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CONTRATOS CIVIL E EMPRESARIAL
Discente: Eduarda Alice Coelho dos Santos
Docente: Marcello Bezerra
Direito – 7º Semestre noturno
· Dissertar sobre três tipos de contrato:
Empréstimo
· Conceito
· Espécie
· Características
Comodato
· Conceito e Características
· Direito e Obrigações do Comodatário
· Direitos e Obrigações do Comodante
· Extinção do Comodato
Mútuo
· Conceito e Características
· Requisitos Subjetivos
· Objeto do Mútuo
· Direitos e Obrigações das Partes
EMPRESTIMO
Empréstimo é o contrato pelo qual uma das partes entrega à outra coisa fungível ou infungível, com a obrigação de restituí-la. Em qualquer de suas modalidades, pertence à categoria dos contratos que têm por objeto a entrega de uma coisa. Quem a recebe fica obrigado a restituí-la, tal como acontece na locação. Como somente se perfaz com a tradição, é contrato de natureza real. Antes dela só haverá uma promessa de empréstimo.
COMODATO
Conforme exposto no artigo 579 do Código Civil, O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto
O contrato de comodato tem como característica a gratuidade, porque decorre de sua própria natureza, pois se assim não fosse, confundiria com a locação. Outra característica é a infungibilidade do objeto, pois implica a restituição da mesma coisa recebida como empréstimo.
Direitos e Obrigações das Partes – Comodante e Comodatário
Compete ao comodante indenizar o comodatário dos prejuízos causados por vício oculto da coisa, dos quais tinha conhecimento, e dolosamente não preveniu em tempo o comodatário. Tem ainda, a obrigação de receber a coisa em restituição, findo o prazo do comodato. Recusando-se a isso, pode ser constituído em mora, sujeitando-se à ação de consignação em pagamento e arcando com todas as consequências da mora.
O comodatário é obrigado a conservar, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante. Não pode alugá-la, nem emprestá-la sem autorização. 
Extingue-se o comodato por diversas formas:
· Pelo advento do termo convencionado ou, não havendo estipulação nesse sentido, pela utilização da coisa de acordo com a finalidade para que foi emprestada. Efetivamente, decorrido o prazo do contrato, este se extingue, devendo a coisa ser restituída.
· Pela resolução, por iniciativa do comodante, em caso de descumprimento, pelo comodatário, de suas obrigações, especialmente por usá-la de forma diversa da convencionada ou determinada por sua natureza.
· Por sentença, a pedido do comodante, provada a necessidade imprevista e urgente. A benesse só será deferida ao comodante se ele provar o surgimento de urgente necessidade, que não podia ser prevista por ocasião do empréstimo (CC, art. 581).
· Pela morte do comodatário, se o contrato foi celebrado intuitu personae, pois nesse caso as vantagens dele decorrentes não se transmitem ao herdeiro (p. ex., quando morre o paralítico a quem foi emprestada a cadeira de rodas). Se, no entanto, o empréstimo do trator ao vizinho, por exemplo, foi feito para uso na colheita, a sua morte prematura não obriga os herdeiros a efetuarem a devolução antes do término da aludida tarefa.
· Pela resilição unilateral, nos contratos de duração indeterminada sem destinação ou finalidade específica. Deve o comodante notificar o comodatário, para que efetue a devolução no prazo que lhe for assinado. Se a iniciativa for do comodatário, deverá efetuar a restituição da coisa ou consigná-la judicialmente, se houver recusa do comodante, sem justa causa, em recebê-la (CC, art. 335, II).
· Pelo perecimento do objeto do contrato. Neste caso, o comodatário responderá por perdas e danos se a perda ocorreu por sua culpa. Também será ele responsabilizado, ainda que a perda tenha decorrido do fortuito e da força maior, se, correndo risco o objeto do comodato, antepuser a salvação dos seus, abandonando o do comodante (CC, art. 583), ou se se encontrava em mora de devolver (CC, art. 399)
MÚTUO
Conforme exposto nos artigos 586 e 587 do Código civil de 2002, mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos dela desde a tradição.
São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Se o mutuário puder restituir coisa de natureza diversa, ou soma em dinheiro, haverá respectivamente troca ou compra e venda, e não mútuo, salvo, no último caso, se o empréstimo for de dinheiro, que é bem fungível.
São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
As características do contrato de mútuo são as mesmas do contrato de comodato:
· Real
· Gratuito em regra (Exceção é o mútuo feneratício)
· Unilateral (Após estar aperfeiçoado com a entrega da coisa)
· Não solene (Informal)
· Temporário
O contrato mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores, salvo se: 
· A pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente;
· O menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais;
· O menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
· O empréstimo reverteu em benefício do menor;
· O menor obteve o empréstimo maliciosamente.
Caso não seja estipulado no contrato, o prazo do mútuo será:
· Até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura;
· De trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
· Do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.
Direitos e Obrigações das Partes - Mutuante e Mutuário 
Sendo o contrato mútuo real e unilateral, uma vez efetuada a tradição nada mais cabe ao mutuante, recaindo as obrigações somente sobre o mutuário.
As obrigações do mutuário, pode-se dizer, resumem-se numa só: restituir, no prazo convencionado, a mesma quantidade e qualidade de coisas recebidas e, na sua falta, pagar o seu valor, tendo em vista o tempo e o lugar em que, segundo a estipulação, se devia fazer a restituição, quando o contrato não tiver dinheiro por objeto. Se a coisa, ao tempo do pagamento, estiver desvalorizada, deve ser restituído o valor que tinha na data do empréstimo, pelo qual ingressou no patrimônio do mutuário.