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 MÓDULO
 IEM
 
OBJETIVOS 
1. Discorrer a cerca do juramento de Hipócrates e as consequências do não cumprimento, correlacionando com a realidade atual.
Juramento de Hipócrates 
"Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes. Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva. Conservarei imaculada minha vida e minha arte. Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam. Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados. Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça." 
Criado 4 séculos antes de Cristo, o JH contém em sua essência preceitos considerados fundamentais da Ética médica, como o reconhecimento da sacralidade da vida e o respeito à dignidade humana. É um fator afirmados e de compromisso com os princípios éticos vigentes. Contudo com as conquistas tecnológicas atuais, foi introduzido muitas inovações no exercício na medicina e passaram a conclamar uma revisão de seus postulados éticos. Buscando-se adequar à realidade de cada época o JH teve diversas alterações ao longo dos anos, partes omitidas e outras acrescentadas. Respeito ao paciente, compromisso em honrar a profissão e o segredo médico são alguns ideais presentes até hoje nos juramentos. Algumas partes perderam validade como os votos de honrar seu mestre e seus filhos e provê-los financeira e intelectualmente se necessário. Temas conflitantes como eutanásia e aborto passaram a ser excluídos em alguns casos enquanto outros temas não implícitos no juramento, mas que adquiriram importância hoje, como consentimento informado e justiça social, passaram a ser incluídos. 
Levantam-se questões como: é necessário um juramento? Se sim, deve ser um juramento de 2000 anos ou um novo? O juramento faz um médico diferente ou até melhor do que aquele que não jurou? 
Apesar das discussões, os juramentos são amplamente utilizados nas escolas médicas em todo o mundo, algumas usam versões modernas do JH, outras a Declaração de Genebra ou um juramento próprio. A utilização de juramento médico é amplamente difundida nas escolas médicas brasileiras, mas, ao contrário de outros países, os textos utilizados ainda são baseados, em sua grande maioria, no JH e não abordam temas atuais relevantes para a Ética Médica e Bioética. É importante que se discuta os juramentos durante a graduação, proporcionando aos estudantes a oportunidade de debater os compromissos que julgam essenciais a seu exercício profissional. A partir daí, caberá a eles a escolha de fazer um juramento e que tipo de juramento vão prestar. Esta reflexão é fundamental para a 
 
