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AULA 5 BALANCED SCORECARD Prof. Joel Pereira Munhoz Junior 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula, será possível conhecer melhor a Perspectiva de Processos Internos, uma das perspectivas elencadas por Kaplan e Norton (1997). Inicialmente, abordaremos a visão geral dos processos internos da organização, em seguida, os principais processos de negócios na perspectiva do BSC. Depois, veremos o processo de inovação, operação e, por fim, o serviço de pós-venda. CONTEXTUALIZANDO Nesta etapa, é importantíssima a responsabilidade dos líderes e das equipes que trabalharão no projeto, pois necessitarão integrar todos os processos internos, buscando a maior geração de valor à empresa, tornando-a competitiva no mercado. O maior desafio a ser alcançado é identificar os processos de negócios que darão maior retorno em relação à execução da estratégia (Martins et al., 2012). TEMA 1 – VISÃO GERAL DOS PROCESSOS INTERNOS DA ORGANIZAÇÃO Herrero Filho (2005, p. 120) define que os processos internos desempenham três importantes papéis na implementação do BSC: 1. Concentram o foco da organização nas iniciativas que viabilizam a proposição do valor para o cliente. 2. Contribuem para a elevação da produtividade e geração de valor econômico agregado. 3. Indicam os novos conhecimentos e as novas competências que os empregados precisam dominar para gerar valor ao negócio. Segundo Martins et al. (2012), no BSC, a perspectiva nos processos internos visa identificar as ações centrais da empresa em que se devem buscar o melhor resultado possível para gerar valor aos clientes e acionistas. Mas como podemos melhorar e satisfazer tanto nossos clientes externos quantos nossos clientes internos? Norton e Kaplan, em 2000, respondem essa pergunta com o quadro a seguir. 3 Quadro 1 – Exemplo das quatro variáveis nos processos do BSC Fonte: Adaptado de Nivem, 2005, p. 18; Herrero Filho, 2005, p. 121. Portanto, na perspectiva de processos internos, temos como principal objetivo identificar e relatar cada processo interno e definir medidas, metas e iniciativas para chegarmos ao melhor resultado possível (Martins et al, 2012). Saiba mais Você poderá ler o artigo Como empresas monitoram a força de trabalho?, de Leslie Bessa, para conhecer melhor o tema. O link para o texto é: <https://www.itforum365.com.br/mercado/como-empresa-monitoram-forca-de- trabalho/>. Acesso em: 2 jul. 2018. [...] À medida em que as organizações globais revisam seus processos internos de gestão de dados para garantir a conformidade com novas e rigorosas regulamentações e orientações como a GDPR, a proteção dos dados pessoais dos clientes se torna uma prioridade crescente. Uma maneira de gerenciar a proteção de dados e se defender contra ameaças internas e externas é monitorar o uso dos recursos de informação. O monitoramento da força de trabalho representa um desafio para as equipes jurídicas, departamentos de RH, equipes de TI e executivos, conforme eles procuram equilibrar a necessidade de proteção dos dados e da propriedade intelectual com a privacidade e os direitos legais dos seus funcionários. Para qualquer organização que atua internacionalmente, as diferentes leis dos países representam desafios adicionais, forçando as empresas ao desenvolvimento de múltiplas políticas, de acordo com a localização de sua força de trabalho. “Conforme desenvolvemos nossos próprios programas de segurança centrados em pessoas, revisamos nossas avaliações de impacto de privacidade/proteção de dados (DPIA/PIA) e percebemos que precisávamos de orientação jurídica adicional”, disse Allan Alford, CISO da Forcepoint. “Sabíamos que nossos clientes também enfrentariam este desafio, por isso encomendamos este estudo para o escritório Hogan Lovells, especializado