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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO UFRGS
ADMINISTRAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E SOCIEDADE
PORTO ALEGRE 30/10/2020
Sobre esta poderosa e importante tríade (Administração, Organizações e Sociedade), julgamos relevante tecer brevemente sobre a relação de causa e efeito que uma exerce sobre a outra, o que culminará inevitavelmente em espécie de linha do tempo que pode vir a ser bastante útil para nossa pertinente reflexão.
No contexto de nossa tríade concordamos em pensar que o fator primeiro do qual os outros dois fatores são, respectivamente, consequências direta e indireta, é o fator sociedade. Acreditamos nisso pois se voltarmos alguns anos no tempo até o período paleolítico, o que existia eram apenas pessoas que formavam pequenos grupos divididos entre caçadores e coletores que viviam suas vidas em função de matar a fome através da caça de animais e da coleta de frutas, raízes e afins. Esta foi a primeira fase da sociedade humana, portanto fator causador.
Ao longo do tempo a sociedade foi evoluindo, ganhando complexidade, sentido e começou a se questionar sobre questões que ninguém havia se questionado antes. Então surgiram as primeiras organizações, que foram as religiosas, os exércitos, os Estados e todo tipo de organizações que são criadas e ganham complexidade ao longo do tempo para conseguirem acompanhar os novos desafios e mudanças da sociedade, sua causa direta.
Nesse contexto a administração é um fenômeno bastante recente, embora já bastante maduro para sua idade. Possivelmente por seu caráter empírico e eficientista. Fato é que a administração, que surgiu em 1903 com a Teoria de Administração Científica de Taylor, é uma resposta às dificuldades da sociedade em lidar com as organizações e suas complexidades. Certamente os hominídeos não precisariam de um Fayol para suprirem as demandas de sua singela sociedade, mas as velhas respostas geralmente não respondem às novas perguntas. O homem moderno, do final do século XIX, se via diante de desafios como o de produzir bens em quantidades nunca antes feitas pelo ser humano, com pouco recurso tecnológico e com uma mão de obra não escrava de um Estado qualquer ou coagida por um exército qualquer.
As teorias organizacionais administrativas que surgiram no início do século XIX foram certamente elementos chave para o sucesso da industrialização de bens e serviços que tornaram a vida de todos mais agradável. Acreditamos que deve haver cautela no julgamento de determinadas teorias como inadequadas ou “obviamente improdutivas” pois estamos a quase um século e meio de distância do início desta jornada.
Tiremos como exemplo o Taylorismo que embora não tenha sido completamente superado ainda, está distante de ser o padrão corporativo vigente. Esta teoria certamente foi uma revolução para sua época, principalmente quando observado o pioneirismo de Taylor, que diferente de seus sucessores, não tinha em quem se embasar. Não sabemos dizer se Taylor não enxergou os passos à frente ou se somente decidiu focar seus esforços no próximo passo que precisava ser dado, que era este a produtividade.
Fato é que Taylor desenvolveu uma teoria que tornou fábricas mais produtivas através de seus métodos. Mas pensamos que o grande legado de Taylor e a sua teoria da administração científica está mais na roda que começou a girar por causa dos resultados do que dos resultados em si. A evolução rápida e eficiente das teorias organizacionais administrativas tem seu trunfo no fato de que a sucessora sempre usufrui da antecessora para desenvolver suas diretrizes e métodos. Mesmo que seja com intuito de difundir ideias diametralmente contrárias como o caso da teoria de administração científica de Taylor que acreditava que o sucesso viria trabalhando-se de baixo para cima, ou seja, dos operários ao diretor e a teoria de administração clássica de Fayol que acreditava que o sucesso viria se o trabalho fosse desempenhado com um enfoque de cima para baixo, ou seja, capacitando e organizando a parte administrativa da organização que por sua vez tomaria decisões mais assertivas e comandaria o “corpo” do negócio com mais sabedoria.
