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Prova didática do ensino superior

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Deficiências 
Múltiplas
 
 02 
 
 
 
1. Introdução 4 
 
2. Tipos de Deficiências 8 
 
3. Inclusão Social 12 
A Deficiência e o Mercado de Trabalho 14 
Deficiência Múltipla e Educação 16 
 
4. Tecnologia Assistiva 21 
 
5. A Prática Pedagógica na Escola Inclusiva 26 
 
6. Referências Bibliográficas 30 
 
 
 03 
 
 
 
 
 
 4 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
1. Introdução 
 
 
Fonte: https://gestaoescolar.org.br 
 
ara Ministério da educação 
(2006) a deficiência múltipla é 
caracterizada pelo conjunto de duas 
ou mais deficiências associadas, de 
ordem física, sensorial, mental, 
emocional ou de comportamento 
social. Não é o somatório dessas 
alterações que configuram a defi-
ciência múltipla, mas sim o nível de 
desenvolvimento, as possibilidades 
funcionais, de comunicação, intera-
ção social e de aprendizagem que 
determinam as necessidades educa-
cionais dessas pessoas. O dessem-
penho e as competências são hetero-
gêneos e variáveis. 
Torna-se fundamental a modi-
ficação do meio para que a pessoa 
possa evoluir em seu processo de 
desenvolvimento a partir de suas 
habilidades e potencialidades (GO-
DÓI, 2006). 
De acordo com (SILVA, 2011) 
avaliação das pessoas com múltipla 
deficiência deve contemplar infor-
mações de natureza biomédica, 
física, psíquica, socioafetiva e psico-
motora. Convém considerar a forma 
de a pessoa perceber, conhecer e 
interagir no ambiente físico e social, 
bem como adquirir, organizar e 
produzir seu conhecimento. 
Para caracterizar a deficiência 
múltipla deve-se considerar que a 
mesma pode apresentar-se median-
te a associação das seguintes catego-
rias, dentre outras, de acordo com a 
Fenapaes (2007, p.23): 
P 
 
 
5 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
Física e Psíquica – são exem-
plos dessa condição: 
 Deficiência física associada à 
deficiência intelectual; 
 Deficiência física associada a 
transtorno mental. 
 Sensorial e psíquica – exem-
plificam essa condição: 
 Deficiência auditiva ou surdez 
associada à deficiência inte-
lectual; 
 Deficiência visual ou cegueira 
associada à deficiência inte-
lectual; 
 Deficiência auditiva ou surdez 
associada a transtorno mental. 
 
 
Fonte: 
https://psicologiaacessivel.net/
2017/01/31/do-luto-a-luta/ 
 
Sensorial e Física – são exem-
plos dessa condição: 
 Deficiência auditiva ou surdez 
associada à deficiência física; 
 Deficiência visual ou cegueira 
associada à deficiência física. 
 
Física, Psíquica e Sensorial -
são ilustrativas dessa condição: 
 Deficiência física associada à 
deficiência visual ou cegueira e 
à deficiência intelectual; 
 Deficiência física associada à 
deficiência auditiva ou surdez 
e à deficiência intelectual; 
 Deficiência física associada à 
deficiência visual ou cegueira e 
à deficiência auditiva ou 
surdez. 
 
 
Fonte: 
https://blog.signumweb.com.br/curi
osidades/a-historia-do-surdo-e-da-
surdez/ 
 
“A epidemiologia da deficiência 
múltipla é originada de fatores 
pré-natais, perinatais ou natais 
e pós-natais, além de situações 
ambientais tais como: aciden-
tes e traumatismos cranianos, 
intoxicação química, irradia-
ções, tumores e outras. (SILVA, 
2011)” 
 
Estão comprovadamente as-
sociadas à múltipla deficiência, al-
gumas patologias com efeitos signi-
ficativos para as pessoas afetadas, 
para considerar o impacto é impor-
tante analisar seus efeitos nas 
habilidades da pessoa frente ao 
ambiente social e físico, bem como 
 
 
6 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
avaliar de que modo às deficiências 
interferem na qualidade de vida. 
Devem ser considerados os 
seguintes aspectos, de acordo com 
Brasil (2000, p.60): 
a. Os tipos e quantidades de 
deficiências primárias as-
sociadas; 
b. A amplitude ou abrangência 
dos aspectos comprometidos; 
c. A idade de aquisição das defi-
ciências; 
d. Os fatores relacionados - fami-
liares, comunitários, esco-
lares; 
e. A eficiência das intervenções 
educacionais e de saúde. 
 
 
Fonte: 
https://br.guiainfantil.com/materias/
educacao/brinquedosos-melhores-
brinquedos-para-criancas-com-
deficiencia/ 
 
“O conhecimento sobre a defi-
ciência múltipla serve de base 
para evitar maior interferência 
adversa na vida da pessoa e 
reduzir seus efeitos sobre ela, 
bem como mediar à promoção 
humana. Ajuda a prevenir defi-
ciências decorrentes das já 
existentes e a instrumentalizar 
 
o indivíduo para atuar eficien-
temente frente às demandas 
ambientais. (SILVA, 2011)” 
 
É importante identificar meios 
para auxiliar essa pessoa ao longo do 
seu processo de vida, possibilitando, 
assim, a aceitação de si e de sua 
realidade e a interação com o meio 
em que vive e convive. 
 
