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ALIMENTAÇÃO COLETIVA NUT 159 – Administração em serviços de alimentação para coletividades Profa. Ingrid Fideles ALIMENTAÇÃO COLETIVA : Um breve histórico Alimentação coletiva- Conceituando Setor de alimentação coletiva Setor produtor de serviços, representado por todos os estabelecimentos envolvidos com a produção e a distribuição de refeições, para qualquer tipo de coletividade, por exemplo, empresas, escolas, hospitais, asilos, prisões, comunidades religiosas ou forças armadas. (Proença , 1999). Alimentação coletiva- Conceituando Alimentação coletiva Fornecimento de refeições em creches, escolas, restaurantes comerciais, hotéis e similares, e outras instituições públicas ou privadas. (BIREME, 2009 - Descritores na área de Ciência da Saúde) Alimentação coletiva: Área de atuação do nutricionista que abrange o atendimento alimentar e nutricional de coletividade ocasional ou definida, sadia ou enferma, em sistema de produção por gestão própria (autogestão) ou sob a forma de concessão (gestão terceirizada) – Resolução CFN n° 600/2018. (Conselho Federal de Nutricionistas, 2018) Alimentação coletiva- Histórico Em tempos remotos A alimentação coletiva estava restrita a: Monastérios Hospitais Asilos Orfanatos Forças armadas Que exigiam a produção de alimentos em grande quantidade. Proença, 2000. Alimentação coletiva – EUROPA Segunda guerra mundial Grã- Bretanha – racionamento de alimentos , hotéis e restaurantes produzindo refeições para toda a população. Período de 1940 a 1943 – incentivo a empresas com mais de 250 empregados 1944 – setor de ensino Inglaterra 1948- Sistema especializado de refeições- convênio Gazeta Mercantil, jun., 2000. Alimentação coletiva – EUROPA França 1913- Primeira concessão de um serviço de alimentação 1934- Primeira empresa organizada na refeição coletiva 1955-1965 – Organização legal do setor 1960- Sistema especializado de refeições- convênio Em outros países europeus observou-se um desenvolvimento mais lento do setor, que apresentaram maior desenvolvimento nas décadas de 60 e 70, como exemplos os países: Alemanha, Itália, Suécia e Inglaterra. Proença, 2000. Alimentação coletiva – EUA Primeira guerra mundial (1914- 1918) Substituição da mão de obra masculina pela feminina nas fábricas estímulo para o desenvolvimento da alimentação coletiva A legislação envolvendo serviços de alimentação tem seu marco inicial na déc. 30 Segunda guerra mundial (1939- 1945) Incremento na produção de refeições para a coletividades Alimentação das forças armadas Gazeta Mercantil, 2000; Proença, 2000. Alimentação coletiva – BRASIL Segue inicialmente a mesma estrutura dos países europeus com os serviços limitados aos monastérios, asilos, orfanatos, forças armadas e hospitais. O desenvolvimento do setor no Brasil, enquanto ramo comercial tem seu início juntamente com o processo de industrialização do país na no final da década de 30, e com o processo de êxodo rural observado a partir de então com o aumento da população urbana. Gazeta Mercantil, 2000; Proença, 2000. Alimentação coletiva – BRASIL Final da década de 30 Governo Getúlio Vargas – institui a obrigatoriedade das empresas com mais de 500 empregados a instalarem um refeitório e criação do SAPS; SAPS - Serviço de Alimentação da Previdência Social Objetivava promover racionalização dos hábitos alimentares do trabalhador brasileiro, por isso passa a administrar diversos restaurantes no país e fomenta o surgimento do profissional Nutricionista na área de alimentação coletiva á época denominadas de “visitadoras de alimentação”. Alimentação coletiva – BRASIL Primeiro empreendimento de grande porte a instalar um refeitório e estabelecer um plano de alimentação para seus funcionários foi a CSN – Companhia Siderúrgica Nacional em 1941. A CSN instalou 02 restaurantes Equipamentos utilizavam lenha como combustível As refeições eram fornecidas em recipientes de alumínio aos trabalhadores na obra O outro era destinada aos trabalhadores de folga no qual as refeições eram servidas em pratos esmaltados ou de alumínio Alimentação coletiva – BRASIL O mercado de refeições iniciou o seu crescimento