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19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_1… 1/39 ESTRATEGIAS DE ESTRATEGIAS DE NEGOCIAÇÃONEGOCIAÇÃO Me. Marcia Mit ie Durante Maemura IN IC IAR 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_1… 2/39 introdução Introdução Para que uma negociação seja um sucesso, é fundamental que negociadores tenham comportamentos e pensamentos focados no atingimento desse intuito. A�nal, quando isso não acontece, os prejuízos desse fracasso tendem a ser sentidos por toda a organização, de forma que o negociador, em muitas circunstâncias, pode �car se perguntando: “por que �z isso?”. Para evitar a chance de fracasso, muitos especialistas recomendam que as negociações sejam precedidas de um cuidadoso planejamento, com vistas a garantir que elas tenham mais sucesso pela previsão e pelo planejamento de como ocorrerão. É sobre essa temática que nos debruçaremos neste capítulo. Aqui, entenderemos quais são as diferentes habilidades demandadas aos negociadores, a sua aplicação em papéis a serem assumidos em uma negociação e, por �m, as ações relacionadas ao estilo de cada negociador em uma negociação (lembrando sempre que o negociador deve, a todo momento, ajustar comportamentos e ações ao contexto vivenciado). Além disso, entenderemos como uma negociação é planejada, como seus objetivos são estabelecidos e de que forma ela é avaliada. Também analisaremos a questão ética envolvida em negociações (a�nal, compensa ou não agir de forma oportunista em uma negociação?). Além de tudo, avaliaremos os resultados de uma negociação – resultados nos quais ambas as partes saem satisfeitas (ganha-ganha), apenas uma sai satisfeita (ganha- perde) e o pior dos resultados possíveis, no qual ninguém sai satisfeito (perde-perde). 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_1… 3/39 Vamos lá? 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_1… 4/39 Estilos negociais são, segundo Mello (2003), as diferentes formas pelas quais o negociador elabora comportamentos para obter mais chances de sucesso em uma negociação. Classicamente, o estilo negocial é uma combinação da utilização de habilidades e papéis negociais. Por habilidades, compreendemos como sendo a capacidade de executar alguma ação e algumas necessariamente devem ser possuídas pelo pro�ssional que for executar uma negociação. A�nal, um negociador que não souber, por exemplo, entender diferentes situações e pontos de vista não está apto a desenvolver uma negociação. Já os chamados papéis, tratam de “personagens” assumidos pelo negociador ao estabelecer uma negociação (lembrando sempre que ele representa algo ou alguém em uma situação de negociação entre diferentes organizações). Nos próximos itens, entenderemos o que são e como funcionam tais conceitos. Estilos NegociaisEstilos Negociais 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_1… 5/39 As habilidades do negociador Antes de iniciarmos esta discussão, é preciso ter em mente que o negociador busca o atingimento de seus próprios objetivos em uma negociação, de forma a permitir que outras possíveis futuras negociações sejam estabelecidas com a outra parte. Em situações organizacionais (como relações de compra e venda), as partes representam suas organizações. Por isso, é importante ter em vista que o indivíduo selecionado para conduzir uma negociação deve ser alguém dotado de habilidades que o possibilitem obter uma ampla compreensão do fato a ser negociado, os possíveis objetivos de sua contraparte e as suas possíveis objeções. Para tanto, Katz (1986) destaca a existência de três principais habilidades, que devem ser possuídas tanto por líderes de organizações quanto por seus representantes nomeados em negociações a serem estabelecidas com outros públicos: habilidade técnica: conhecimento técnico do assunto em questão, por exemplo: um negociador enviado para negociações que tratem sobre aspectos estruturais de um edifício deve, obviamente, entender profundamente dos aspectos técnicos relacionados à construção de um edifício; habilidade humana: o negociador selecionado para conduzir uma negociação tem a capacidade de ouvir e entender o que a outra parte deseja, sabendo se comunicar de forma bem-sucedida, sinalizando de forma positiva essa compreensão. Por exemplo: uma professora de jardim de infância deve ter conhecimento sobre as formas preferenciais de conversar com crianças pequenas, para dirimir eventuais con�itos que possam surgir entre os pequenos, sabendo ouvir suas queixas e adotando decisões justas e e�cazes na solução de con�itos; habilidade conceitual: o negociador compreende não só o que é a sua organização, mas também como funciona e quais os motivos que a levaram negociar com outras partes. Além desse profundo conhecimento dos motivos que o levaram a estar lá, o negociador portador desta habilidade deve conhecer bem o mercado onde 