em privacidade e conformidade legal, que estamos disponibilizando publicamente agora.” O estudo é considerado a primeira análise publicada no cenário jurídico internacional que aborda, especificamente, a implementação de programas focados nas ciberameaças da força de trabalho, resultando em um guia útil para aqueles que são responsáveis por rever e refinar seus programas, de conformidade dentro de suas organizações. A equipe da Hogan Lovells, suportada por escritórios de advocacia locais, pesquisou e forneceu orientações em torno das três principais áreas do direito que regem os programas de ciberdefesa, que envolvem o monitoramento de funcionários: leis de proteção e privacidade de dados; leis de sigilo das comunicações; e leis trabalhistas. https://www.itforum365.com.br/mercado/como-empresa-monitoram-forca-de-trabalho/ https://www.itforum365.com.br/mercado/como-empresa-monitoram-forca-de-trabalho/ 4 Com um conjunto de questões para as organizações refletirem sobre as respostas, juntamente com garantia de privacidade sugeridas, o estudo fornece um conjunto de etapas de melhores práticas para qualquer empresa seguir, bem como informações específicas sobre os requisitos de 15 diferentes países. Mudanças no cenário de ameaças e regulamentações geram a necessidade de monitoramento da força de trabalho. “Inúmeros eventos recentes mostraram como os incidentes cibernéticos podem paralisar as operações, causar danos à reputação e expor as organizações a consequências regulatórias e litígios privados”, disse Harriet Pearson, parceira da Hogan Lovells. “Uma força de trabalho dentro da organização é uma fonte de risco neste contexto, independentemente deste risco surgir de forma maliciosa ou inadvertida. Para efetivamente detectar, prevenir e mitigar os efeitos dos incidentes cibernéticos, as organizações precisam se proteger de ameaças tanto internas como externas, e uma das formas de mitigar de forma efetiva esse risco é monitorar a interação do usuário com as informações e dados críticos.” TEMA 2 – OS PRINCIPAIS PROCESSO DE NEGÓCIOS NA PERSPECTIVA DO BSC Nesta etapa, iniciamos apresentando a cadeia de valor genérica que servirá como modelo para as empresas poderem se adaptar ao construírem a perspectiva dos processos internos. Figura 1 – Modelo de cadeia de valor Fonte: Elaborado com base em Kaplan e Norton, 1997, p. 102. Esse modelo, definido por Kaplan e Norton (1997, p. 102), baseia-se em três principais processos: 1. Processo de inovação 2. Processo de operações 5 3. Processo de serviço de pós-venda O modelo está calçado na prerrogativa da inovação como principal fonte geradora de vantagem competitiva, lançando mão de indicadores que refletem o potencial de inovação (produtos e processos), bem como de melhoria contínua da empresa – indicadores específicos de melhoria para a pontualidade na entrega, duração de ciclos, índices de defeitos e de rendimento, dentre outros. Na perspectiva dos processos internos, são identificados os processos críticos em que se busca a excelência, visando atender aos objetivos financeiros e dos clientes. Eles ressaltam a inclusão, nessa perspectiva do processo de inovação, que consiste na análise de mercado e desenvolvimento de novos produtos e processos. Além disso, a empresa deve se preocupar com seu processo operacional e com serviços de pós-venda, identificando as características de custo, qualidade, tempo e desempenho, visando à oferta de produtos e de serviços de qualidade superior. Saiba mais Para conhecer um exemplo prático, você poderá ler o texto Empresária assume franquia à beira da falência e dobra faturamento em três meses neste link: <https://www.portaldofranchising.com.br/noticias/empresaria-assume- franquia/#:~:text=Empres%C3%A1ria%20assume%20franquia%20%C3%A0%20beira%20da%2 