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Contrato de Trabalho Intermitente e limites constitucionais e jurisprudenciais

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho e Direito Previdenciário 
 
 
 
 
 
 
 
 RESENHA CRÍTICA do artigo “O Contrato de Trabalho Intermitente: Limites 
Constitucionais e Jurisprudenciais” 
 
 
 
 
 
 
 
José Nivon da Silva 
 
 
 
 
 
 
Trabalho da disciplina Contrato de 
Trabalho 
Tutor: Profª Mariana de Freitas Rasga 
 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza 
2020 
 
Artigo: “O Contrato de Trabalho Intermitente: Limites Constitucionais e 
Jurisprudenciais” 
TÍTULO 
 
O Contrato de Trabalho Intermitente: Limites Constitucionais e Jurisprudenciais 
 
 
REFERÊNCIA 
 
“O Contrato de Trabalho Intermitente: Limites Constitucionais e Jurisprudenciais”, de 
autoria de Bianca Silva, Gabriel Trajano, Renata Queiroz e Tâmara Brito, publicado na 
Revista Laborare, (ano 2020). 
Link: 
https://revistalaborare.org/index.php/laborare/article/download/49/32. 
 
Este artigo discute o contrato de trabalho intermitente, modalidade contratual 
precária, trazida pela reforma Trabalista, Lei 13.467/2017, em destaque a (in) 
constitucionalidade desta forma de contrato, a primeira decisão do TST acerca do 
tema, análise de possíveis inconstitucionalidades do contrato de trabalho 
intermitente prevista no art. 452-A, CLT, em matéria de garantia do salário mínimo, do 
direito de férias, dos limites da jornada de trabalho, e da ideia de segurança jurídica e na 
parte final a decisão da 4ª Turma do TST no processo número TST-RR-10454- 
06.2018.5.03.0097, em que a Corte Superior trabalhista debateram a modalidade contrato 
de trabalho intermitente e os limites constitucionais e jurisprudenciais. Das controvérsias 
geradas, este artigo científico confronta os limites extraídos da Constituição Federal, 
mormente a partir das premissas que informam o paradigma do Estado Democrático de 
Direito e dos contornos ao direito fundamental ao trabalho digno. Busca-se resguardar a 
dignidade da pessoal humana nas relação de empregoe o limite da proteção do estado 
inibindo ações estatais ou adoções de opções políticas que deslegitimem ou vulnerem as 
diversas dimensões da dignidade das pessoas, impondo que o Estado se comprometa com 
a articulação de políticas públicas e diretrizes que implementem positivamente a dignidade 
da pessoa humana. Sobre a flexibilização e precarização do trabalho se discute as 
principais controvérsias jurídicas do contrato de trabalho intermitente, analisado 
essencialmente a partir de uma hermenêutica constitucional e sua aproximação ao 
paradigma do direito fundamental ao trabalho digno. Sobre a ótica da legalidade do 
contrato para a prestação de trabalho intermitente assenta-o no gênero de contrato de 
emprego, com a peculiaridade de prestação de serviços não contínuos, marcado pela 
alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em dias, 
horas ou meses, celebrado independentemente do tipo de atividade do empregado e do 
empregador, ressalvados, expressamente, os aeronautas. O legislador introduziu a 
precariedade inerente ao contrato de trabalho intermitente na CLT, inobservando, contudo, 
as garantias fundamentais sociais, como o respeito ao salário mínimo e o direito 
fundamental à jornada de trabalho previamente estabelecida, consoannte se pode extrair do 
artigo 7º, inciso XII, da CF/88. O contrato de trabalho intermitente insere no contexto 
normativo brasileiro uma nova espécie de jornada de trabalho cuja característica é a 
mobilidade, sempre pautada na flexibilidade do trabalhador, de modo a encaixar nas 
disponibilidades do patrão. Ficando o trabalhador, entretando, subordinado à jornada flex 
do empregador, mas sem qualquer tipo de segurança de quando ocorrerá atividade laboral 
para ele, ou se ele fará jus à carga horária mínima apta a garantir os direitos consectários 
da prestação de serviços, nos padrões estabelecidos pela Constituição. 
A duração de trabalho é o tempo que o trabalhador fica disponível para o seu empregador, 
