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CÂNCER DE PULMÃO

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• Embora os pulmões sejam considerados sítios frequentes de metástases 
de tumores extratorácicos, o câncer primário de pulmão também é uma doença 
comum 95% dos tumores pulmonares são carcinomas e apenas 5% 
constituem outras neoplasias, que incluem carcinoides, tumores mesenquimais 
malignos (ex: fibrossarcomas, leiomiossarcomas), linfomas e pequena 
quantidade de lesões benignas. 
• O mais comum tumor benigno é o hamartoma, que se apresenta como 
lesão esférica, pequena (3-4 cm), visualizada ao exame radiográfico de tórax 
como lesão em moeda o hamartoma comumente é constituído por cartilagem 
madura, associada a tecido adiposo, tecido fibroso e vasos sanguíneos em 
variada proporção. 
• CARCINOMAS: Os carcinomas de pulmão (câncer de pulmão) são sem 
dúvida a mais importante causa de morte por câncer nos países industrializados. 
• Os carcinomas de pulmão ocuparam essa posição, sendo responsáveis 
por um terço das mortes por câncer entre os homens, e nos últimos anos têm se 
tornado a principal causa de óbito por neoplasia também entre as mulheres, nos 
Estados Unidos. 
• Dados refletem a relação causal entre o tabagismo e o câncer de pulmão 
o pico de incidência da doença ocorre em pessoas entre 50-60 anos de idade. 
• O diagnóstico, mais de 50% dos pacientes já apresentam metástases a 
distância e cerca de 25% têm células tumorais em linfonodos regionais. 
• O prognóstico do câncer de pulmão é sombrio: 16% dos pacientes 
apresentam taxa de sobrevida de cinco anos, valor que pouco mudou ao longo 
dos últimos 30 anos mesmo quando se trata de doença restrita aos pulmões, 
apenas 45% dos pacientes apresentam taxa de sobrevida de cinco anos. 
• Os quatro principais tipos histológicos de carcinoma de pulmão são: 
Adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas, carcinoma de pequenas 
células e carcinoma de grandes células. 
• Em alguns casos podem haver combinações de diferentes tipos 
histológicos (ex: carcinoma de pequenas células e adenocarcinoma) dentre 
esses tipos, o carcinoma de células escamosas e o de pequenas células 
demonstram maior associação ao tabagismo. 
• Devido a mudanças no consumo de cigarros nos últimos anos nos 
Estados Unidos, o adenocarcinoma tem substituído o carcinoma de células 
escamosas como a neoplasia pulmonar primária mais comum o 
adenocarcinoma também é o tumor primário mais comum em mulheres, em não 
fumantes e em pessoas abaixo de 45 anos. 
• Os carcinomas de pulmão eram classificados em dois grandes grupos: 
Câncer de pulmão de células pequenas (CPCP) e câncer de pulmão de células 
não pequenas (CPCNP), com o último incluindo adenocarcinomas, carcinoma 
de células escamosas e carcinoma de grandes células. 
• Virtualmente todos os CPCP apresentam metástase no momento do 
diagnóstico e, por isso, não são curáveis por cirurgia, por isso, são mais bem 
tratados por quimioterapia, com ou sem radioterapia. 
• Os CPCNP são mais propensos à ressecção cirúrgica, uma vez que 
respondem pobremente à quimioterapia; entretanto, novas terapias estão 
disponíveis e têm como alvo os genes mutados presentes em vários tipos de 
CPCNP, principalmente em adenocarcinomas com isso, os CPCNP podem 
ser mais bem classificados com base no seu tipo histológico e subtipos 
moleculares. 
 
• ETIOLOGIA E PATOGENIA: Os carcinomas relacionados com o 
tabagismo podem surgir pelo acúmulo de sucessivas alterações genéticas 
essas alterações resultam na transformação de células progenitoras pulmonares 
em células neoplásicas. 
• A sequência de alterações moleculares não é aleatória, mas segue uma 
sequência previsível que se assemelha à progressão histológica para o câncer. 