Outra teoria administrativa que é vista com certo preconceito atualmente, principalmente no Brasil por conta da forma com que é usada, é a Teoria Burocrática de Max Weber que foi adotada largamente pelo setor estatal e em alguns países, como o Brasil, esses entes exageram largamente na dose e fazem parecer como se a burocracia fosse por si só algo ruim, quando na verdade é somente a forma com que ela está sendo empregada que é o real problema. O excesso de burocracia no estado brasileiro causa deformidades significativas principalmente no que tange a desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias, novas formas mais rápidas e baratas de se fazer o que já vem sendo feito. Isso porque (o excesso) de burocracia exige um controle rígido demais aos meios de se fazer as coisas, ao ponto de perder o foco do resultado da tarefa para focar na tarefa em si. Como dizia Paracelso (1538) “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. Graças ao efeito dominó, o mau
uso da burocracia cria entidades engessadas, ultrapassadas e faz com que o recorte da sociedade que precise de algo de uma entidade com essa característica perca tempo demais, dinheiro demais ou até fique sem o seu direito visto o custo de obtê-lo.
Assim estão profundamente enganados aqueles que acham que teorias administrativas ficam e/ou tem seus efeitos somente dentro das empresas, o efeito dominó citado no parágrafo anterior é bilateral, ou seja, assim como a sociedade impõe certas demandas às organizações e teorias administrativas, as respostas desta última por sua vez também infringem mudanças nas organizações e consequentemente na sociedade. Os papéis de causa e efeito são transitórios. Os fatores não conseguem polarizar-se em somente um papel para sempre.
Imaginemos o tamanho da mudança de paradigma nas organizações e na sociedade quando em 1932, Mayo propôs através de sua Teoria das Relações Humanas, que para chegar ao sucesso as organizações precisariam ouvir atentamente seus colaboradores e mais, adaptarem-se a eles. Certos conceitos nascem tanto tempo a frente de seu tempo que seus cunhadores não têm tempo de vê-los na prática. Certamente Mayo ficaria orgulhoso de ver os escritórios do Google e Facebook, mas por outro lado ficaria preocupado em saber que estes são exceções à regra, mesmo quase um século depois.
O momento atual é de exposição indiscriminada de cotidiano nas redes sociais, enviamos e recebemos informações diariamente, muitas vezes sem perceber. O documentário “O Dilema das Redes” relata e nos ajuda a refletir sobre como estamos suscetíveis a manipulações de todos os tipos, como o que comprar, como se vestir ou onde ir. Nossas vidas estão expostas a organizações que desenvolvem produtos e propagandas baseadas em nossas vontades e medos, para que consigam ganhar mais dinheiro nos vendendo exatamente o que queremos ou o que essas organizações nos fazem acreditar que queremos ou precisamos.
Concluímos que todas as atividades da nossa vida passam por organizações, nosso nascimento, educação, trabalho, diversão, alimentação, e muitas outras atividades passam por diversas organizações e profissionais antes de chegar até nós como produtos ou serviços.
As organizações têm um sistema hierarquicamente organizado com profissionais que cumprem seus trabalhos individualmente para benefício de toda a organização, e são responsáveis por entregar serviços ou produtos.
Segundo Fayol (1918) “a divisão do trabalho permite produzir mais e melhor com o mesmo esforço”, portanto se mostra necessário a especialização de cada profissional na sua função dentro do seu cargo designado. Assim, todas as especializações dentro do contexto da organização são necessárias e trabalham para atingir o mesmo objetivo. Um exemplo são as pessoas que têm acesso à educação passam por instituições de ensino durante um período maior ou igual a 8 anos, sofrem influênciapor parte de seus professores, colegas e ambiente em que estão inseridos, portanto, fica evidente a influência que as organizações têm durante boa parte de nossas vidas ou por toda nossa vida.
A passos curtos e lentos, assim caminha a humanidade. Certamente evoluímos bastante desde os hominídeos da era paleolítica. A administração parece ter um passo mais acelerado, parece haver um gap menor entre as demandas sociais e as teorias administrativas se comparando com outros aspectos que permeiam a vida contemporânea. Pode-se dizer que estamos no caminho certo.
REFERÊNCIAS
HUBERMAN, L. História da Riqueza do Homem: do feudalismo ao século XXI. 22a ed. rev. e ampl. Nova York: Monthly Review Press, 1959.
FAYOL, H. Administração Industrial e Geral. 10. Ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1989.
TAYLOR, F. Princípios de Administração Científica. 7. Ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 1971.
WEBER, M. Conceitos Básicos de Sociologia. 5a edição. São Paulo: Centauro, 2002.