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1 Disciplina: Gestão Estratégica de Pessoas Autores: Esp. Kátia Taras Revisão de Conteúdos: Esp. Murillo Hochuli Castex Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki Ano: 2019 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Kátia Taras Gestão Estratégica de Pessoas 1ª Edição 2019 Curitiba, PR Editora São Braz 3 Editora São Braz Rua Cláudio Chatagnier, 112 Curitiba – Paraná – 82520-590 Fone: (41) 3123-9000 Coordenador Técnico Editorial Marcelo Alvino da Silva Revisão de Conteúdos Murillo Hochuli Castex Revisão Ortográfica Juliano de Paula Neitzki Desenvolvimento Iconográfico Juliana Emy Akiyoshi Eleutério FICHA CATALOGRÁFICA TARAS, Kátia. Gestão Estratégica de Pessoas / Kátia Taras. – Curitiba: Editora São Braz, 2019. 63 p. ISBN: 978-85-5475-345-0 1. Gestão. 2. Competências. 3. Estratégia. Material didático da disciplina de Gestão Estratégica de Pessoas – Faculdade São Braz (FSB), 2019. Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Sumário Prefácio ................................................................................................................. 07 Aula 1 – História e evolução da gestão estratégica de pessoas ............................ 09 Apresentação da Aula 1 ......................................................................................... 09 1.1 Pessoas e o mundo contemporâneo: grupos e equipes .......................... 09 1.2 Equipes e trabalho em equipe ................................................................. 14 1.3 Ameaças à efetividade do grupo e da equipe .......................................... 15 1.4 Gestão de pessoas e organizações ......................................................... 16 1.5 Competências ......................................................................................... 17 1.5.1 Soft Skills ............................................................................................... 18 1.6 Cultura Organizacional ........................................................................... 21 1.7 Contratos Psicológicos e Cultura Organizacional ................................... 22 Conclusão da aula 1 .............................................................................................. 24 Aula 2 – Processo Motivacional ............................................................................. 25 Apresentação da Aula 2 ......................................................................................... 25 2.1 Conceitos ............................................................................................... 25 2.1.1 Processo Motivacional .......................................................................... 27 2.1.2 Tipos de Motivação ............................................................................... 28 2.1.3 Motivação Extrínseca ............................................................................ 28 2.1.4 Motivação Intrínseca ............................................................................. 28 2.2 Teorias da Motivação ............................................................................. 29 2.3 Significado do trabalho como fator motivacional .................................... 32 2.4 Motivação em equipes ........................................................................... 33 2.5 Alcance da motivação nas pessoas ....................................................... 33 Conclusão da aula 2 .............................................................................................. 35 Aula 3 – Trabalho em Equipe ................................................................................. 35 Apresentação da Aula 3 ......................................................................................... 35 3.1 Conceitos ............................................................................................... 35 3.2 Lidar com as diferenças .......................................................................... 40 3.3 Desenvolvendo Equipes ......................................................................... 42 Conclusão da aula 3 .............................................................................................. 45 Aula 4 – Desenvolvimento de pessoas .................................................................. 46 Apresentação da Aula 4 ......................................................................................... 46 4.1 Organização e aprendizagem ................................................................. 46 4.2 Como se dá a aprendizagem organizacional ........................................... 47 4.3 Universidade corporativa ........................................................................ 49 4.3.1 Universidade corporativa x universidade tradicional ................................. 51 6 4.4 Comprometimento .................................................................................... 52 4.5 Autoconhecimento e autodesenvolvimento .............................................. 54 4.6 A necessidade do autodesenvolvimento no espaço profissional ............... 55 Conclusão da aula 4 .............................................................................................. 59 Índice Remissivo ................................................................................................... 60 Referências ........................................................................................................... 62 7 Prefácio Uma provocação para você que começa a ler esta apostila, e que escolheu este curso. Acredito que você já tenha, em algum momento, parado para pensar, escutado em cursos, ou até mesmo comentado em roda de amigos, o termo “Recursos Humanos”, como se fosse algo a se comprar, pegar no armário, abrir uma gaveta e estar lá lhe aguardando. Até entendemos quando se fala sobre recursos hídricos, recursos financeiros, enfim. Mas quando tratamos de pessoas, será que “humanos” atrelado a recursos já basta? Parece nada humanizado, não é mesmo? Aliás, o termohumanizado vem tomando conta de diversas áreas, vamos esperar que realmente muitos serviços se tornem verdadeiramente preocupados com o ser humano, que haja empatia, preocupação, desejo de colaboração, de cura, de envolvimento, enfim... e nas organizações, que pessoas deixem de ser um número, para serem vistas por aquilo que verdadeiramente são. Que tenham um nome e sejam conhecidas por ele. Frente a isso, que tal você começar a pensar de uma outra maneira? Como você chamaria a área das empresas que “cuida de gente”? Qual nomenclatura daria? Por outro lado, será que as pessoas reconhecem quando uma organização se preocupa com elas, devolvendo em produtividade e motivação? Nem preciso comentar sobre assiduidade, ética, honestidade e outras competências comportamentais. Sim, aqui temos pessoas e organizações. Seres humanos diferentes, com pensamentos e culturas diferentes em uma mesma organização. É preciso manter esse sistema organizado e produtivo. Então, nada melhor do que uma Gestão desse capital chamado “ser humano”. Neste módulo, você saberá um pouco da Evolução histórica da Gestão de Pessoas, competências, cultura organizacional, o trabalho em equipe, contratos psicológicos, como as pessoas se motivam, tipos de motivação, teorias da motivação, o desenvolvimento de pessoas, universidade corporativa; como é e qual é a sua finalidade; e a importância do autoconhecimento e autodesenvolvimento para gerar comprometimento. Conhecer mais sobre os processos organizacionais relacionados à Gestão Estratégica de Pessoas permite que você tenha um novo olhar e 8 desenvolva uma análise crítica sobre como está hoje o RH e como estará e deverá ser reformulado para os profissionais do futuro. Poderá atuar estrategicamente junto aos demais setores da organização, auxiliando-a no encontro de soluções adequadas, para que as pessoas estejam felizes em seu ambiente profissional e possam produzir de acordo com o que a organização espera. Você já imaginou um ambiente corporativo no qual haja duas vias com um tráfego chamado sucesso? Você gostaria de ser responsável por isso? É aqui que a importância do estudo desta disciplina se estabelece. Parabéns! Você começa a perceber que Gestão Estratégica de Pessoas é conhecer mais sobre “gente”, sobre você, sobre a pessoa que está ao seu lado equacionando ser humano e produtividade. Sucesso nesta sua nova etapa! 9 Aula 1 – História e evolução da gestão estratégica de pessoas Apresentação da aula 1 Olá, aluno! Seja bem-vindo à primeira aula da disciplina Gestão Estratégica de Pessoas. Nela, você conhecerá um pouco das teorias da administração que até os dias de hoje embasam as formas de administrar as organizações e como estão relacionadas à Gestão de Pessoas. 