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_1… 6/39 atua, seus concorrentes e as características principais de sua contraparte. Trata-se de uma habilidade rara e desejada, fazendo com que o negociador faça uso de alternativas negociais criativas, consiga elaborar diagnósticos precisos de cenários e situações, além de conseguir estruturar soluções que englobem de forma positiva soluções para os con�itos discutidos, sendo o objetivo �nal de incontáveis programas de formação de líderes e negociadores. Tais habilidades, segundo Acu� (1993), são construídas pelo negociador ao longo do tempo e quando ele estuda se expõe a diferentes per�s de públicos e negociações, tendo, com isso, um processo efetivo de aprendizado e evolução no tema. Os papéis do negociador Assim como a utilização do poder em negociações, estilos adotados por negociadores em negociações possuem características importantes que de�nem a sua utilização (ou a sua não utilização). Por exemplo: em uma negociação baseada em parâmetros éticos, não é esperado que um saiba mais Saiba mais Donald Trump, presidente eleito norte-americano, durante vários anos se dedicou à redação de livros sobre negociação e à mídia (como o seu famoso programa O aprendiz e o concurso Miss Universo). Apesar dessas credenciais, o famoso presidente não é conhecido por fazer uso de habilidades técnicas, humanas ou conceituais – nem mesmo de desenvolver negociações satisfatórias a todos os envolvidos. Para seus críticos, o principal problema relacionado à sua forma de agir é acreditar saber de tudo, sem conhecer realmente muitos fatos relevantes para a tomada de decisão. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_1… 7/39 negociador adote, de saída, um estilo agressivo e pouco colaborativo. Por isso, alguns autores, como Shell (2001) e Pitcher (1997), destacam que o negociador deve se portar de forma a atender às diferentes contingências que podem existir no decorrer de uma negociação. Mintzberg (2014), ao estudar os diferentes papéis assumidos por líderes em negociações, constatou a existência de três deles. Podemos assumir que esses papéis são, também, assumidos por negociadores em situações nas quais representam a empresa na qual trabalham. Papel interpessoal: trata da função na qual o pro�ssional une e integra as relações de pessoas dentro e fora da organização. Neste papel, os pro�ssionais são: símbolos da organização – eles a representam �sicamente. Mais ou menos como o �nado Steve Jobs representava o dinamismo da empresa Apple em apresentações; líderes – exercem in�uênciasobre as pessoas e situações com as quais têm contato; ligação – têm como responsabilidade estabelecer redes de comunicação e relações entre seus colegas, superiores, subordinados e o meio externo à organização. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_1… 8/39 Papel informacional: trata da função de o negociador obter informações do meio organizacional para o meio externo e vice- versa. Nesta função, negociadores são vistos como: monitores – controlam informações e situações ocorridas do lado interno e externo da organização, �ltrando tais dados e utilizando em momentos que julgar adequado; disseminadores – disseminarão informações relevantes internamente; porta-vozes – transmitirão seus interesses com públicos externos. Papel decisional: envolve a análise detalhada das situações, a avaliação de riscos envolvidos em situações e, por �m, a tomada de decisão. Neste papel, os negociadores são também: empreendedores – por iniciarem e planejarem mudanças que venham a ser bené�cas para a sua organização, eles podem empreender novas ideias e acordos; paci�cadores – buscarão solucionar con�itos e outras externalidades que possam vir a prejudicar os acordos estabelecidos em negociações; gestores de recursos – deverão, ao longo da negociação, gerir o tempo e os recursos disponíveis para que a negociação tenha saiba mais Saiba mais Para entender melhor as diferentes formas pelas quais líderes exercem seus diferentes papéis, procure ler o livro “Steve Jobs – a biogra�a” (ISSACSON, 2001). Por meio de diversas entrevistas realizadas com pessoas que tiveram contato com Jobs (além de várias com o próprio), o autor Walter Isaacson tece um interessante per�l sobre como o pro�ssional assumiu diferentes papéis em momentos diversos em sua carreira. Esses papéis, como você constatará, o ajudaram a consolidar sua in�uência com diferentes públicos. Vale conferir! 