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ENFERMIDADES DO APARELHO DIGESTÓRIO PARTE 2 03/09/2020 • FEBRE AFTOSA × Enfermidade vesicular de origem viral × Infectocontagiosa – alto poder de difusão – morbidade de 100% e mortalidade de 2%; × Vírus da família família Picornaviridae, gênero Aphtovirus × Sorotipos: O,A,C (Am. Sul), SATI, SAT2 e SAT3 (África) e ASIAI × Sanções e prejuízos internacionais - Sempre utilizar luvas pois essas doenças vesiculares, as vesículas da boca dos animais são uma forte fonte de contaminação, ter cuidado na manipulação da boca, cavidade oral; - A febre aftosa é específica dos biungulados (pisam sob dois dedos); - Ela é uma possível zoonose; 7 sorotipos da febre aftosa a nível mundial; - Existem outras doenças vesiculares muito parecidas com a febre aftosa; EPIDEMIOLOGIA Esquema da aula de clínica médica III – Prof. Yuri S. Bonacin. - Sabe-se que a doença é transmitida não somente pelo contato com aerossóis, que seriam as partículas virais que estão no ambiente (pensando em animais confinados a difusão da doença é muito maior); e também pode ter a contaminação através da saliva, fezes, sêmen, carne e derivados (potencialmente pode haver o contagio dos humanos, sendo uma potencial zoonose, no entanto sem nada comprovado); A incubação pode ser de até uma semana, depois este vírus vai para a faringe desses animais e depois o pulmão causando a viremia. Onde começa aquele quadro do vírus se reproduzindo e alcançando a corrente sanguínea. Depois da corrente sanguínea ele vai para a saliva e leite, portanto, pode haver uma contaminação horizontal quanto vertical. E em 24 horas depois de todo este período de incubação estes animais começam formar vesículas na cavidade oral, membros (margem coronária do casco), úbere. - Estas lesões ocorrem em 24 horas, em até 3 dias; SINTOMATOLOGIA × Complexo das enfermidades vesiculares; × HIPERTERMIA!! – sendo a principal sintomatologia; os animais com picos contínuos de febre e inflamação, principalmente durante o período da viremia (1 a 7 dias), e esta febre pode ser suficiente para causar lesões em testículo, lesões de casco; × Vesículas – na boca, no casco; exposição da mucosa oral e os animais não conseguem deglutir × Sialorréia (saída de saliva da boca) e claudicação (dependendo do grau, eles param de comer); altos prejuízos econômicos. × Emagrecimento progressivo (param de comer pela lesão na boca e andar pelas lesões nos cascos) e fraqueza; × Neonatos pode ocorrer miocardite e morte súbita × Raramente resultam em morte – degradação física = perdas econômicas × Infecções bacterianas secundárias – boca é muito contaminada; e os cascos que estão em contato direto com o solo; DIAGNÓSTICO × Doença de notificação obrigatória! × Serviço de Defesa Sanitária Animal × Diagnóstico presuntivo – com somente a suspeita da doença, não devemos fazer nenhum exame, mas já notificar o serviço de defesa sanitária sendo municipal ou regional; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL × Estomatite vesicular (comum em bezerros), rinotraqueite infecciosa bovina (IBR), diarréia viral bovina (BVD), febre catarral maligna dos bovinos e fotossensibilização; × Ovinos – língua azul - Porque não se vacina ovinos, caprinos, suínos? Se eles são bi-ungulados e podem adquirir febre aftosa? Porque são animais sentinelas; TRATAMENTO × Não se realiza tratamento! × Portadores crônicos × Programa Nacional de Febre Aftosa (PNEFA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); - programa de prevenção; × Imunidade específica! – vacinação dos animais; animais acima de 24 meses se faz uma vacina anual; isto se altera nos estados e ao passar dos anos; • ESTOMATITE VESICULAR × Enfermidade viral, família Rhabdoviridae, gênero Vesiculovirus × Complexo de enfermidades vesiculares – é um diagnóstico diferencial para febre aftosa × Acomete bovinos e equinos, e possivelmente caprinos e ovinos; - não sendo uma doença que afeta exclusivamente os bi-ungulados; × Existem dois sorotipos: New Jersey e Indiana; - Encontra casos em bovinos e equinos, principalmente em bovinos jovens; SINTOMATOLOGIA × Grande semelhança com a febre aftosa!! × Considerada zoonose – causam lesões vesiculares em humanos!!! × Morbidade 10% (80% animais agrupados ou confinados) - animais fechados pode haver uma contaminação um pouco maior; × Mortalidade 0-15% - depende do estágio em que o animal fica por conta da doença; EPIDEMIOLOGIA Acredita-se que alguns insetos sugadores possuam este vírus ou funcionam como vetores e ao picarem os animais inoculam o vírus que fica incubado por 24 horas, e da mesma forma que a febre aftosa os animais desenvolvem sialorreia por conta das lesões na boca, e picos febris, e em 48 horas formam vesículas na mucosa oral, glândula mamária e margem coronária do casco. - Animais