1.1 Pessoas e o mundo contemporâneo: grupos e equipes Você sabe a diferença entre Recursos Humanos, departamento de pessoal e gestão de pessoas? Seriam a mesma coisa? Será que em algumas organizações essas nomenclaturas representam diferentes tarefas? Muitas vezes, depende do porte e da estrutura daquela organização. As diferenças existem, sim. O Departamento de Pessoal originou-se na década de 1930 e tem as atividades de folha de pagamento, contratação, férias, enfim, atividades mais burocráticas. Na década de 1990, verificou-se a necessidade de valorizar as pessoas, para que se sentissem bem no ambiente de trabalho. Nesse cenário, entram os Recursos Humanos para atividades como: seleção, integração, plano de carreira, avaliação de desempenho, e a Gestão de Pessoas envolve: liderança, processos e administração eficaz dos talentos daquela organização. Antes de falarmos especificamente sobre pessoas e o mundo contemporâneo, juntamente com grupos e equipes, é necessário pontuar as diferenças entre Gestão Estratégica, Planejamento Estratégico, bem como trazer um pouco da evolução do Recursos Humanos. Se você já conhece, vamos reforçar seu conhecimento, se ainda não viu nada a respeito, o momento é agora. Planejamento é um processo gerencial que diz respeito à formulação de objetivos para a seleção de programas de ação e para a sua execução, levando em conta as motivações internas e externas à empresa e sua evolução esperada. Gestão Estratégica é uma forma de acrescentar novos elementos de reflexão e ação sistemática e continuada, a fim de avaliar a situação, elaborar 10 projetos de mudanças estratégicas e acompanhar e gerenciar os passos de implementação. Como o próprio nome diz, é uma forma de gerir toda uma organização, com foco em ações estratégicas em todas as áreas. A gestão é um conjunto de procedimentos e ajustes do indivíduo a um estereótipo de eficiência previamente definido pela empresa. A organização define estratégias e as transforma em instrumentos, processos e práticas de gestão, e o sistema é uma simples extensão das demais funções administrativas. A avaliação de desempenho é realizada para destacar aspectos positivos, levantar deficiências e propor planos de ação para o colaborador alcançar os resultados esperados e estabelecidos pela organização. Nesse sentido, ajuda a empresa a detectar aqueles colaboradores que estão com a produtividade abaixo do esperado, sendo possível implantar programas de treinamento e capacitação focados em sanar estes tipos de deficiências. O grande sucesso das empresas, e o que faz cada instituição ser bem- sucedida e alcançar lucro, são as pessoas que nela trabalham, portanto, não há empresa se não houver pessoas. Mesmo que hoje se fale tanto em inteligência artificial, processos robotizados, ainda serão necessárias pessoas, ainda que, eventualmente, em novas tarefas e profissões. As pessoas geram as vantagens competitivas das organizações, a forma como trabalham, produzem, se comportam, agem, executam, se aperfeiçoam e alcançam resultados, mesmo que dependendo de como cada empresa estabelece a forma como lidar com esses indivíduos no formato de suas políticas e diretrizes. A Gestão de Pessoas foi influenciada, de alguma forma, pelas Teorias da Administração, em um contexto em que cada autor defendia sua teoria como a melhor. No contexto em que foram criadas, atendiam perfeitamente a situação de problemas industriais e corporativos que emergiam. É importante conhecê-las e saber que todas são ainda aplicáveis e, com seus devidos ajustes, embasam a gestão de pessoas atual. São elas: 1) Administração Científica (1903) – Frederick Taylor Explora a organização das tarefas no ambiente de trabalho. Com a racionalização do trabalho dos operários, a gestão de pessoas nesse período baseava-se na seleção, no preparo, no controle e na execução dos funcionários, sempre visando acelerar o processo produtivo, produzindo mais em menos tempo, mas com qualidade. 11 2) Teoria da Burocracia (1909) – Max Weber Ênfase na eficiência e eficácia, relações mais autoritárias e normativas. Aqui, a formalidade, impessoalidade, autoridade, hierarquia e divisão do trabalho estão presentes. 3) Teoria Clássica (1916) – Henry Fayol Busca a máxima eficiência por meio da estrutura organizacional, divisão do trabalho com a finalidade de produzir mais e melhor e especialização dos funcionários na busca da produtividade. Está relacionada à autoridade, disciplina e remuneração justa. 4) Teoria das Relações Humanas (1932) – Elton Mayo Com a experiência de Howthorne, o homem é visto mais como um ser social, guiado por necessidades, como: afeto, segurança, aprovação etc. A teoria das relações humanas influenciou outras teorias relacionadas à satisfação, à motivação, ao comprometimento, à liderança, à capacitação, ao clima e à cultura organizacional. Trouxe aspectos emocionais como influenciadores no processo produtivo. 5) Teoria Estruturalista (1947) Uma espécie de conciliação das teorias burocrática,clássica e das relações humanas. Aqui, surgem características modernas para o “homem organizacional”, como: flexibilidade, tolerância, e desejo de realização. 6) Teoria dos Sistemas (1951) Uma abordagem mais ampla, como o próprio nome já diz, analisa diversas teorias e organizações, buscando compreender características semelhantes entre elas. 7) Abordagem Sociotécnica (1953) Percebe a importância da interação entre pessoas, tecnologia, estruturas da sociedade e comportamento humano. Elaborada durante a segunda guerra mundial, visa otimizar a produtividade e o bem-estar dentro das organizações. 8) Teoria neoclássica (1954) Retoma a teoria clássica com ênfase na prática administrativa, na gestão e nos resultados. Aqui, uma das referências foi Peter Drucker, o pai da administração. 9) Teoria comportamental (1957) A motivação humana aparece com a teoria de Maslow, preocupação com as pessoas e seus comportamentos nas organizações. 12 10) Desenvolvimento Organizacional (1962) O autor desta teoria foi Leland Bradford e traz o estudo da estrutura e do comportamento. 11) Teoria das Contingências (1972) Resumidamente, diz que nada é absoluto na organização, tudo “depende”. A partir da década de 1990, novas abordagens foram sendo realizadas, teorias retomadas e atualizadas frente às novas demandas da globalização, das mudanças no mundo contemporâneo, do aumento da concorrência, do impacto do desenvolvimento da tecnologia, e, principalmente, a fim de aliar organizações, visando o bem-estar e o atendimento das necessidades do ser humano, criando ambientes organizacionais que possam gerar lucro e, ao mesmo tempo, satisfação dos colaboradores com elevada motivação e produtividade, garantindo a sobrevivência destas. Gestão de Pessoas, segundo Chiavenato (2006), é uma área que deve saber lidar com mudanças, ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão, proporcionar competitividade à organização por meio do emprego adequado das habilidades e da força de trabalho. Os modelos de gestão de pessoas se estabeleceram da seguinte maneira: 1890 a 1960 – modelo de gestão de pessoas como departamento de pessoal; 1920 a 1960 – modelo de gestão de pessoas como gestão do comportamento humano; 1970 a 1980 – modelo estratégico de gestão de pessoas; 1980 em diante – gestão de pessoas por competência, avaliando atitudes, habilidades e conhecimentos de forma contínua na organização. Nesse contexto, o processo de integração é um dos processos de Gestão de Pessoas e tem como objetivo ambientar o colaborador em seus primeiros dias na organização, facilitando o início de suas atividades, proporcionando um ambiente mais acolhedor e minimizando o tempo de espera para gerar 13 resultados. Assim, uma integração bem-feita segue os seguintes passos: entrega de manual do colaborador explicando seu conteúdo, visitação a todos os setores da empresa, apresentação da liderança e do local específico do trabalho. A gestão estratégica tem a missão de conquistar e reter talentos na organização, produzindo e dando o máximo de si, de modo positivo e favorável aos objetivos da organização, em conjunto com os objetivos individuais, para alcançar a eficiência, a eficácia e a efetividade. O trabalho é o responsável por dominar as forças naturais, humanizar a natureza e autocriação. Pessoas eficientes e eficazes, que produzem e se sentem felizes naquela organização com as tarefas que desempenham, administram as diferenças individuais dentro da equipe e trazem soluções para a sua área da empresa. Poucas pessoas conseguem, em um primeiro momento, falar sobre a diferença entre o que é ser “eficaz” e “eficiente”, você sabe? Peter Drucker, o pai da administração, divide os conceitos da seguinte forma: Eficiência consiste em fazer certo as coisas, mas a nível operacional, realizar operações com menores recursos, tempo, orçamento, pessoas, matéria prima etc; Eficácia consiste em fazer as coisas certas e geralmente está relacionada ao nível gerencial. O teórico Peter Drucker (1909 – 2005) é considerado o pai da Teoria da Administração. Atuando como especialista de negócios, seu legado nesse campo de estudo é vasto. Ao todo, escreveu 39 livros, que apresentam ideias que desencadearam uma revolução na maneira de pensar a temática da gestão. Suas publicações The Practice of Management, de 1954, e The Effective Executive, de 1966, são consideradas obras referenciais para o entendimento da administração. A função do nível gerencial é levar as pessoas a fazer as coisas certas (eficácia), com a maior eficiência possível (menor uso de recursos, tempo etc). Nas empresas, muitas vezes, acontece de alguns funcionários serem extremamente eficientes em tarefas completamente inúteis, os “enxugadores de gelo”. Já percebeu isso? 14 Reflita Você é uma pessoa eficiente ou eficaz? Fonte: Chiavenato (2014). 