0fal%C3%AAncia%20e%20dobra%20faturamento%20em%20tr%C3%AAs%20meses&text=Para %20uma%20franquia%20ter%20sucesso,as%20consequ%C3%AAncias%20s%C3%A3o%20be m%20ruins>. Acessoem: 12 ago. 2020. O repasse de franquia é uma modalidade existente no franchising muito comum de acontecer. A ação implica em o franqueado repassar a operação à um novo empreendedor. Os motivos para isso são variados! Entre outros, muitas vezes acontece de o franqueado mudar de cidade, ter desentendimento entre os sócios e há ainda quem prefira vender a unidade antes de chegar a falência. Isso mesmo! Para uma franquia ter sucesso, não basta apenas o know-how e suporte da marca, é preciso dedicação e esforço do franqueado também. A junção dessas duas forças gera bons resultados, caso contrário as consequências são bem ruins. A Acqio, rede de franquias com foco em pagamentos eletrônicos, acumula algumas histórias. Entre elas, uma que ilustra exatamente essa situação. Segundo Carlos Rollo, sócio diretor da rede, durante 10 meses que atuou um franqueado reclamava diariamente sobre o mercado e o produto oferecido (maquininhas). Durante todo esse tempo, entre estratégias e soluções para suprir o problema deste empreendedor, a rede tentava entender o problema de fato, até que então, o mesmo resolveu repassar a franquia. Em pouco tempo surgiu uma interessada, a Denise Aguiar Kuball, 50 anos, moradora de Tubarão (SC). E o que o antigo franqueado não conseguiu em 10 meses, a Denise superou em menos de quatro. Aliás, nesse pouco tempo ela conseguiu inclusive quitar o investimento total de R$ 7.490,00 (taxa de franquia + giro) que fez na sua unidade. https://www.portaldofranchising.com.br/noticias/empresaria-assume-franquia/#:~:text=Empres%C3%A1ria%20assume%20franquia%20%C3%A0%20beira%20da%20fal%C3%AAncia%20e%20dobra%20faturamento%20em%20tr%C3%AAs%20meses&text=Para%20uma%20franquia%20ter%20sucesso,as%20consequ%C3%AAncias%20s%C3%A3o%20bem%20ruins https://www.portaldofranchising.com.br/noticias/empresaria-assume-franquia/#:~:text=Empres%C3%A1ria%20assume%20franquia%20%C3%A0%20beira%20da%20fal%C3%AAncia%20e%20dobra%20faturamento%20em%20tr%C3%AAs%20meses&text=Para%20uma%20franquia%20ter%20sucesso,as%20consequ%C3%AAncias%20s%C3%A3o%20bem%20ruins https://www.portaldofranchising.com.br/noticias/empresaria-assume-franquia/#:~:text=Empres%C3%A1ria%20assume%20franquia%20%C3%A0%20beira%20da%20fal%C3%AAncia%20e%20dobra%20faturamento%20em%20tr%C3%AAs%20meses&text=Para%20uma%20franquia%20ter%20sucesso,as%20consequ%C3%AAncias%20s%C3%A3o%20bem%20ruins https://www.portaldofranchising.com.br/noticias/empresaria-assume-franquia/#:~:text=Empres%C3%A1ria%20assume%20franquia%20%C3%A0%20beira%20da%20fal%C3%AAncia%20e%20dobra%20faturamento%20em%20tr%C3%AAs%20meses&text=Para%20uma%20franquia%20ter%20sucesso,as%20consequ%C3%AAncias%20s%C3%A3o%20bem%20ruins https://www.portaldofranchising.com.br/noticias/empresaria-assume-franquia/#:~:text=Empres%C3%A1ria%20assume%20franquia%20%C3%A0%20beira%20da%20fal%C3%AAncia%20e%20dobra%20faturamento%20em%20tr%C3%AAs%20meses&text=Para%20uma%20franquia%20ter%20sucesso,as%20consequ%C3%AAncias%20s%C3%A3o%20bem%20ruins 6 “Em Setembro iniciamos uma negociação com a Denise. Foi demonstrado e explicado o plano de negócio e o pós-venda. Em pouco tempo ela veio para o negócio e rapidamente conquistou resultados surpreendentes”, explicou o diretor. A empresária trabalhava para a concorrência e conheceu a Acqio por meio de uma antiga cliente, e ao entrar para a rede teve que começar do zero. Sem nenhum cliente! Mesmo a base do antigo franqueado tendo sido transferido para ela, não havia contatos em potenciais. Por esse motivo, ela precisou construir o seu. A busca pelo ganha pão foi diário. Todos os dias ela batia de porta em porta a procura de oportunidades, que aos poucos foram aparecendo. A somatória