identificação do formando com a sua profissão e para impedir que o juramento hipocrático se torne um juramento “hipócrita” e sem valores para o estudante.
2. Relacionar a influência dos impactos e avanços nos meios de comunicação com o exercício médico (paciente x médico).
No século XX ocorreram pelo menos seis revoluções científicas, todas com forte impacto na prática médica: atômica, biológica, espacial, informática, nanotecnológica e a mais recente, denominada “pan-epistemológica”. Nesse cenário, dois conceitos – o referencial bioético da autonomia e a tecnologia da informação (portanto, a própria comunicação) – tiveram, nas últimas décadas, indiscutíveis influências na prática médica em geral e na relação médico-paciente em particular.
Observou-se que a internet é uma fonte importante para conhecimentos sobre a saúde nas relações de médicos e pacientes. Tais descobertas indicam uma mudança no papel do paciente, de um recipiente passivo da assistência para um consumidor ativo de informações sobre saúde e isto tem o potencial de promover um engajamento maior na manutenção e cuidado da saúde.
O acesso à informação técnico-científica, aliado ao aumento no nível educacional das populações, tem feito surgir um paciente que busca informações sobre sua doença, sintomas, medicamentos e custos de internação e tratamento. Na área da saúde há cada vez mais informação disponível e ampliou-se substancialmente o acesso à informação, sobretudo por meio da internet. A principal característica que diferencia a internet dos demais meios de comunicação consiste na infinidade de fontes de informação disponíveis e na postura ativa do indivíduo. Essas informações obtidas na internet modificam ou interferem na relação médico-paciente. Os médicos estão deixando de serem os detentores supremos do saber e passam a ser questionados por pacientes cada vez mais informados. Antes da consulta médica, as pessoas podem procurar na internet informações sobre as queixas que vêm apresentando ou sobre a doença que já sabem que têm. A porta de entrada costuma ser o site de buscas Google. A partir dele, mergulham em sites especializados e blogs. Estima-se que metade dos pacientes chega ao consultório trazendo informações da internet. O médico tem que considerar que o paciente tem a informação e, o paciente tem que considerar que o médico, além da informação, tem a formação, ou seja, a habilidade de aplicar a informação. 
Mediante ao comportamento deste novo perfil de pacientes, tantos os médicos quanto os hospitais mais modernos do mundo desenvolvido, o novo processo de gestão hospitalar é totalmente informatizada e a tecnologia está presente em todas as etapas de atendimento ao paciente (Valle, 2010). A implantação do sistema de Prontuário Eletrônico do Paciente - PEP que crescem aceleradamente, permitirá que em médio prazo, todos os pacientes da rede pública e privada dos hospitais paulistanos utilizem pulseiras com códigos de barras, garantindo que médicos e enfermeiros tenham acesso imediato a informações para o diagnóstico e tratamento. Além disto, os hospitais caminham para a especialização no diagnóstico e tratamento de doenças de alta complexidade, investindo maciçamente em novas tecnologias. No futuro, sem perder de vista o papel de prestar assistência de forma diferenciada e oferecer serviços especiais, as instituições hospitalares estarão mais preparadas para cuidar do paciente de maneira holística. O hospital do futuro deverá dispor de recursos humanos e tecnológicos para cuidar das pessoas nas dimensões biológica, psíquica e social. Entretanto, os avanços da medicina não estão reconhecidamente associados à maior satisfação dos médicos com a profissão (SMITH, 2001). Para Seckin (2010), os pacientes encontram-sedescontentes ao que se refere à relação com os médicos. Esses fatores, somados à preocupação com o aumento dos custos com a assistência e a eclosão de questões conflituosas entre usuários e prestadores de serviços na área de saúde, conferem um interesse renovado a estudos e reflexões sobre a relação médico-paciente.
3. Determinar os órgãos que regulam as práticas médicas diante das possíveis infrações.
O que é o conselho de medicina?
1 - O CRM-MS é uma instituição de direito público que congrega, por força de lei, cerca de 4000 médicos, aproximadamente 1% dos profissionais da medicina no Brasil. (Esfera regional)
2 - A competência e a legitimidade do conselho decorrem de lei federal - 3268/57 - aprovada pelo congresso nacional. 
3 - Nos limites da lei de sua criação são 3 as suas competências básicas: 
a) CARTORIAL - É um órgão que reconhece e registra títulos e diplomas dos médicos, habilitando-os ao exercício legal da medicina; 
b) FISCALIZADOR - Fiscalização do exercício profissional perante as pessoas físicas e jurídicas, em todos os ramos e especialidades da atividade médica; 
c) JUDICANTE - Obrigação de receber, conhecer e julgar as denúncias de infrações no âmbito Ético-Profissional;
4 - A lei confere ainda aos conselhos a prática de ações de ordem política, visando promover, por todos os meios ao seu alcance, o perfeito desempenho ético e técnico da profissão e o prestígio e bom conceito da medicina. 
5 - O exercício de tais prerrogativas, de suma importância para a classe médica e para a sociedade, exige muita qualidade dos membros que compõem o seu colegiado. 
6 - É um encargo honorífico que exige dedicação, abnegação, decoro, integridade, imparcialidade, compromisso social e renúncia a interesses pessoais ou de grupos. 
7 - o objetivo maior do médico é a saúde de seu paciente, portanto têm os conselhos de medicina a obrigação de defender a sociedade de má prática médica. 
8- O Conselho Federal de Medicina, CFM, é um órgão que possui atribuições constitucionais de fiscalização e normatização da prática médica. Criado em 1951, sua competência inicial reduzia-se ao registro profissional do médico e à aplicação de sanções do Código de Ética Médica. (Esfera federal)
O que é o Sindicato Médico? 
O Sindicato sempre atuou e lutou pelos direitos dos médicos, na defesa pela melhoria das condições de trabalho e remuneração, já que a Constituição prega que é o Sindicato o único órgão com representação legal para realizar a defesa do médico, tanto individual quanto coletivamente. 
O que é a Associação Médica? 
A Associação Médica Brasileira é uma sociedade sem fins lucrativos, cuja missão é defender a dignidade profissional do médico e a assistência de qualidade à saúde da população brasileira. A entidade, possui 27 Associações Médicas Estaduais e 396 Associações Regionais. Compõem o seu Conselho Científico 53 Sociedades Médicas que representam as especialidades reconhecidas no Brasil. Buscando o aprimoramento científico e a valorização profissional do médico, desde 1958, a AMB concede Títulos de Especialista aos médicos aprovados em rigorosas avaliações.
SIDIMED: O Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia tem como objetivo fundamental defender os interesses da classe médica na sua a luta por salários e condições de trabalho dignas. O Sindimed é a representação maior da classe médica no Estado da Bahia, filiado à Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O Sindimed foi fundado em 12 de dezembro de 1934 (era Vargas), mas só foi reconhecido pelo Ministério do Trabalho em janeiro de 1937.
Definição de erro médico
Caracteriza-se por ser o dano provocado no paciente pela ação ou inação do médico, no exercício da profissão, e sem a intenção de cometê-lo. Há três possibilidades de suscitar o dano e alcançar o erro: imprudência, imperícia e negligência.
	