1.2 Equipes e trabalho em equipe Equipe é um pequeno número de pessoas trabalhando juntas para um determinado fim, é o tipo de organização social mais antigo que existe. Desde os primórdios da História, os homens têm formado equipes para gerar novas ideias e para conseguir realizar coisas novas. No século XXI, a quantidade de conhecimento que se deve adquirir e a quantidade de tarefas que se deve cumprir são demais para que uma só pessoa assuma tudo e seja bem-sucedida. Assim, aqueles que aprendem a trabalhar produtivamente como integrantes de uma equipe estarão à frente no futuro. A natureza complexa do trabalho no século XXI praticamente exige que os empregados trabalhem em grupo. 15 Uma equipe é um grupo de pessoas trabalhando colaborativamente para atingir um mesmo objetivo. Colaboração indica um esforço em conjunto, especialmente das capacidades intelectuais. Uma equipe funciona de maneira adequada quando todos os seus integrantes cooperam entre si, confiam uns nos outros e planejam em conjunto, para que seus objetivos se tornem realidade. Em qualquer situação, duas ou mais pessoas trabalhando juntas podem aprimorar suas sugestões e chegar a soluções viáveis usando cada ideia exposta como um trampolim para o estabelecimento de novos padrões. Trabalho em equipe é o esforço conjunto dos integrantes de um grupo para atingir um objetivo comum, gerando maior criatividade, envolvimento e aumento da aprendizagem. Equipes são a melhor maneira de reagir aos cinco maiores desafios enfrentados pelas empresas atualmente em todo o mundo: mudanças tecnológicas rápidas e abrangentes; globalização industrial; competitividade intensa; mudanças nas expectativas dos clientes; e diversidade de mão de obra. A implementação de equipes tem sido o elemento comum entre as empresas que enfrentaram com sucesso esses desafios. Soluções Fonte: http://www.gcomm.com.br/wp-content/uploads/2015/02/banne_groupcomm_so lucoes.jpg 1.3 Ameaças à efetividade do grupo e da equipe Apesar de ser uma prática estabelecida desde os primórdios, trabalhar em equipe ainda pode incomodar algumas pessoas e muitos acabam não se http://www.gcomm.com.br/wp-content/uploads/2015/02/banne_groupcomm_solucoes.jpg http://www.gcomm.com.br/wp-content/uploads/2015/02/banne_groupcomm_solucoes.jpg 16 socializando, a individualidade é extrema e a inexperiência e o medo de tomar decisões interferem. Algumas vezes é o próprio clima da empresa que está contra a formação ou o trabalho em equipe, contando com funcionários que não acreditam na organização, uma equipe sem apoio da administração ou uma cultura organizacional sem ética. Há ainda desencantamento dos colaboradores, e aquele integrante que se sente estressado, alienado, inseguro ou não apreciado. Cabe ao líder estar atento a esse tipo de comportamento para tomar providências necessárias. Pessoas difíceis são tambémameaças à efetividade das equipes, por exemplo, aquelas que não sabem ouvir, que sempre acreditam que suas ideias são as melhores e devem prevalecer, que instalam conflitos, inclusive. É muito difícil mudar o comportamento dessa pessoa, o que cabe é o controle de si mesmo para evitar maior desgaste e possíveis problemas. Paciência é a estratégia mais importante. Adiante falaremos mais sobre tipos de pessoas difíceis. 1.4 Gestão de pessoas e organizações O que podemos usar como balizador para dizermos se aquele profissional é ou não competente? Neste tópico, falaremos sobre competência, sobre aquisição de habilidades, sobre soft skills e hard skills. Vocabulário Soft skills: diz respeito às habilidades comportamentais de um indivíduo. Hard skills: refere-se às habilidades técnicas adquiridas. Você sonha com um ambiente de trabalho pouco rígido, em que as pessoas se sintam mais à vontade, ou ainda prefere o tradicional ambiente organizacional? Ser menos ou mais rígido faz parte da cultura organizacional, outro tema desta aula é também como se estabelecem os contratos psicológicos junto à cultura organizacional. Vamos para mais essa aquisição de conhecimento na segunda aula de Gestão Estratégica de Pessoas. 17 1.5 Competências Diariamente os profissionais de Recursos Humanos se deparam com nomenclaturas diferenciadas relacionadas a uma série de novos processos na área de Gestão de Pessoas. Nesse sentido, são utilizados termos em inglês e muitos processos “importados”, aproveitados de estudos e aplicações realizadas com sucesso em outras culturas, como: endomarketing, coaching e turnover. Assim, são disponibilizadas novas ferramentas, métodos e tecnologias para a Gestão de Pessoas, para que o profissional dessa área não se envolva só com processos burocráticos, recrutamento e seleção, mas tenha uma visão estratégica, atendendo às expectativas da organização e das pessoas que nela trabalham. Vocabulário Endomarketing: é o marketing institucional interno; conjunto de estratégias e ações de marketing institucional voltadas para o público interno (empregados, revendedores, acionistas etc.); Coaching: é uma palavra em inglês que indica estratégias para evoluir em alguma área da sua vida; Turnover: definindo dentro do tema recursos humanos, refere-se ao movimento pelo qual um colaborador é substituído. Dentre as formas mais comuns de levantamento de perfil utilizadas pelas organizações, estão: a análise e descrição de cargos, entrevista com o solicitante da vaga, perfil de solicitação de abertura da vaga, formulário de levantamento de perfil e Código Brasileiro de Ocupações (CBO) e mapeamento de perfil. Tornar os profissionais mais engajados e comprometidos é um dos papéis da gestão de pessoas, possibilitando uma melhoria de qualidade de vida dentro da organização. A partir do momento em que a empresa se preocupa com o bem-estar do colaborador, ele passa a fazer o seu melhor, o que torna a gestão estratégica um diferencial competitivo no mercado. Também nesse contexto traçam-se metas, se avaliam resultados e se aprimoram pessoas e equipes. É gestão de capacidades, habilidades e talentos para atender as expectativas da goula Realce 18 organização e do próprio colaborador, tendo em vista profissionais motivados. Acredito que você já ouviu falar em gestão por competência, entrevista por competência, treinamento de desenvolvimento de competências. Mas o que é competência? Competência, em administração, refere-se à posse, por parte de um indivíduo ou de uma organização, das características necessárias para se realizar uma determinada atividade. A competência integra as diversas dimensões humanas quando se trata de desenvolver uma atividade, conhecimento, habilidade e atitude (CHA). O conhecimento está relacionado ao que você sabe, adquire por meio de leituras, aprende com suas vivências e estuda. Há muitas formas de se adquirir conhecimento. Habilidade é o que você sabe fazer, uma capacidade adquirida para desempenhar essa ou aquela atividade e atitude, por sua vez, é o que faço com aquilo que eu sei. Uma competência é mais do que apenas conhecimento e habilidades, envolve a capacidade de atender demandas complexas, recorrendo e mobilizando recursos, em contextos particulares. As competências, portanto, podem incorporar uma habilidade, mas são mais do que apenas ela. O mercado de trabalho fica cada vez mais acirrado e competitivo. Nesse sentido, é necessária a aquisição de novas competências, novas formações e especializações. Os perfis de vaga são cada vez mais exigentes, em um cenário bem diferente de anos atrás, em que bastava o ensino superior para ser contratado, ou qualificações profissionais menos exigentes, de modo que o anúncio, o recebimento e análise de currículo, a entrevista, os testes psicológicos e de habilidades são fatores fundamentais ao processo de recrutamento e seleção. 1.5.1 Soft skills Um bom currículo com cursos, pós-graduação, MBA, intercâmbios e outros títulos que agregam valor ao profissional não é mais o suficiente no mercado de hoje. Não que competências técnicas não sejam relevantes, porém, as competências mais importantes hoje para as organizações são as soft skills, ou competências comportamentais. 19 Soft skills são as competências que competem à personalidade e ao comportamento do profissional. Envolvem aptidões mentais, emocionais e sociais. Podemos dizer que são habilidades particulares, pois nascem de acordo com as experiências, cultura, criação e educação de cada pessoa, entre outros fatores. As soft skills também estão relacionadas à sua forma de se relacionar e interagir com as pessoas, de modo que afetam os relacionamentos no ambiente corporativo e, por consequência, a produtividade da equipe. Além de serem difíceis de avaliar, não são adquiridas com capacitação técnica. Do mesmo modo, há as hard skills, que são as habilidades adquiridas. Desse modo, são as competências técnicas que acrescentamos ao currículo, ou seja, habilidades que podem ser ensinadas em uma capacitação. Por exemplo, o aprendizado do funcionamento de um maquinário, a operação deste e os conhecimentos profissionais. Elas são desenvolvidas nos treinamentos corporativos para melhorar a qualificação profissional, podem também ser adquiridos em outras instituições de cursos técnicos, por exemplo. Nas organizações, muitos treinamentos são realizados para adquirir hard skills, seja em uma sala de aula ou já na operação e manuseio de um determinado equipamento. Exercitar uma competência técnica é mais fácil do que exercitar uma competência comportamental, ou as chamadas competências não-técnicas. É possível adquirir essas competências fazendo um curso ou lendo um livro. Basta ser ensinado e aprimorado. Para uma empresa, treinar um colaborador tímido para usar o seu sistema pode ser mais simples do que empregá-lo na área de vendas. Muito se ouve da importância da inteligência emocional, e ela é um dos pilares para aquisição de soft skills, no entanto, para muitos e principalmente para a geração mais jovem, a maior importância está na aquisição de hard skills, de competências técnicas. É necessário ressaltar que o trabalho com questões comportamentais é imprescindível para se formar um profissional de sucesso, tendo em vista que a maioria deles não se demonstra preparada para encarar o mercado de trabalho, pois, ao terminar o ensino médio, o que é cobrado dos jovens são as hard skills. E, na transição da adolescência para a vida adulta, os jovens encontram dificuldades em fortalecer a inteligência emocional. 