de comprometimento à um suporte forte e atendimento personalizado garantiram à Denise, a conquista e fidelização de muitos clientes. “Eu já tenho facilidade em trabalhar com a área comercial, e nas minhas dificuldades a Acqio me proporcionou respaldo. Por conta disso acabei tirando de letra”, disse. Em apenas quatro meses de empresa, a franqueada já consegue vender 10 maquininhas de cartão por mês e já possui um faturamento mensal de R$ 350 mil. Otimista, ela diz que para este ano pretende dobrar o número de vendas, e consecutivamente o do faturamento. Mesma oportunidade, mesma cidade, mesmo cenário… resultados diferentes. Quando questionada sobre os pontos que tocou para mudar a situação, ela diz: “Nunca desistir. Em todos os campos de trabalho, sempre encontraremos dificuldades. Para vencermos um novo negócio devemos sempre estar motivados e interessados em crescer profissionalmente. A batalha é grande, mas nosso mercado é um dos melhores”, concluiu. [...] TEMA 3 – PROCESSO DE INOVAÇÃO O processo de inovação considera a criação de valor, na qual as empresas, primeiro, identificam e cultivam novos mercados, novos clientes e as necessidades emergentes e latentes dos clientes atuais, conforme definido por Kaplan e Norton (1997). O processo de inovação busca desenvolver a liderança do produto focando, principalmente, nos quatro itens: invenção, desenvolvimento do produto, velocidade de chegada no mercado, joint ventures/parcerias. No Quadro 2, a seguir, citamos algumas inovações no decorrer da história. Quadro 2 – Principais inovações 7 Fonte: Adaptado de Graner;Rothman, citado por Herrero Filho, 2005, p. 126. Saiba mais Você poderá conhecer mais inovações ao ler o texto sobre transformações digitais nas empresas, neste link:< https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/ transformacao-digital-risco-negocios-2018-pesquisa/>. Acesso em: 2 jul. 2018. 8 O acelerado ritmo do desenvolvimento tecnológico e as inovações disruptivas, juntamente com a resistência organizacional à mudança, serão as maiores preocupações de 2018 ao menos para um grupo de 728 empresários, composto por líderes executivos de diversas regiões do mundo. Os membros foram ouvidos pela consultoria global Protiviti entre setembro e novembro de 2017 para participarem do relatório “Perspectivas de Executivos para os Principais Riscos em 2018”. [...] “As ameaças relacionadas à segurança cibernética impulsionaram este medo. Tanto que se tornou um risco à parte neste ano, particularmente depois de ataques cibernéticos em grande escala, como o WannaCry”, completa Fernando Fleider, sócio-diretor da Protiviti Brasil, consultoria global especializada em Gestão de Riscos, Auditoria Interna, Compliance, Gestão da Ética, Prevenção à Fraude e Gestão da Segurança. Paralelamente aos avanços tecnológicos, as preocupações mais críticas destacadas pelos empresários são: desastres naturais de impactos catastróficos, crescimento do mercado de ações, trocas de lideranças políticas, terrorismo, eleições na Europa e ameaças de conflitos nucleares. No Brasil, pelo fato de ser um ano de eleições, as incertezas políticas estarão em pauta. E, do ponto de vista da América Latina, o tema compliance continua na agenda dos executivos em função das prisões e processos judiciais, ocorridos em países como Brasil, Argentina e Peru. Abaixo, veja a lista completa dos 10 maiores riscos identificados para os negócios em 2018 1. A rápida velocidade das inovações disruptivas e novas tecnologias pode ultrapassar a capacidade das organizações de competir ou gerenciar o risco adequadamente, com mudanças significativas nos atuais modelos de negócios; 2. A resistência à mudança poderá restringir a organização de realizar ajustes necessários no modelo de negócios das operações principais; 3. A empresa não estará