 
 7
 
 
 
 
 
 8 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
2. Tipos de Deficiências 
 
 
Fonte: https://blog.ortoponto.com.br/o-que-e-deficiencia-fisica-motora/ 
 
onforme o Artigo 4º do Decre-
to nº 3.298, de 20 de dezembro 
de 1999, é considerada pessoa com 
deficiência a que se enquadra nas 
seguintes categorias: 
Deficiência física: A deficiência 
física caracteriza-se pela alteração 
completa ou parcial de um ou mais 
segmentos do corpo humano, acar-
retando o comprometimento da fun-
ção física, apresentando-se sob a 
forma de paraplegia, paraparesia, 
monoplegia, monoparesia, tetraple-
gia, tetraparesia, triplegia, tripare-
sia, hemiplegia, hemiparesia, ampu-
tação ou ausência de membro, para-
lisia cerebral, membros com defor-
midade congênita ou adquirida, 
exceto as deformidades estéticas e as 
que não produzam dificuldades para 
o desempenho de funções. Seguem-
se algumas definições: 
 Amputação - perda total ou 
parcial de um determinado 
membro ou segmento de 
membro; 
 Paraplegia - perda total das 
funções motoras dos membros 
inferiores; 
 Paraparesia - perda parcial das 
funções motoras dos membros 
inferiores; 
 Monoplegia - perda total das 
C 
 
 9 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
funções motoras de um só 
membro (inferior ou 
superior); 
 Monoparesia - perda parcial 
das funções motoras de um só 
membro (inferior ou 
superior); 
 Tetraplegia - perda total das 
funções motoras dos membros 
inferiores e superiores; 
 Tetraparesia - perda parcial 
das funções motoras dos 
membros inferiores e 
superiores; 
 Triplegia - perda total das 
funções motoras em três 
membros; 
 Triparesia - perda parcial das 
funções motoras em três 
membros; 
 Hemiplegia - perda total das 
funções motoras de um 
hemisfério do corpo (direito 
ou esquerdo); 
 Hemiparesia - perda parcial 
das funções motoras de um 
hemisfério do corpo (direito 
ou esquerdo); 
 Ostomia - intervenção cirúr-
gica que cria um ostoma (aber-
tura, ostio) na parede abdo-
minal para adaptação de bolsa 
de fezes e/ou urina; 
 Paralisia Cerebral - lesão de 
uma ou mais áreas do sistema 
nervoso central, tendo como 
consequência alterações psi-
comotoras, podendo ou não 
causar deficiência mental; 
 Nanismo - deficiência acen-
tuada no crescimento. 
 
Deficiência auditiva: É caractere-
zada pela perda parcial ou total das 
possibilidades auditivas sonoras, 
variando de graus e níveis na 
seguinte forma: 
 Surdez leve - de 25 a 40 deci-
béis (db); 
 Surdez moderada - de 41 a 55 
(db); 
 Surdez acentuada - de 56 a 70 
(db); 
 Surdez severa - de 71 a 90 (db); 
 Surdez profunda - acima de 
91(db); 
 Anacusia - ausência de audi-
ção[28]. 
 
Deficiência visual: É definida 
pela acuidade visual igual ou menor 
que 20/200 no melhor olho, após a 
melhor correção, ou campo visual 
inferior a 20º (tabela de Snellen), ou 
ocorrência simultânea de ambas as 
situações. Podendo ainda ser 
distinguida como: 
 Cegueira - na qual a acuidade 
visual é igual ou menor que 
0,05 no melhor olho, com a 
melhor correção óptica; 
 Baixa Visão - significa acui-
dade visual entre 0,3 e 0,05 no 
melhor olho, com a melhor 
correção óptica; 
 
Deficiência mental: conceitua-se 
como deficiência mental o funcio-
namento intelectualsignificativa-
mente inferior à média, com mani-
festação antes dos 18 anos e limi-
 
 10 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
tações associadas a duas ou mais 
áreas de habilidades adaptativas, 
tais como: 
 Comunicação; 
 Cuidado pessoal; 
 Habilidades sociais; 
 Utilização dos recursos da 
comunidade; 
 Saúde e segurança; 
 Habilidades acadêmicas; 
Lazer; e Trabalho. 
 
Deficiência múltipla: é caractere-
zada pela associação de duas ou 
mais deficiências. 
Segundo o Ministério do Tra-
balho e Emprego a condição de 
pessoa com deficiência pode ser 
comprovada de duas formas, por 
meio de laudo médico ou por meio 
Certificado de Reabilitação Profis-
sional. 
O laudo médico pode ser 
emitido por médico do trabalho da 
empresa ou outro médico, atestando 
enquadramento legal do empregado 
para integrar a cota, de acordo com 
as definições estabelecidas na Com-
venção nº 159 da OIT, Parte I, art. 1; 
Decreto nº 3.298/99, arts. 3º e 4º 
com as alterações dadas pelo art. 70 
do Decreto nº 5.296/04. Este laudo, 
por sua vez, deverá especificar o tipo 
de deficiência e ter autorização 
expressa do empregado para utiliza-
ção do mesmo pela empresa, tor-
nando pública a sua condição. 
O Certificado de Reabilitação 
Profissional, depois de concluído o 
processo de reabilitação profissio-
nal, o Instituto Nacional de Seguri-
dade Social (INSS) emite este certifi-
cado indicando a atividade para qual 
o trabalhador foi capacitado profis-
sionalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
3. Inclusão Social 
 
 
Fonte: http://prefeitura.rio/transportes/prefeitura-do-rio-multa-e-lacra-onibus-
durante-campanha-rio-acessivel/ 
 
inclusão Social é um processo 
de participação amplo, requer 
uma reestruturação da cultura e da 
prática, vivenciadas de forma que 
estas respondam às diferenças 
sócio-culturais. Visando o indivíduo 
e suas peculiaridades e a otimização 
dos processos de ensino apren-
dizagem, os desenvolvimentos psi-
comotor e psicossocial, qualidade de 
vida e integração social em todas as 
esferas. 
 