20 Soft Skills Fonte: https://elearningindustry.com/wp-content/uploads/2016/02/4-tips-to-develop- soft-skill-courses-for-corporate-elearning-w820-e1454595146277.jpg As empresas mais modernas e desenvolvidas já buscam profissionaiscom essas características, e não somente com competências técnicas. É necessário que as novas gerações se voltem também para o desenvolvimento de soft skills, tendo em vista que elas equilibram o profissional, fazendo-o ter mais engajamento, motivação e produtividade. Curiosidade O que as empresas buscam? Segundo a pesquisa global Capgemini Digital Transformations Institute, de 2017, 60% das empresas estão em uma crise de soft skills entre seus funcionários. A pesquisa ainda revelou que a busca por profissionais com soft skills vem aumentando. E, a seguir, a porcentagem do que as empresas, dos 1.250 executivos da pesquisa, buscam: Foco no Cliente (65%): prestar bom atendimento e dedicar-se ao cliente; Colaboração (64%): cooperar com a equipe e na rotina de trabalho; Paixão por aprender (64%): sair da zona de conforto e ir em busca de novos conhecimentos; Habilidade Organizacional (61%): conhecimentos que o gestor precisa para compreender a complexidade da organização. Fonte: https://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/o-desafio-das-soft- skills/ https://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/o-desafio-das-soft-skills/ https://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/o-desafio-das-soft-skills/ 21 Muitas vezes ouvimos profissionais da área de Gestão e selecionadores dizendo que contratar alguém com um currículo repleto de cursos e habilidades técnicas é bem mais fácil do que contratar “gente”, porque essa é uma competência que nem todos possuem: boa comunicação, relacionamento interpessoal, entre outras, e aquele que conseguir se destacar nesses requisitos, que domina soft skills, terá a possibilidade de ser muito melhor sucedido. Algumas soft skills importantes para todos os profissionais: comunicação adequada, colaboração, relacionamento interpessoal, equilíbrio emocional, capacidade de trabalhar sob pressão, flexibilidade e adaptabilidade. Todas elas facilitam nossa convivência, nossa interação com outras pessoas, facilitam contornar de maneira adequada um momento mais intenso, seja na vida pessoal ou profissional. Levando-se em consideração tudo o que foi exposto, entendemos que as soft skills são as habilidades que muitas vezes temos como qualidades pessoais, mas que são as competências mais buscadas pelas empresas. Hoje só as hard skills não são mais o suficiente para destacar um profissional no mercado. Por isso, as soft skills vêm se tornando cada vez mais importantes e, pensando nisso, apresentamos dicas de como aperfeiçoá-las. 1.6 Cultura Organizacional Quando um candidato é chamado para uma entrevista, é importante que ele saiba um pouco da cultura da empresa na qual ele irá participar do processo seletivo. Correto? A cultura organizacional é tudo que envolve a rotina de uma empresa, o seu modus operandi responsável por guiar o comportamento de seus membros, práticas, hábitos, crenças, sistemas e muito mais. Vocabulário Modus operandi é uma expressão latina utilizada para determinar a maneira por meio da qual uma pessoa ou uma associação, empresa, organização ou sociedade, trabalha ou realiza suas ações. 22 Qual o jeito de ser da empresa? Valores? Missão? Qual tipo de ambiente proporciona aos seus colaboradores para que estes se sintam motivados? Quando se fala em cultura Google, o que lhe vem à cabeça? Qual tipo de cultura organizacional? Muito se fala sobre criar uma cultura organizacional, principalmente com o crescimento da mentalidade de que o trabalho deve ser um lugar prazeroso. Para que um profissional se sinta motivado, deve haver condições de trabalho adequadas, clima organizacional favorável, programas de incentivo, treinamento e capacitação, benefícios, participação nas decisões, feedback, comemorações e possibilidade de ascensão. Quando a cultura organizacional é favorável, todos se sentem fazendo parte desse ambiente, e, como consequência, se sentem envolvidos para o alcance de um objetivo maior. A cultura se estabelece por todos os “hábitos” da organização e deve ser bem abrangente. Cultura organizacional e liderança andam lado a lado. Sendo assim, é importante que as pessoas mais influentes na organização decidam (ou alinhem) o que é bem aceito e praticado lá dentro, métricas do trabalho, inovação, formas de aprendizado, processos mais rígidos ou mais abertos, tudo passa pela liderança, já que ela dá a direção ao time. Para se manter o comprometimento, comunicações devem ser feitas periodicamente sobre o que acontece na organização, resultados, objetivos, mudanças, evolução nos processos, reforçando sempre pontos fortes, proporcionando feedbacks e, junto com a equipe, buscar soluções para os pontos de maior deficiência da organização. 1.7 Contratos psicológicos e cultura organizacional As condições ambientais, fisico-psicológicas e o relacionamento no local de trabalho têm um grande impacto na eficiência e produtividade nas organizações, estas precisam estar em contato constante com seus colaboradores, acompanhando suas necessidades e problemas e a relação entre empregado e empregador deve ser estável. Contrato psicológico é o nome dado ao fenômeno psicossocial que ocorre sempre que se constroem 23 vínculos não formais, envolvendo a satisfação de necessidades de duas ou mais partes. Nas organizações existem expectativas do empregado em relação à empresa, e da empresa em relação ao empregado, que podem ser conscientes, relacionadas ao desempenho, segurança e recompensas financeiras; e inconscientes, com relação a uma expectativa de “ser cuidado” pelo empregador, e esses contratos psicológicos sofrem alterações, dependendo das necessidades tanto do empregado quanto do empregador. Os contratos psicológicos devem ser interpretados de maneira a traduzir corretamente o que a organização e o colaborador esperam, sendo efetivado quando se estabelecem as expectativas das partes, que se influenciam mutuamente. Contrato Psicológico Fonte: file:///C:/Users/Katia/Downloads/36544-Article%20Text-43081-1-10- 20120808%20(2).pdf Esse contrato, muitas vezes, acaba sendo violado e as percepções do não cumprimento deste exercem um impacto nas atitudes dos colaboradores e reflexos que deverão ser suportados pelas organizações. Assim, reduzem a confiança dos colaboradores, a satisfação e a intenção de nelas permanecer, apresentando um desequilíbrio na relação de trabalho. 24 Mídias O vídeo O Profissional do Futuro, do canal TEDx Talks, aborda conhecimentos para pensar e planejar ações para uma gestão adequada da equipe, amenizando as ameaças que possam surgir em um projeto, a fim de tornar uma equipe autogerenciável, potencializando o que os seus integrantes têm de melhor. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9G5mS_OKT0A Conclusão da aula 1 Nesta aula, você aprendeu sobre a evolução da gestão de pessoas e sobre o seu embasamento, que decorre de muitas das Teorias de Administração. Foi possível entender que a Gestão de Pessoas abrange os “departamentos” de Recursos Humanos e Departamento de Pessoal, visando o ser humano e a produtividade. Também foi possível verificar a diferença entre eficiência e eficácia, e que o trabalho em equipe pode ser muito mais fácil para encontrar novas soluções, tornando, muitas vezes, o trabalho mais leve. Em seguida, falamos sobre 3 “C’s”: competências, cultura organizacional e contrato psicológico. Cultura Organizacional diz respeito aos hábitos da organização, suas práticas e sua forma de estabelecer um ambiente para seus colaboradores. Para participar da cultura organizacional, um indivíduo deverá ser contratado, e essa contratação é realizada por meio da aprovação de suas competências, que são requeridas para desempenhar determinada função e gerar resultados para a organização, habilidades técnicas e habilidades comportamentais (hard skills e softskills). O perfil de contratação, assim, leva em conta a análise e descrição de cargos, que, por sua vez, descreve de forma organizada e formal as atribuições, deveres, responsabilidades e competências dos cargos, bem como suas especificações. O último “C” está relacionado ao contrato psicológico, que remete às expectativas geradas ao que a empresa deve proporcionar ao empregado (salário adequado, reconhecimento, bom ambiente etc), e o que o empregado deverá proporcionar à empresa (cumprir horários, postura adequada, resultados etc). A frustração desse contrato pode gerar conflitos. Por parte do trabalhador, suas expectativas frustradas fazem com que perca a confiança, se torne 25 desmotivado e possa gerar a intenção de uma ação trabalhista, já a empresa, tendo suas expectativas frustradas, poderá chegar à demissão daquele trabalhador. Atividade de Aprendizagem As empresas estão valorizando cada vez mais as competências comportamentais, pois elas fazem a diferença no momento de uma contratação, possuindo mais peso do que as competências técnicas. Faça uma lista de, no mínimo, 10 soft skills e como fazer para adquiri-las ou aprimorá-las. Aula 2 – Processo Motivacional Apresentação da aula 2 Olá, aluno! Você sabe por que está aqui? Você sabe o que o faz estar aqui? Estes são alguns questionamentos que a própria vida nos faz. Quais são as suas respostas? Você deve ter vários motivos para estar aqui conosco, para ter escolhido este curso, porém, há uma palavra que pode acompanhar todas as suas respostas, e você já ouviu falar muito nela: a motivação. 