na década de 40 Em Junho de 1947- foi inaugurada na cidade de São Paulo a primeira cozinha industrial do SESI (Serviço Social da Indústria) Capacidade para produção de 1000 refeições diárias; Fornecia refeições para as empresas locais na região; As refeições eram retiradas pelos próprios trabalhadores ou pelas empresas e transportadas para as companhias nas quais eram consumidas. Alimentação coletiva – BRASIL Em 1947- o Serviço Social do Comércio (SESC)- inaugurou o Restaurante Alcântara Machado que oferecia refeições aos comerciários As refeições também eram transportadas para as empresas Em janeiro de 1948 – o SESI inaugura sua segunda cozinha com fornecimento inicial de 2000 refeições diárias Na década de 40 surgem as primeiras empresas fabricantes de equipamentos para cozinhas industriais antes os equipamentos eram importados. Alimentação coletiva – BRASIL 1954 – Programas de Merenda Escolar (que leva ao desenvolvimento do setor na área de ensino); Outra área que favoreceu a evolução das refeições coletivas foram os Restaurantes Universitários (RU) que aumentaram juntamente com a população universitária durante a década de 70. Nos anos que se seguiram houve um aumento no n° de cozinha industriais Expansão dos centros urbanos Início da implantação do parque industrial brasileiro Instalação de grandes montadoras automobilísticas Shopping centers Gazeta Mercantil, 2000; Proença, 2000. Alimentação coletiva – BRASIL A alimentação para o trabalhador desenvolveu-se com a industrialização do país, na década de 70 dentro de Políticas Públicas de Alimentação é criado o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) no ano de 1976 que tinha como objetivo proporcionar ao trabalhador condições físicas para seu desempenho laboral. Na criação dos Serviços de Alimentação nas Empresas, o sistema de autogestão foi o mais adotado; Evitava problemas com o cardápio que poderia ser servido Limitações impostas pelos riscos da refeição transportada Alimentação coletiva – BRASIL A prestação de serviços por empresas concessionárias de refeições surgiu em consequência do grau de especialização exigido, para o preparo de refeições. As grandes empresas do setor surgiram no final da década de 70. Empresas atuantes na Bahia (mais conhecidas): GR S/A Sodexho (adquiriu a Puras em 2011) Gran Sapore ELASA/Alimenta Empresas baianas: Lemos Passos Chalé Refeições (1987) Prince/Serve Mais Setor de alimentação coletiva no Brasil Refeições coletivas- Valor Setorial / Gazeta Mercantil – Agosto 2008 Alimentação coletiva: alguns números Áreas de atuação do Nutricionista 250 mil trabalhadores Produção e distribuição de aprox. 15 milhões de refeições/dia (ABERC, 2020) ABERC, 2020; CFN, 2020 Fonte: CFN, 2020. Subdivisões do setor de alimentação fora de casa Alimentação fora de casa Alimentação coletiva Setores Trabalho Saúde Autogestão Ensino Concessão Outros Alimentação comercial Adaptado de Proença, 2000. Produção em Alimentação Coletiva CONCEITO DE PRODUÇÃO EM ALIMENTAÇÃO COLETIVA Exigências comerciais (marketing) Exigências das técnicas de produção Exigências de qualificação de pessoal Exigências de condições de trabalho Exigências arquitetônicas Exigências regulamentares Exigências econômicas ( investimento e custo de funcionamento) Exigências qualitativas (produtos e serviços) Proença, 1996. Unidades de Alimentação e Nutrição Conceitos, objetivos, tipos de gestão Profa. Ingrid Fideles Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Definição: Segundo Teixeira et al., 2010 a UAN é uma unidade ou órgão de uma empresaque desempenha atividades relacionadas à alimentação e nutrição, independente da situação hierárquica na entidade. As UANs podem ser consideradas como um sub -sistema que desempenhando atividades -fins ou atividades- meios. Atividades - fins – quando presentes em hospitais e centros de saúde a alimentação faz parte dos bens e serviços fornecidos para promover a prevenção, melhora ou recuperação da coletividade assistida Atividades –meios – quando localizada em indústrias e instituições (escolas, orfanatos, abrigos entre outros) nos quais as suas atividades visam prevenir e manter a saúde dos que são atendidos, afim de manter a sua capacidade Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Definição: Segundo Abreu e Spinelli (2003) “ Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) é um conjunto de áreas com o objetivo de operacionalizar o provimento nutricional de coletividades.” Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Definição: Segundo Conselho Federal de Nutricionistas (2018) “Unidade gerencial onde são desenvolvidas todas as atividades técnico- administrativos necessários para a produção de refeições , até a sua distribuição para coletividades, sadias e enfermas tendo como objetivo contribuir para manter, melhorar ou recuperar a saúde da clientela atendida.” Resolução CFN n°600/2018 – www.cfn.org.br Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Objetivos Segundo Teixeira et al. (2010): O objetivo de uma UAN é manter a saúde da sua clientela, através de uma alimentação adequada, que atenda a alguns requisitos: Equilibrada em nutrientes, de acordo com os hábitos da clientela ; Segura , sob o aspecto de higiene ; Ajustada a disponibilidade financeira da empresa. De acordo com Proença et al.(2005): O objetivo de uma UAN é o fornecimento de uma refeição equilibrada nutricionalmente, apresentando bom nível de sanidade, e que seja adequada ao comensal. Visando auxiliar o desenvolvimento de hábitos saudáveis , a educação alimentar e nutricional. As autoras ainda complementam com o objetivo de satisfazer o comensal no que diz respeito ao serviço oferecido. Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Objetivos Segundo Abreu e Spinelli (2003): A UAN consiste de um serviço organizado, compreendendo uma sequência e sucessão de atos destinados a fornecer refeições balanceadas dentro dos padrões dietéticos e higiênicos, visando assim, atender as necessidades nutricionais dos seus usuários e ajustada aos limites financeiros da Instituição. Serviços de Alimentação e Nutrição Segundo Paula (2002) os Serviços de Alimentação englobam os setores de alimentos e bebidas (hotelaria), restaurantes comerciais (fast-food, lanchonetes, cantinas, bares ou similares que visam o lucro) restaurante institucional (escolas, presídios, asilos, creches, hospitais, ou seja, que não visam o lucro) e catering (refeições servidas a transportes áereos, marítimos, ferroviários e terrestres) Mercado de refeições coletivas Aumento da demanda por alimentação pronta – refeição fora do lar: Urbanização da população (cerca de 80% da população brasileira vive na zona urbana)- mudança nos hábitos alimentares; Distância do local do trabalho – pelo menos 01 refeição fora de casa; Inserção da mulher no mercado de trabalho ; Comemorações feitas fora de casa; Fatores de conveniência – localização, rapidez (fast-food) variedade de produtos e opção de preço (preço fixo, preço por quilo); Grande oferta de produtos e serviços em alimentação e variedade – vivência de novas experiências alimentares. Paula, 2002. Modalidades de gestão em Unidades de alimentação e nutrição Modalidades de gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição Autogestão: A empresa beneficiária assume toda a responsabilidade pela elaboração das refeições, desde a contratação de pessoal até a distribuição aos usuários. (MTE,2009) Terceirização: O fornecimento de refeições é formalizado por intermédio de contrato firmado entre a empresa beneficiária e as concessionárias.(MTE,2009) Modalidades de serviços de alimentação - Tipos de terceirização Antigo Ministério do Trabalho ; Colares et al., 2014. Quando a concessionária se responsabiliza pelo preparo e distribuição da refeição e esta é servida no ambiente de trabalho: Pode ser de 02 tipos: 1- Administração de cozinha ou refeitório A empresa beneficiária contrata os serviços de uma terceira que utiliza as instalações da primeira para o preparo e distribuição das refeições. Tipos de contrato nessa modalidade de terceirização: a) Mandato* - a empresa prestadora de serviço cobra do cliente uma taxa de administração sobre os custos dos serviços Mandato Puro – repasse de preços no qual a Contratante paga todas as despesas que são realizadas em seu nome e mais uma taxa