• Assim, a inativação dos genes supressores de tumores localizados no 
braço curto do cromossomo 3 (3p) é um evento muito precoce, ao passo que 
mutações no TP53 ou a ativação do oncogene KRAS ocorre relativamente tarde 
certas modificações genéticas, como a perda de material cromossômico em 
3p, podem ser encontradas no epitélio brônquico de pessoas com câncer de 
pulmão, bem como no epitélio respiratório de tabagistas sem câncer de pulmão, 
o que sugere que grandes áreas de mucosa respiratória sofrem mutação após a 
exposição a agentes cancerígenos (“efeito de campo”) nesse solo fértil, as 
células que acumulam mutações desenvolvem-se originando o câncer. 
• Um subconjunto de adenocarcinomas, particularmente aqueles que se 
desenvolvem em mulheres não fumantes do Extremo Oriente, abriga mutações 
ativadoras do receptor de fator de crescimento epidérmico (EGFR) esses 
tumores são sensíveis à classe de agentes que inibe a sinalização do EGFR, 
embora a resposta seja de curta duração. 
• Mutações de EGFR e K-RAS (em 30% dos adenocarcinomas) são 
mutuamente exclusivas outras mutações que ocorrem em 4-6% dos 
adenocacinomas são a fusão dos genes EML4-ALK ativadores da tirosina 
quinase e do gene c-MET amplificador da cascata de tirosina quinase essas 
anormalidades, embora raras, são importantes devido às suas implicações 
terapêuticas, uma vez que podem ser alvos de inibidores da tirosina quinase. 
• De fato, a identificação de alterações genéticas que produzem 
hiperatividade de EGFR, ALK e MET abre uma nova era de terapia personalizada 
do câncer de pulmão, no qual a genética dos tumores orienta a seleção de 
drogas. 
• Com relação aos agentes carcinogênicos, há fortes evidências de que o 
consumo de cigarros e, em menor proporção, outros fatores ambientais sejam 
os principais fatores causadores de mutações genéticas que conduzem ao 
desenvolvimento do câncer de pulmão. 
• Cerca de 90% das neoplasias de pulmão ocorrem em fumantes ativos ou 
em pacientes que deixaram de fumar recentemente. 
• Atualmente reconhece-se uma correlação quase linear entre 
quantidade/tempo de consumo de cigarro e a frequência de câncer de pulmão. 
• O aumento no risco de neoplasias aumenta 60 vezes quando são 
comparados fumantes inveterados (dois maços/dia por 20 anos) e não fumantes 
apesar disso, apenas 11% dos fumantes inveterados desenvolvem câncer de 
pulmão, sugerindo que outros fatores estejam relacionados com a patogenia da 
doença. 
• Por motivos ainda desconhecidos, as mulheres apresentam maior 
suscetibilidade à carcinogênese pelo tabaco do que os homens. 
• Embora a cessação do hábito de fumar diminua o risco de 
desenvolvimento de câncer de pulmão ao longo do tempo, os níveis basais 
jamais poderão ser retomados. 
• As mudanças genéticas que antecedem o câncer de pulmão podem 
persistir por muitos anos no epitélio brônquico de ex-fumantes fumantes 
passivos (os que vivem próximos de fumantes) aumentam o risco de câncer de 
pulmão em aproximadamente duas vezes quando comparados a não fumantes. 
• Fumantes de cachimbos e charutos também têm o risco aumentado, mas 
em menor grau que os fumantes de cigarro. 
• Outras influências podem atuar em conjunto com o tabagismo ou por si 
sós serem responsáveis pelo câncer de pulmão, como observado em 
trabalhadores de minas radioativas, que lidam com asbesto ou arsênico, cromo, 
urânio, níquel, cloreto de vinil e gás mostarda. 
• A exposição ao asbesto aumenta em cinco vezes o risco em não fumantes 
 por outro lado, fumantes expostos ao asbesto apresentam 55 vezes maior 
chance de desenvolver câncer pulmonar do que os não fumantes e os não 
expostos ao asbesto. 
• Embora o fumo e outras influências ambientais sejam importantes causas 
de câncer de pulmão, sabe-se que nem todas as pessoas expostas ao tabaco 
desenvolvem neoplasia é muito provável que o efeito mutagênico de algumas 
substâncias cancerígenas esteja condicionado a fatores hereditários (genéticos). 
