Prévia do material em texto
Faculdade de Farmácia Citologia Clínica Prof. Dra. Samantha Soares Ourives Líquidos Cavitários Líquido Pleural Líquido Pericárdico Cavidades Corporais • 2 membranas (serosas) Membrana Parietal: Reveste o exterior dos órgãos em contato com a parede corpórea; Membrana Visceral: Revestimento seroso em contato direto com os órgãos. • Função -Lubrificação; -Deslizamento das membranas; -Acomoda os órgãos nas cavidades e facilita o movimento na respiração, batimentos cardíacos e peristaltismo intestinal. • Processos Patológicos - Acúmulo de líquidos nas cavidades: transudados e exsudatos (Efusões). • Importância - Diagnóstico diferencial entre processos benignos (inflamatórios e reativos), hiperplasias, neoplasias malignas do mesotélio e metástases. Análise Citológica Quantitativa • Contagem de Leucócitos - Câmara de Neubauer • Diluição – purulentos ou hemorrágicos • Determinação de células/mm3 Transudatos Acúmulo de líquido secundário à doenças sistêmicas Causas mais comuns: Cirrose, insuficiência cardíaca congestiva, embolismo pulmonar, hipoproteinemia, outros; • Diminuição da pressão osmótica das proteínas do plasma; • Aumento da pressão hidrostática venosa/arterial; • Retenção de sódio e água; • Densidade < 1.015; • Proteínas < 3.0 g/dL; • Origem não Inflamatória! Exudatos Acometimento direto do mesotélio por processos infecciosos ou neoplasias • Aumento da permeabilidade capilar ocasionada por bactérias, substâncias tóxicas, agentes químicos e físicos, etc. • Associação entre a diminuição da glicose e aumento da utilização (neutrófilos, bact. cel. neoplásica); • Densidade > 1.015; • Proteínas > 3.0 g/dL; • Origem Inflamatória! Líquido Pleural Derrame pleural O excesso (acúmulo) de líquido na cavidade pleural recebe o nome de derrame pleural. • Transudatos: Aumento da pressão microvascular ou da pressão oncótica. • Exudatos: Inflamação da pleura com permeabilidade da superfície pleural à proteína. Diagnóstico • História clínica do paciente Sexo, idade, antecedentes de doenças neoplásicas ou outra enfermidade, tratamentos com quimioterapia ou radioterapia. Pode causar dificuldade na expansão pulmonar por estimular as raízes nervosas e causar muita dor torácica, tosse e dispnéia. Raio X Toracocentese pleural Confirma presença de líquido e determina suas características, inclusive cor e consistência. Exames bioquímicos, bacteriológicos e citológicos Exame microscópico de sedimento de líquido corados com Gram p/ secreções purulentas. Fungos e actinomicetos podem ser encontrados. Diagnóstico 1. Exudato ou transudato? Exame bioquímico (sem anticoagulante) lipídios, glicose, proteínas, enzimas, metais, desidrogenase lática (DHL), amilase, pH (seringa heparinizada) e marcadores específicos. A presença de qualquer um dos três critérios de exsudato é suficiente para sua caracterização e a presença dos três critérios de transudato é necessária para sua caracterização. • Níveis baixos de glicose (<60 mg/dL) estão associados, entre as causas mais comuns de derrame pleural, derrame parapneumônico, tuberculose pleural, neoplasia e artrite reumatóide. • Nos derrames parapneumônicos, quanto menor o nível da glicose, maior a possibilidade de tratar-se de empiema. • Da mesma forma, níveis mais baixos de glicose nos derrames neoplásicos habitualmente indicam doença mais avançada, relação esta que não existe na tuberculose pleural. • Na artrite reumatóide, a maior parte dos pacientes apresenta níveis de glicose inferiores a 30mg/dL. Marcadores tumorais no líquido pleural • antígeno carcinoembrionário (CEA) – carcinoma de células escamosas, carcinomas embrionários e adenocarcinomas de diferentes órgãos; • CA-125 – adenocarcinoma de ovário; • CYFRA-21 – marcador tumoral de tecido epitelial, incluindo mesotelioma. Biópsia pleural • diagnóstico de neoplasia ou de granuloma com necrose caseosa, virtualmente diagnóstico de tuberculose. • A