2.1 Conceitos Motivação é um termo utilizado com vários significados de maneira pouco correta, como: necessidade, impulso, desejo, vontade, meta, objetivo, motivo ou incentivo. A motivação está em todas esferas da nossa vida: profissional, pessoal, afetiva. Ela é a força interna que nos empurra na direção de todos os nossos sonhos e metas. 26 Motivação Fonte: http://www.sbie.com.br/wp-content/uploads/2016/05/1-Motiva%C3%A7% C3%A3o.jpg Assim, é um processo psicológico fundamental no comportamento individual, capaz de inspirar, instigar o indivíduo a seguir em frente e persistir. Trata-se de uma força interna surpreendente, e acreditamos que para alcançar qualquer objetivo ela é fundamental. É ela que nos faz agir. A palavra motivação vem do latim movere (mover) e é um elemento essencial para o desenvolvimento humano. MOTIVO + AÇÃO = MOTIVAÇÃO Apesar da sua enorme importância, é difícil definir a motivação em poucas palavras e não existe um consenso absoluto sobre o assunto. Motivação não é um traço de personalidade. Ela é o resultado da interação da pessoa com a situação que a envolve. As pessoas diferem quanto ao seu impulso motivacional básico e o mesmo indivíduo pode ter diferentes níveis de motivação, que variam ao longo do tempo. A pessoa pode estar mais motivada em um momento e menos em outra ocasião. A conclusão é que o nível de motivação varia entre as pessoas e em uma mesma pessoa ao longo do tempo. Portanto, a motivação é um elemento essencial para o desenvolvimento humano. Sem ela, cumprir as tarefas necessárias acaba sendo muito mais difícil, em especial quando nos deparamos com obstáculos e dificuldades. 27 2.1.1 Processo motivacional Os seres humanos são motivados por uma grande variedade de fatores. Uma pessoa pode gostar do seu trabalho porque ele satisfaz as suas necessidades sociais e de segurança. Porém, as necessidades humanas estão sempre mudando. O que motiva alguém hoje pode não motivar amanhã, e o que motiva você pode não motivar outra pessoa. Esse é um dos desafios das organizações quando se fala em motivar seus colaboradores. Ciclo Motivacional Fonte: elaborado pelo autor, adaptado pelo DI (2019). As organizações visam àquele profissional motivado e procuram manter essa motivação elevada, por meio de programas, benefícios, reconhecimento etc. Os líderes têm se preocupado em manter suas equipes motivadas, para conseguirem melhores resultados. Sem essa força interna, fica muito mais difícil lidar com adversidades, dificuldades, buscar soluções e até mesmo interagir. Pessoa Estado de Equilíbrio Necessidade que surge (impulso) Estado de tensão e desequilíbrio Comporta- mento focado na satisfação da necessidade Satisfação da necessidade 28 A motivação está diretamente ligada à capacidade de resiliência. Se o indivíduo não está motivado, é muito provável que desista quando encontrar obstáculos e desafios. E é fato: na busca de qualquer objetivo, você enfrentará dificuldades no caminho. Vocabulário Resiliência diz respeito à capacidade de se recobrar ou se adaptar à má sorte, às mudanças. 2.1.2 Tipos de motivação Existem dois tipos de motivação: a intrínseca e a extrínseca. Vamos aprender um pouco mais sobre cada uma delas. 2.1.3 Motivação extrínseca Trata-se da motivação gerada pelo ambiente. Ou seja, ela vem de fora e está relacionada a acontecimentos. Esse tipo de motivação é muito comum nos ambientes corporativos. Por exemplo, programas de recompensa e bônus para vendedores que atingem as metas podem ser considerados um tipo de motivação extrínseca. As estratégias de motivação extrínseca servem para auxiliar indivíduos a se manterem motivados, mas não são eficientes sozinhas. 2.1.4 Motivação intrínseca Também conhecida como automotivação, caracteriza-se por ser mais interna e pessoal. Trata-se da motivação que nasce sem a influência direta de fatores externos e é importantíssima, tanto para alcançar objetivos quanto para garantir a satisfação pessoal e profissional. 29 Quando a motivação está atrelada ao sentimento interno e individual de satisfação, contribui para o aumento do sentimento de prazer, competência e autodeterminação da pessoa. Independentemente da situação, ambiente ou acontecimentos, esse tipo de motivação é uma força impulsionadora, capaz de manter o indivíduo resiliente perante as dificuldades. Como você deve ter percebido, ela é importantíssima. Enquanto a motivação extrínseca depende dos outros, a intrínseca depende apenas de você. Ou seja, esse elemento está sob seu controle e você é capaz de adquirir esse tipo de motivação de maneira independente. A motivação intrínseca é a mais poderosa e mais importante. Pessoas que aprendem como se automotivar enfrentam as dificuldades da vida com mais facilidade e, como consequência, conseguem chegar muito mais longe, o que é resultado de autoconhecimento e reflexão. 2.2 Teorias da motivação Podemos classificar as teorias sobre motivação em três grupos: as teorias de conteúdo (que se relacionam com os fatores internos à pessoa e que ativam, dirigem, sustentam ou paralisam o comportamento, ou seja, as necessidades específicas que motivam as pessoas), as teorias de processo (que descrevem e analisam o processo pelo qual o comportamento é ativado, dirigido, mantido ou paralisado) e as teorias de reforço (que se baseiam nas consequências do comportamento bem ou malsucedido). Observe a tabela abaixo, a respeito das Correntes Históricas da Motivação: Grandes Correntes Históricas da Motivação Época Corrente/ autor Características Fator de motivação Necessidade dominante 1900 Taylorismo Divisão entre planejamento e execução; Especialização; Racionalização. Punições e recompensas pecuniárias. Fisiológicas 1924 Relações humanas Homem se comporta de acordo com as Relações interpessoais. Sociais 30 normas do grupo informal. 1954 Maslow Hierarquia das necessidades humanas: a cada momento há uma necessidade insatisfeita predominante. Perspectiva de satisfação da necessidade dominante. Hierarquia das necessidades 1959 Herzberg Divisão entre fatores higiênicos e motivacionais.Enriquecimento do trabalho. Estima; realização 1960 McGregor Duas formas de encarar o trabalhador: Teoria X e Teoria Y. Autonomia, desafios. Estima; autorrealização 1964 Vroom Pessoas com as mesmas necessidades predominantes não necessariamente irão se sentir motivadas da mesma forma. Expectação, instrumentalidade e valência. Estima 1960/ 1970 Democracia industrial na Noruega Organização como sistema aberto reflete os novos valores que surgem na sociedade. Sede de novos valores. Valor social do momento 1975 Programação Neurolingüíst ica/Bandler& Grindler Melhoria da relação interpessoal e da eficácia no alcance de objetivos mediante técnicas de comunicação e de programação pessoal. Comunicação sem vícios, atitude positiva. Estima 1990 Coaching /Fournies Técnica behaviorista para gerenciamento do desempenho. Reforços positivos. Estima 1990 Energização/ Byhan Qualidade e produtividade decorrem de uma energia positiva – Zapp!. Participação, comunicação eficaz, autonomia e reconhecimento. Estima; autorrealização Fonte: motivação dos quadros operacionais (HERING, 1996). 31 A teoria mais comentada e conhecida é a de Maslow, que é uma teoria de conteúdo, e sua pirâmide de necessidades, que subdivide-se em: necessidades fisiológicas; segurança; sociais; estima e autorrealização. Em sua teoria da necessidade, Maslow discorre sobre o suprimento das necessidades como fator gerador da motivação intrínseca. Veja a pirâmide de necessidades desenvolvida por esse pensador: Pirâmide das necessidades humanas de Maslow Fonte: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520447345/cfi/145!/4/4@0.00:0. 00 A pirâmide, começando da base: necessidades fisiológicas, de segurança, de amor e pertencimento, de autoestima e de automelhora. Além de nos sentirmos motivados quando essas necessidades são atendidas, a motivação também aparece perante a busca destas necessidades. As necessidades mais elevadas somente surgem na medida em que as necessidades primárias são satisfeitas e passam a predominar sobre os níveis mais baixos de necessidades. As necessidades mais baixas requerem um processo motivacional mais rápido (comer, dormir etc.), enquanto as mais elevadas requerem um ciclo extremamente mais longo. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520447345/cfi/145!/4/4@0.00:0.00 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520447345/cfi/145!