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ÉTICA E SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL Proposta - VBN Outubro/2020 2 Elaborado por: Disciplina: Ética e Sustentablidade Turma: MBA Executivo em Direito: Gestão e Business Law 3 Tópicos desenvolvidos O presente relatório apresentará seus objetivos, bem como abordará as ações ou estratégias comumente utilizadas pelas empresas para assegurar a sua integridade, obstáculos apresentados pela cultura organizacional para a inclusão de medidas básicas de proteção aos direitos individuais e coletivos, efeitos ou impactos de ações empresariais antiéticas (caracterizadas pelo desrespeito) para os stakeholders e a sociedade, soluções que as empresas podem implementar para garantir, de forma ética, os direitos individuais e coletivos e ao final, uma proposta que atenda às necessidades da VBN. 4 Apresentação e objetivo Atualmente é possível perceber que as organizções estão cada vez mais comprometidas com o meio em que estão inseridas, além de seus resultados financeiros. Observando o atual contexto de mercado é possível perceber que as organizações têm valorizado a responsabilidade social, tanto em alguns casos por isso estar realmente atrelado à sua missão, quanto para permanecer no mercado. A consciência de solidariedade e cidadania, além de realmente contribuir para um mundo mais humano, atrai credibilidade e visibilidade para a organização. Isso acontece principalmente pelo fato de que os consumidores estão cada vez mais exigentes. Ao buscar um produto ou serviço, o consumidor observa diversos fatores e não mais somente seu preço. Hoje o consumidor busca também contribuir para uma sociedade mais humana através de marcas que propõem um compromisso com a sociedade. Assim, o objetivo do presente relatório é propor ações que a VBN deverá adotar, alinhadas com seu planejamento estratégico, a fim de contribuir para a melhoria do meio onde está inserida de forma a renovar certos aspectos do relacionamento com os clientes e com a coletividade, bem como minimizar ou estancar abusos ao indivíduo e ao seu meio. 5 Desenvolvimento Após revisão de seu planejamento estratégico, a empresa VBN constatou a necessidade de reavaliar seu relacionamento com seus colaboradores, stakeholders, clientes, fornecedorese o meio em que está inserida, de forma a promover melhorias, produtividade, harmonia, competitividade por meio de ações estratéticas que promoverão o respeito aos direitos individuais e coletivos. Assim, o presente relatório trará práticas comuns adotadas por outras organizações para esse fim, possíveis obstáculos e ações sugeridas. Ações ou estratégias comumente utilizadas pelas empresas para assegurar a sua integridade; Conforme já mencionado, a responsabilidade social de uma organização merece especial atenção por agregar valor e posicionamento no mercado, além de ser observada atentamente pelos consumidores, cada vez mais exigentes. Diante disso, uma das práticas mais comuns das organizações bem sucedidas é o desenvolvimento de um programa efetivo e rigoroso de compliance. A implantação de um programa de compliance consiste em sistematização dos procedimentos para o cumprimento de regras, como uma “receita de bolo”, a fim de estrito atendimento a exigências legais, éticas, normativas, orientações sobre cada tipo de negócio, com a criação ou estruturação de área de controle interno e gestão de riscos. Além do cumprimento das normas externas ou internas, um programa eficiente de compliance conta com a prevenção, ou seja, orientação para evitar, constatar e solucionar qualquer inconformidade observada ou que possa vir a ocorrer. A implantação de um programa eficiente de compliance, demanda o conhecimento sobre todo o negócio e deve ser desenvolvido observando algumas características imprescindíveis para seu sucesso: 1. Mapeamento e avaliação dos riscos da empresa; 2. Comprometimento da alta gestão; 3. Estruturação de um código de conduta ética, políticas e procedimentos internos, com fluxos e conhecimento de todos os colaboradores da organização; 4. Comunicação clara, constante e eficiente; 5. Diligência nos relacionamentos; 6. Constante acompanhamento das atividades pelos controles internos; 7. Adequações e melhorias Cada uma das características mencionadas desempenha importante papel na implantação de um programa de compliance. Mapear e avaliar os riscos permite uma visão holística da organização, identificação de possíveis impactos, formas de evitar, eliminar ou reduzir os riscos. O comprometimento dos administradores da organização é imprescindível, uma vez que é alta gestão a 6 responsável pela disseminação da cultura organizacional e por incutir em cada colaborador a importância do programa, através de exemplos. O Código de Conduta Ética direciona os colaboradores de uma organização quanto às regras para uma boa convivência, um bom ambiente organizacional e diretrizes para condução do negócio. Uma comunicação clara, concisa, constante