administrativa em favor da Contratada sobre o total; Mandato derivado – o funcionamento é similar ao mandato puro, mas se tem um intermediário para a compra de gêneros e que no final do mês emite nota fiscal para a Contratante. Modalidades de serviços de alimentação - Tipos de terceirização Antigo Ministério do Trabalho; Colares et al., 2014. b) Gestão direta *: Preço fixo - o preço de venda em moeda corrente, é previamente definido e corrigido de comum acordo. Inclui custos relativos, como produtos alimentares, produtos não- alimentares, mão-de-obra, despesas gerais, lucros e impostos. É estabelecido um valor unitário para cada refeição de acordo com o padrão que o cliente deseja. Todos os riscos são assumidos pela Contratada; A Contratante paga a fatura que resulta do produto entre o valor unitário estabelecido e o quantitativo de refeições servidas no período. Gestão Mista – funciona como o contrato de gestão sendo que nessa modalidade as notas fiscais de serviços e de alimentos são emitidas separadamente Reduz o custo da refeição em 3% a 4% em relação ao contrato com Preço Fixo; ICMS incide somente sobre o custo com alimentos. Gestão por mandato Gestão Direta Características: Administrativa e fiscalmente a contratada efetua todas as compras por ordem e em nome do cliente. Características: A contratada é responsável fiscalmente por todas as compras, não utilizando a razão social do cliente. Vantagens -Flexibilidade total ( conhecimento do custo real da refeição – flexibilidade de mudança do padrão) -Atendimento imediato de qualquer solicitação do cliente sem a necessidade de renegociação contratual; -Transparência quanto aos custos dos serviços e de remuneração do terceiro; -Cliente se beneficia dos ganhos de compras de oportunidade; -Co-gestão por parte do cliente; Desvantagens •Maior número de controles por parte do cliente; •Não há preço pré estabelecido e sim um compromisso de despesas. •Mesmo terceirizando o serviço a Contratante tem envolvimento na administração, com grande movimentação mensal de notas fiscais para o pagamento de fornecedores Vantagens -Simplicidade administrativa para o cliente; -Cliente só valida os números dos serviços ; -Preço fixo por serviço; -A Contratante não assume a administração da UAN; Desvantagens •Rigidez na prestação de serviços, deve-se seguir o padrão pré- estabelecido dos serviços; •Cliente não se beneficia de compras de oportunidade; •Renegociações frequentes para qualquer alteração ou introdução de novos serviços; •Aplicação de índices de reajuste para realinhamento dos preços; •Inflexibilidade dos cardápios e serviços. Bohrer, 2005; Colares et al., 2014 Tipos de contratos – Empresas de refeições coletivas www.mte.gov.br/pat/modalidades.asp Modalidades de serviços de alimentação - Tipos de terceirização 2- Refeição transportada A refeição é preparada em cozinha industrial e transportada até o local de trabalho (até a empresa beneficiária). Pode ser servida em recipientes individuais ou em refeitórios na empresa beneficiária. Observações: *Nessa modalidade predominam os contratos terceirizados. *Empresas de autogestão podem trabalhar com refeições transportadaspara locais que sejam geridos pela instituição. Antigo Ministério do Trabalho; Colares et al, 2014; Tipos de terceirização – Sem produção de refeições Quando a refeição não é fornecida no ambiente de trabalho, sendo fornecido ao trabalhador o recurso para aquisição da refeição ou alimentos, ou os gêneros para o preparo da refeição na residência. 3- Refeição convênio Os empregados da empresa beneficiária fazem suas refeições em restaurantes conveniados com empresas operadoras de vales, tíquetes, cupons, cheques, etc. 4- Alimentação convênio A empresa beneficiária fornece senhas, tíquetes, etc., para aquisição de gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais. 5- Cesta de alimentos A empresa beneficiária fornece os alimentos em embalagens especiais, garantindo ao trabalhador ao menos uma refeição diária Autogestão X terceirização Quando as empresas avaliam o investimento no serviço de autogestão como muito pesado ou muito distante da sua atividade fim, as empresas optam pela