	 NEGLIGÊNCIA
	 IMPRUDÊNCIA
	 IMPERÍCIA
	DEFINIÇÃO:
	Falta de cuidado e desleixo proposital em determinada situação.
	Falta de reflexão ou precipitação em tomar atitudes diferentes daquelas aprendidas ou esperadas.
	Falta de conhecimento ou habilidade específica para o desenvolvimento de uma atividade científica ou técnica.
	EXEMPLO MÉDICO:
	Médico esquece material cirúrgico dentro do corpo do paciente. 
	alta prematura, ou a realização de uma operação cesariana sem a equipe cirúrgica mínima necessária.
	Especialista em clínica médica e faz uma cirurgia para colocar prótese de silicone em uma paciente.
4. sobre o código de ética médica enfatizando as práticas irregulares correlacionando com o Elucidar Doutor e Juliano do problema.
Códigos de Ética Médica 
Os códigos de Ética Médica se debruçam sobre um conjunto de normas ligadas ao comportamento do médico durante o chamado ato médico, ou seja, em cabal atividade profissional. Ele tem um enfoque educativo e outro punitivo, sendo que ambos convergem para a construção da cidadania. A estrutura destes códigos é disposta em capítulos que por sua vez compreendem artigos, que abordam múltiplos temas relativos ao relacionamento dos médicos com seu entorno. Todas estas iniciativas foram legitimadas por conselhos ou ordens que integram as categorias profissionais do país, e posteriormente foram promulgadas pelos governos federais, tornando-se lei para a classe. 
Códigos de Ética Médica brasileiros 
Os códigos de Ética Médica brasileiros tiveram suas raízes históricas e o contexto da evolução dos seus princípios, a partir da tradição hipocrática até o desenvolvimento técnico-científico da atualidade. Grande parte da influência destes códigos foi contextualizada com os acontecimentos do mundo ocidental e seu aparecimento foi tardio, somente no início do século XX e seu enriquecimento ocorreu a partir da criação do Conselho Federal de Medicina, em 1945. Os princípios do código de Ética Médica não são leis imutáveis, destinadas a controlar o médico, mas sim, um norte ao qual ele deve guiar sua conduta. Aos Conselhos Federal e Regionais de Medicina, cabe interpretar esses princípios de acordo com cada circunstância. 
Considerações sobre o Código atual 
O código trata, dentre outros temas, dos direitos dos médicos, da responsabilidade profissional, dos direitos humanos, da relação com pacientes e familiares, da doação e transplantes de órgãos, da relação entre médicos, do sigilo profissional, dos documentos médicos, do ensino e da pesquisa médica, e da publicidade médica. 
São mantidos os princípios tradicionais que regem a prática médica, desde o juramento de Hipócrates: a honestidade e a dedicação do médico, sua obrigação de preservar a vida, de não prejudicar os doentes, mas sim respeitar seus interesses, sua privacidade e a confidencialidade 
O princípio de liberdade do indivíduo é outro pilar do atual Código. A pessoa é livre para escolher seu médico, livre para aceitar ou rejeitar o que lhe é oferecido: exames, consultas, internações, atendimento de qualquer espécie, prontuários médicos, participação em pesquisa clínica, transmissão de dados, etc. Mas o exercício da liberdade depende de o paciente receber informações justas, claras e adequadas. Daí a importância do consentimento informado, livre e esclarecido. O médico deve exercer a Medicina sem discriminação de qualquer natureza, deve praticar a solidariedade entre médicos e, pessoalmente responsável pelos seus atos, deve preservar a sua independência profissional, livrando-se, em 
benefício dos pacientes, de influências pessoais ou materiais de empregadores, pagadores, instituições, indústria e outros interesses. 
 O Novo Código leva em conta o progresso científico e tecnológico, a evolução das práticas profissionais, o exercício cada vez mais assalariado da profissão e a ampliação do papel do médico, suas múltiplas formas de trabalho e possibilidades de inserção profissional.
Buscou-se um Código justo, já que a Medicina deve ser sempre equilibrada entre o serviço ao indivíduo e a saúde pública e o bem-estar da sociedade. O imperativo é o princípiode liberdade do médico, que deve estar concatenado com a liberdade do paciente. Este é o contrato tácito e implícito de todo ato médico, que permeia o novo Código. 
Outra categoria de princípios ressaltada pelo novo Código diz respeito às habilidades e qualidades exigidas do médico, pois é essa a missão que a sociedade lhe confere. Para cumprir sua missão, o médico deve ser competente para tanto. Daí a relevância da habilidade profissional e o compromisso do médico com a ciência, reconhecendo obviamente seus limites.
 Observa-se, dessa forma, que ferem uma prática da medicina ética, as ações do médico do problema. A exemplo, temos a cobrança “por fora” do SUS de cirurgias e a passagem do carimbo para outro profissional que ainda está no internato. Inclusive, o DR. Não poderia contar a juliano sobre o caso em que estava operando. Conferindo afastamento do código de ética.
5. Discorrer sobre o programa mais médicos, suas implicações e suas discussões.
Apesar dos avanços conquistados pela Atenção Primária e Estratégia Saúde da Família no SUS, ainda persistem desafios com relação à universalização do acesso e à qualidade dos serviços, tendo como um dos fatores a defasagem e a distribuição desigual de médicos. O Governo brasileiro propôs o Programa Mais Médicos (PMM), em julho de 2013, para o Brasil, considerado como um conjunto de medidas para: avançar no provimento emergencial de médicos, fixação e formação de médicos no SUS.