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_1… 9/39 sucesso, além de estar atento à utilização destes recursos pelas demais partes envolvidas no con�ito; negociadores – por �m, Mintzberg (2014) descreve a importância de eles agirem de fato como negociadores, ao estabelecerem diálogo com atores con�itantes em um processo complexo (como sindicatos e associações de clientes). Para fecharmos o conceito de papéis e habilidades, reveremos alguns pontos: negociadores, para serem de fato e�cientes e e�cazes, precisam deter habilidades técnicas, humanas e conceituais, para que possam compreender a complexidade das situações nas quais se veem envolvidos em negociações. Assim, quanto mais complexa é a negociação, maior também é a necessidade de a organização contar com negociadores que possuam as três habilidades listadas por Katz (1986). Além de habilidoso, o negociador deve se atentar aos diferentes papéis que assumirá em uma negociação – essencialmente, por ser ele o representante da empresa que o enviou. Por isso, é esperadíssimo que este líder, possuindo habilidades técnicas, humanas e conceituais, tenha também ciência de que exercerá papéis informacionais, interpessoais e decisionais em uma negociação. Por isso, é importante que o pro�ssional tenha ciência do quanto a sua conduta e competência serão avaliadas em uma negociação. Negociação e seus estilos na prática Além de ser habilidoso e dotado de consciência quanto aos papéis que assumirá em uma negociação, o pro�ssional deve se atentar a um estilo de consulta a ser assumido em uma negociação. Este estilo negocial é adotado quando o pro�ssional constatar algumas características especí�cas presentes na negociação em si ou na sua contraparte, fazendo com que seu estilo se ajuste à situação. Constata-se, então, a relevância de o negociador ser dotado de habilidades de autocontrole e motivação, sabendo ajustar comportamentos e 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 10/39 sentimentos para a negociação a ser estabelecida. Casse (1995 apud MARTINELLI; ALMEIDA, 1998) identi�cou quatro diferentes estilos a serem assumidos por pro�ssionais em negociações: efetivo, analítico, relativo e intuitivo. O quadro a seguir lista as características deles. E em quais situações tais estilos são mais apropriados? É o que veremos a seguir. Utilização de estilos negociais Habilidades são imprescindíveis ao sucesso da negociação e para que o negociador tenha, de fato, competências para conseguir se sobressair em sua função. Além disso, diferentes papéis são dele esperados e, em função destes, estilos diversos podem ser adotados na resolução de con�itos. Quadro 1 - Demonstração de possíveis estilos negociais em diferentes tipos de negociações estabelecidos. Fonte: Elaborado pela autora, adaptado de MARTINELLI; ALMEIDA, 1998. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_1… 11/39 A resposta é: não. Chiavenato (1999) a�rma não existir “um único jeito melhor” de se comportar ou obter resultados. Para o autor, diversos estilos de negociação podem ser adotados, dependendo das circunstâncias nas quais os fatos estão sendo sucedidos. Tendo essa constatação em vista, o quadro a seguir relaciona diferentes estilos negociais a diversas situações de con�ito. Figura 1 - Ilustração de como estilos negociais inadequados podem di�cultar o atingimento de acordos em negociações. Fonte: Birgit Reitz-Hofmann, Shutterstock, 2018. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 12/39 Cabe destacarmos que os itens citados no quadro anterior dão como exemplos negociações internas. Suas recomendações podem, também, serem estendidas para fatores externos, envolvendo, inclusive, terceiros neste processo. Quadro 2 - Demonstração de possíveis estilos negociais em diferentes tipos de con�itos. Fonte: Elaborado pela autora, adaptado de MARTINELLI; ALMEIDA, 1998; LEWICKI; SAUNDERS; BARRY, 2014. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 13/39 Ao se constatar a existência de algum ponto a ser negociável, as partes tendem a estruturar formas de negociar a situação. Existem, porém, circunstâncias diversas que podem levar a organização a, por pressa, não saber exatamente o que pretende em uma negociação. Por essa falta de objetivos, os resultados obtidos em uma negociação podem não ser os que são, de fato, necessitados pela empresa. Por isso, como destaca Cohen (2000), sem objetivos claros e estabelecidos, o negociador não tem um “norte”: não consegue saber de quais informações precisa, quais as formas de lidar com diferentes per�s de negociação envolvidos, não consegue estabelecer métodos de abordagem, não tem ciência do que pode e o que não pode ceder... En�m, a ausência de objetivos é uma grande temeridade para o sucesso de qualquer negociação. E, nessas situações, cabe ao negociador buscar mais tempo para conseguir se organizar e elaborar melhor as necessidades e os objetivos a serem perseguidos em uma organização. E de onde vêm os objetivos? Objetivos das Partes emObjetivos das Partes em NegociaçõesNegociações 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 14/39 Luecke; Watkins (2003, p. 85) destacam alguns fatores-chave para a elaboração de objetivos negociais: Quais são as necessidades atuais da organização? Em que medida tais necessidades dependem da contraparte com a qual a negociação será estabelecida? Que resultados a organização pretende ter