“Os alunos com deficiência 
múltipla podem apresentar al-
terações significativas no pro-
cesso de desenvolvimento, 
aprendizagem e adaptação so-
cial. Possuem variadas poten-
cialidades, possibilidades fun-
cionais e necessidades concre-
tas que necessitam ser compre-
endidas e consideradas. Apre-
sentam, algumas vezes, interes-
ses inusitados, diferentes níveis 
de motivação, formas incomuns 
de agir, comunicar e expressar 
suas necessidades, desejos e 
sentimentos (BRASIL, 2006, 
p.13).” 
 
Para analisar as necessidades 
educacionais destes alunos, devem-
se observar as condições em que 
suas deficiências se apresentam. 
A 
 
 13 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
Precisa-se levar em consideração o 
nível de desenvolvimento, as pos-
sibilidades funcionais, de comuni-
cação, interação social e de apren-
dizagem (BRASIL, 2006). Além 
disso, ainda precisam ser acompa-
nhadas necessidades que não estão 
restritas ao âmbito escolar, mas que 
também influenciam diretamente 
no processo de desenvolvimento da 
aprendizagem: 
 
“Na perspectiva das pessoas 
com múltiplas deficiências (...) 
a lesão não pode ser descon-
siderada, assim como o atendi-
mento médico e o processo de 
reabilitação, que parece ter sido 
desconsiderado ou não expli-
citado nas políticas atuais de 
educação inclusiva e na abor-
dagem social (BENTES et al, 
2009, p.66).” 
 
É importante refletir como 
alunos deficientes múltiplos podem 
ter não somente o acesso ao espaço 
escolar, mas o acesso a possibili-
dades reais de desenvolvimento em 
seus processos de aprendizagem 
com base em estratégias, recursos e 
intervenções que venham de encon-
tros com as suas reais necessidades 
educacionais. 
Assim, é necessário o conheci-
mento das necessidades apresenta-
das por estes alunos, para que seus 
processos de aprendizagem possam 
ser de fato beneficiados, é importan-
te buscar compreender como pode-
mos intervir e estimular adequa-
damente. Buscar uma prática peda-
gógica que abranja ações que ve-
nham a oportunizar o desenvol-
vimento de potencialidades. 
Como o próprio Vigotski com-
siderou, esses alunos não são menos 
desenvolvidos, mas apresentam 
uma forma qualitativamente dife-
rente de se desenvolver (VIGOTSKI, 
1997). Faz-se necessário buscar por 
meio do estudo da teoria histórico 
cultural, bases para melhor compre-
ender como a prática pedagógica 
pode contribuir para o desenvol-
vimento da aprendizagem destes 
alunos. 
Vigotski compreende que a 
compensação no processo de desen-
volvimento da criança com defi-
ciência é uma reação da perso-
nalidade ante a deficiência, conflito 
que geralmente ocorre por causa da 
deficiência, trazendo assim dificul-
dades para a vida do sujeito, mas 
também criando possibilidades e 
estímulos de compensação. A defi-
ciência torna-se o ponto de partida e 
principal força por trás do desen-
volvimento psíquico da per-
sonalidade: 
 
“Uma deficiência existente nu-
ma criança leva a mesma a 
compensar esta, trilhar outros 
caminhos de desenvolvimento. 
Uma criança cega reage contra 
a sua cegueira; uma criança 
com uma deficiência psíquica 
 
 14 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
tenta compensá-la muito, fre-
quentemente, em forma de so-
bre compensações referentes às 
suas capacidades intelectuais 
limitadas (FICHTNER, 2010, 
p.70).” 
 
Tais considerações são neces-
sárias para conhecer melhor as ne-
cessidades dessas pessoas e, assim, 
planejar e programar políticas pú-
blicas que potencializem a sua esco-
larização, desenvolvimento e inclu-
são de forma precisa e eficiente. 
Incluir remete um processo 
constante de conhecimento e de 
reciprocidade, é necessário reali-
mentar a estrutura, organização, 
projeto político-pedagógico, recur-
sos didáticos, metodologias e estra-
tégias de ensino. É importante 
repensar as intenções e escolhas cur-
riculares, com foco nas possíveis 
mudanças necessárias para que haja 
um ensino diferenciado que favore-
ça o desenvolvimento e a inclusão 
pessoal e social do sujeito. 
 