combinação de exame microscópico e cultura do tecido pleural fornece diagnóstico de 90% em pacientes com derrame pleural por TB. Broncoscopia • Se achados clínicos e Raio X sugerirem presença de neoplasias, o foco inicial deve ser sobre os pulmões. Contagem total e diferencial de células no líquido pleural • Transudatos: celularidade INFERIOR A 1000/mm3; • Exsudatos: níveis SUPERIORES. Derrame parapneumônico, empiema, tuberculose, pancreatite, embolia, lúpus: SUPERIOR A 10.000/mm3; • Predomínio de neutrófilos: derrame parapneumônico, pancreatite, empiema, fases iniciais da tuberculose pleural e das colagenoses, e embolia pulmonar. • Mononucleares: tuberculose, neoplasias, colagenoses, embolia pulmonar e em acometimentos crônicos da pleura. • Eosinófilos, acima de 10%: neoplasias, derrame induzido por drogas, nas parasitoses, quando há sangue ou ar no espaço pleural, na pneumonia eosinofílica. Não é raro não se encontrar a causa do derrame eosinofílico, mas tradicionalmente a condição é benigna. Características macroscópicas do líquido pleural • Aspectos visuais • Presença de pus- líquido com aspecto leitoso. O derrame pleural hemático deve ser diferenciado entre hemotórax ou líquido apenas hemorrágico. Hematócrito superior a 50% do hematócrito do sangue, sugere hemotórax. Etiologias no hemotórax: traumáticas ou dissecção de aneurisma da aorta, enquanto os líquidos hemorrágicos que não são hemotórax são descritos nas neoplasias, na tuberculose e na embolia pulmonar. Citologia Investigação rotineira de todo exsudato ainda sem diagnóstico. Especificidade é alta, acima de 97%. Sensibilidade varia de 40% a 90% e pode ser aumentada com repetidas punções e com a centrifugação do material e confecção de bloco em parafina ("cell block"). Células mesoteliais • Observa-se espaços claros entre as células, janelas; • Isoladas ou em grupos, bi ou multinucleadas; • Núcleo redondo, oval, aparência uniforme, nucléolos e figuras de mitoses normais; • Citoplasma “sombreado”, azul profundo, algumas vezes mais pálido ou róseo perto do núcleo, pode ter alguns vacúolos e microvilos. Células Mesoteliais Malignas • Tumores • Adenocarcinomas; Mesotelioma; Carcinoma escamoso; Linfomas; Carcinoma de pequenas células (Oat cell carcinoma). • Geralmente por metástase Resumindo…. Líquido pericárdico Derrame pericárdico Derrame pericárdico é resultado de alterações de permeabilidade na membrana e pode ser encontrado em processos inflamatórios malignos ou benignos. Sintomas • Dor precordial continuada; • Piora com respiração e tosse; • Mal estar, febre. Causas de pericardites Bacterianas; Virais; Tuberculosa; Urêmica; Neoplásica; Linfomas; Infarto do miocárdio; Infecções por micoplasma relacionados à AIDS; Doença reumatóide; outras. Confirmação Raio X Ecocardiograma Eletrocardiograma Biomarcadores Exame macroscópico • O líquido pericárdico normal é AMARELO CLARO E LÍMPIDO. Processos metabólicos • Claro e amarelo-pálido Hemorrágico Causas • Distúrbios da coagulação; • Processos infecciosos maligno; • Traumas; • Pericardite hemorrágica pós-infarto; • Acidente durante a punção; • Diferencial: Hematócrito-similar ao do sangue periférico e coagulação. Diagnóstico Análise laboratorial Amostra 10-50mL • Coleta por pericardiocentese Glicose: pode estar diminuída (< 40mg/dL), pouco valor para diagnóstico diferencial. • tuberculose; malignidade; doença reumatóide bacteriana Proteínas: Possuem pouco valor para diagnóstico diferencial. pH ácido <7,0• efusões purulentas; doença reumatóide; algumas efusões hemorrágicas Exames microbiológicos: Gram e cultura Biópsia Exame citológico 2 etapas Citometria • Contagem de células vermelhas • Contagem de leucócitos: > 1000 sinal de infecção!! • Neutrófilos aumentados: bacteriana • Contagem diferencial: valor limitado Citologia Fundamental importância -detecção de células neoplásicas principalmente metástase de carcinoma de pulmão e mama. Fim