suficientemente preparada para gerenciar ameaças cibernéticas em grande escala, tais como WannaCry e Mega Ataque na Europa, ocorridos em 2017 [...] TEMA 4 – PROCESSO DE OPERAÇÕES O processo de operações representa a criação de valor nas empresas. Ele tem origem na geração de produtos e serviços com o recebimento de pedido de um cliente e se encerra com a entrega e/ou prestação de serviçosaos clientes. Esse é um processo repetitivo que, ao longo do tempo, a empresa pode aprimorar e torná-lo cada vez mais eficiente. Alguns dos indicadores desse processo são: eficiência da mão de obra; eficiência dos equipamentos; tempo de manutenção dos equipamentos (preventivo e corretivo); giro no estoque; percentual de descarte; custo do produto. Porém as medidas de tempo, qualidade e custos dos processos operacionais são consideradas medidas que tendem a ser genéricas, não 9 recorrendo, exclusivamente, à filosofia, conforme citado por Kaplan e Norton (1997). Portanto atributos críticos de desempenho de produtos e serviços, certamente, podem ser incorporados ao componente de processos operacionais da perspectiva dos processos internos do BSC e devem ir além do tempo de resposta, da qualidade e do custo. Saiba mais Você poderá aprofundar seus conhecimentos sobre redução de custo lendo o texto que está neste link: <https://bridgeconsulting.com.br/insights/six-sigma-na- pratica-otimizacao-que-reduz- custos/#:~:text=O%20Six%20Sigma%20atua%2C%20ent%C3%A3o,e%20da%2 0gest%C3%A3o%20da%20qualidade.>. Acesso em: 2 jul. 2018. Grandes esforços precisam ser realizados para que as organizações consigam sobreviver a uma crise econômica. Em artigo publicado pela Harvard Business Review, David Rhodes e Daniel Stelter, do Boston Consulting Group, afirmam que esses esforços devem garantir a proteção dos negócios existentes por meio da redução de custos, aumento da eficiência organizacional e controle minucioso da receita, o que geralmente representa um desafio significativo para gestores e empresários. Como forma de enfrentar esse desafio, algumas empresas, imersas em um cenário de incertezas, fazem uso da metodologia Six Sigma: uma abordagem estruturada, focada na identificação de causas raiz dos problemas e na consequente eliminação de defeitos dentro de uma organização. Mais precisamente, a metodologia em questão visa à redução da variação do valor final de um processo a uma taxa de 3,4 falhas por milhão, correspondente a 99,99966% de perfeição. O Six Sigma atua, então, de forma a melhorar a confiabilidade dos processos, produtos e serviços, buscando oportunidades para reduzir custos com o auxílio de ferramentas estatísticas e de gestão da qualidade. Tal caráter quantitativo das ferramentas utilizadas confere à metodologia robustez em relação à justificativa dos planos de ação resultantes de sua aplicação na organização. A abordagem da metodologia se consolidou na Motorola nos anos 1980 como forma de reduzir as falhas de seus produtos manufaturados. Desde então, empresas de diversos setores aplicaram com sucesso o Six Sigma, obtendo como resultado um aumento expressivo nos lucros, assim como elevação na satisfação dos clientes e redução na variação dos processos. Jack Welch, presidente da General Electric entre os anos de 1981 e 2001, descreveu o Six Sigma como “a mais importante iniciativa que a GE já empreendeu”, uma vez que a sua aplicação proporcionou à empresa economias da ordem de R$ 8 bilhões. Para implementar o Six Sigma com sucesso e de forma a obter resultados expressivos, é necessário que todas as partes interessadas estejam devidamente informadas das metas e envolvidas nas tomadas de decisão e discussões que fazem parte da metodologia. A seguir, estão as cinco etapas que definem o ciclo DMAIC e compõem o processo de melhoria do Six Sigma: A utilização do ciclo DMAIC em projetos de redução de custos com o auxílio Six Sigma faz parte da realidade da Bridge Consulting, que recomenda e adota a metodologia em seus projetos. Em um dos serviços de consultoria, por exemplo, foi solicitada a realização de uma análise da utilização dos serviços de telefonia fixa e internet da organização, começando pelo entendimento da situação, passando pela identificação e propostas de melhorias, chegando à estruturação de um plano de ação para redução de custos. [...] 