faz a diferença dentro da organização, tendo em vista que a partir disso todos os colaboradores são cientificados de cada regra, cada mudança, do sentido da organização, dos objetivos pretendidos e assim, o programa terá sucesso. O constante acompanhamento do programa pelos controles internos permite diligenciar sobre as pessoas que se relacionam com a organização já que imagem da empresa está intimamente ligada a seus clientes, fornecedores e colaboradores. Possibilita ajustes e ações a fim de se alcançar as boas práticas. Além disso, permite o aperfeiçoamento constante do programa. Além do programa de compliance, as organizações vêm se preocupando com a implantação de programa de integridade e é importante diferenciá-los: O programa de integridade nasceu a partir do Decreto 8.420/2015, que regulamentou a Lei Anticorrupção. Trata-se de um conjunto de mecanismos, processos, procedimentos, dentro de uma organização, relacionados à integridade, auditoria e incentivo à denúncias de irregularidades, bem como no efetivo cumprimento de um código de conduta ético estruturado, a fim de evitar, constatar e solucionar atividades, por vezes ilícitas, dentro da organização, que acabam por atingir o setor público, tais como: corrupção de agentes públicos, fraudes em processos licitatórios, obstrução a investigações ou fiscalizações. Embora os pilares dos dois programas se pareçam, há que se observar que o programa de integridade é voltado para evitar atitudes ilícitas que possam impactar a administração pública, enquanto o programa de compliance objetiva o cumprimento de regulamentações de forma holística. Além dessas práticas, as organizações podem promover um estudo do meio em que estão inseridas, levantando aspectos que precisam de melhorias e desenvolver programas que contribuam com essas melhorias, diretamente, de forma a reforçar a responsabilidade sustentável e seus padrões éticos. Obstáculos apresentados pela cultura organizacional para a inclusão de medidas básicas de proteção aos direitos individuais e coletivos É inegável que mudanças nem sempre são bem aceitas. Promover transformações culturais e de comportamento dentro de uma organização não é tarefa fácil. Além disso, mudanças com o objetivo de respeito a direitos individuais e coletivos, em um contexto mercadológico extremamente competitivo, é imprescindível. A fim de se obter uma transformação cultural nas organizações e vencer obstáculos, primeiramente é importante que os envolvidos estejam conscientes e sejam conhecedores do negócio, do ambiente e limites para o gerenciamento. É importante que as organizações se conscientizem de que transformações somente acontecem através das pessoas e para isso, as pessoas devem vislumbrar as melhorias que as transformações trarão. Assim, uma comunicação transparente seja comos colaboradores, seja com a comunidade onde está inserida, traz respeitabilidade, visibilidade e honestidade nos anseios da organização. A comunicação 7 interna eficaz é o ponto chave para vencer os obstáculos e implantar as mudanças necessárias, uma vez que permite o equilíbrio entre os objetivos dos indivíduos com os objetivos da organização. Efeitos ou impactos de ações empresariais antiéticas (caracterizadas pelo desrespeito) para os stakeholders e a sociedade Certamente comportamentos antiéticos nas organizações atraem consequências nocivas a seu desenvolvimento, tanto para seus colaboradores quanto para o meio em que está inserida, além de “negativar” sua imagem. A crescente competitividade, pressão, autoritarismo e insegura nos atuais modelos de trabalho, bem como comunicação não eficiente, falta de transparência, contribuem para práticas antiéticas e essas situações somadas a essas práticas podem ser fatais para as organizações. Entre as práticas mais comuns estão o assédio moral consistente no abuso de poder hierárquico, facilitação na contratação de fornecedores não qualificados, práticas ilícitas como fraudes, mentiras, dentre outras. Tudo isso gera estresse entre os colaboradores que podem ocasionar doenças de ordem mental e até física, prejudicando o desempenho das equipes e consequentemente da organização. Além disso, quando as práticas antiéticas chegam ao conhecimento público e de fornecedores, a imagem da organização fica prejudicada e impacta diretamente nas estratégias planejadas, uma vez que no atual contexto de mercado, uma boa reputação ética é considerada garantia e favorece a competitividade Dessa forma, é importante que as organizações antevejam esses comportamentos, se prevenindo e evitando que aconteçam, planejando ações que trarão visibilidade à cultura ética, buscando se manter no mercado, que atualmente exige que as organizações ofertem não só qualidade, bom preço, mas também comprometimento com seus colaboradores e com a sociedade. Soluções que as empresas podem implementar para garantir, de forma ética, os direitos individuais e coletivos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBCG, 