/4/4@0.00:0.00 32 2.3 Significado do trabalho como fator motivacional Entender e aumentar a motivação nos empregados é uma das prioridades das empresas. Motivar pessoas é uma tarefa que depende da habilidade de influenciar o comportamento de cada uma delas. A motivação e o significado do trabalho são aspectos que os indivíduos atribuem à sua realização profissional, e ambos direcionam o seu relacionamento com a organização empregadora, fundamentando o trabalho e sua forma de concebê-lo. O significado do trabalho está intimamente ligado à motivação e é um processo subjetivo, que envolve componentes afetivos e cognitivos e, por se tratar de um construto complexo, permite várias perspectivas de análise. O grande fator motivacional é ver o real significado do trabalho como algo edificante e engrandecedor. Fazer o que se gosta, ver que seu trabalho rende para a empresa, para o cliente e para si mesmo faz com que o profissional esteja sempre se automotivando. O que pode desmotivar alguém nas organizações? Falta de reconhecimento, não gostar da função, clima ruim, apoio gerencial da boca para fora, falta de liderança, falta de recursos, comportamentos negativos, falta de prioridade, falta de consenso, benefícios não percebidos e remuneração inadequada (o pacote de remuneração deve se basear pelo salário nominal, gratificação e benefícios). Os benefícios também compõem a gestão da remuneração e estão diretamente ligados às necessidades básicas da maioria dos empregados, atendendo a objetivos individuais, econômicos e sociais. Na vida profissional, manter a motivação é mais do que essencial. É fato que funcionários motivados oferecem muito mais benefícios para as empresas. A motivação é especialmente importante nos cargos de liderança. No entanto, não deixa de ser fundamental em todos os colaboradores. Profissionais motivados, além de gerarem melhores resultados, são mais fáceis de gerenciar. Especialmente se falamos de motivação intrínseca. Aquele colaborador sempre fará o seu melhor, não porque tem medo de ser demitido ou espera recompensas, mas porque gosta do que faz e sente-se reconhecido pelas suas habilidades. Sabe, também, que aquelas tarefas estão contribuindo para que ele alcance seus objetivos pessoais, sejam eles de avanço na carreira, reconhecimento profissional ou satisfação com suas habilidades. 33 2.4 Motivação em equipes Para que as equipes funcionem de maneira harmônica e eficiente, é mais do que essencial que todos os seus membros estejam motivados. Mesmo que existam diversos problemas, a motivação é o primeiro passo para resolvê-los. Por exemplo, colaboradores motivados, quando percebem na equipe uma deficiência na comunicação, certamente trabalharão em prol de uma resolução. Essa solução pode estar no desenvolvimento de habilidades sociais e alinhamento de expectativas sobre a comunicação. Até mesmo na melhoria de processos internos, como estabelecer reuniões semanais para que a equipe se intere sobre o trabalho individual dos seus membros. Uma equipe em harmonia é capaz de feitos incríveis. É parte do trabalho de um bom líder certificar-se de que todos os colaboradores estão em sintonia e pessoalmente motivados. 2.5 Alcance da motivação nas pessoas A maioria das empresas, nos últimos anos, reconhece a necessidade de manter seus funcionários motivados, para que possam atingir sempre os melhores resultados, por isso, é necessário que os colaboradores estejam sempre estimulados a crescer, a alcançar metas e criar novas condições, atingindo os objetivos da melhor maneira possível. Atualmente, ser um bom profissional já não é o suficiente para se manter em um emprego, é preciso algo mais. Além da capacidade de renovar o seu conhecimento, o profissional deve se mostrar disposto, satisfeito e em constante inovação para o bom desempenho no trabalho. Pesquisa de clima organizacional, cursos motivacionais, dinâmicas de grupo, palestras, enfim, todo investimento é bem-vindo, para atingir os verdadeiros motivos que levem à ação cada ser humano, objetivando que eles encontrem simultaneamente a realização pessoal e profissional. O importante é saber em que ramo você atua e quais as características dos seus funcionários, para levantar o que é motivador para cada um deles. Às vezes, pode ser um prêmio altamente rentável, como uma viagem, enquanto para outros, apenas um momento de lazer já é suficiente, pois toda pessoa motivada faz o melhor para 34 alcançar seus objetivos, cria novas condições de conduzir de forma eficaz os imprevistos. A motivação move resultados, cumpre metas, atinge objetivos e cria facilitadores emocionais, para driblar os dificultadores do dia a dia. As organizações devem atentar para atitudes que motivem os seus colaboradores, tais como: ter um ambiente de trabalho positivo, facilitar aos empregados um âmbito para que tomem suas decisões e respeitá-las, mostrar para o colaborador como o seu trabalho pode afetar aos resultados do departamento ou da companhia e fazer com que ele se identifique com a identidade corporativa, aplicando feedback construtivo de seu desempenho, indicando os pontos de progresso e aqueles que podem melhorar. A motivação remete a forças propulsoras de cada colaborador e estão associadas à produtividade e desempenho, despertando o interesse dos dirigentes. Dessa forma,o crescimento da motivação para o trabalho se dá pela possibilidade de atender as expectativas da organização. Executivos e diretores gostariam de ver seus funcionários motivados e integrados com os objetivos da empresa, de forma que atinja o máximo de produtividade. Assim, os colaboradores tornam-se um meio para a busca dos fins definidos pela organização. Para que isso ocorra, deve-se trabalhar com trocas, ou seja, mostrar ao profissional o que a organização precisa. Seguindo esse caminho e fazendo algumas adaptações para cada caso, os profissionais da sua empresa poderão apresentar maiores resultados e trazer ganhos significativos para a organização. Motivar pessoas não é fácil, há uma dificuldade enorme, pois cada um tem pensamentos diferentes, ideias diferentes, gostos diferentes, e, por isso, devemos encontrar uma pessoa adequada para liderar, pois com pessoas motivadas, a empresa vai conseguir obter resultados positivos, baseados no aumento da produtividade. Podemos concluir que atualmente, para uma organização que visa o futuro, deve-se investir incessantemente na motivação do seu maior fator: o capital humano, responsável por obter lucros para a empresa, representando um diferencial competitivo nos negócios. 35 Conclusão da aula 2 Motivação foi o tema central desta aula. Foram vistos conceitos, tipos de motivação: intrínseca e extrínseca, teorias da motivação; que são várias; porém, a mais conhecida é a Pirâmide de Necessidades de Maslow. Além disso, foi apresentado como o trabalho pode ser um fator motivacional e como a motivação atua em nossas vidas. Atividades de Aprendizagem É possível se automotivar? Como fazê-lo? Descreva as formas de automotivação e como influenciam positivamente na realização de suas atividades. Aula 3 – Trabalho em equipe Apresentação da aula 3 Aluno, depois de conhecer um pouco mais sobre a motivação, iremos entrar em um universo muito conhecido, do qual você participa diariamente: o trabalho em equipe. Equipe e grupo possuem conceitos diferentes, também é necessário lidar com os diferentes integrantes do grupo ou da equipe e, apesar de várias cabeças pensando ao mesmo tempo, é necessário desenvolver essas equipes, para que possam dar resultados ainda melhores. E é sobre isso que iremos abordar nesta aula. 3.1 Conceitos O trabalho em grupo é tão antigo quanto a própria humanidade. Desde os grupos de caçadores da antiguidade até os grupos de mestres-aprendizes das corporações de ofício, o trabalho sempre guardou uma característica grupal. No final do século XVIII, com as análises de Adam Smith, iniciaram-se as reflexões sobre as possíveis vantagens da divisão do trabalho. Essa tendência 36 consolidou-se no início do século passado, com a chegada do chamado Taylorismo/Fordismo. Entretanto, em 1951, Walker descreve que o trabalho na linha de montagem, apesar de aparentar divisão do trabalho, era realizado de modo grupal (FIEURY, 1997). Se, por algum motivo, um indivíduo em um determinado ponto da linha apresentasse algum problema, outros corriam em seu auxílio. Não apenas por uma questão de solidariedade, mas pelo objetivo comum de não pararem a linha de produção. A cooperação, para a obtenção de um objetivo comum, é a base da sociedade humana (MARK, 2002). Adam Smith (1723 – 1790) foi um filósofo e economista britânico nascido na Escócia. É o precursor da economia moderna e um dos mais importantes teóricos do liberalismo econômico. É autor da obra Uma Investigação sobre a Natureza e a Causa da Riqueza das Nações, que continua sendo um referencial para gerações de economistas. Trabalho em Equipe Fonte: http://www.culture-counts.com/wp-content/uploads/2013/08/GettyImages- 488892667.jpg O trabalho em equipe nada mais é do que a soma dos esforços individuais e coletivos de um grupo de indivíduos, mas também é a soma das necessidades, inspirações, desejos individuais e coletivos (HACKMAN, 2000). Além disso, a interação com outras pessoas afeta profundamente a forma de pensar, de sentir e de agir de um indivíduo, alterando assim o seu comportamento. O sucesso de http://www.culture-counts.com/wp-content/uploads/2013/08/GettyImages-488892667.jpg http://www.culture-counts.com/wp-content/uploads/2013/08/GettyImages-488892667.jpg 37 uma equipe depende de adequado conhecimento