A Deficiência e o Mercado 
de Trabalho 
 
A inclusão do portador de 
deficiência no mercado de trabalho 
vem crescendo constantemente, 
conforme dados do Ministério do 
Trabalho e do Emprego (MTE). Foi 
com a regulamentação da Lei 7.853/ 
89, da instituição da Política Nacio-
nal para a Integração da Pessoa Por-
tadora de Deficiência - Decreto 
3.298/99 e a Lei de Cotas que se 
concretizaram, no ordenamento 
jurídico, os princípios de não discri-
minação e igualdade de oportu-
nidades, baseados em conceitos 
amplos de inclusão social e, por isso, 
muitas empresas ainda encontram 
dificuldades na sua implantação. 
(SASSAKI, 2013) 
Observando o texto constitu-
cional brasileiro, pode-se compre-
ender, que o “Estado democrático” é 
proposto para “assegurar o exercício 
dos direitos sociais e individuais, a 
liberdade, a segurança, o bem-estar, 
o desenvolvimento, a igualdade e a 
justiça como valores supremos de 
uma sociedade fraterna, pluralista e 
sem preconceitos”. (Constituição, 
1988) 
Para que a inclusão do defi-
ciente físico no mercado de trabalho 
efetivamente ocorra, além de uma 
legislação específica que incentive a 
inclusão dessa classe, é importante 
destacar outros fatores importantes, 
o principal é a educação. 
Para as instituições e empre-
sas contratar tal classe é necessário 
investir em programas de capacita-
ção e/ou tornar-se menos rígidas em 
relação ao grau de instrução destes. 
A Lei nº 7.853/89 prevê a 
adoção de legislação específica que 
discipline reserva de mercado de 
 
 15 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
trabalho aos portadores de deficiên-
cia física (art. 2º, II, d) e a proteção 
dos seus interesses coletivos ou 
difusos. Estas se dão por meio de 
ações civis públicas que poderão ser 
propostas pelo MinistérioPúblico, 
União, Estados, Municípios e Dis-
trito Federal, por associações consti-
tuídas há mais de um ano, por autar-
quia, empresa pública, fundação ou 
sociedade de economia mista que 
inclua, entre suas finalidades 
institucionais, a proteção de pessoa 
portadora de deficiência (art. 3º). 
A política Nacional para inte-
gração de pessoas portadoras de 
deficiência no mercado de trabalho e 
na sociedade em geral é disciplinada 
pelo Decreto n. 3.298/99 do Poder 
Executivo Federal. Este decreto 
compreende o conjunto de orienta-
ções normativas que objetivam as-
segurar o pleno exercício dos direi-
tos individuais e sociais das pessoas 
portadoras de deficiência (art. 1º), 
observando os seguintes princípios: 
a. Desenvolvimento de ação 
conjunta do Estado e da socie-
dade civil, de modo a as-
segurar a plena integração da 
pessoa portadora de deficiên-
cia no contexto socioeconô-
mico e cultural; 
b. Estabelecimento de mecanis-
mos e instrumentos legais e 
operacionais que assegurem 
às pessoas portadoras de defi-
ciência o pleno exercício de 
seus direitos básicos que, 
decorrentes da Constituição e 
das leis, propiciam o seu bem-
estar pessoal, social e eco-
nômico; 
c. Respeito às pessoas portado-
ras de deficiência, que devem 
receber igualdade de oportu-
nidades na sociedade por reco-
nhecimento dos direitos que 
lhes são assegurados, sem pri-
vilégios ou paternalismos (art. 
5º, I, II e III). 
 
No âmbito da União, é as-
segurado o direito da pessoa porta-
dora de deficiência se inscrever em 
concurso público para provimento 
de cargos cujas atribuições lhe sejam 
compatível, e reservado até 20% das 
vagas oferecidas no concurso (art. 
5º, § 2º, Lei n. 8.112/90). 
O direito de ir e vir, de traba-
lhar e de estudar é o ponto de parti-
da da inclusão de qualquer cidadão. 
E, para que se efetive em relação às 
pessoas com deficiência, há que se 
exigir do Estado à construção de 
uma sociedade livre, justa e solidária 
(conf. art. 3º, Constituição Federal), 
através de políticas públicas com-
pensatórias e eficazes. 
 
 
 
 
 16 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
Deficiência Múltipla e Edu-
cação 
 
O modo como cada deficiência 
influência o aprendizado e dessem-
penho de tarefas simples e o desen-
volvimento da comunicação da pes-
soa varia de acordo com o grau de 
dificuldade propiciado pelas defi-
ciências, associado aos estímulos 
que a pessoa recebeu ao longo da 
vida. 
É necessário o compartilha-
mento de atendimento multidisci-
plinar, para que haja progresso no 
processo de desenvolvimento em 
crianças com múltiplas deficiências, 
importante que sejam incluídas 
ações integradas entre educação, 
saúde e família. 
O professor deve preparar um 
conteúdo adaptado às necessidades 
de cada criança, ficando atento às 
limitações individuais dentro das 
propostas de educação inclusiva 
para assegurar sua participação em 
todas as atividades desenvolvidas. 
Conforme o referencial cur-
ricular nacional para a educação 
infantil, publicado em 2008 pelo 
MEC, a escola tem as funções de 
educar e cuidar. As crianças podem 
apresentar diferentes limitações, o 
desenvolvimento delas deve ser 
baseado no conjunto de ações inclu-
sivas no âmbito social, educacional e 
reabilitação. 
De acordo com as diretrizes 
nacionais para educação especial na 
educação básica todas as crianças 
são aptas a aprender, não impor-
tando gravidade da sua deficiência. 
As crianças com deficiência 
devem ser incluídas desde cedo em 
programas de creche e pré-escola 
que possuam como objetivo o desen-
volvimento integral, acesso à infor-
mação e ao conhecimento acumula-
do, dividindo essa tarefa com servi-
ços da comunidade e os pais. 
A inclusão depende de muitas 
modificações, tanto de atitude quan-
to de infraestrutura dos centros de 
educação infantil, tais como: 
 Flexibilidade e tolerância; 
 Compreensão do compor-
tamento e das necessidades 
emocionais; 
 Provisão de currículo adap-
tado às necessidades espe-
cíficas; 
 Mobiliário adaptado para exe-
cução de atividades; 
 Adaptação de jogos peda-
gógicos; 
 Materiais específicos e recur-
sos tecnológicos que favore-
çam a interação, a comuni-
cação e a aprendizagem. 
 