com a negociação, em um cenário ideal? Qual é a previsão de resultados estimada pela organização? Que fatores podemser negociáveis? O que pode ser utilizado para a cessão de fatores desejados pela contraparte? Segundo os autores, cada um dos tópicos listados deve ser observado pelo negociador, em conjunto com seus superiores. Luecke; Watkins (2003) destacam, ainda, a importância de a gestão estar atenta à negociação, dando autonomia ao negociador que a representa, dentro de alguns limites pré- acordados. Planejamento de uma negociação Um planejamento bem-sucedido, como pontuam Silva; Boaventura (2011), não é obra de negociadores superexperientes que já nasceram com essa habilidade. Pelo contrário: para os autores, o planejamento é fruto do receio do fracasso. Por isso, negociadores (tanto os novatos quanto os mais experientes) precisam focar adequadamente quais os aspectos deverão ser planejados, para que a negociação �ua com mais sucesso. A �gura a seguir descreve as três principais etapas no planejamento de uma negociação, isto é, a sua preparação, a sua realização e os seus resultados obtidos. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 15/39 Sobre a preparação: na verdade, trata-se da principal fase do planejamento para a negociação. Weeks (1992) constata que a preparação é um elemento crucial à negociação, por possibilitar a antecipação de toda circunstância que possa vir a ocorrer e prejudicar um possível acordo. Aqui são estabelecidos os objetivos a serem atingidos em uma negociação (e se existe mesmo a necessidade de se negociar com outros agentes). De�nidos os objetivos e as possíveis contrapartes, o negociador deve procurar informações sobre a outra parte envolvida: atividades exercidas, resultados de ações passadas, estilos de negociação, utilização do poder, impacto das ações da outra parte com outros agentes em uma negociação etc. Nesta hora, como constata Mello (2003), o negociador deve fazer uso de toda informação possível para compor um cenário mental do seu oponente, identi�cando potenciais oportunidades de negociação e possibilidades de acordos que bene�ciem a ambas as partes. É nesta etapa que são também realizados convites para a realização da negociação – os quais, geralmente, vêm da parte demandante e devem vir acompanhados de possíveis sugestões de data e local de realização da negociação. Vale destacar que a �exibilidade, abertura e cordialidade são Figura 2 - Processo de planejamento de ações em uma negociação. Fonte: Elaborada pela autora, adaptado de LEWICKI; HIAM; OLANDER, 1996; LEWICKI; SAUNDERS; BARRY, 2014; MARTINELLI; ALMEIDA, 1997; 1998; DONALDSON, 1999; VASQUES, 2014. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 16/39 fundamentais para o estabelecimento de uma primeira impressão positiva com a outra parte. Sobre a realização: Thompson (2009) destaca a importância de os negociadores procurarem, no início da negociação, estabelecer uma conversa cordial e franca, com o intuito de “quebrar o gelo” de qualquer situação inconveniente que possa ter surgido anteriormente, além de aumentar a chance de existir empatia entre as partes envolvidas no processo. É por esse motivo que Lewicki; Saunders e Barry (2014) sugerem que, caso exista con�ito direto entre as partes envolvidas no processo, que uma terceira pessoa seja envolvida: para que as negociações não comecem já tensas. Após a troca de formalidades iniciais, é esperado que as partes apresentem os seus pontos de vista sobre a solução para o problema apresentado. Nesse sentido, tanto as partes podem, de imediato, apresentar as suas opiniões quanto “tatear” o terreno, estando atentos aos objetivos declarados e não declarados de sua contraparte, realizando ajustes quanto às suas próprias ações (BAZERMAN; NEALE, 1998). Essa maior ou menor abertura depende do tipo de negociação, da existência de precedentes que possam in�uenciar o estilo do negociador e da característica pessoal dos envolvidos. Após essa explanação, os negociadores se certi�carão, de diferentes formas, que entenderam a proposta da contraparte, avaliando as alternativas dispostas e chegando, en�m, a um possível acordo. Cohen (2000) destaca que a variável “tempo” pode ser utilizada contra e a favor do negociador – por isso, o negociador nunca deve manifestar sinais de pressa para fechar o acordo, evitando assim ser vítima de acordos insu�cientes para suas necessidades. O autor destaca que o negociador pode solicitar mais tempo para re�etir sobre os resultados da negociação, tanto pela própria necessidade de re�exão quanto pela relativa falta de autonomia a qual o negociador pode estar exposto (por exemplo, a sua contraparte, ainda a ser apresentada, depender da autorização de algum superior). 