10 TEMA 5 – PROCESSO DE SERVIÇO PÓS-VENDA Na perspectiva dos processos internos, a última fase dos processos de operações, é o serviço de pós-vendas aos clientes. Essa fase inclui garantias, consertos corretivos, reparos de defeitos e processamento dos pagamentos, como os realizados pelas administradoras de cartão de crédito. Por exemplo, as empresas que desenvolvem softwares para gerenciamento administrativo sabem que, se os sistemas ficarem parados, poderão causar descontentamento a seus clientes, além de custos financeiros provenientes dessa paralisação. Kaplan e Norton (1997, p. 112) nos explicam qual a preocupação que deve ter no processo de serviços de pós-venda: As empresas que tentam atender às expectativas dos seus clientes-alvo no tocante a serviços de pós-venda de qualidade superior poderiam avaliar seu desempenho aplicado a esses processos alguns dos mesmos parâmetros de tempo, qualidade e custos descritos para os processos operacionais. Portanto, os tempos de ciclo – desde a solicitação do cliente até a resolução final do problema – mediriam a rapidez de respostas aos defeitos. Medidas de custos poderiam avaliar a eficiência – o custo dos recursos utilizados – dos processos de serviço pós-venda. E o nível de atendimento Imediato poderia medir o percentual de solicitações dos clientes atendidas com uma única visita de serviço, sem exigir várias visitas para resolver o problema. Saiba mais Leia o texto do link <https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/revisoes- agendadas-da-peugeot-serao-concluidas-em-ate-um-dia/> para conhecer um pouco como funcionam as revisões feitas nos carros. Acesso em: 2 jul. 2018. A Peugeot não tem poupado esforços para ampliar sua oferta de serviços de atendimento ao cliente. Desde 2014, a montadora francesa vem trabalhando em um processo de renovação da presença da marca no país – tanto do ponto de vista dos veículos disponíveis quanto na relação com seus consumidores. A representação máxima dessa nova fase é o programa Peugeot Total Care, uma iniciativa que reúne uma série de compromissos inéditos no Brasil entre a marca e os donos dos carros. São dez pactos da marca com seus clientes, divididos em quatro pilares principais. Entre os pilares chama a atenção o Respeito ao seu tempo, que engloba dois compromissos inteiramente voltados ao serviço de revisão programada, um dos principais pontos de contato do dono do carro com a concessionária depois da compra. A Peugeot promete entregar o veículo em até 24 horas nos serviços de revisão agendada. E mais: se o prazo não for cumprido, o cliente não precisa pagar pelo trabalho realizado. Outro compromisso é a entrega do carro na data e hora combinadas com o dono, caso não sejam descobertas outras manutenções a serem feitas. O objetivo é evitar surpresas desagradáveis para o cliente. Preparação O cumprimento dos compromissos só é possível graças ao esforço de treinamento de todos os profissionais da rede de concessionárias da marca no país. “Fizemos todos os estudos e contamos com todo o engajamento da rede”, afirma Dercyde Gomes, diretor de pós-venda da 11 marca, para quem o atendimento de qualidade é essencial para a fidelização do cliente. “O produto por si só atrai o cliente, mas é na pós-venda que vamos mantê-lo fiel. Hoje, todos os canais de