Para facilitar o processo de 
comunicação e aprendizagem faz-se 
necessário um trabalho conjunto 
entre professor do ensino regular, o 
professor especializado de apoio, 
equipe de suporte (fonoaudiólogo, 
 
 17 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
terapeuta ocupacional, fisioterapeu-
ta, psicólogo, etc.) e a família, cola-
borando para avaliação das neces-
sidades específicas da criança. Suas 
necessidades precisam ser identi-
ficadas e atendidas; as políticas pú-
blicas precisam estar mais próximas 
da realidade dessa criança para que 
de fato ela tenha a possibilidade de 
se desenvolver. 
A igualdade de condições para 
o acesso e permanência na escola 
está presente na Constituição da 
República Federativa do Brasil de 
1988(CRFB/1988), em seu artigo 
206. Verifica-se uma distância entre 
o cotidiano das escolas e os dis-
positivos legais que tratam da Edu-
cação Inclusiva. 
A escola tem que proporcionar 
a todos os alunos o acesso, a perma-
nência, bem como, o aprendizado 
com sucesso e qualidade, indepen-
dentemente de suas características 
físicas, cognitivas, sociais ou cultu-
rais, deve ser um ambiente acolhe-
dor e prazeroso. (CARVALHO, 
2004). 
Para que de fato a inclusão seja 
uma realidade plena, há muito que a 
ser analisado e pesquisado, com vis-
tas a construir projetos que vão além 
da simples aplicação de leis, visto 
que ainda nos dias atuais o assunto 
não é bem esclarecido diante da 
população (MANTOAN, 2003). 
A Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional – LDBEN - Lei 
nº 9.394/96 – enfatiza, em seu arti-
go 58, que por Educação Especial 
entende-se a modalidade de educa-
ção escolar, oferecida preferencial-
mente na rede regular de ensino 
para alunos com necessidades es-
peciais. 
E enfatiza no seu inciso 1º que, 
quando necessário, haverá serviços 
de apoio especializado na escola re-
gular para atender à especificidade 
de cada aluno da Educação Especial 
(BRASIL, 1996). 
Nessa perspectiva, a Educação 
Especial direciona suas ações para o 
atendimento das especificidades de 
cada sujeito no processo educacio-
nal. E, no âmbito de uma atuação 
mais ampla na escola, orienta a 
organização de redes de apoio, a 
formação continuada, a identifica-
ção de recursos, serviços e o desen-
volvimento de práticas colabo-
rativas. 
Pode-se destacar como papel 
do professor especializado/de apoio: 
 Favorecer e mediar às relações 
no programa de intervenção 
precoce; 
 Acolher as necessidades, inte-
resses, prioridades e desejos 
da criança e família; 
 Realizar avaliação funcional 
do desenvolvimento em inter e 
transdisciplinaridade e inter-
câmbio com outros profis-
sionais da comunidade; 
 
 18 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
 Analisar no meio (casa - famí-
lia - escola - comunidade), as 
possibilidades reais, as poten-
ciais e as necessidades do 
aluno; 
 Elaborar, em conjunto com os 
demais profissionais envol-
vidos, o programa de inter-
venção precoce; 
 Apoiar e ajudar a família a 
lidar com a criança (cuidados 
básicos, alimentação, higiene). 
 Realizar visita domiciliar, 
quando necessário, para in-
clusão da criança na família e 
comunidade; 
 Ajudar, apoiar, avaliar e acom-
panhar o projeto de inclusão 
nos centros de educação in-
fantil; 
 Participar, em conjunto com a 
família e demais profissionais 
envolvidos, da elaboração do 
plano de desenvolvimento 
educacional, de forma que 
contemplem as necessidades 
específicas e educacionais 
especiais; 
 Favorecer o desenvolvimento 
de competências na família e 
comunidade para a resolução 
de problemas no cotidiano; 
 Apoiar a criação de rede de 
apoio comunitário. Papel do 
professor da creche e pré-escola. 
 
O professor do ensino comum 
necessita de ajuda, orientação e apo-
io do professor especializado para a 
inclusão da criança com múltipla 
deficiência no ensino. 
O papel do professor do ensino 
comum entre outros será: 
 Motivar e organizar interação 
e formas de comunicação com 
a criança, integrando a ao 
grupo; 
 Planejar em conjunto com o 
professor especializado ativi-
dades significativas, lúdicas e 
funcionais que despertam o 
interesse da criança; 
 Ajudar a criança a realizar 
coisas que sozinha não daria 
conta de fazer; 
 Ajudá-la a explorar o meio e a 
brincar ativamente; 
 Evitar subestimá-la ou super-
protegê-la; 
 Ajudá-la a desenvolver a inde-
pendência no lanche, na hi-
giene e no brinquedo; • 
 Adaptar as atividades de lin-
guagem, simbólicas, histórias, 
atividades de pesquisa e artes 
para que possa participar ati-
vamente; 
 Avaliar e reavaliar, em con-
junto com o professor especia-
lizado, família e equipe os 
avanços, as dificuldades, as 
estratégias e as intervenções 
necessárias, e; 
 Participar da elaboração do 
projeto político pedagógico 
(PPP) e do plano de desenvol-
vimento educacional (PDE) do 
centro de educação infantil, 
contemplando as necessidades 
específicas e educativas 
especiais. 
 