Posteriormente, tal programa, foi convertida em Lei, em outubro do mesmo ano (Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013), faz parte dos chamados “Pactos em favor do Brasil”.
No que se refere ao provimento médico, o governo dá preferência a profissionais formados no Brasil, contudo, em caso de não preenchimento das vagas, estas são oferecidas a médicos estrangeiros interessados em trabalhar na atenção básica, utilizando uma licença provisória, concedida por um período de três anos, renováveis por mais três. Cabe ressaltar que, segundo o PMM, a concessão de tal licença não requer a realização dos testes de validação do diploma de graduação, mas apresenta uma série de exigências, como a obrigatoriedade de trabalhar em um território específico e em unidades de saúde da ESF.
O Programa não se esgota nessa medida. Ele busca, ainda, realizar uma avaliação seriada dos graduandos em medicina, ampliar o espaço de temas, como atenção básica e atendimento de urgência e emergência no currículo médico, regular a abertura e a oferta de cursos de medicina, de acordo com critérios definidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da Educação, bem como formular novas diretrizes curriculares para os Cursos de Medicina no País.
Destarte, o lançamento desse Programa suscitou debates acalorados, com discursos polêmicos e controversos observados nas entidades de classe da sociedade civil, nas escolas médicas, no âmbito das organizações e conselhos que congregam gestores das instituições públicas de saúde, entre outros, configurando-se, assim, como um dos temas que evidenciam os conflitos que perpassam o debate político atual na área de saúde no Brasil.
6. Determinar aspectos demográficos relacionados a medicina atual. 
A abertura sem precedentes no número de cursos e escolas médicas levou ao aumento no tamanho da população médica, que, no entanto, carece de políticas públicas que estimulem a migração e a fixação de profissionais em áreas do interior e menos desenvolvidas.
Apesar de contar, em janeiro de 2018, com 452.801 médicos (razão de 2,18 médicos por mil habitantes), o Brasil ainda sofre com grande desigualdade na distribuição da população médica entre regiões, estados, capitais e municípios do interior.
O Sudeste é a região com maior razão de médicos por 1.000 habitantes (2,81) contra 1,16, no Norte, e 1,41, no Nordeste. Somente o estado de São Paulo concentra 21,7% da população e 28% do total de médicos do País. Por sua vez, o Distrito Federal tem a razão mais alta, com 4,35 médicos por mil habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro, com 3,55. Na outra ponta estão estados do Norte e Nordeste. O Maranhão mantém a menor razão entre as unidades federativas, com 0,87 médico por mil habitantes, seguido pelo Pará, com razão de 0,97. “Há uma desproporção gritante entre as unidades da federação e entre as regiões: 39 cidades com mais de 500 mil habitantes concentram 60% dos médicos, enquanto os 40% estão distribuídos no país para atender o restante da população”, pontuou o presidente do CFM, Carlos Vital, que diante do quadro apresentou propostas para uma melhor distribuição dos médicos. “Um ponto fulcral é a criação de uma carreira de Estado para o médico e demais profissionais de saúde, que dê segurança jurídica, permita a educação continuada, ofereça condições de trabalho e valorize o trabalho do profissional para que ele se fixe nas cidades do interior”
Se a comparação entre regiões e unidades da federação traz um olhar macro sobre a desigualdade, quando se separam as capitais e as cidades do interior agrupadas por estratos populacionais, as diferenças se destacam ainda mais. No País, as capitais das 27 unidades da federação reúnem 23,8% da população e 55,1% dos médicos. Em síntese, mais da metade dos registros de médicos em atividade se concentra nas capitais, onde mora menos de um quarto da população do País. A razão das 27 capitais é de 5,07 médicos por mil habitantes. No interior, esse índice é 1,28, ou seja, 3,9 vezes menor.
A manutenção desse problema, na avaliação das lideranças médicas, decorre da ausência de políticas públicas que estimulem a migração e a fixação dos profissionais nas áreas mais distantes dos grandes centros, de modo particular no interior das Regiões Norte e Nordeste. Dentre os problemas, está a precariedade dos vínculos de emprego, a falta de acesso a programas de educação continuada, a ausência de um plano de carreira (com previsão de mobilidade) e inexistência de condições de trabalho e de atendimento, com repercussão negativa sobre diagnósticos e tratamentos, deixando médicos e pacientes em situação vulnerável.
A Demografia Médica 2018 indica que o crescimento da população médica vem sendo acompanhado de uma mudança no perfil de idade e de gênero desse grupo, acentuando-se processos de feminização e de juvenização da categoria no Brasil. Antes era uma profissão marjoritariamente masculina, hoje a mulher vem ganhando espaço e participando cada vez mais significativamente do contingente de profissionais médicos. Apesar de ainda não ser maioria em todos os aspectos,o sexo feminino já predomina entre os médicos mais jovens, sendo 57,4%, no grupo até 29 anos, e 53,7%, na faixa entre 30 e 34 anos.
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OBJETIVOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Discorrer a cerca do juramento de Hipócrates e as consequências do não cumprimento, 
correlacionando com a realidade atual.
 