• Muitos produtos químicos (pró- -carcinógenos) requerem ativação 
metabólica pelo sistema enzimático monoxigenase P-450, para conversão em 
um carcinógeno definitivo. 
• Existem evidências de que pessoas com determinados polimorfismos 
gênicos envolvendo os genes P-450 têm maior capacidadede metabolizar pró- 
-carcinógenos derivados do tabaco e, portanto, correm maior risco de 
desenvolver câncer de pulmão. 
• Pessoas cujos linfócitos do sangue periférico sofrem quebras 
cromossômicas após exposição a cancerígenos relacionados com o tabaco 
(genótipo de sensibilidade a mutágenos) têm risco 10 vezes maior de 
desenvolvimento de câncer de pulmão em relação a outros indivíduos. 
• Há uma correlação linear entre a intensidade de exposição ao tabaco e o 
aparecimento de alterações epiteliais que se iniciam como hiperplasia das 
células basais e metaplasia escamosa, progridem para displasia escamosa e 
carcinoma in situ até culminar em câncer invasivo entre os subtipos 
histológicos principais de câncer de pulmão, os carcinomas escamosos e de 
células pequenas mostram a associação mais forte com a exposição ao tabaco. 
• MORFOLOGIA: Os carcinomas de pulmão se iniciam como uma pequena 
lesão na mucosa que tipicamente se apresenta firme e cinza-esbranquiçada 
esses tumores podem surgir como massas intraluminais, invadir a mucosa 
brônquica ou formar grandes massas volumosas, empurrando o parênquima 
pulmonar adjacente. 
• Algumas massas grandes podem apresentar cavitação secundária à 
necrose central ou desenvolver áreas focais de hemorragia. 
• Esses tumores podem estender-se à pleura, invadir a cavidade e a parede 
torácica, e se espalhar para estruturas intratorácicas adjacentes as 
metástases podem ocorrer por via linfática ou hematogênica. 
• Os carcinomas de células escamosas são mais comuns em homens do 
que em mulheres e estão estreitamente correlacionados ao histórico de 
tabagismo tendem a surgir centralmente nos brônquios principais e 
eventualmente se espalham para linfonodos hilares; entretanto, apresentam 
disseminação para fora do tórax mais tardiamente do que os outros tipos 
histológicos. 
• Tumores maiores podem apresentar necrose central, originando 
cavitações. 
• As lesões pré-neoplásicas que antecedem, e normalmente acompanham 
o carcinoma de células escamosas invasivo, estão bem caracterizadas esses 
tumores muitas vezes são precedidos por desenvolvimento duradouro de 
metaplasia escamosa e displasia do epitélio brônquico, que, em seguida, 
transforma-se em carcinoma in situ, uma fase que pode durar vários anos. 
• Nesse tempo, células atípicas podem ser identificadas no exame 
citológico de esfregaços de escarro, lavados ou escovados brônquicos, embora 
sejam assintomáticas e não detectáveis ao exame radiográfico. 
• Eventualmente, pequenos tumores tornam-se sintomáticos, quando 
obstruem grandes brônquios, frequentemente produzindo atelectasia distal e 
infecções simultaneamente, a lesão pode invadir o tecido pulmonar 
circundante. 
• Ao exame histológico, os carcinomas de células escamosas variam de 
neoplasias bem diferenciadas exibindo pérolas de queratina e pontes 
intercelulares a neoplasias mal diferenciadas, exibindo apenas o mínimo de 
características de células escamosas residuais. 
• Adenocarcinomas podem ocorrer como lesão central semelhante ao 
carcinoma de células escamosas, entretanto mais perifericamente, muitas vezes 
exibindo cicatriz central. 
• Os adenocarcinomas são o mais comum tipo de câncer de pulmão nas 
mulheres e em não fumantes geralmente, os adenocarcinomas crescem 
lentamente e formam massas menores do que os outros subtipos tumorais, mas 
eles tendem a sofrer metástase amplamente ainda em um estágio inicial de 
desenvolvimento. 