 
 19 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
Os alunos com alterações 
significativas no processo de desen-
volvimento e aprendizagem gostam 
de brincar e podem aprender em 
grupo, ampliando assim suas expe-
riências e adquirindo recursos para 
se adaptarem diante de novas si-
tuações. 
 
 
Fonte: 
https://www.cartacapital.com.br/edu
cacao/por-que-estudantes-com-
deficiencia-ainda-sao-excluidos-das-
escolas/ 
 
É um trabalho de cooperação, 
de troca de experiências e comuni-
cação entre pais-criança, criança-
criança, professor-criança, profes-
sor-pais, pais-pais e professor-
professor. Isso é possível desde que 
o programa de intervenção precoce 
não esteja centrado na limitação, na 
deficiência, nas defasagens, mas 
voltado para a dimensão humana 
das possibilidades e para a melhoria 
das condições socioemocionais e 
ambientais: interação, comunica-
ção, ação, adaptação do meio e das 
atividades, pois inclusão significa 
participação ativa da criança na vida 
familiar, escolar e comunitária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 21 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
4. Tecnologia Assistiva 
 
 
fonte: https://www.cepeconline.com.br/produto/cata/ 
 
ecnologia assistiva é um con-
junto de equipamentos, tecno-
logias, serviços, estratégias e práti-
cas concebidas e aplicadas para 
amenizaras dificuldades encontra-
das por pessoas com deficiências. 
Segundo Manzine: 
 
“Os recursos de tecnologia as-
sistiva estão muito próximos do 
nosso dia-a-dia. Ora eles nos 
causam impacto devido à tec-
nologia que apresentam, ora 
passam quase despercebidos. 
Para exemplificar, podemos 
chamar de tecnologia assistiva 
uma bengala, utilizada por nos-
sos avôs para proporcionar con-
forto e segurança no momento 
de caminhar, bem como um 
aparelho de amplificação utili-
zado por uma pessoa com sur-
dez moderada ou mesmo veícu-
lo adaptado para uma pessoa 
com deficiência. (MANZINI, 
2005, p. 82)” 
 
Para desenvolver um trabalho 
com pessoas com deficiências múlti-
plas é preciso buscar atividades fun-
cionais que facilitem o desenvol-
vimento da comunicação e das inte-
rações sociais, levando sempre em 
consideração as potencialidades e 
necessidades individuais. 
Os recursos são organizados 
ou classificados de acordo com obje-
tivos funcionais a que se destinam, 
várias classificações foram desen-
volvidas para finalidades distintas 
como a ISO 9999/2002 como uma 
importante classificação internacio-
nal de recursos, aplicada em vários 
países. 
T 
 
 22 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
A Tecnologia Assistiva difere 
da tecnologia reabilitadora, usada, 
por exemplo, para auxiliar na recu-
peração de movimentos limitados. 
Difere de toda a tecnologia médica 
ou de reabilitação, por se tratar de 
recursos ou procedimentos pessoais, 
que atendem a necessidades diretas 
do usuário final, visando sua inde-
pendência e autonomia. 
Os recursos médicos ou de 
reabilitação destinam-se a diagnós-
tico ou tratamento na área da saúde, 
sendo, portanto, recursos de traba-
lho dos profissionais dessa área. Os 
objetivos apontam normalmente 
para recursos que geram autonomia 
pessoal e vida independente do 
usuário. 
Segundo Lauand: 
 
“[...] No sentido amplo, o objeto 
da tecnologia assistiva é uma 
ampla variedade de recursos 
destinados a dar suporte (me-
cânico, elétrico, eletrônico, 
computadorizado, etc.) à pes-
soas com deficiência física, 
visual, auditiva, mental ou múl-
tipla. Esses suportes podem ser, 
por exemplo, uma cadeira de 
rodas [...], uma prótese, uma 
órtese, e uma série infindável 
de adaptações, aparelhos e 
equipamentos nas mais diver-
sas áreas de necessidade pes-
soal (comunicação, alimenta-
ção, transporte, educação, la-
zer, esporte, trabalho, elemen-
tos arquitetônicos e outras). 
(LAUAND, 2005)” 
 
Na área da educação se tornou 
uma porta de entrada para abertura 
de novos caminhos no processo de 
aprendizagem e desenvolvimento de 
alunos com deficiências de intensa 
incapacidade, vai além de simples-
mente auxiliar o aluno a ‘fazer’ 
atividades pretendidas, encontra-
mos meios de o aluno atuar de forma 
construtiva. 
A importância da tecnologia 
na educação é real, em relação a 
qualquer aluno, tornando o processo 
mais fácil, se tratando de alunos com 
alguma deficiência, a tecnologia 
torna o processo possível. 
Na Lei no 10.098, de 19 de 
dezembro de 2000, o legislativo 
brasileiro indicou, a necessidade de 
proporcionar condições justas a 
todo conjunto de pessoas com defi-
ciência, o que foi regulamentado 
pelo Poder Executivo, por meio do 
Decreto no 5.296, de 2 de dezembro 
de 2004. Determina a criação de um 
Comitê de Ajudas Técnicas, com a 
finalidade principal de propor a 
criação de políticas públicas, aos ór-
gãos competentes, relacionadas com 
o desenvolvimento e uso de Tec-
nologia Assistiva. 
O Decreto determina que: 
 