negócios são pensados para a comodidade do cliente”, explica. [...] Saiba mais Você poderá conhecer a história da Harley-Davidson lendo o texto deste link: <http://www.motonline.com.br/noticia/aos-100-anos-harley-davidson- university-faz-a-diferenca/>. Acesso em: 2 jul. 2018. A Harley-Davidson University completou 100 anos em 2017 e coloca em evidência um tema hoje de fundamental importância para o setor de motocicletas, o serviço pós-vendas. A evolução tecnológica e a busca constante pelo aprimoramento (e barateamento) dos processos de fabricação e montagem nivelou as característicasde muitos produtos. Isto quer dizer que praticamente todos oferecem as mesmas coisas, com pequenas diferenças. Com as motocicletas não foi diferente e hoje o consumidor encontra muita semelhança entre as marcas na hora de comprar uma moto. Se essa evolução tornou o processo de venda mais complicado por causa da concorrência, também levou as empresas a buscarem fatores qualitativos que as diferenciassem de suas concorrentes. E um destes fatores que podem fazer o consumidor decidir por uma marca e não por outra é o serviço pós-venda que a marca oferece. Simplesmente uma moto fantástica não resolve, pois você precisa mais que isso, como a disponibilidade de lojas e peças de reposição, com bons mecânicos que realizem um serviço rápido e confiável, além do bom atendimento que todos nós merecemos, afinal, pagamos caro por todos os produtos no Brasil. Isto significa dizer que só vender a moto não basta. Tem que ter um montão de coisas juntas para cativar o consumidor. Por isso investir na formação de sua mão de obra para poder oferecer bons serviços é decisivo hoje para o sucesso do negócio. Mesmo lojas que vendem motocicletas usadas precisam oferecer o mesmo nível de serviço e muitas recorrem a cursos especializados em escolas como a Mestre das Motos, por exemplo, que ensina desde o “beaba” da mecânica de motocicletas até o aprofundamento de serviços mais complexos, como sistemas de injeção e diagnósticos eletrônicos. A maioria das grandes marcas fabricantes mantém seus próprios centros de treinamento técnico. Um bom exemplo vem de uma das mais antigas em atividade, a Harley-Davidson University, que mantém nas dependências da sua matriz, em Milwaukee, no estado norte- americano de Wisconsin. O seu centro técnico de formação. Esta instituição completou 100 anos em 2017 e ocupa um espaço de mais de 2,8 mil m², em dois andares na sede da empresa, na famosa Juneau Avenue. Por este espaço, a cada ano, passam mais de mil técnicos das concessionárias com o objetivo de se tornarem técnicos mestres, certificados pela Harley-Davidson University, além de funcionários de diferentes departamentos das diversas lojas espalhadas por todo o mundo. Para ter o privilégio de frequentar HDU, é necessário completar pelo menos 60 meses de serviço em uma concessionária autorizada, 263 horas de aula em treinamentos presenciais e mais de 50 aulas online, participação em fóruns técnicos, atualizações e avaliações, numa espécie de vestibular. 100 anos de história da Harley-Davidson University Precursora da Harley-Davidson University (HDU), a H-D Quartermaster School iniciou suas atividades oficialmente em 1917, como um programa de treinamento e assistência para mecânicos militares dos Estados Unidos, para que eles pudessem entender melhor o funcionamento das motocicletas que usavam durante a Primeira Guerra Mundial. Na época, o lugar era um simples galpão, remanescente da primeira “fábrica” da Motor Company, mas era o suficiente para o aprendizado dos mecânicos. Após a Primeira Guerra Mundial, o nome do Centro de Treinamento oficial da marca foi alterado para a Harley-Davidson Service School, e as inscrições foram abertas para os funcionários das concessionárias autorizadas Harley-Davidson. De