• Ao exame histológico podem assumir variada forma, incluindo a acinar 
(em forma de glândula), papilar, mucinosa (anteriormente chamada 
bronquioloalveolar mucinosa, que muitas vezes é multifocal e pode se manifestar 
como uma pneumonia) e o tipo sólido o tipo sólido frequentemente requer a 
demonstração de produção de mucina intracelular por colorações especiais para 
estabelecer sua origem glandular. 
• Embora focos de metaplasia e displasia escamosa possam estar 
presentes no epitélio proximal aos adenocarcinomas, não são as lesões 
precursoras para esse tumor. 
• Acredita-se que a lesão precursora dos adenocarcinomas periféricos seja 
a hiperplasia adenomatosa atípica, com progressão para o adenocarcinoma in 
situ (anteriormente chamado carcinoma bronquioloalveolar), adenocarcinoma 
minimamente invasivo (tumores menores que 3 cm e com componente invasivo 
medindo 5 mm ou menos) e adenocarcinoma invasivo (tumor de qualquer 
tamanho, invadindo áreas mais profundas que 5 mm). 
• Ao exame microscópico, a hiperplasia adenomatosa atípica se organiza 
como um foco bem demarcado de proliferação epitelial (com espessura de até 5 
mm), composto por epitélio cuboidal ou colunar baixo, demonstrando atipia 
citológica de variado grau, como hipercromasia nuclear, pleomorfismo e nucléolo 
proeminente. 
• Análises genéticas têm demonstrado que as lesões da hiperplasia 
adenomatosa atípica são monoclonais e compartilham muitas das aberrações 
moleculares associadas aos adenocarcinomas (ex: mutações no K-RAS). 
• O adenocarcinoma in situ (AIS), formalmente chamado carcinoma 
bronquioalveolar, com frequência afeta partes periféricas dos pulmões, como um 
único nódulo as principais características do AIS são diâmetro menor que 3 
cm, crescimento ao longo de estruturas preexistentes e preservação da 
arquitetura alveolar. 
• As células tumorais, que podem ser não mucinosas, mucinosas ou mistas, 
crescem em uma monocamada ao longo dos septos alveolares, que serve como 
um andaime (chamado de padrão de crescimento “lepídico”, uma alusão à 
semelhança das células neoplásicas com borboletas pousadas em uma cerca). 
• Por definição, o AIS não demonstra destruição da arquitetura alveolar ou 
invasão estromal com desmoplasia, características típicas de adenocarcinoma. 
Por analogia com a sequência de adenoma − carcinoma de cólon, propõe-se que 
alguns adenocarcinomas invasivos do pulmão possam surgir através de uma 
sequência de hiperplasia adenomatosa típica − adenocarcinoma in situ− 
adenocarcinoma invasivo. 
• Estudos em modelos de lesão pulmonar de ratos identificaram uma 
população de células multipotentes na junção bronquooloalveolar, denominadas 
células-tronco bronquioloalveolares (CTBA) após a lesão pulmonar periférica, 
as CTBA multipotentes sofrem expansão nos tipos célulares normais (células 
bronquiolares e células alveolares) encontrados nesse local, o que facilita a 
regeneração epitelial. 
• Postula-se que as CTBA incorrem no evento inicial oncogênico (ex: uma 
mutação somática no K-RAS) que permite que essas células “escapem” dos 
mecanismos normais de checagem, resultando em adenocarcinomas 
pulmonares. 
• Carcinomas de grandes células são tumores epiteliais malignos 
indiferenciados com ausência de características citológicas de carcinoma de 
células pequenas e sem diferenciação glandular ou escamosa as células 
normalmente têm grandes núcleos, nucléolos proeminentes e moderada 
quantidade de citoplasma. 
• Os carcinomas de células grandes provavelmente representam células 
escamosas ou adenocarcinomas tão indiferenciados que já não podem ser 
reconhecidos por meio de microscopia óptica ao exame ultraestrutural, no 
entanto, a diferenciação glandular ou escamosa mínima é comum. 
• Os carcinomas de pequenas células do pulmão geralmente apresentam-
se cinza-claro, de localização central, com extensão para o parênquima 
pulmonar e envolvimento precoce dos linfonodos hilares e mediastinais esses 
tumores são compostos por células que variam de redondas a fusiformes, com 
pouco citoplasma e cromatina finamente granular figuras de mitoses são 
frequentemente encontradas. 