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 17/39 Sobre os resultados: após a realização da negociação, é de se esperar que os objetivos tenham sido atingidos e, com isso, que as necessidades da organização tenham sido supridas. A�nal, como destaca Iamin (2016), quando os objetivos da organização são adequadamente estabelecidos e atingidos, a necessidade da organização é, por ora, suspensa. Além da avaliação dos resultados obtidos, Martinelli; Almeida (1998) destacam a importância de se revisar todo o processo de negociação, avaliando eventuais falhas e tomando medidas para que sejam corrigidas. Garbelini (2016) destaca também a importância de avaliar se a negociação foi bené�ca, a�nal, para as partes envolvidas na negociação. Robbins; Judge; Sobral (2014) destacam que, quando a negociação apresenta frutos positivos para todas as partes envolvidas, existem mais chances de haver relações continuadas positivas entre os envolvidos. Decisão em uma negociação Lewicki; Saunders; Barry (2014) destacam que nem sempre o negociador nomeado poderá tomar decisões em nome da organização. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 18/39 Por isso, especialmente quando o con�ito é intensi�cado, existe a possibilidade de a negociação ser realizada por intermédio de terceiros que não possuem autonomia para a tomada de decisão. Nesses casos, é comum que propostas de solução de con�itos sejam estabelecidas e submetidas ao órgão superior, que tem autonomia e poder de decisão. Essa situação não é, porém, corriqueira. Como destaca Vasques (2014), em muitas negociações, o negociador tem autonomia para tomar decisões que serão implementadas pelas partes. saiba mais Saiba mais Para entender melhor como funciona a questão da autonomia do negociador em relação aos fatores negociados, assista ao �lme Rede de mentiras (MONAHAN, 2008). No longa-metragem, é demostrado como a ausência de autonomia e a dependência da aprovação de superiores pode limitar (ou ajudar) as ações de negociação entre os envolvidos. Vale a pena assistir! 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 19/39 Para evitar a tomada de decisão apressada e impensada, Martinelli; Almeida (1997) propõem uma série de orientações que visam facilitar o processo de tomada de decisão do negociador. Pudemos acompanhar detalhadamente essas orientações no quadro acima. Quadro 3 - Orientações de condutas a serem adotadas em negociações. Fonte: Elaborado pela autora adaptado de MARTINELLI; ALMEIDA, 1997. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 20/39 Como vimos até o momento, diversos autores e estudiosos da área de negociação adotam, em um contexto atual, uma preocupação genuína e sincera com a continuidade do relacionamento negocial. Assim, ao contrário das visões consideradas antigas sobre a negociação, na qual o seu único objetivo único, aparentemente,era a “destruição” do oponente (FISHER; URY; PATTON, 2005), atualmente o contexto mundial de negócios e relações entre empresas e pessoas parte do pressuposto de que os custos de uma ação antiética são maiores do que eventuais benefícios obtidos por tais ações. Além desse fator, Sobral (2009) destaca que a utilização de estratégias trapaceiras podem trazer sensações e emoções ruins à parte dita prejudicada, podendo, inclusive, existir o repasse de informações pouco lisonjeiras sobre o negociador no mercado, além de estimular comportamentos ditos revanchistas. No próximo item, discutiremos um pouco mais sobre a ética em contextos negociais. Ética na NegociaçãoÉtica na Negociação 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 21/39 Princípios e parâmetros da ética nas negociações Lewicki; Saunders; Barry (2014) descrevem a ética em uma negociação como sendo um processo de atingimento de objetivos mútuos baseados em preceitos éticos. Sobral (2009) constata que a negociação é uma das áreas mais interessantes em se avaliar a conduta ética das pessoas. Segundo o autor, negociações são motivadas por interesses divergentes e, durante o processo negocial, as partes podem se sentir tentadas a adotar um comportamento defensivo e furtivo. Alguns autores, como Peppett (2002), chegam a destacar que uma negociação honesta, na verdade, não é uma negociação. Para o autor, enganos e mentiras fazem parte de processos de troca. Assim como White (1980) descreve, a negociação trata de esconder sua verdadeira posição, induzindo a outra parte a convergir em termos do que o negociador originalmente pretendia. Outros autores, mais idealistas, propõem que a conduta de negociadores deve ser ilibada, precisamente porque são os representantes de suas empresas – e que, portanto, ações antiéticas “queimariam” não só o negociador, mas também a empresa a qual representam. Nyeges (1987) descreve que a negociação deve ser sempre brutalmente honesta. O autor, assim como outras referências já bastante estabelecidas na área (como LEWICKI; SAUNDERS; BARRY, 2014; FISHER; URY; PATTON, 2005), não deixam de observar que um dos principais motivos pelos quais a negociação deve sempre se basear em parâmetros éticos é o fato de que a percepção de uma conduta antiética “mina” qualquer possibilidade de relacionamento futuro entre as partes. Para Sobral (2009), o benefício obtido no curto prazo é de�nitivamente solapado por consequências futuras causadas por um comportamento dito antiético. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 22/39 Sobral (2009) descreve que, para que negociações éticas sejam conduzidas, é preciso considerar dois fatores: valores humanos: são fundamentais na organização de sistemas de crenças. Eles servem como parâmetros relativamente universais daquilo que é correto. Por exemplo: a ação de matar é considerada antiética por boa parte dos sistemas morais vigentes atualmente; ideologias éticas: baseada na avaliação pessoal que cada indivíduo elabora acerca do que é considerado ético e antiético. Por exemplo: enquanto que para algumas pessoas o roubo motivado pela fome é reflitaRe�ita Até onde a ética se sobrepõe ao lucro? Essa é uma das mais importantes e controversas questões de negócios no mundo atual: se, por um lado, negociadores experientes procuram ouvir as partes envolvidas nas questões e tentam, na medida do possível, atender a todas as necessidades envolvidas, o que fazer quando a contraparte não possui poder nenhum? No bojo dessa discussão, o mundo vem acompanhando diversos relatos de grandes marcas varejistas que, com o passar dos anos, a despeito de sua grande lucratividade e conhecimento de marca por parte do consumidor, aumentam margens de lucro mediante a contratação de empresas terceirizadas que, por sua vez, subcontratam trabalhadores em países subdesenvolvidos, em condições análogas à escravidão. As acusações realizadas atingem um grande número de empresas, como diversas varejistas de fast fashion atuantes no Brasil (O ESTADO DE SÃO PAULO, 2017; CARVALHO, 2014; LOCATELLI, 2017). Quando questionadas, várias dessas empresas relatam “seguir padrões de contratação vigentes no mercado”, procurando se isentar da responsabilidade sobre as subcontratações realizadas por suas empresas terceirizadas contratadas. A questão a ser levantada para re�exão é: até onde o negociador deve ir em suas negociações? Quais são os parâmetros éticos que devem ser seguidos em um mundo tão sedento por margens e lucros maiores? 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 23/39 motivo de encarceramento do indivíduo, para outros a pena é considerada excessiva e inadequada. Tendo todos estes fatores em vista, cabe considerarmos aqui, como re�exão, o seguinte fato: sim, negociadores podem agir de forma pouco ética em suas negociações. Essa ação pode ser baseada em fatores relacionados a valores considerados universais e em fatores pessoais. De toda forma, diversos estudos sinalizam que ações antiéticas, ainda que aparentemente vantajosas no curto prazo, não o são no longo prazo, acarretando prejuízos à imagem do executor da ação. Assim, este é o ponto de vista que defendemos neste material de estudo: a adoção de atitude antiética não compensa. saiba mais Saiba mais Para entender melhor como a falta de condutas éticas podem demolir a reputação de uma empresa, assista ao documentário Enron – os mais espertos da sala (MCLEAN; ELKIND; GIBNEY, 2006). Como pode ser percebido, a estratégia de se adotar ações antiéticas e ilegais, por mais que possam ser vantajosas no curto prazo, no longo acabam por acarretar enormes danos à empresa e aos envolvidos. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 24/39 Até o presente momento, estudamos diversas condutas a serem (ou não) adotadas pelo negociador em uma negociação e analisamos como planejá- la. Vimos, inclusive, algumas discussões sobre a ética e a conduta do negociador a serem consideradas ao longo das atividades negociais (inclusive, sempre é válido lembrar: a ação antiética não compensa!). Todas essas discussões e preparações prévias têm dois objetivos especí�cos. O primeiro (já atingido): capacitar você para estruturar uma negociação, tomando todas as precauções possíveis que o ajudem a obter os resultados desejados. O segundo objetivo, discutido a partir deste tópico: como avaliar se o objetivo desejado e obtido realmente atenderá à organização, em tempos presentes e futuros. A isso denominamos de efetividade em negociações. Chiavenato (2003, p. 67) de�ne a efetividade como sendo o “conjunto dos resultados de ações e�cientes e e�cazes”. A efetividade trata de uma ação que não só atinja objetivos, como o faça de forma a utilizar da melhor maneira possível os recursos disponíveis na organização. Efetividade da NegociaçãoEfetividade da Negociação 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 25/39 Para nossos estudos, consideraremos os resultados efetivos (ou seja, a soma dos conceitos de e�ciência e e�cácia), por entendermos que: o negociador: fazendo uso do planejamento, consegue mensurar as variáveis da negociação (tempo, poder e informação), utilizando-as