“Art. 66. A Secretaria Especial 
dos Direitos Humanos insti-
tuirá Comitê de Ajudas Téc-
nicas, constituído por profis-
sionais que atuam nesta área, e 
que será responsável por: 
 
 23 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
I - estruturação das diretrizes 
da área de conhecimento; 
II - estabelecimento das compe-
tências desta área; 
III - realização de estudos no 
intuito de subsidiar a elabo-
ração de normas a respeito de 
ajudas técnicas; 
IV - levantamento dos recursos 
humanos que atualmente tra-
balham com o tema; e 
V - detecção dos centros regio-
nais de referência em ajudas 
técnicas, objetivando a forma-
ção de rede nacional integrada. 
§ 1º O Comitê de Ajudas Téc-
nicas será supervisionado pela 
CORDE e participará do Pro-
grama Nacional de Acessibi-
lidade, com vistas a garantir o 
disposto no art. 62. 
§ 2º Os serviços a serem pres-
tados pelos membros do Comi-
tê de Ajudas Técnicas são consi-
derados relevantes e não serão 
remunerados.” 
 
Conforme tal determinação, a 
Secretaria Especial dos Direitos Hu-
manos, da Presidência da República 
cria o Comitê, por meio da Portaria 
no 142, de 16 de novembro de 2006, 
reunindo os principais órgãos da 
administração pública relacionados 
com o tema, assim como um grupo 
de especialistas da área. A Portaria 
institui, como responsabilidade do 
Comitê: 
 
“III - apresentar propostas de 
políticas governamentais e par-
cerias entre a sociedade civil e 
órgãos públicos referentes à 
área de ajudas técnicas” 
Os instrumentos formais que 
criam o Comitê, assim como todas as 
publicações estão disponíveis no 
sítio da Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos, da Presidência da 
República: 
 www.sedh. gov.br/corde. 
Em 16 de novembro de 2006 
foi estabelecido, pela Portaria nº 
142, o Comitê de Ajudas Técnicas(CAT), determinado pelo Decreto nº 
5.296/2004 no âmbito da Secretaria 
Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República, na pers-
pectiva de aperfeiçoar, dar trans-
parência e legitimidade ao desenvol-
vimento da Tecnologia Assistiva no 
Brasil. 
O foco do trabalho do Comitê 
de Ajudas Técnicas foi conceituar e 
propor uma terminologia adequada, 
pesquisar e propor classificações e 
modelos para os sistemas de pres-
tação de serviços em Tecnologia 
Assistiva. Foram realizadas seguin-
tes ações pela Comissão Temática 1 -
Conceituação e Estudos de Normas: 
a. Elaboração e proposição de 
bases conceituais, realizada a 
partir de revisão teórica inter-
nacional, utilizando as seguin-
tes palavras-chave: tecnologia 
assistiva, ajudas técnicas, tec-
nologia de apoio. 
b. Elaboração de pesquisa para 
proposição de terminologia 
oficial, resultando na aprova-
 
 24 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
ção do termo “tecnologia as-
sistiva”, a ser sempre utilizado 
no singular, por se tratar de 
uma área do conhecimento. 
c. Formulação do conceito de 
TA: “Tecnologia Assistiva é 
uma área do conhecimento, de 
característica interdisciplinar, 
que engloba produtos, recur-
sos, metodologias, estratégias, 
práticas e serviços que objeti-
vam promover a funcionali-
dade, relacionada à atividade e 
participação, de pessoas com 
deficiência, incapacidades ou 
mobilidade reduzida, visando 
sua autonomia, independên-
cia, qualidade de vida e 
inclusão social.” 
d. Elaboração de lista de termos 
para o desenvolvimento de um 
glossário (atividade em anda-
mento); 
e. Pesquisa bibliográfica e docu-
mental sobre normas brasilei-
ras, vigentes e em projeto, 
relacionadas à TA; 
f. Análise das normas brasileiras 
para auxílio na classificação e 
identificação de prioridades 
para normalização (atividade 
em andamento). 
 
Ajudas Técnicas é o termo que 
foi utilizado para o que se conven-
cionou denominar Tecnologia As-
sistiva. Um conceito amplo, com 
elemento chave para a promoção 
dos Direitos Humanos, pelo qual as 
pessoas com deficiência têm a opor-
tunidade de alcançarem sua auto-
nomia e independência em todos os 
aspectos de suas vidas. 
É necessária a admissão de 
medidas que assegurem seu acesso, 
em bases iguais com as demais pes-
soas. É preciso que obstáculos e bar-
reiras à acessibilidade sejam identi-
ficados e eliminados, de acordo com 
a conceituação de deficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 26 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
5. A Prática Pedagógica na Escola Inclusiva 
 