• Apesar da denominação pequenas, as células neoplásicas são 
geralmente duas vezes o tamanho de linfócitos típicos. 
• A necrose invariavelmente está presente e pode ser extensa. 
• As células tumorais são marcadamente frágeis e, muitas vezes, mostram 
fragmentação e “artefatos de esmagamento”em amostras de biópsia outra 
característica dos carcinomas de pequenas células, mais bem apreciada em 
espécimes citológicos, é resultante do amoldamento nulclear e aposição de 
células tumorais que têm pouco citoplasma. 
• Esses tumores frequentemente expressam uma variedade de marcadores 
neuroendócrinos, além da secreção de uma variedade de hormônios 
polipeptídicos, que podem resultar em síndromes paraneoplásicas. 
• Minoria significativa de carcinomas pulmonares demonstra mais de uma 
linha de diferenciação celular, algumas vezes várias sugerindo que todos sejam 
derivados de uma célula progenitora multipotente para todas esses 
neoplasmas, é possível traçar o envolvimento de cadeias sucessivas de 
linfonodos sobre a carina, no mediastino e no pescoço (linfonodos escalenos) e 
regiões claviculares e, mais cedo ou mais tarde, metástases à distância. 
• Envolvimento do linfonodo supraclavicular esquerdo (linfonodo de 
Virchow) é particularmente característico e, às vezes, chama a atenção para um 
tumor primário oculto esses tumores, quando avançados, muitas vezes se 
estendem para o espaço pleural ou pericárdico, levando à inflamação e derrame, 
eles podem ainda comprimir a veia cava superior ou se infiltrar nela, causando 
congestão venosa ou a síndrome da veia cava. 
• Neoplasias apicais podem invadir o plexo braquial ou cervical simpático, 
causando dor intensa na distribuição do nervo ulnar ou produzindo a síndrome 
de Horner (enoftalmia ipsilateral, ptose, miose e anidrose) esses neoplasmas 
apicais, por vezes, são chamados de tumores de Pancoast, e a combinação dos 
seus achados clínicos é conhecida como síndrome de Pancoast, o tumor de 
Pancoast é muitas vezes acompanhado por destruição da primeira e segunda 
costelas e vértebras torácicas. 
• Como acontece com outros tipos de câncer, a classificação pelo sistema 
tumor-linfonodo-metástase (TNM) foi criada para indicar o tamanho e a 
propagação da neoplasia primária. 
• CURSO CLÍNICO: Os carcinomas de pulmão são silenciosos e, em 
muitos casos, as lesões insidiosas se espalham de modo que se tornam 
irressecáveis antes de produzir sintomas. 
• Em alguns casos, tosse crônica e expectoração chamam a atenção para 
doença localizada e ressecável. 
• Rouquidão, dor torácica, síndrome da veia cava superior, derrame 
pericárdico ou pleural e atelectasia segmentar persistente ou pneumonia 
aparecem, o prognóstico é sombrio. 
• Muitas vezes, o tumor demonstra sinais oriundos da sua propagação 
metastática para o cérebro (alterações neurológicas e mentais), fígado 
(hepatomegalia) ou ossos (dor) embora as suprarrenais possam ser quase 
totalmente obliteradas pela doença metastática, a insuficiência adrenal (doença 
de Addison) é incomum, uma vez que ilhas de células corticais suficientes para 
manutenção da sua função comumente se mantêm. 
• Em geral, CPCNP apresentam melhor prognóstico que os CPCP 
quando os CPCNP (carcinomas de células escamosas ou adenocarcinomas) 
são detectados antes de ocasionar metástases ou infiltração profunda, a cura 
pode ocorrer, por lobectomia ou pneumonectomia. 
• Os CPCP, comumente já causaram metástase no momento em que são 
inicialmente detectados, mesmo se o tumor primário for pequeno e localizado 
assim, a ressecção cirúrgica não é um tratamento viável, esses tumores são 
muito sensíveis à quimioterapia, mas invariavelmente são reicidivantes a 
média de sobrevivência, mesmo com o tratamento, é de um ano. 