em benefício da negociação; os resultados: devem apresentar os saldos positivos e duradouros, fortalecendo as relações entre as partes. Mas como, exatamente, aconteceria tal situação, ainda se considerando o fato de que, mesmo com todos os cuidados, não existem garantias reais de que o negociador atingirá todos os objetivos aos quais se propôs? É isso que analisaremos nos próximos itens. Parâmetros de sucesso em negociações (MAANA)Fisher; Ury; Patton (2005) descrevem que, em muitas situações, mesmo com todos os preparativos e cuidados relacionados ao sucesso da negociação, saiba mais Saiba mais O que é e�ciência? O que é e�cácia? Chiavenato (2003) descreve a e�ciência como o ato de realizar ações ou atingir objetivos de forma correta (ou seja, fazendo menos uso de recursos, considerar a relação custo-benefício etc.). A e�cácia, por sua vez, de�ne a ação de o sujeito conseguir atingir objetivos e ser capaz de manter o foco. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 26/39 existe o risco de os seus objetivos não serem plenamente cumpridos – não se obtendo, assim, a efetividade esperada. Tendo esta situação em vista, os autores recomendam a criação de alternativas a um acordo. Essa alternativa é muito válida quando o negociador constata que as situações em uma negociação estão fugindo muito do inicialmente proposto ou quando existe algum impasse. Essa situação é denominada de BATNA (Best Alternative to a Negotiated Agreement). Para nossos estudos, utilizaremos a versão traduzida deste termo, sendo então denominada MAANA (Melhor Alternativa à Negociação de um Acordo), a qual Fisher; Ury; Patton (2005) recomendam que os negociadores, ao planejarem a situação negocial, tenham em vista uma via alternativa – ou seja, o que é possível se obter, mesmo em situações adversas. Essa via alternativa de�ne também até onde o negociador pode ir em uma negociação. De�nir o MAANA ajuda o negociador, segundo Pinkley; Neale; Bennett (1994), a se proteger em uma negociação. De acordo com esses autores, no afã de conseguir um acordo e o �m da negociação, o negociador pode agir de forma impensada, aceitando um acordo que não está de acordo com seus objetivos mínimos. Com isso, o negociador pode ser prejudicado. Além disso, como destacam Fisher; Ury; Patton (2005), é crucial que o negociador tente descobrir qual é o MAANA da outra parte, para tentar entender os reais motivadores por trás das ações de sua contraparte. Por este motivo, Martinelli (2002) descreve que o negociador deve exercer o treino de uma escuta ativa: a pessoa precisa estar atenta ao que o seu oponente fala e aos sinais não verbais que possam con�rmar ou não o que é dito. Além disso, como destaca Watkins (2007), o negociador deve re�etir um tempo sobre o que foi dito e percebido, elaborando perguntas con�rmatórias de suas impressões, destacando a relevância de perguntar novamente, caso exista algum posicionamento não adequadamente explicado, nebuloso ou incompreendido. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 27/39 Sabendo de seus limites e conhecendo os limites do oponente, o negociador tem menos chances de obter um fracasso. Existem situações, porém, em que o negociador pode estar sendo pressionado a tomar uma decisão, ainda que ela não seja a melhor possível. Nesses casos, a retirada é uma opção válida. Mills (1993) destaca que, em situações nas quais a negociação não atingiu o MAANA, o negociador deve se retirar, visto que as consequências de uma retirada seriam potencialmente menos danosas que a continuidade em uma negociação em que benefício algum seria atingido. Outra alternativa proposta por Ury (1993) é de “quebrar” os objetivos em outros objetivos parciais, de forma a fazer com que existam novas negociações e, com isso, mais chances de se obter acordos mais vantajosos para as partes. En�m, como relatado, existem situações nas quais o resultado não ocorre como o esperado. Mas quais são os possíveis resultados a serem obtidos em uma negociação? Veremos esse assunto a seguir. Tipos de negociação (ganha-ganha, ganha-perde e perde-perde) Sparks (1995) descreve que são três os possíveis resultados a serem obtidos em uma negociação: as do tipo ganha-ganha, ganha-perde e perde-perde. O quadro a seguir dá mais informações sobre o que são cada um destes possíveis resultados. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 28/39 Estudar e analisar comportamentos em uma negociação com o objetivo proposto pelas partes possibilita a construção de possibilidades de relacionamento comercial positivo entre os envolvidos. Por isso, dentre as três alternativas de resultados, o negociador deve objetivar a possibilidade ganha-ganha. Quadro 4 - Descrição dos três possíveis resultados a serem obtidos em uma negociação. Fonte: Elaborado pela autora, 2018. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 29/39 Evidentemente, não é uma posição tão simples de se ser atingida – porém, quando o é, tende a apresentar resultados muito mais duradouros, no curto e no longo prazo. Execução e análise nas negociações Após o término da negociação, é estabelecido algum tipo de acordo, que deve ser formalizado entre as partes. Ury (1993) destaca que esse acordo deve ser razoável e estar dentro das reais possibilidades de ação de cada uma das partes envolvidas, devendo ser formalizado justamente para se minimizar os riscos das partes envolvidas no acordo. Por isso, alguns cuidados são sugeridos pelo autor, tais como: caso o negociador tenha alguma dúvida quanto à capacidade de execução do acordo, deve estabelecer cláusulas contratuais que estipulem pagamentos posteriores à entrega do resultado proposto; podem ser estabelecidas multas e outras sanções em caso de quebra dos critérios estabelecidos no acordo. saiba mais Saiba mais Desde 1997, a fabricante de tênis esportivos Mizuno tem parceria com a empresa Alpargatas. Em função da imensamente bem-sucedida parceria, ela foi renovada até 2030 (BARBOSA, 2014). Trata-se, aqui, de uma negociação de sucesso, continuada em virtude dos resultados do tipo ganha-ganha que são apresentados. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 30/39 É importante destacar que os negociadores, ao estabelecerem o acordo e a sua respectiva formalização, deixam claro que não são ataques pessoais ou de dúvidas quanto à con�abilidade da outra parte, mas sim procedimentos normais estabelecidos após negociações, como garantias a ambas as partes, e lembretes do que foi, de fato, acordado. Além disso, como destaca Maemura (2009), o acordo formalizado deve destacar quais serão as formas pelas quais con�itos serão resolvidos (por exemplo, execução de penalidades previstas, vias judiciais de solução de con�itos ou extrajudiciais). saiba mais Você o conhece? Importante �gura histórica brasileira, o Barão do Rio Branco (1845-1912) foi de fundamental importância no reconhecimento do Brasil como Nação pelos demais países do mundo à época de sua declaração da independência (FRAZÃO, 2018). Nomeado cônsul-geral do Brasil pela primeira vez em 1876, atuou ativamente na questão do reconhecimento do nosso país como uma Nação independente. Sua ação como negociador foi destaque na história brasileira, por conseguir estabelecer acordos vantajosos a todas as partes envolvidas. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 31/39 Após a assinatura dos termos, o negociador, de forma isolada ou com outros membros da sua equipe, precisa considerar os resultados na negociação à luz dos objetivos iniciais e quanto aos recursos empregados no processo, realizando, então, uma análise realista e mais ampliada do que foi, de fato, acordado. Uma negociação sem essa avaliação posterior, segundo Ury (1993), pode ser esquecida ou não e devidamente creditada pela equipe, não gerando registro de memória – sendo, portanto, mais facilmente esquecida. Uma das formas de a empresa como um todo aprender com tais situações éjustamente manter em mente o que foi obtido com o acordo e como este foi obtido, buscando repassar este conhecimento aos demais membros da empresa, visando a preparação de todos para eventuais futuras negociações. Figura 3 - Quando as negociações atingem bons resultados, a tendência é que ambas as partes saiam do acordo satisfeitas e com mais predisposição a agirem de formas positivas em negociações futuras. Fonte: ASDF_MEDIA, Shutterstock, 2018. 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 32/39 0:00 / 7:48 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 33/39 conclusão Conclusão Estudamos assuntos fundamentais à compreensão do que é necessário para que uma negociação obtenha sucesso. Analisamos, incialmente, que características comportamentais (habilidades, papéis e estilos) os negociadores precisam considerar antes de ingressarem em uma negociação. Esperamos que você tenha aprendido com esses temas e consiga utilizá-los com sucesso em seu cotidiano. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: compreender como é importante estabelecer um objetivo prévio (o MAANA), para ter mais clareza quanto ao que, de fato, é pretendido em uma negociação; analisar como funcionam as questões éticas na negociação (e, especialmente, analisar que não compensa agir de forma oportunista em uma negociação); conhecer alguns parâmetros de sucesso em negociações e seus possíveis resultados. referências Referências Bibliográ�cas 19/02/2021 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_670105_… 34/39 ACUFF, F. L. How to negotiate anything with anyone anywhere around the world. New York: American Management Association, 1993. ANDRADE, R. O. B.; ROVIGATI, D. A.; MACEDO, M. Á. Princípios de negociação. São Paulo: Atlas, 2004. BARBOSA, D. Alpargatas e Mizuno renovam parceria por mais 26 anos. Revista Exame, São Paulo, 17/01/2014. 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