terceirização (Proença, 2000) Terceirização (Serviços de terceiros) É uma tecnologia de administração que consiste na compra de bens e/ou serviços especializados, de forma sistêmica e intensiva, para serem integradas na condição de atividade-meio à atividade-fim da empresa compradora, permitindo a concentração de energia em sua real vocação, com o intuito de potencializar ganhos em qualidade e competitividade (Fontenella et al. 1994 apud Pinto e Quelhas, 2008) Modalidades de serviços de alimentação – o que escolher? Segundo analistas as empresas justificam a escolha de uma determinada modalidade Refeições coletivas (autogestão) Tipo e qualidade da refeição e menor custo operacional Refeições coletivas (terceirização) Menor custo , facilidade operacional e falta de espaço físico local (transportada) Refeições convênio Facilidade operacional, falta de espaço físico local, menor custo, maior oportunidade de escolha da refeição pelo trabalhador e possibilidade de atender os trabalhadores de pequenas companhias Panorama setorial Gazeta Mercantil, 2000 Terceirização de UANs Proença, 2000 cita algumas vantagens descritas por autores que defendem a terceirização das UANs, quais sejam: Serviço personalizado Know –how sobre os processos de produção e sobre as necessidades e preferências a serem atendidas para a satisfação do cliente Redução do n° de funcionários contratados pela empresa cliente Dinamismo Atenção à higiene e limpeza Controle de custos e de qualidade Pesquisas constantes para avaliar o grau de satisfação do usuário Terceirização no Serviço Público Serviço público Prevê concorrência pública Licitação – o processo é regido pela Lei Federal n° 8.666 de 21 de junho de 1993. As condições de fornecimento são definidas por meio de EDITAL O menor preço dos produtos, atendendo as exigências do EDITAL, é o indicador para a escolha da empresa fornecedora. Panorama setorial- Gazeta Mercantil, 2000 2,1 2 1,9 1,7 1,5 1,5 1,2 0,9 0,7 0,6 0,57 0,5 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3 0,26 0,22 0,2 0,19 0,15 0,11 0,1 0,08 0,07 1,6 1,6 1,6 1,8 2,1 2,5 2,7 3 3,5 3,7 4 4,4 4,7 5,2 5,8 6,5 7 7,5 8,3 8,8 9,4 10,5 10,9 11,7 12,2 11,7 2,8 3,4 4 4,5 4,7 2,8 2,7 3,2 3,3 3,2 3,4 3,6 3,8 3,5 3,5 4 4,2 4,6 5,2 4,9 5,3 6 6,4 7 7,4 76,5 7 7,5 8 8,3 6,8 6,6 7,1 7,5 7,5 7,97 8,5 8,9 9 9,6 10,8 11,5 12,36 13,72 13,9 14,89 16,65 17,41 18,8 19,68 18,77 0 5 10 15 20 25 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 M IL HÕ ES D E RE FE IÇ Õ ES / D IA NÚMERO DE REFEIÇÕES SERVIDAS POR DIA NO PERÍODO DE 1990 A 2015 POR MODALIDADE Autogestão Refeições Coletivas RefeiçõesConvênio Total de refeições Dados da Associação Brasileira de Empresas de Refeições Coletivas (ABERC) - Ago/2019 * Números estimados ABERC, 2019 (www.aberc.com.br /mercadoreal.asp) Instituições x Serviços de Alimentação Tipos de instituições Serviço de Alimentação e Nutrição(SAN) X Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) Alimentação fora de casa Inglaterra Catering - do verbo “to cater” que significa fornecer, aprovisionar, abastecer. Defini-se como sendo a preparação e distribuição de comida e bebida em um determinado local. EUA A designação para a provisão de alimentos, inclusos a produção e o serviço é food service Serviço de Alimentação e Nutrição(SAN) X Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) França e países de idioma francês Utiliza-se o termo restauration como genérico, ocorrendo especificação na nomenclatura a depender do tipo de serviço; Restauration commerciale: engloba estabelecimentos que atendem indivíduos ou grupos, clientela regular, ou ocasional, abertos a qualquer tipo de público. Restauration collective : atendimento de clientela definida , restaurante localizado no ambiente onde encontram-se os usuários. Situam-se no setor de trabalho, do ensino, escolas públicas ou privadas, nos diversos níveis de saúde ou do social. Serviço de Alimentação e Nutrição(SAN) X Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Brasil As designações acompanham a nomenclatura francesa, utilizando-se os termos: Alimentação comercial Restaurantes comerciais em geral Alimentação coletiva Estabelecimentos