• Estima-se que 3-10% de todos os pacientes com câncer de pulmão 
desenvolvam síndrome paraneoplásica 1- hipercalcemia causada por 
secreção de peptídeo relacionado com o hormônio da paratireoide (lesões 
osteolíticas também causam hipercalcemia, mas nesse caso não são 
consideradas como síndrome paraneoplásica; 2- síndrome de Cushing (a 
partir do aumento na produção de hormônio adrenocorticotrópico); 3- 
síndrome de secreção inadequada de hormônio antidiurético; 4- síndromes 
neuromusculares, incluindo uma síndrome miastênica, neuropatia periférica e 
polimiosite; 5- baqueteamento dos dedos e osteoartropatia pulmonar 
hipertrófica 6- anormalidades de coagulação, incluindo tromboflebite 
migratória, endocardite não bacteriana e coagulação intravascular disseminada. 
• Secreção de calcitonina e outros hormônios ectópicos tem sido detectada 
em testes, mas esses produtos não provocam síndromes características. 
• A hipercalcemia é mais frequentemente encontrada nas neoplasias de 
células escamosas, e as síndromes hematológicas estão relacionadas com os 
adenocarcinomas. 
• As demais síndromes são mais comuns em neoplasia de células 
pequenas, mas existem exceções. 
• TUMORES CARCINOIDES: Os tumores carcinoides são neoplasias 
malignas compostas por células que contêm centro denso com grânulos 
neurossecretores em seu citoplasma, e raramente, secretam polipeptídeos 
hormonais ativos. 
• Eles são classificados em carcinoides típicos (baixo grau) e atípicos (grau 
intermediário); na maioria das vezes, ambos são operáveis e curáveis. 
• Ocasionalmente ocorrem como parte da síndrome de neoplasia endócrina 
múltipla (é uma síndrome hereditária, caracterizada por hiperplasia (aumento do 
órgão) ou por adenomas das glândulas paratireoides, tumores de células das 
ilhotas pancreáticas e tumores hipofisários). 
• Os carcinoides brônquicos ocorrem em idade precoce (média de 40 anos) 
e representam cerca de 5% de todas as neoplasias pulmonares. 
• MORFOLOGIA: A maioria dos carcinoides se origina em brônquios 
principais e crescem em um dos dois padrões: 1- polipoide com obstrução, 
formando uma massa esférica intraluminal ou 2- como placa mucosa bronquial 
penetrando a parede e se espalhando no tecido peribrônquico, chamada lesão 
em “colar de botões”. 
• Mesmo essas lesões penetrantes empurram o tecido pulmonar e se 
mantêm lá razoavelmente bem demarcadas. 
• Os carcinoides periféricos são menos comuns. 
• Apesar de 5-15% dos tumores carcinoides terem sofrido metástase para 
os linfonodos hilares até o diagnóstico, metástases distantes são raras. 
• Histologicamente, os carcinoides típicos, como os seus homólogos 
(semelhantes) no trato intestinal, são compostos de ninhos de células uniformes 
que possuem núcleos redondos regulares, com cromatina em “sal com pimenta”, 
mitoses ausentes ou raras e baixo pleomorfismo (capacidade de variar sua forma 
de acordo com o período do ciclo de vida). 
• Os tumores carcinoides atípicos exibem maior índice mitótico (mas menos 
que os carcinomas de pequenas ou de grandes células) e necrose focal os 
atípicos têm maior incidência de metástases para linfonodos e à distância do que 
os carcinoides típicos. 
• Ao contrário dos carcinoides típicos, o subtipo atípico demonstra 
mutações no TP53 (genes supressores tumoral) em 20-40% dos casos. 
• O carcinoide típico, o carcinoide atípico e o carcinoma de pequenas 
células podem ser considerados como representantes de um contínuo aumento 
de agressividade histológica e potencial maligno dentro do espectro das 
neoplasias pulmonares neuroendócrinas. 
• A maioria dos tumores carcinoides manifesta-se com sinais e sintomas 
relacionados com o seu crescimento intraluminal (causam tosse, hemoptise e 
infecções brônquicas e pulmonares recorrentes). 