vão parar de comer, emagrecer, parar de andar por conta das lesões; × Reservatório natural? – animais selvagens; × Contágio através de insetos (vetores) × Vesículas – alta quantidade de vírus – contaminação horizontal, não manipular os animais sem luva; × Bovinos leiteiros – mastites × Curso da doença – 8 a 15 dias (se o animal não teve deterioração corporal, nem infecções secundárias, ele chega a cura com 15 dias, não é uma doença que dura muito tempo); × Indistinguível das demais enfermidades vesiculares; × Após incubação (24h) sialorreia e febre alta × Após 48 h vesículas na mucosa oral, glândula mamária e margem coronária do casco × Infecções secundárias DIAGNÓSTICO × Clínico presuntivo – e depois comunicar a defesa sanitária; × Confirmativo por análise laboratorial – ELISA, PCR; × Notificação obrigatória × Importante em estados como SC – que não são vacinados os animais, e eles não tem imunidade nenhuma; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL × Diarréia viral bovina (BVD) e outras doenças vesiculares; CONTROLE E PROFILAXIA × Não existe vacina × Notificar os casos suspeitos × Medidas preventivas com controle de vetores e quarentena ao adquirir animais novos; • LÍNGUA AZUL × Enfermidade viral, causada por um orbivírus, família Reoviridae × Países tropicais e subtropicais × Doença sazonal (vetores) – transmitida pelos culicóides – sugadores; × Ovinos mais afetados (mas pode acometer outras espécies); × Acontece mais em períodos mais quentes quando acontece uma proliferação desses mosquitos; × Morbidade de 50-75% e mortalidade 20-50% - prejuízo bastante substancial; EPIDEMIOLOGIA - Existem duas vias de transmissão, a mais comum é através dos mosquitos culicóides, ou através da placenta ou cópula. O período de incubação é de 3 a 6 dias. Havendo infecção do endotélio vascular, causando vasculite na região da língua, alteração na permeabilidade vascular (saída de líquido, sangue), edema e necrose das superfícies mucosas; *necrose da mucosa oral, mucosa da língua, com todo um distúrbio de vascularização; × Bovinos domésticos e animais selvagens – reservatório; no entanto, acomete mais ovinos; × Pode ter um cervídeo como reservatório para picada, um culicóide que se contamina naquele animal e picar um ovino, e da mesma forma que as doenças vesiculares tem uma viremia, como acontece em todas doenças não só vesiculares mas também nas virais, tem aquele período de viremia que o vírus esta se reproduzindo/ se instalando no organismo; × Febre alta (viremia) – há picos de febre ao longo do dia (lembrar que os ruminantes tem uma temperatura corpórea mais alta por conta do rúmen) × Leucopenia – pode ser gerado a longo prazo; × Teratogênese em fetos – quando uma propriedade tem alto índices de teratogenia pensar na língua azul; × Imunidade boa – vários sorotipos!! - A vantagem da língua azul é que o contato com esse vírus, se os animais conseguirem sobreviver o período de viremia a imunidade é muito boa, e as chances deste animal se recontaminaré muito pequena. O único problema é que uma fêmea pode gerar fetos com teratogenia; - No entanto, o animal pode se contaminar com outro sorotipo. × Febre durante a viremia (5-6 dias) × Descarga nasal e salivação × Hiperemia em mucosas nasal e oral, e na língua; × Edema de lábios e língua (escoriações e sangue na saliva); × Pode haver lesões e escoriações na língua do animal, pois ela fica localizada para fora e os próprios dentes pode machuca-la; × Escoriações em lábio e língua; × Laminite – lesão em endotélio vascular, descolamento de casco; × Edema de face × Alteração da coloração na margem coronária; × Infecção pulmonar secundária – pela lesão em endotélio nasal pode favorecer a entrada de microrganismos, principalmente a pasteurella; gerando uma pneumonia secundária a uma infecção por língua azul; × Morte em 6 dias – angustia respiratória, não conseguir se alimentar; × Convalescentes demoram recuperar × Perda de lã e alterações no casco (desprendimento, deformidades por conta das lesões); × Leucopenia seguida de leucocitose (gasta todos leucócitos tentando combater o vírus e se o animal sobreviver produz leucócitos em excesso); DIAGNÓSTICO × Fecha-se na maioria das vezes pelo histórico clínico presuntivo e histórico de lesões; - pode coletar sangue e enviar para o laboratório para buscar anticorpos para língua azul, como um diagnóstico definitivo; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL × Aftosa e ectima contagioso; - por conta das lesões orais e em casco; TRATAMENTO × Doença de notificação obrigatória!!! × Controle de vetores impedem o aparecimento da doença; - uso de brincos, repelentes, sprays; × Vacinação anual (acima de 3 meses); - não é vacina obrigatória, usada mais em áreas endêmicas.
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