realizando ou não o trabalho. A partir da Reforma Trabalhista, o trabalhador intermitente, 
embora reconhecido como empregado nos termos dos arts. 2º e 3º da CLT, cujos 
requisitos como subordinação, onerosidade, não eventualidade, pessoalidade e a não 
assunção dos riscos da atividade do tomador de serviço, deixa de fazer jus ao tempo em 
que ele fica à disposição do seu empregador. Assim, dá-se um rearranjo da distribuição 
dos riscos da atividade econômica em prejuízo do trabalhador, na medida em que o ônus 
dos tempos mortos ou improdutivos passa a ser suportado por ele, ou seja, a transferência 
dos riscos da atividade econômica, especialmente o da inatividade do empregador para o 
empregado, no tocante aos pressupostos do art. 2º da CLT, a empresa é responsável por 
todos os riscos econômicos da atividade desenvolvida. 
O contrato de trabalho intermitente exclui o tempo de disponibilidade do empregado em 
face de seu empregador, do cálculo das horas de trabalho, nos termos do artigo 452-A, 
§5º, da CLT, o referido dispositivo conflita frontalmente com o artigo 4º da CLT, o qual 
considera serviço efetivo, não apenas aquele em que o obreiro executa o serviço, como 
também aquele em que esteja aguardando ordens do empregador. 
Nessa modalidade contratual, o salário passa a ser variável e isso vai de encontro previsão 
constitucional as garantias constitucionais do salário mínimo fixado em Lei, em 
periodicidade salarial mensal. Poderá ocorrer repercussão variável nessa modalidade de 
contrato, como o inadimplemento e a perda da condição de segurado, desamparo em caso 
de acidente ou doenças, redução no benefício da aposentadoria e perda da contagem do 
tempo de trabalho, aposentadoria tardia ou mesmo o não atendimento dos requisitos de 
tempo de serviço. 
 A Reforma Trabalhista trouxe uma nova versão sobre a forma de pagamento das verbas 
trabalhistas ao empregado, logo após o final da sua jornada de trabalho em que foi 
convocado para trabalhar. Ao final do serviço, o empregado receberá pelas suas horas 
trabalhadas, o décimo terceiro salário proporcional, as férias proporcionais mais o terço 
constitucional, repouso semanal remunerado, os adicionais legais, conforme dispõe o §7ª e 
os incisos, do §6º, do art. 452- A. 
O pagamento fracionado dessas verbas trabalhistas corresponde à descaracterização desses 
direitos trabalhistas e ao esvaziamento da sua finalidade principal, e ao chegar ao final do 
ano, o trabalhador não terá nada para receber e tampouco terá a concessão das férias 
remuneradas nos moldes estabelecidos pela CF. 
A Reforma Trabalhista ensejou que a noção de salário sofresse uma verdadeira 
desestruturação, ao criar um contrato de trabalho sem salário pré-estabelecido, no qual a 
remuneração existirá somente quando e se o trabalhador for convocado para o trabalho 
numa dinâmica de assunção de risco incompatível com o caráter salarial e com a 
vulnerabilidade do trabalhador subordinado e hipossuficiente. 
Sobre a Reforma Trabalhista, o posicionamento do TRT entende que o contrato de 
trabalho intermitente deverá observar a função exercida pelo trabalhador, porque não 
deverá ser implementado em atividades permanentes, contínuas ou regulares, numa 
construção interpretativa que mais se aproxima dos vetores constitucionais e da proteção 
ao trabalho digno. 
O contrato de trabalho intermitente é aquele descontínuo, firmado em qualquer atividade, 
exceto para aeronautas. Poderá ser interpretada também a segurança jurídica e promoção 
dos direitos para trabalhadores que faziam “bico”, por meio de uma prestação de serviço 
descontínua e com uma modalidade de contratação flexível. O contrato de trabalho 
intermitente deverá ser analizado sob a égide de proteção progressiva do trabalhador, na 
concretização do trabalho digno. Conclui-se que o modelo contratual de trabalho 
intermitente, precarizante, que transfere os riscos do emprego para o trabalhador, ofende 
osdireitos sociais do trabalho e, pela razoabilidade, não encontra espaço no nosso 
ordenamento jurídico-constitucional.