• Tumores periféricos são muitas vezes assintomáticos, sendo descobertos 
incidentalmente em radiografias torácicas raramente eles induzem a 
síndrome carcinoide, caracterizada por crises intermitentes de diarreia, rubor e 
cianose. 
• As taxas de sobrevida correspondem a 5-10 anos para cerca de 85% dos 
pacientes com carcinoide típico, enquanto esses índices caem para 35-56% para 
carcinoides atípicos. 
• Apenas 5% dos pacientes com tumores neuroendócrinos pulmonares, 
CPCP (câncer de pulmão de células pequenas), sobrevivem até 10 anos. 
• MESOTELIOMA MALIGNO: O mesotelioma maligno é um tumor raro, 
originado das células mesoteliais, geralmenteproveniente de pleura visceral ou 
parietal, embora também ocorra, menos comumente, no peritônio e pericárdio. 
• Tem assumido grande importância, devido a sua relação com a exposição 
profissional ao asbesto (um tipo de mineral usado em pisos vinílicos, telhas, 
caixas d’água, para o isolamento acústico, etc). 
• Aproximadamente 50% das pessoas com esse tumor têm histórico de 
exposição ao asbesto aqueles que trabalham diretamente com o asbesto 
(trabalhadores de estaleiros, mineiros e isoladores) são as pessoas que 
apresentam maiores riscos de desenvolver o tumor, mas o mesotelioma maligno 
tem aparecido em pessoas cuja única exposição foi viverem próximas a fábricas 
ou morarem com pessoas que trabalham com o asbesto. 
• O período latente para o desenvolvimento do mesotelioma maligno é 
longo, frequentemente 25-40 anos após a exposição inicial ao asbesto, sugestivo 
de que vários eventos somáticos genéticos são necessários para a conversão 
neoplásica de uma célula mesotelial. 
• A combinação do consumo de cigarros e a exposição ao asbesto aumenta 
os riscos de carcinoma pulmonar, mas não aumenta necessariamente os riscos 
de desenvolver mesotelioma maligno. 
• MORFOLOGIA: Os mesoteliomas malignos são frequentemente 
precedidos por extensa fibrose pleural (calcificação da pleura) e formação de 
placas, facilmente vistas na tomografia computadorizada. 
• Esses tumores começam em uma área localizada e com o tempo se 
espalham amplamente, por crescimento contíguo ou difusamente, por 
semeadura das superfícies pleurais. 
• Na necropsia, o pulmão afetado apresenta superfície branco-amarelada, 
firme, algumas vezes, com camada gelatinosa do tumor que oblitera o espaço 
pleural. 
• As metástases à distância são raras. 
• A neoplasia pode invadir diretamente a parede torácica ou o tecido 
pulmonar subpleural. 
• As células mesoteliais normais são bifásicas, dando origem a células de 
revestimento pleural, assim como o tecido subjacente fibroso. 
• Histologicamente, os mesoteliomas podem estar em conformidade com 
um dos três padrões: 1- epitelial, no qual as células cubides formam espaços 
tubulares e microcísticos, em que as pequenas projeções formam papilas 
tornando-o suscetível de ser confundido com o adenocarcinoma pulmonar; 2- 
sarcomatoso, no qual as células são fusiformes e algumas vezes têm aparência 
de fibroblastos 3- bifásico, que apresenta ambas as áreas, sarcomatosa e 
epitelial. 
• O asbesto não é removido ou metabolizado pelos pulmões, de modo que 
as fibras permanecem no corpo pelo resto da vida com isso, o risco de vida 
após exposição não diminui ao longo do tempo (ao contrário do tabagismo, pelo 
qual o risco diminui à medida que a pessoa cessa o hábito de fumar). 
• Há uma hipótese de que as fibras de asbesto se depositam 
preferencialmente perto da camada de células mesoteliais, onde geram 
espécimes reativos de oxigênio que causam danos ao DNA com mutações 
potencialmente oncogênicas. 
• Mutações somáticas de dois genes supressores do tumor têm sido 
encontradas no mesotelioma maligno.

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