 
Fonte: https://fia.com.br/blog/educacao-inclusiva/ 
 
educação especial como mo-
delo de ensino até esse mo-
mento está se propagando no am-
biente escolar, precisarão utilizar 
redes de apoio que suplementem o 
trabalho do professor, para se tornar 
efetiva. As redes de apoio existentes 
são constituídas pelo Atendimento 
Educacional Especializado (AEE) e 
pelos profissionais da educação 
especial (intérprete, professor de 
Braille, etc.) da saúde e da família. 
Educação Especial não deve 
ser vista como um sistema educa-
cional paralelo ou segregado, é sim 
conjunto de recursos que a escola 
regular deverá usufruir para atender 
à diversidade e necessidades espe-
ciais de cada aluno, não visando 
métodos e técnicas especializados 
para a classe regular, mas sim, tor-
nando-se um sistema de suporte 
permanente e efetivo para os alunos 
especiais incluídos, bem como para 
seus professores. 
O professor como mediador 
deve respeitar os diferentes ritmos 
de aprendizagem, como organizador 
da sala de aula, deve guiar e orientar 
as atividades dos alunos no decorrer 
A 
 
 27 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
do processo de aprendizagem para 
aquisição dos saberes e competên-
cias. O projeto pedagógico deve dire-
cionar as ações do professor, que 
deve assumir comprometimento 
com a diversidade e com a igualdade 
de oportunidades, priorizando a 
colaboração e a cooperação. 
O papel do educador na sala de 
inclusiva é intervir nas atividades 
que o aluno ainda não tem autono-
mia para desenvolver sozinho, aju-
dando-o a se sentir capaz de realizá-
las, considera-se que os conteúdos 
escolares são objetos da aprendiza-
gem, cabe aos alunos atribuir signi-
ficados e construir conhecimentos e 
o professor assume a função de 
mediar esse processo, selecionando 
procedimentos de ensino e de apoio 
para confrontar e resolver conflitos 
cognitivos. 
O processo de ensino deve 
privilegiar a construção coletiva e 
ser organizado com base nas neces-
sidades dos alunos, levando em 
conta os diferentes ritmos, estilos e 
interesses de aprendizagem de cada 
aluno, respeitando suas necessida-
des educacionais, podendo requerer 
apoio e recursos diferenciados. 
A avaliação da aprendizagem 
dever ser coerente com os recursos 
selecionados, objetivos e as ativida-
des propostas. Se o processo de 
aprendizagem for redimensionado, 
o procedimento de avaliação tam-
bém deverá ser. A avaliação que é 
realizada durante as atividades deve 
ser mais esclarecedora, e fornecer 
dados sobre o desempenho do aluno 
em diversas situações. Dessa forma 
a avaliação vai facilitar o reconhe-
cimento das necessidades dos 
alunos e permitir que o professor 
redimensione os indicadores de 
aprendizagem. 
O desempenho do aluno cons-
titui ferramentas importantes na 
adaptação do planejamento, os re-
sultados obtidos serão consistentes 
desde que sejam analisados indica-
dores de aprendizagens condizentes 
com a intencionalidade do ensino. É 
preciso que o planejamento tenha 
flexibilidade na abordagem do con-
teúdo, no progresso de múltiplas 
formas de participação nas ativida-
des educacionais e na admissão dos 
diversos modos de expressão dos 
alunos. 
As adaptações curriculares 
estão garantidas pela Lei de Dire-
trizes e Bases da Educação Nacional 
Nº 9.394/96 e pelas Diretrizes 
nacionais para a educação especial 
na educação básica (BRASIL, 2001), 
que orientam adaptações em três 
níveis: 
 No projeto políticopeda-gó-
gico da escola elaborado pela 
comunidade escolar; 
 No currículo (objetivos, com-
teúdos, atividades, avaliação, 
metodologia) com a partici-
 
 28 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
pação de todos os envolvidos; 
 No nível individual, com a par-
ticipação da família na elabo-
ração do plano educacional 
individual. 
 
O projeto de inclusão é elabo-
rado e desenvolvido coletivamente, 
não devendo as decisões ser toma-
das isoladamente pelo professor ou 
pela família, sendo elas de respon-
sabilidade da direção dos centros de 
educação, dos gestores da política de 
educação dos Municípios. 
Algumas ações são interseto-
riais, e envolvem responsabilidade 
dos órgãos de saúde e ação social, 
principalmente no que diz respeito a 
diagnóstico, tratamento e equipa-
mentos específicos para determina-
das deficiências. 
As adaptações de acesso ao 
currículo são de responsabilidade da 
escola, e envolvem: 
 Mobiliário adequado (mesas, 
cadeiras, triângulo para ativi-
dades no solo, equipamentos 
para atividades em pé e 
locomoção independente); 
 Equipamentos específicos e 
tecnologia assistida; 
 Sistemas alternativos e am-
pliados de comunicação; 
 Adaptação do espaço e elimi-
nação de barreiras arquitetô-
nicas, ambientais, play 
ground; 
 Recursos materiais e didáticos 
adaptados; 
 Recursos humanos especial-
lizados ou de apoio; 
 Situações diversificadas de 
aprendizagem e apoio para 
participação em todas as ativi-
dades pedagógicas e recrea-
tivas; 
 Adaptações de atividades, 
jogos e brinquedos. 
 
São necessárias mudanças no 
sistema educacional vigente a fim de 
garantir o cumprimento dos objeti-
vos da inclusão, devem-se conside-
rar as inúmeras dificuldades viven-
ciadas por todos os participantes do 
cotidiano das escolas que tentam, de 
diferentes maneiras, viabilizara 
educação inclusiva de acordo com 
suas possibilidades. 
 
 
 
 
 29 
 
 
DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS 
30 
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