acordo com os arquivos 12 históricos da companhia, as avaliações dos alunos eram rigorosas. Com a Segunda Guerra Mundial, o foco do treinamento mudou de volta para os militares, e o nome Quartermaster School também, para que a companhia pudesse fornecer 100% de atenção para as instituições militares dos Estados Unidos. Após a guerra, o nome Harley-Davidson Service School voltou a ser empregado e foi utilizado até o final da década de 1990, quando todos os esforços de treinamento foram unificados sob o novo e imponente nome: Harley-Davidson University. No final da década de 1990, a HDU passa a oferecer cursos de e-learning e depois adotando uma plataforma on line em 2001. Foi nesse ano que também lançou seu primeiro sistema altamente personalizado de gerenciamento de aprendizagem. Desde que a primeira aula da Harley-Davidson Service School foi realizada no Japão, em 1928, os programas e instalações de treinamento da HDU se expandiram para treinar os técnicos das concessionárias em todo o mundo. A Harley-Davidson University garante que os concessionários autorizados da marca e a equipe treinada das fábricas sejam especialistas em manutenção e serviços para todas as motos da marca. No Brasil, parceria com o SENAI No Brasil, o Centro de Treinamento da Harley-Davidson mantém o padrão de qualidade exigido pela HDMC, com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo, o SENAI-SP, onde a empresa reproduz seus princípios de ensino para seus técnicos, com o objetivo de oferecer aos seus clientes o mesmo padrão mundial da marca. “A Harley-Davidson do Brasil segue os passos da matriz norte-americana e investe não apenas na capacitação de mecânicos e técnicos das concessionárias e da fábrica em Manaus (AM), como também na qualidade de atendimento da rede para garantir a perpetuação dos valores Harley-Davidson para as próximas gerações”, fala o gerente geral da Harley-Davidson no Brasil, Flávio Villaça. [...] FINALIZANDO Nesta aula, foi possível conhecer mais a perspectiva de processos internos, que é uma das perspectivas elencadas por Norton e Kaplan. Inicialmente, contextualizamos, de forma geral, os processos internos da organização, em seguida, vimos os principais processos de negócios na perspectiva do BSC. Por fim, vimos o processo de inovação, operação e por fim o serviço de pós-venda. LEITURA COMPLEMENTAR Texto de abordagem teórica Como empresas monitoram a força de trabalho? Você poderá ler o artigo na íntegra no link a seguir. Disponível em: <https://itforum.com.br/noticias/como-empresa-monitoram-forca-de-trabalho/> Acesso em: 2 jul. 2018. 13 Texto de abordagem prática Six Sigma na prática: otimização que reduz custos Você poderá ler o artigo na íntegra no link a seguir. Disponível em: < https://bridgeconsulting.com.br/insights/six-sigma-na-pratica-otimizacao-que- reduz- custos/#:~:text=O%20Six%20Sigma%20atua%2C%20ent%C3%A3o,e%20da%2 0gest%C3%A3o%20da%20qualidade.>. Acesso em: 2 jul. 2018. Saiba mais Transformação digital é o maior medo dos empresários em 2018, aponta pesquisa Você poderá ler o artigo na íntegra no link a seguir. Disponível em: <https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/transformacao-digital-risco- negocios-2018-pesquisa/>. Acesso em: 2 jul. 2018. 14 REFERÊNCIAS HERRERO FILHO, E. Balanced Scorecard e a gestão estratégica: uma abordagem prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. 13. ed. São Paulo: Campus, 1997. MARTINS, T. S.; GUINDANI, A. R.; REIS, J. A.; CRUZ, J. A. W. Incrementando a estratégia: uma abordagem do Balanced Scorecard. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2012. NIVEM, P. R. Balanced Scorecard: passo a passo – elevando o desempenho e mantendo resultados. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.
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