que trabalham com produção e distribuição de alimentação para coletividades recebiam as seguintes denominações Serviço de Alimentação e Nutrição (SAN)- quando relacionadas à coletividades sadias Serviço de Nutrição e Dietética (SND) – quando ligadas a coletividades enfermas. Serviço de Alimentação e Nutrição(SAN) X Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Tendência atual de denominação: Unidade de Alimentação e Nutrição O termo visa unificar a nomenclatura para as unidades onde ocorram produção e distribuição de refeições. Proença e colaboradores em suas publicações também apresentam o termo UPR ou Unidade Produtora de Refeições Serviços institucionais Restaurantes de coletividades Restaurantes situados em empresas com o objetivo de fornecer alimentação aos funcionários destas; Indústrias Clientela: em geral cativa formada pelos trabalhadores – funcionários da empresa e funcionários da UAN Em geral servem grandes refeições e os cardápios variam de acordo com o estabelecido em contrato. Existe uma grande variedade de cardápios e opções possíveis Distribuição : atualmente predomina o self-service, com controle da preparação cárnea. Serviços institucionais Escolas Clientela: atende a diversas faixas etárias de crianças a adultos a depender do porte da escola e da clientela atendida; Em geral serve cardápios simples e fácil preparo – reduzida mão de obra. Merenda escolar- tem se tornado um grande nicho para o setor de alimentação coletiva Creches Clientela: crianças menores de 05 anos Asilos ou abrigos Clientela: 1) Idosos que residem no local 2) Funcionários do abrigo Serviços institucionais Hospitais Clientela : 1) Funcionários do hospital 2) Funcionários da UAN 3) Pacientes ( indivíduos enfermos) 4) Acompanhantes dos pacientes 5) Distribuição mista ( centralizada e descentralizada) Restaurantes comerciais Origem do termo O termo restaurante teve sua origem na França, no séc. XVIII, a partir da denominação dada a um caldo de carne concentrado denominado “restaurant” que tinha por finalidade restaurar as forças de pessoas doentes ou debilitadas (Spang, 2003 apud Paula e Dencker, 2007) Restaurantes comerciais Restaurante Segundo Aurélio, restaurante pode ser definido como “estabelecimento comercial onde se prepara e servem refeições” ou ainda “ lugar onde se servem refeições avulsas a certo número de pessoas” A partir dessa definição pode-se dizer que o objetivo de um restaurante: Preparar e servir alimentos e bebidas, dentro do conceito que se propõe executar” Fonseca, 2000. Restaurantes comerciaisSegundo Finkelstein (2005) citado por Paula e Denker (2007) hoje o restaurante mais do que um local que fornece alimentação, constitui-se em um espaço social onde são representados estilos de vida que são acompanhados de significados sociais, culturais e simbólicos. Fonseca, 2000. Uma breve revisão das teorias administrativas e sua relação com a gestão de UANs Administração X Gestão Os dicionários da língua portuguesa trazem as duas palavras como sinônimos entre si. Gestão Ato de gerir, gerência, administração Administração Ação de administrar; conjunto de princípios, normas e funções que tem por fim ordenar a estrutura e funcionamento de uma organização ( empresa, órgão público, etc.); função de administrar, gestão, gerência. Atualmente o termo GESTÃO tem sido mais utilizado e classificado como um termo mais amplo que ADMINISTRAÇÃO. Dias, 2002. Administração X Gestão : conceitos Administração “ É planejar, organizar, dirigir e controlar pessoas para atingir de forma eficiente e eficaz os objetivos de uma organização.” Gestão “É lançar mão de todas as funções (técnica, contábil, financeira, comercial, segurança e administração) e conhecimentos (psicologia, antropologia, estatística, etc.) necessários para através de pessoas atingir os objetivos de uma organização de forma eficiente e eficaz.” Dias, 2002. Teorias Administrativas Revolução Industrial Trabalho coletivo Perda do controle do processo de produção pelos trabalhadores com a compra e venda da força de trabalho. Primeiras teorias administrativas Racionalização do trabalho Matos e Pires,2006 Teorias Administrativas Teoria da