2015, pg. 20), “Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum”. Dessa forma, a fim de implementar, com sucesso, ações garantidoras dos direitos individuais e coletivos, de forma ética, a todos os envolvidos com a organização, é imprescindível, primeiramente a adoção de quatro princípios norteadores de governança corporativa responsável. São eles: 8 I. Transparência: comunicação transparente, decisões e processos claros, a fim de transmitir confiabilidade e segurança aos stakeholders; II. Equidade: os envolvidos em cada processo devem receber o mesmo tratamento, sem distinção ou favorecimento; III. Prestação de contas (accountability): a prestação de contas da organização é de suma importância e isso se refere aos recursos financeiros e, ainda, ao papel que desempenha no meio em que está inserida; IV. Responsabilidade corporativa: consciência organizacional de sua importância em um contexto social. Além dos quatro princípios básicos mencionados, a organização deve buscar um equilíbrio nas suas propostas de inovação, adotando modelo de liderança pautado em ações éticas e monitoramento constante de mudanças e os impactos que essas gerarão aos colaboradores e ao meio em que está inserida. A valorização dos indivíduos com quem se relaciona está intimamente ligada ao sucesso das ações éticas e sustentáveis da organização. Pricipalmente quanto aos colaboradores, a organização que implementa uma política ética, a fim de preserver a dignidade, liberdade e individualidade do colaborador, desenvolve um caminho promissor, uma vez que valorizados, os colaboradores se sentirão mais felizes em interiorizar os valores da organização, aderindo à conformidade técnica e ética conscientes da cultura organizacional e o resultado será produtividade, felicidade e consquentemente maior credibilidade e visibilidade da organização no mercado. Para tanto, importante a estruturação de um Código de conuta ética, como já mencionado, mas além disso, uma eficaz Gestão de Pessoas que proporcione capacitação, sensação de pertencimento, contratação consciente e receptive à diversidade. A adoção dos princípios básicos de governança corporativa, bem como a adoção de processos de valorização dos colaboradores serão preponderantes para que os resultados internos reflitam de forma externa, além de proporcionar o desenvolvimento de projetos por colaboradores engajados que se sentem valorizados, a fim de contribuir para melhoria do meio em que está inserida a organização. 9 Considerações finais e recomendações O presente relatório apresentou a importância da preservação de direitos individuais e coletivos pelas organizações, bem como a necessidade desse olhar de responsabilidade social e sustentabilidade para manutenção da organização no mercado. Ficou demonstrado à VBN que as organizações que desejam se manter no mercado devem aderir ao padrão comportamental atual que cada vez mais exige das organizações comprometimento com ações sérias, humanas, justas, que preservem a integridade, o cumprimento de regulações, a sastifação dos colaboradores, clientes e fornecedores e, ainda, o comprometimento social. É recomendável à VBN a implantação de robusto programa de compliance, programa de integridade, processos de capacitação e valorização de seus colaboradores, bem como o olhar atento às necessidades sociais do meio em que está inserida. Esta consultoria se encontra à disposição da VBN para auxiliá-los no processo de implantação das medidas sugeridas com as informações adicionais julgadas necessárias. 10 Referências bibliográficas CHEVITARESE, Leandro; GASPAR, Natalia M. Ética e Sustentabilidade. Apostila do MBA Executivo em Direito: Gestão e Business Law. 2020. COSENZA, Orlando Nunes; CHAMOVITZ, Ilan. Ética, Ética Empresarial e Responsabilidade Social: Reflexões e Recomendações. Disponível em http://api.adm.br/artigos/wp- content/uploads/2007/07/enegep_7.pdf . Acesso em 9 de outubro de 2020. REZENDE, Frederico Pifano de; CASTRO, Janine Mattar Pereira de. Ética na Empresa: o Indivíduo e Suas Relações no Trabalho. Disponível em https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos11/30514556.pdf . Acesso em 9 de outubro de 2020. CHIAVENATO, Idalberto. - Comportamento Organizacional: a teoria e a prática de inovar. Rio de Janeiro: Campos, 2005. INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. Código das melhores práticas de governança corporativa. São Paulo: IBGC, 2015. LIMA, Warllen de Jesus. A ética e seus reflexos no comportamento organizacional. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 06, Vol. 01, pp. 30-48 Junho de 2019. ISSN: 2448-0959. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/etica/comportamento- organizacional Acesso em 11 de outubro de 2020. COSTA, Leandro Giovede. Ética E Responsabilidade Social Nas Organizações. Disponível em https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/etica-responsabilidade-social-nas- organizacoes.htm Acesso em 11 de outubro de 2020.