desses contingentes, não sendo possível a abordagem do trabalho em grupo sem uma análise do comportamento humano, sem um estudo do que motiva e capacita um trabalhador a querer participar e se envolver com uma equipe. Equipe possui mais sinergia, em grupo não existe a atitude de colaboração mútua capaz de aumentar o nível de desempenho geral. Já em uma equipe, as pessoas se unem em um esforço coordenado. Um ajuda o outro e a responsabilidade é de todos. O desempenho de um grupo de trabalho é uma função daquilo que os membros fazem como indivíduos. O desempenho de uma equipe inclui tanto os resultados individuais como o que chamamos de produto do trabalho coletivo: aquilo que dois ou mais membros, trabalhando juntos, produzem como uma contribuição real. As principais diferenças entre grupos de trabalho e equipes são: O grupo de trabalho tem um forte e único líder, enquanto a equipe tem papéis compartilhados de liderança; O grupo de trabalho tem uma responsabilidade individualizada, enquanto a equipe tem uma responsabilidade individual e mútua; O propósito do grupo de trabalho é o mesmo da organização, enquanto a equipe tem um propósito específico; O grupo de trabalho tem produtos de trabalho individualizados, enquanto a equipe tem produtos de trabalho coletivos; O grupo de trabalho utiliza reuniões eficientes, enquanto a equipe encoraja reuniões abertas, constantes e direcionadas para a solução de problemas; O grupo de trabalho mede a eficácia de maneira indireta, como desempenho financeiro dos negócios globais, enquanto a equipe 38 mede desempenho de maneira direta, pela avaliação dos produtos de trabalho coletivos; O grupo de trabalho discute, decide e delega, enquanto a equipe discute, decide e faz o trabalho real. Na verdade, a diferença entre grupo de trabalho e equipe é a mesma diferença entre uma casa e um lar, entre uma cidade e uma comunidade, entre um quarteirão e uma vizinhança. As principais diferenças são: As equipes envolvem relacionamentos, ou seja, conexões humanas das quais emerge o principal segredo da equipe: sua característica coletiva provoca um efeito sinergístico (o todo é maior do que a soma de suas partes), não encontrado no grupo. O grupo soma, enquanto a equipe multiplica resultados; As equipes se baseiam em relações afetivas, emocionais e conexões entre os membros. Elas envolvem diversidade e unidade; abertura e aceitação; honestidade e empatia; criticismo e acordo e confiança para criar algo maior, pela junção de peças individuais em algo único. Nos grupos, o poder é geralmente distribuído hierarquicamente e as decisões são tomadas por um pequeno círculo de indivíduos, a quem se atribui poder e responsabilidade. Os grupos dependem estreitamente de seus líderes, que têm capacidade para pressionar, coagir e manipular os seus integrantes; As equipes não precisam coagir ou pressionar os membros nem requererem lealdade deles. Uma definição ampla e compreensiva salienta que, quando um grupo de trabalho existe em uma organização, os seus membros: 39 Fonte: elaborado pelo autor, adaptado pelo DI (2019). As práticas emergentes nas organizações têm utilizado equipes de alto desempenho. As empresas modernas estão migrando rapidamente de estruturas tradicionais, baseadas em órgãos e cargos, para estruturas baseadas em equipes. Em vez de separar as pessoas em cargos individualizados e isolados, as organizaçõesestão preferindo juntá-las e integrá-las em equipes coesas e de alto desempenho. A razão é simples: em um mundo de negócios caracterizado por mudanças, incertezas e acirrada competitividade, o velho e desgastado desenho organizacional tradicional baseado em departamentos e cargos separados não apresenta mais condições de flexibilidade e adaptabilidade em um contexto mutável. Esta é a razão principal que tem levado as organizações a migrar de órgãos definitivos, lerdos, separados e permanentes, como departamentos e divisões, para equipes mutáveis, ágeis, integradas e flexíveis. 3.2 Lidar com as diferenças O homem é um indivíduo complexo com relação à sua natureza, às suas características, às suas múltiplas necessidades e potencialidades, como Estão motivados a trabalharem juntos; Percebem o grupo como uma unidade unificada de pessoas que interagem entre si; Contribuem em várias medidas para os processos grupais, o que significa que algumas pessoas contribuem com mais tempo e energia do que outras; Alcançam acordos e desacordos por meio de várias formas de interação. 40 também é singularmente diferente de seus semelhantes. Além do mais, é diferente de si mesmo em relação ao tempo, à medida que, ao longo da experiência e da aprendizagem, sua personalidade e seu comportamento sofrem profundas modificações. A grande variabilidade de experiências faz com que cada pessoa se desenvolva diferentemente de outras. Os papéis desempenhados pelos membros da equipe são determinados pelas características de cada um e pela estrutura da organização. Cada papel abrange dois tipos de componentes: os primeiros, determinados pela organização subjetiva e pessoal do papel, a ser preenchida de acordo com as características de personalidade, experiência e maturidade de cada indivíduo. As diferenças individuais são determinantes na atuação das pessoas dentro dos seus papéis sociais e nas posições que ocupam, ainda que estejam cercadas de variáveis externas similares. Esse elemento da formação do papel é o responsável pelas diferenças encontradas na forma de condução de problemas. Muitas dificuldades surgidas no processo de desenvolvimento das equipes decorrem da falta de preparo das pessoas para conviver com as diferenças individuais. Contudo, a diversidade humana é considerada como fonte de enriquecimento do trabalho. A ausência de empatia pode atrapalhar qualquer interação, criando uma distância emocional que leva o indivíduo a olhar a outra pessoa pelas lentes de um estereótipo, do rótulo de grupo, em vez de vê-lo como um indivíduo. Os preconceitos se estendem ao longo da existência humana, como parte integrante de seu sistema de valores. Eles entravam o crescimento, formando obstáculos capazes de estimular o isolamento, a exclusão e os sentimentos de desrespeito para com as outras pessoas. Quando se tem uma pessoa difícil como integrante da equipe, lute por um objetivo de coexistência pacífica. E lembre-se, sempre, de que a chave de todo o relacionamento humano reside em tratar a todos com respeito, independentemente do modo como eles tratam você. Ao lidar com uma pessoa difícil, controle as suas respostas, ponha seus sentimentos de lado, elogie comportamentos que melhoraram, referindo-se a regras e objetivos estabelecidos, recriminando as ações negativas, e não as pessoas. Nunca use um tom condescendente ou humilhante e não faça afirmações definitivas. 41 Outras estratégias para lidar com pessoas difíceis incluem modelar-se aos comportamentos desejáveis, reconhecendo os sentimentos dos outros e respondendo com sentenças que usem a palavra “eu”. Pessoas difíceis Fonte: https://pixabay.com/pt/quebra-cabe%C3%A7a-coopera%C3%A7%C3%A3o- parceria-1019766/ Os seis tipos de pessoas difíceis são: agressor controlador, vulcânico, agressor passivo, queixoso constante, preguiçoso e oposicionista desafiador. Avalie o tipo de personalidade difícil com o qual você precisa lidar e use técnicas específicas, adequadas para aquele tipo de personalidade e, quando deparar com uma pessoa difícil integrando a equipe, lute por uma coexistência pacífica. Precisamos nos abrir e observar: o “nosso certo” é diferente do “certo do outro”, porque a história dele ensinou outros formatos de comportamento. É o momento ideal para treinar a empatia e ter a capacidade de olhar o modus operandi do outro com mais valor. Quando isso não acontece, ocorrem as rupturas relacionais, e, certamente, o rendimento do grupo cai. Veja algumas atitudes para auxiliar no bom relacionamento dos integrantes de uma equipe: Escute: saiba ouvir a posição alheia, com compaixão e leveza. Deixe de lado os downloads mentais de julgamentos que bloqueiam nossa escuta. Lembre-se: escutar é respeitar e compreender, e não necessariamente concordar; https://pixabay.com/pt/quebra-cabe%C3%A7a-coopera%C3%A7%C3%A3o-parceria-1019766/ https://pixabay.com/pt/quebra-cabe%C3%A7a-coopera%C3%A7%C3%A3o-parceria-1019766/ 42 Tenha equilíbrio emocional, principalmente, para não julgar o outro, pensando: ele é um ser humano igual a mim e vem de outra história; Alinhe expectativas: tenha em mente os assuntos importantes para você. Liste quais ideias quer apresentar, mas também prepare os pontos de possível negociação. Vá aberto para encontrar uma 3ª opção; Faça combinados: ao sugerir algo, peça devolutivas, para você garantir se estão “na mesma página” do acordo. Clareza na comunicação é sempre o X da questão e, se não garantida, é extremamente prejudicial ao relacionamento interpessoal; Aproveite as diferenças: esteja genuinamente aberto na interface com o “outro diferente”, pense: eu aprendo com ele e estar ao seu lado vai me trazer bons aprendizados. 