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Distúrbios do tônus e do movimento Beatriz Rithiely TÔNUS – ALGUMAS DEFINIÇÕES • Resistência ou não resistência (tônus muito baixo) encontrada quando uma articulação em um paciente em estado de relaxamento é movida passivamente; • Estado de tensão muscular ou de atividade muscular contínua num músculo em repouso; • Estado normal de elasticidade e de resistência de um órgão ou tecido: tono muscular. (O tono regula a atitude do corpo as diversas posições [em pé, sentado, deitado etc.] • Distúrbios do tônus → Hipertonia -> rigidez; espasticidades → Hipotonia HIPERTONIA: A ESPASTICIDADE • Características clínicas → Tem preferencia para músculos antigravitacionais → Aumenta a resposta muscular ao estiramento -> fenômeno de canivete (resistência no início do movimento e no final sem, mas existem variações, varia de acordo com a gravidade da espasticidade) → Aumento dos reflexos osteotendíneos → Geralmente a espasticidade caminha junto com a hipereflexia • Clônus → Contrações rítmicas mantidas geradas após rápido estiramento (tornozelo, patela, mão) • Significância clinica → Sinal do neurônio motor superior – síndrome piramidal (córtex motor, coluna vertebral) → Causas comuns: AVC, compressão e lesões inflamatórias da ME • Mecanismos fisiopatológicos → Maior ganho no reflexo miotático da coluna vertebral ➢ Teorias: → Mais aceita: Alterações na excitabilidade nas sinapses centrais envolvidas no arco reflexo: sinapses antes inativas tornam-se ativas (curto prazo); formação de novas sinapses – reinervação colateral (longo prazo) • Tratamento farmacológico → Não existe tratamento curativo pra espasticidades → Agonistas do ác. Gama-aminobutírico (GABA): diminuição do ganho da alça do reflexo miotático -> Diazepan - > causa dependência → Toxina botulitica: enfraquece o musculo seletivamente (junção NM) e fenol – neurólise, desnaturação da bainha de mielina ESPASTICIDADE • Aumento, velocidade dependente (quanto mais rápido o movimento, maior o tônus), do tônus muscular, com exacerbação dos reflexos profundos, decorrente de hiper excitabilidade do reflexo do estiramento. A espasticidade associa-se, dentro da síndrome do neurônio motor superior, com a presença de fraqueza muscular, hipereflexia profunda e presença de reflexos cutâneo-musculares patológicos, como o sinal de Babinski. (TEIVE et al, 1998) ➢ Vias descendentes que influenciam a excitabilidade da medula → Sistema facilitatório: vias pontina e reticuloespinhal lateral bulbar (é uma das principais que causam alterações do tônus porque elas ajudam na facilitação/excitação como também elas ajudam na inibição); vias vestibuloespinhais → Sistema inibitório: vias reticuloespinhais cruzadas da formação reticular ventro-medial bulbar → O tônus muscular normal depende do equilíbrio entre esses sistemas ATITUDE DE WERNICKE-MANN • Nos membros superiores → Músculos flexores - com postura em adução e rotação interna do ombro, flexão do cotovelo, pronação do punho e flexão dos dedos. • Nos membros inferiores → Músculos extensores - com extensão e rotação interna do quadril, extensão do joelho, com flexão plantar e inversão do pé ESCALA DE ASHWORTH MODIFICADA • Grau 1: Ausência de aumento no tônus muscular • Grau 2: Leve aumento no tônus muscular, manifestado por uma resistência mínima no fim da ADM quando a parte afetada é movida em flexão ou extensão → 1+ → Leve aumento no tônus muscular, manifestado por uma resistência mínima durante o resto (menos da metade) da ADM → Aumento mais marcado no tônus muscular durante a maior parte da ADM, mas a parte afetada é facilmente movida • Grau 3: Considerável aumento do tônus muscular; movimento passivo difícil. • Grau 4: Parte afetada rígida em flexão ou extensão ALTERAÇÕES NOS FATORES MECÂNICOS