Administração Científica Frederick W. Taylor Aplicação de métodos da ciência positiva, racional e métodica para os problemas administrativos Objetivo de alcançar a máxima produtividade Propõe incentivos salariais e prêmios – pressupondo motivação unicamente material ou salarial ( “homo economicus”) Matos e Pires,2006 Divisão de atividades racionalização e padronização Seleção dos mais aptos para realizar as tarefas. Fragmentação e hierarquização do trabalho. Estudos de tempos e movimentos para melhorar a eficiência do trabalhador. Processo seletivo na contratação de funcionários uso de testes práticos. Cada área da UAN produz uma “parte” da refeição. Capacitação dos funcionários conforme rotinas do serviço aumento da eficiência. Taylor UANs Estabelecimentos de rotinas e padronização de procedimentos por cargo nas UANs Teorias administrativas Henry Ford – 1913 Utiliza o mesmo princípio de Taylor Estratégia mais abrangente da organização da produção Uso de máquinas-ferramentas especializadas, linha de montagem e de esteira rolante Crescente divisão do trabalho Efeitos dessa organização do processo de trabalho 1.Fragmentação do trabalho com separação entre concepção e execução 2. Desequilíbrio nas cargas de trabalho 3. Desmotivação e alienação dos trabalhadores Matos e Pires,2006 Teorias administrativas Teoria Clássica- Fayol Complementou a teoria de Taylor; Propôs a racionalização da estrutura administrativa; A empresa passa a ser percebida como uma síntese dos diversos órgãos que compõem a sua estrutura; Estabeleceu os princípios da boa administração; Define a visão clássica das funções do administrador Organizar Planejar Coordenar Comandar Controlar Matos e Pires,2006 Teorias administrativas Teoria Burocrática Max Weber A divisão do trabalho baseada na especialização funcional Hierarquia e autoridade definidas Sistemas de regras e regulamentos que descrevem direitos e deveres dos ocupantes de cargos Sistemas de procedimentos e rotinas Impessoalidade nas relações interpessoais Promoção e seleção baseadas na competência técnica Matos e Pires,2006 Teorias administrativas Movimento das Relações Humanas Surge como uma crítica as teorias anteriores Combate o formalismo da administração Desloca o foco da administração para os grupos informais e suas inter-relações Defende a participação dos indivíduos nas decisões que envolvessem a tarefa Porém essa participação sofre restrições, deve estar de acordo com o padrão de liderança adotado Matos e Pires,2006 Teorias administrativas x UANs “Conforme Marcon (1997) , a Organização do Trabalho em UANs obedece aos princípios do taylorismo, ou da organização científica do trabalho. Sua produção se baseia em fluxogramas, rotinas, roteiros, normas, técnicas e organogramas, com objetivo de resguardar que a refeição produzida seja distribuída no horário preestabelecido pela direção da empresa. Em conseqüência a essa forma de organização, e como em qualquer outra instituição que se baseia na mesma, tem-se uma extrema divisão entre quem planeja e quem executa, o que influi na política salarial, esta envolvida com a existência de diferentes cargos nas Unidade de Alimentação e Nutrição. Além disso, procura-se o trabalhador certo para atividade certa e não é dada aos funcionários a oportunidade de interferir no planejamento das atividades. Aos mesmos só cabe a função de executar.” Maciel, 2002 Teorias administrativas x UANs Como resultado das características desse tipo de organização do trabalho em UANs, observa-se, conforme as palavras de Marcon (1997): “uma tarefa pobre em conteúdo, o que representa o desgaste físico e psíquico do trabalhador” Maciel, 2002 Teorias administrativas Movimento das Relações Humanas Surge como uma crítica as teorias anteriores Combate o formalismo da administração Desloca o foco da administração para os grupos informais e suas inter-relações Defende a participação dos indivíduos nas decisões que envolvessem a tarefa Porém essa participação sofre restrições, deve estar de acordo com o padrão de liderança adotado Matos e Pires,2006 Teorias administrativas x UANs Maciel (2002) citando Teixeira et al.