3.3 Desenvolvendo equipes O sucesso de qualquer projeto está ligado às pessoas que nele trabalham e o desenvolvimento dessas pessoas em equipes é estratégico para as empresas. O maior nível de estudo, o acesso mais fácil à informação e a maior consciência das potencialidades tornam as equipes cada vez mais competentes, seguras e questionadoras. A formação de equipes requer algumas mudanças no modelo tradicional de gerir pessoas. Não se pode apenas juntar pessoas, é necessário desenvolver equipes, trabalhar os defeitos e aprimorar as qualidades. As diferenças individuais devem somar-se para que tenhamos uma unidade, em que a fraqueza de um seja preenchida pela força do outro. Para que as pessoas possam apresentar o máximo de suas potencialidades, faz-se necessário traçar estratégias para entender as individualidades e tirar o melhor proveito de cada uma, com a finalidade de acrescentar ao grupo. Assim, a adoção de estratégias adequadas é o caminho para otimização do trabalho em equipe. 43 Importante As equipes devem ser constituídas quando existe interdependência entre as tarefas, quando o sucesso individual depende do sucesso do grupo e vice-versa. As formas mais comuns de equipes que podemos encontrar, em uma organização são: as equipes de solução de problemas, as equipes autogerenciadas, as equipes multifuncionais e as equipes virtuais. Equipes de solução de problemas: são 4 a 11 funcionários de um mesmo departamento que se reúnem algumas horas por semana para discutir formas de melhorar a qualidade, a eficiência, a eficácia e o ambiente de trabalho. Nesse sentido, os membros trocam ideias ou oferecem sugestões sobre os processos e os métodos de trabalho que podem ser melhorados. Não é comum, porém, que as equipes tenham autoridade para implementar essas sugestões sem uma aprovação vinda de um nível hierárquico superior; Equipes de trabalho autogerenciadas: grupos de 9 a 14 pessoas que realizam trabalhos relacionados ou interdependentes e assumem muitas responsabilidades de seus antigos supervisores. Isso inclui o planejamento eo cronograma de trabalho, a delegação de tarefas aos membros, o controle coletivo sobre o andamento do trabalho e a tomada de decisões operacionais e a implementação de ações para solucionar os problemas. As equipes de trabalho totalmente autogerenciadas escolhem seus membros e avaliam o desempenho dos participantes do grupo. Nesse contexto, os gestores passam gradativamente a se preocupar menos com as demandas de seus funcionários. Os membros da equipe planejam e executam suas atividades, de forma autônoma, podendo o gestor focar em ações mais estratégicas. Equipes multifuncionais: funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de diversas áreas da empresa se reúnem para cumprir determinada 44 tarefa. Uma força-tarefa nada mais é do que uma equipe multifuncional temporária. Comitês formados por diversas linhas departamentais também são outro exemplo de equipe multifuncional. Essas equipes representam uma forma eficaz de pessoas de diversas áreas de uma empresa, ou até de diferentes empresas, que se reunirem para trocar informações, desenvolver novas ideias, solucionar problemas e coordenar projetos complexos. Não são fáceis de se gerenciar, o início do seu funcionamento costuma ser trabalhoso e demorado, enquanto as pessoas aprendem a lidar com a diversidade, a complexidade, a confiança e o espírito de equipe; Equipes virtuais: são as que usam a tecnologia da informação para reunir fisicamente os seus membros dispersos, atuando em espaços diferentes para o atingimento de seus objetivos comuns. Permitem que as pessoas colaborem online, utilizando meios de comunicação como redes internas e externas, videoconferência ou correio eletrônico. As pessoas podem estar no mesmo prédio ou até em países diferentes em uma mesma empresa. Podem compartilhar informações, tomar decisões e realizar tarefas, incluir membros da mesma organização ou fazer a ligação entre esses membros e os de outras empresas, como, por exemplo, fornecedores ou parceiros. Podem ainda reunir-se por alguns dias ou por alguns meses, para a finalização de um projeto, ou até podem manter as pessoas inter-relacionadas, por meio da TI, de forma permanente. Para se avaliar a racionalidade da constituição de uma equipe, devemos considerar: o projeto do trabalho; a composição da equipe; composição dos membros; personalidade dos participantes; alocação de papéis e diversidade; tamanho das equipes; flexibilidade dos participantes e preferência dos membros. Com a intenção de se tirar o melhor dessa equipe, é importante: Desenvolver talentos internos; Ter uma estrutura hierárquica flexível; Meritocracia; 45 Autoconhecimento e conhecimento do outro; Comunicação – transparência e honestidade; Rodízio de cargos. Para desenvolver equipes no contexto organizacional, é necessário observar que as pessoas não nascem com todas as habilidades e competências prontas, elas evoluem, se adequam, à medida que vão vivendo, interagindo e sofrendo influência na empresa. Um grupo sólido, maduro e articulado está apto e é capaz de realizar tarefas com sintonia e eficiência, tornando-se, assim, uma equipe. O grande diferencial das organizações competitivas são as pessoas e suas articulações, convívio e aprendizagem contínua que estas conseguem estabelecer, já que a tecnologia se torna cada vez mais sem diferença para o consumidor final. Não é a quantidade de pessoas, ou talentos individuais que garantiram o sucesso, a vitória da equipe; o que garante o sucesso é a dinâmica das equipes de trabalho. Conclusão da Aula 3 Parece simples falar de grupos e equipes, porém, nesta aula verificamos que grupos são diferentes de equipes, que devemos aprender a lidar com as diferenças, a fim de criar equipes eficazes e desenvolvê-las. Atividades de Aprendizagem São muitos os benefícios para as organizações do uso frequente das equipes de trabalho. Quais são eles? E por que algumas organizações ainda relutam em aproveitar desses benefícios? 46 Aula 4 – Desenvolvimento de pessoas Apresentação da aula 4 Muito se fala em aprendizagem, treinamento, desenvolvimento, autoaprendizagem e competências voltadas ao comportamento individual. Desse modo, chegou a hora de falar um pouco sobre como as organizações aprendem. Você já pensou nisso? Claro que você estará envolvido nesse tipo de aprendizagem, afinal, a organização é composta por pessoas. Nesta aula, conheça um pouco mais sobre os aspectos do desenvolvimento de pessoas e saiba também sobre a Universidade Corporativa. 4.1 Organização e aprendizagem A aprendizagem vem conquistando cada vez mais relevância nas organizações, assumindo uma posição central nas empresas enquanto vantagem competitiva e meio para que estas adquiram competências necessárias. Nesse contexto, um dos grandes desafios das organizações é transformar o conhecimento individual em organizacional. Assim, conceitos como aprendizagem organizacional, organização que aprende e gestão de conhecimento ganham espaço nas discussões acadêmicas e de mercado. A aprendizagem organizacional está contida na organização que aprende, assim como tem uma forte relação com a gestão do conhecimento. É um fenômeno sistêmico nas empresas, que permanece independente das pessoas. Sim, as organizações podem não ter cérebro, mas são dotadas de sistemas cognitivos que elas mesmas desenvolvem e vão sendo impregnados na sua cultura por meio, principalmente, de rotinas ou procedimentos. 47 Aprendizagem organizacional Fonte: https://www.spe.org/media/filer_public/fb/eb/fbeb3587-1aa6-478f-a586- f106640d675c/twa_2007-3_softskillshero.jpg A aprendizagem organizacional pode ser entendida como o alcance de novos, múltiplos e contínuos conhecimentos sobre as dinâmicas e demandas corporativas, seja de maneira direta e/ou indireta, dentro e fora da empresa. Embora a organização busque uma formalização do conhecimento, 80% do que aprendemos em nosso ambiente de trabalho se dá de maneira informal, ou seja, por meio dos exemplos dos líderes, colegas, do aprendizado com os erros, e, em especial, pela troca e acúmulo de experiências. Isso, porém, não significa que aquilo que aprendemos em cursos e treinamentos não possa ser aplicado efetivamente em nosso trabalho na empresa. A aprendizagem organizacional é uma junção de conhecimentos formais e informais, que permite à organização criar seus próprios modelos de gestão, coerentes com as suas necessidades e pautados no que ela precisa para alcançar os resultados. 4.2 Como se dá a aprendizagem organizacional Assim como foi dito anteriormente, muito do que sabemos vem de momentos informais e contribuem positivamente com nosso desempenho, não só nas organizações empresariais, como em outros campos da nossa vida. Abaixo são relacionadas algumas formas de como a aprendizagem organizacional acontece: https://www.spe.org/media/filer_public/fb/eb/fbeb3587-1aa6-478f-a586-f106640d675c/twa_2007-3_softskillshero.jpg https://www.spe.org/media/filer_public/fb/eb/fbeb3587-1aa6-478f-a586-f106640d675c/twa_2007-3_softskillshero.jpg 48 1 – Experiências do profissional: a partir das experiências positivas e negativas, o profissional pode compreender seus erros e acertos, balizar melhor suas próximas ações e criar estratégias para evitar que estes erros persistam no futuro; 2 – Aprendizagem cultural: aprendida por meio da cultura organizacional, da missão e dos valores estabelecidos pelos líderes e seguidos por todos aqueles que estão ligados à empresa – sejam eles gestores, colaboradores, prestadores de serviços, fornecedores, entre outros; 3 – Aprendizagem com o líder: realiza-se por meio das atitudes e exemplos dados pelos líderes para seus liderados. Além dos exemplos, o líder pode criar oportunidade de aprendizagem organizacional mediante
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