PASSIVOS • Aumento da alça do reflexo miotático → encurtamento muscular (começar o trabalho no hospital)→ remodelação muscular: perda de sarcômeros → aumento da rigidez passiva da articulação → atrofia de desuso → contratura → ciclo vicioso TRATAMENTO DA ESPASTICIDADE • Intervenção fisioterapêutica: Exercícios regulares de alongamento muscular (alongamentos funcionais) • Intervenção clínica: Fármacos (relaxantes musculares, bloqueadores...) • Intervenção cirúrgica: Cirurgias de alongamento de tendão não parecem ser ideais (perda de sarcômeros); posição mais funcional da articulação. A espasticidade é evidenciada pelo grau de excitabilidade do fuso muscular que depende fundamentalmente da velocidade com que os movimentos são feitos. Portanto, os movimentos lentos têm menor possibilidade de induzir a hipertonia espástica. Da mesma forma, os alongamentos músculo-tendinosos devem ser lentos e realizados diariamente para manter a amplitude de movimento e reduzir o tônus muscular. Exercícios frente a grandes resistências podem ser úteis para fortalecer músculos débeis, mas devem ser evitados nos casos de pacientes com lesões centrais, pois nestes se reforçarão as reações tônicas anormais já existentes e consequentemente aumentará a espasticidade. HIPERTONIA: RIGIDEZ • Características clínicas → Presente nos grupos de músculos extensores e flexores → Resistência em “cano de chumbo” (rigidez plástica) em todo o movimento → Sinal de roda denteada → Reflexos tendíneos normais • Pode vim associado a tremor, como parte de um distúrbio extrapiramidal -> tremor sentido em sobreposição com a rigidez (rigidez da roda denteada) • Significância clínica → Presente nas síndromes extrapiramidais (parkinsonismo), causada por perturbações funcionais dos núcleos da base • Mecanismos fisiopatológicos → Maior componente de latência prolongada do reflexo miotático • Tratamento farmacológico → Trata-se a síndrome extrapiramidal e não a rigidez → Levodopa + inibidor da dopa-descarboxilase periférica – evitar o metabolismo no intestino e maior disponibilidade para o cérebro HIPOTONIA • Tônus anormalmente baixo • Distúrbios do SNC: propriedades visco-elasticas das articulações e dos tecidos moles permanecem inalteradas • Distúrbios do SNP: há desgaste muscular, o que provoca a redução da rigidez passiva da articulação Características e sinais Síndrome NMS Síndrome NMI Classificação Síndrome do 1° neurônio motor – piramidal Síndrome do 2° neurônio motor – periférica Tônus Hipertonia – espástica Hipotonia / normotonia – diminuição do reflexo de estiramento Trofismos Normotrodia -> atrofia (desuso) Atrofia (falta de subs tróficas advindas do corpo celular do MTN) e pseudohipertrofia (falta hipertrofia) Reflexos Hiperreflexia (hiperativos) – trato reticulo espinhal Arreflexia / hiporreflexia (hipoativos ou abolidos) – alça eferente do arco reflexo Reflexo cutâneo – abdominal Ausente Presente ou ausente nas lesões dos nervos abdominais Reflexo cutâneo – plantar Em extensão (Babinski) Sinal de liberação (fase subaguda) Em flexão ou abolido na SNMI Sinal deficitário na SNMS (fase aguda – pode estar presente como um sinal deficitário e aos poucos muda e se transforma no sinal de Babinski) Fasciculação Ausente Presente (lesões do corno anterior) Motricidade Paralisia espástica (fraqueza + distal do que proximal) Paralisia flácida Localização da lesão Córtex, áreas subcorticais, capsula interna, tálamo, medula espinhal Células do corno anterior da medula, raízes ventrais, nervos periféricos; junção neuromuscular, músculo. Exemplos Tumores, TCE, Lesão medular, AVE, PC, Esclerose Múltipla, etc. Síndromes radiculares, plexopatias, polineuropatias, etc. Trofismo: características nutricionais do músculo
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