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Julia Silva TECNICA CIRURGICA Ovariohisterectomia Ovariohisterectomia (OH) ou ovariossalpingohisterectomia (OSH): É o procedimento cirúrgico abdominal mais realizado na medicina veterinária; A principal indicação é a esterilização e mudança comportamental; Possui indicações terapêuticas: · Indicações médicas primárias: Problemas no trato reprodutivo - Pseudogestação frequente, hiperplasia endometrial cística/piometra, presença de corpo lúteo funcional, alterações uterinas irreversíveis secundárias a distocia, neoplasias do útero ou ovário. · Indicações médicas secundárias: Condições hormonais (hiperplasia mamária benigna), hiperplasia do assoalho vaginal recorrente, prevenção de neoplasia mamária. OBS: Quando realizada antes do 1° cio quase anula a chance de aparecimento de tumores mamários POREM acarreta demais problemas como a incontinência urinária, fechamento tardio das placas epifisárias, presença de vulva infantil e indefinição social do animal. OBS2: Melhor época para castração é na fase de anestro após o 1° cio, pois haverá o desenvolvimento corporal completo e reduz grandemente o risco de tumores mamários. Anatomia Pré-operatório Anamnese: Anamnese criteriosa, indicação da cirurgia, evolução da doença ou trauma, vacinação, vermifugação e morbidades. Questionar quando a cio e possível gestação. OBS: Tutor não sabe quando foi o ultimo cio é necessário fazer a citologia vaginal. Exame físico geral: Atenção aos sistemas cardiovascular, respiratório, renal e hepático. Buscar alterações assintomáticas. Exame físico especifico: Inspecionar a vagina em busca de tumores e/ou secreções, avaliar as glândulas mamárias em busca de tumores e/ou secreções. Palpação abdominal pode ser útil quando o útero está aumentado. OBS: Se houver queixa de qualquer tipo secreção fazer vaginoscopia. Exames complementares: Pré-cirúrgico básico. Exames de imagem, se necessário. Pré-operatório imediato Jejum de sólidos e líquidos · 6 a 12 horas de sólidos. · 4 horas de líquidos. Tricotomia: Preparar a região abdominal desde o apêndice xifoide até o púbis, estendendo lateralmente a área com tricotomia – preparar o abdômen para qualquer eventualidade que possa ocorrer. Antissepsia: Preparo do campo operatório de forma rotineira. Técnica cirúrgica Posicionamento: Decúbito dorsal para acesso pela linha média ventral Decúbito lateral para acesso pelo flanco (ou esquerdo ou direito). Acesso: Incisão retroumbilical Em gatas e em cadelas pré-púberes, inicia-se a incisão em torno de 2 cm caudal a cicatriz umbilical. Celiotomia mediana: Incisão na linha alba Deslocamento cranial do omento. Ovariossalpingo-histerectomia 1 - Captura do ovário esquerdo ou direito com o dedo (pode ser feito com auxílio de um gancho de ovariectomia); 2 - Realiza-se tração caudal e medial para exposição parcial do ovário e parte do corno uterino. Identifica-se o ligamento suspensório do ovário; 3 - É feita a ruptura do ligamento suspensório do ovário. CUIDADO EXTREMO deve ser tomado para não se lesar as estruturas vasculares do mesovário; 4 - Com auxílio de uma pinça hemostática, um orifício é feito no mesovário caudal ao complexo arteriovenoso ovariano; 5 - Duas ou três pinças hemostáticas são colocadas através do orifício feito anteriormente; 6 - Secção do pedículo, com auxílio da lâmina de bisturi, entre a primeira e a segunda pinças (realizar todos as manobras para o ovário contralateral); 7 - Faz-se uma janela, adjacente ao corpo uterino e artéria e veia uterinas, no ligamento largo com auxílio de uma pinça hemostática. Então, o ligamento largo e redondo são rompidos e separados dos cornos uterinos e ovários. OBS: Caso a paciente esteja no cio ou gestante, ou na presença de vasos sanguíneos calibrosos, fazse a ligadura ao redor do ligamento largo. 8 - Após realizar a manobra no ligamento largo contralateral, é aplicada tração cranial, expondo os ovários, cornos uterinos e corpo do útero. 9 - Duas ou três pinças hemostáticas são aplicadas no corpo do útero, craniais a cérvix. Após a ligadura (abaixo da última pinça e acima da cérvix), seccionar o corpo do útero, com auxílio de uma lâmina de bisturi, entre a primeira e segunda pinça. OBS: NÃO se retira a cervix, a ligadura será cranial a cervix – A CERVIX FICA! OBS 2: Em casos que o útero esta muito friável/necrozante se faz a ligadura direta sem utilização das pinças. Síntese · Abdome aquela realizada rotineiramente para o fechamento de incisões abdominais na linha média ventral; · Tecido subcutâneo utilizar padrões de sutura de aproximação, contínuos ou separados, e fios absorvíveis; · Pele utilizar padrões de sutura aproximação, separados ou contínuos, e fios inabsorvíveis. Pós-operatório · Retirada dos pontos de pele entre 7 e 10 dias; · Uso obrigatório da roupa de proteção ou do colar elizabetano. · Uso de analgésicos. Complicações Complicações inerentes a qualquer procedimento cirúrgico: · Infecção relacionada a assepsia pobre uso de antimicrobianos (pode evoluir para septicemia); · Dor relacionada a manipulação excessiva dos tecidos e edema; · Deiscência relacionada a uma baixa técnica de síntese Complicações relacionadas a técnica cirúrgica utilizada: · Hemorragia relacionada a ligadura mal feitas, pode ser necessária uma celiotomia para correção (complicação grave e com potencial fatal rápido); · Ligadura acidental do ureter pode ocorrer no momento da ligadura do corpo uterino ou do pedículo ovariano - resulta em hidronefrose · Íleo paralítico relacionada manipulação excessiva das vísceras; · Piometra de coto uterino ocorre quando restam partes do corno uterino ou grande parte do corpo uterino e os níveis de progesterona estão elevados quando se tem ovário remanescente); · Granulomas ocorrem quando são feitas ligaduras com fios inadequados, técnica asséptica deficiente ou quantidade excessiva de corpo uterino desvitalizado; · Estro recorrente ocorre devido a não retirada completa dos ovários (ovário remanescente funcional); · Incontinência urinária pode estar relacionada a baixos níveis sistêmicos de estrógeno, aderências ou granuloma do coto uterino que interferem no esfíncter vesical ou por fístulação vaginoureteral; · Tratos fistulosos sublombares ocorrem anos após a castração e pode estar associado o material de sutura multifilamentar inabsorvível utilizado para ligadura uterina ou ovariana; · Alterações comportamentais podem ocorrer em cadelas a OSH; as cadelas afetadas apresentam agressividade, comportamento de cio e ninfomania.
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