Juramento de Hipócrates 
 
"Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea
, e tomo por testemunhas todos os deuses e 
todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: Estimar, tanto 
quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele 
partilhar meus
 
bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar
-
lhes esta arte, se eles tiverem 
necessidade de aprendê
-
la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, 
das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu me
stre e os discípulos inscritos segundo os 
regulamentos da profissão, porém, só a estes. Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu 
poder e entendimento, nunca paracausar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem 
remédio mortal 
nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma 
substância abortiva. Conservarei imaculada minha vida e minha arte. Não praticarei a talha, mesmo sobre 
um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso 
cuidam. Em toda casa, aí entrarei 
para o bem dos doentes, mantendo
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me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo 
dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados. Àquilo que no exercício 
ou fora do exercício
 
da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso 
divulgar, eu conservarei inteiramente secreto. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja 
dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado par
a sempre entre os homens; se eu dele 
me afastar ou infringir, o contrário aconteça." 
 
 
Criado 4 séculos antes de Cristo, o JH contém em sua essência preceitos considerados fundamentais da 
Ética médica, como o reconhecimento da sacralidade da vida e o respe
ito à dignidade humana. É um fator 
afirmados e de compromisso com os princípios éticos vigentes. Contudo com as conquistas tecnológicas 
atuais, foi introduzido muitas inovações no exercício na medicina e passaram a conclamar uma revisão de 
seus postulados 
éticos. Buscando
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se adequar à realidade de cada época o JH teve diversas alterações ao 
longo dos anos, partes omitidas e outras acrescentadas. Respeito ao paciente, compromisso em honrar a 
profissão e o segredo médico são alguns ideais presentes até hoje n
os juramentos. Algumas partes 
perderam validade como os votos de honrar seu mestre e seus filhos e provê
-
los financeira e 
intelectualmente se necessário. Temas conflitantes como eutanásia e aborto passaram a ser excluídos em 
alguns casos enquanto outros te
mas não implícitos no juramento, mas que adquiriram importância hoje, 
como consentimento informado e justiça social, passaram a ser incluídos. 
 
