdido diante deste problema. (GALISA, 2008). Essa alimentação precária, sem conter todos os nutrientes necessários para o organismo é algo comum e dificilmente uma mudança de hábito seria aceita de forma que a maioria dos consumidores seguiriam. Esta forma de alimentação é tão comum que pessoas se tornam dependentes destes alimentos, causando assim uma alta taxa de consumo e fabricação. Muitos métodos de armazenamento e produção vem sendo criada para que o alimento seja feito de forma mais rápida na linha de produção, deixando de lado a preocupação de como o valor nutricional do mesmo está sendo mantido. Mesmo com técnicas desenvolvidas para uma produção em que os nutrientes do alimento sejam mantidos, o alimento natural ainda é o mais recomendado por possuir todos os nutrientes necessários para o organismo se desenvolver e sobreviver. (COLLA, 2003). A influência da mídia também tem uma grande parte na alimentação humana, com propagandas que mostram o estilo de vida “ideal” com pessoas que possuem uma “saúde” perfeita, o que na realidade não é nada comparado com este mundo ideal mostrado nessas campanhas. Os maiores consumidores são principalmente pessoas que possuem um estilo de vida em que uma refeição longa e que necessite de uma atenção maior está fora de cogitação, e muitos também sofrem desta dependência por algum motivo emocional, onde esse laço com o alimento industrializado se torna algo que signifique conforto. (FISCHER, 2005). A abordagem feita tem como intuito a conscientização do público de como a visão destes alimentos é feita no dia-a-dia, sendo que a população ainda tem essa ideia de que esta forma de alimentação muitas vezes por ser mais pratica e barata possui um benefício que passa a ser melhor do que os de uma alimentação natural. Após a realização da palestra, os resultados dos questionários (Apêndice A) foi o 31 seguinte; De 65 questionários distribuídos ao público alvo 52% do público foi alcançado com um sucesso de 100%, já os 48% restantes foram alcançados de forma parcial com; 38% dos 65 questionários possuíram resposta incorreta na questão 2, 3% na questão 3, 17% na questão 4 e 4% na questão 5. 32 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os alimentos industrializados ainda são em grande maioria, utilizados por conveniência, e muitos consumidores são influenciados pelas propagandas que distorcem a imagem desses produtos, mostrando pessoas saudáveis e esbanjando saúde, sendo que a realidade de pessoas que são “dependentes” destes produtos não se encaixa com esta realidade mostrada nestas campanhas de marketing, e que mesmo com alguns produtos ainda estejam nesta expectativa, eles não fazem jus a condição real em que pessoas que se alimentam apenas de industrializados passam. Esse aumento no consumo de industrializados vem sendo um dos maiores causadores de DCNT por conta de altos níveis de químicos introduzidos em alimentos enquanto estão sendo processados na linha de produção, esses aditivos são inseridos nos alimentos pelo motivo de aumentar o prazo de duração, mascarar odores, melhorar as cores destes alimentos, acrescentar sabores que não são encontrados naturalmente nesses produtos industrializados. Essas doenças, que hoje são comuns, são um resultado de uma alimentação com um teor de sódio, açúcar e gorduras que eram desconhecidas pelo homem primitivo. 33 REFERÊNCIAS ABREU, ES. VIANA, IC. MORENO, RB. TORRES, EAFS. Alimentação mundial – uma reflexão sobre a história, São Paulo, Saúde soc. vol.2, 2001. ALMEIDA, G. NASCIMENTO, PC. QUAIOTI, TC quantidade e qualidade de produtos alimentícios anunciados na televisão brasileira. São Paulo, Rev. Saúde Pública, 2002. ANSILIEIRO, G. (especialização em gastronomia e segurança alimentar) UNB Brasília-DF, 2006. 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(correta). b) Porque é mais gostoso. c) Porque faz bem a saúde. 4 Qual produto industrializado é mais consumido? a) Miojo. b) Congelados. c) Enlatados e fast-foods. (correta). 5 Para que são utilizados os aditivos? a) Congelar o alimento b) Adicionar ou restaurar cor, prolongar a durabilidade e proteger contra a oxidação. (correta). c) Restaurar cor e proteger os consumidores que tem intolerância a lactos.