(2000) refere que, a necessidade de colaboração dos trabalhadores de uma UAN para com a organização, para que a mesma obtenha sucesso ao produzir refeições de padrão cientificamente definido sob todos os aspectos e, ainda, proporcionar aos indivíduos a realização de seus objetivos pessoais, considerando suas aspirações e necessidades, com vista à motivação e satisfação de seus empregados, talvez seja um dos maiores desafios a serem enfrentados pelas Unidades de Alimentação e Nutrição. Teorias administrativas Teoria comportamentalista Abraham H. Maslow Ênfase nas ciências do comportamento, na busca de soluções democráticas e flexíveis para os problemas organizacionais Teorias administrativas A partir da década de 80 difundem-se novas alternativas administrativas que: Visam superar os modelos Taylorista/fordista Favorecem a participação dos trabalhadores nos processos de tomada de decisão. Contudo, as novas teorizações das diversas correntes administrativas acerca da organização do trabalho ainda estão centradas no aumento da PRODUTIVIDADE e EFICIÊNCIA da organização, permanecendo o trabalhador em segundo plano. Matos e Pires,2006 Gestão em Unidades de Alimentação e Nutrição Para gerir uma Unidade de Alimentação e Nutrição, utilizaremos de várias áreas da administração/gestão: Planejamento e gestão: Do Cardápio De Pessoas De Materiais Financeira Da Produção Qualidade Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE REFEIÇÕES COLETIVAS (ABERC) – Mercado Real. Disponível no site: www.aberc.com.br AGUIAR,O.B.; KRAEMER, F.B.; MENEZES, M.F.G. Gestão de Pessoas em Unidades de Alimentação e Nutrição. Ed. Rubio, Rio de Janeiro, 2013. (Capítulos 01 e 02) BOHRER, C.T. A economia dos contratos de fornecimento de alimentação em uma empresa de refeições coletivas. Dissertação de Mestrado em Administração, UFRS, Porto Alegre, 2005. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS (CFN) – Resolução n° 600/2018 - Dispõe sobre a definição das áreas deatuação do nutricionista e suas atribuições indica parâmetros numéricos mínimos de referência, por área de atuação, para a efetividade dos serviços prestados à sociedade e dá outras providências de 23 de maio de 2018. Disponível. http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_600_2018.htm Gazeta Mercantil/ Panorama Setorial – Análise Setorial : o mercado de refeições Vol. I Junho 2000. MATOS, E.; PIRES,D. 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Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Serviços de Alimentação e Nutrição Mercado de refeições coletivas Modalidades de gestão em Unidades de alimentação e nutrição Modalidades de gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição Modalidades de serviços de alimentação - Tipos de terceirização Modalidades de serviços de alimentação - Tipos de terceirização Número do slide 34 Modalidades de serviços de alimentação - Tipos de terceirização Tipos de terceirização – Sem produção de refeições Autogestão X terceirização Modalidades de serviços de alimentação – o que escolher? Terceirização de UANs Terceirização no Serviço Público Número do slide 41 Número do slide 42 Instituições x Serviços de Alimentação Serviço de Alimentação e Nutrição(SAN) X Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) Serviço de Alimentação e Nutrição(SAN) X Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Serviço de Alimentação e Nutrição(SAN) X Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Serviço de Alimentação e Nutrição(SAN) X Unidade de Alimentação e Nutrição(UAN) Serviços institucionais Serviços institucionais Serviços institucionais Restaurantes comerciais Restaurantes comerciais Restaurantes comerciais Administração e UANs. Administração X Gestão Administração X Gestão : conceitos Teorias Administrativas Teorias Administrativas Número do slide 59 Teorias administrativas Teorias administrativas Teorias administrativas Teorias administrativas Teorias administrativas x UANs Teorias administrativas x UANs Teorias administrativas Teorias administrativas x UANs Número do slide 68 Teorias administrativas Gestão em Unidades de Alimentação e Nutrição Referências
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