Levantam
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se questões como: é necessário um juramento? Se sim, deve ser um juramento de 2000 anos ou 
um novo? O j
uramento faz um médico diferente ou até melhor do que aquele que não jurou? 
 
Apesar das discussões, os juramentos são amplamente utilizados nas escolas médicas em todo o mundo, 
algumas usam versões modernas do JH, outras a Declaração de Genebra ou um juram
ento próprio. A 
utilização de juramento médico é amplamente difundida nas escolas médicas brasileiras, mas, ao 
contrário de outros países, os textos utilizados ainda são baseados, em sua grande maioria, no JH e não 
abordam temas atuais relevantes para a Ét
ica Médica e Bioética. É importante que se discuta os 
juramentos durante a graduação, proporcionando aos estudantes a oportunidade de debater os 
compromissos que julgam essenciais a seu exercício profissional. A partir daí, caberá a eles a escolha 
de fazer
 
um juramento e que tipo de juramento vão prestar. Esta reflexão é fundamental para a 
 
 
 
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1. Discorrer a cerca do juramento de Hipócrates e as consequências do não cumprimento, 
correlacionando com a realidade atual. 
Juramento de Hipócrates 
"Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e 
todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: Estimar, tanto 
quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele 
partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem 
necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, 
das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os 
regulamentos da profissão, porém, só a estes. Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu 
poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem 
remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma 
substância abortiva. Conservarei imaculada minha vida e minha arte. Não praticarei a talha, mesmo sobre 
um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam. Em toda casa, aí entrarei 
para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo 
dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados. Àquilo que no exercício 
ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso 
divulgar, eu conservarei inteiramente secreto. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja 
dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele 
me afastar ou infringir, o contrário aconteça." 
 
Criado 4 séculos antes de Cristo, o JH contém em sua essência preceitos considerados fundamentais da 
Ética médica, como o reconhecimento da sacralidade da vida e o respeito à dignidade humana. É um fator 
afirmados e de compromisso com os princípios éticos vigentes. Contudo com as conquistas tecnológicas 
atuais, foi introduzido muitas inovações no exercício na medicina e passaram a conclamar uma revisão de 
seus postulados éticos. Buscando-se adequar à realidade de cada época o JH teve diversas alterações ao 
longo dos anos, partes omitidas e outras acrescentadas. Respeito ao paciente, compromisso em honrar a 
profissão e o segredo médico são alguns ideais presentes até hoje nos juramentos. Algumas partes 
perderam validade como os votos de honrar seu mestre e seus filhos e provê-los financeira e 
intelectualmente se necessário. Temas conflitantes como eutanásia e aborto passaram a ser excluídos em 
alguns casos enquanto outros temas não implícitos no juramento, mas que adquiriram importância hoje, 
como consentimento informado e justiça social, passaram a ser incluídos. 
Levantam-se questões como: é necessário um juramento? Se sim, deve ser um juramento de 2000 anos ou 
um novo? O juramento faz um médico diferente ou até melhor do que aquele que não jurou? 
Apesar das discussões, os juramentos são amplamente utilizados nas escolas médicas em todo o mundo, 
algumas usam versões modernas do JH, outras a Declaração de Genebra ou um juramento próprio. A 
utilização de juramento médico é amplamente difundida nas escolas médicas brasileiras, mas, ao 
contrário de outros países, os textos utilizados ainda são baseados, em sua grande maioria, no JH e não 
abordam temas atuais relevantes para a Ética Médica e Bioética. É importante que se discuta os 
juramentos durante a graduação, proporcionando aos estudantes a oportunidade de debater os 
compromissos que julgam essenciais a seu exercício profissional. A partir daí, caberá a eles a escolha 
de fazer um juramento e que tipo de juramento vão prestar. Esta reflexão é fundamental para a 
 
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