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Larissa Sodré Coutinho OBSTETRÍCIA CESARIANA DEFINIÇÃO - Ato cirúrgico que consiste na abertura da parede abdominal (laparotomia) e da parede uterina (histerotomia) para extração do concepto; INDICAÇÕES CESARIANA • MATERNA: cesarianas prévias, deformidades pélvicas, tumores obstrutivos, cerclagens abdominais, cirurgias vaginais reconstrutoras; • FETAIS: anomalias de apresentação, prolapso de cordão umbilical, sorologia para HIV, infecção aguda de herpes pelo herpes simples no 3º trimestre, anomalias congênitas, padrão não tranquilizador de BCF; • MATERNO FETAIS: desproporção cefalopélvica, DPP, placenta prévia, prenhez gemelar com primeira apresentação não cefálica • ABSOLUTAS X RELATIVA QUESTÕES PRÉ OPERATÓRIAS • Maturidade pulmonar fetal: deve estar estabelecida antes da cesárea eletiva que preceda 39 semanas; • Anestesia: avaliar os riscos antes dos procedimentos cirúrgica (obesidade importante, edema, dentição anormal/mandíbula pequena/ dificuldade de abertura da boca; • Dosagem de hemoglobina: avaliar risco potencial de perda sanguínea significante; • Profilaxia antibiótica: recomenda-se administrar 30 a 60 minutos antes da incisão da pele. Antibiótico profilático: cefazolina 1-2g, dose única. Nos casos de alergia a penicilina, clindamicina 600 a 900mg intravenoso; • Cateterização vesical: evitar a distensão da bexiga; • Tricotomia: indiferente. As escoriações da pele resultantes do uso de lâminas são mais predispostas à infecção; QUESTÕES OPERATÓRIAS • ANESTESIA - ANESTESIA POR BLOQUEIO/REGIONAL: epidural ou subaracnóide. Vantagem: evita regurgitação e aspiração gástrica. Desvantagem: queda da PA (tratamento com líquido IV e vasopressores). Contraindicação: distúrbios de coagulação maternos; VANTAGENS EPIDURAL: menor incidência de hipotensão, ausência de cefaleia pós função, menor risco de sequelas neurológicas. DESVANTAGENS EPIDURAL: técnica mais difícil, maior volume injetado; VANTAGENS SUBARACNOIDE: técnica simples, relaxamento muscular mais efetivo. DESVANTAGENS SUBARACNOIDE: cefaleia pós punção, maior incidência e magnitude da hipotensão. - ANESTESIA GERAL: quando há contraindicações da anestesia por bloqueio - ESCOLHA DO MÉTODO: deve-se avaliar características clínicas da paciente • TÉCNICA CIRÚRGICA - INCISÃO DA PELE E DA PAREDE ABDOMINAL: incisão de transversa (menor risco de herniação pós operatória) ou pela incisão mediana infra umbilical (menor risco de sangramento, melhor campo operatório, retirada mais rápida do feto, menor chance de infecções graves da parede abdominal) - TÉCNICA DE PFANNENSTIEL (incisão transversal - se estende da incisão da pele até o peritônio parietal, realizada 3cm acima da sínfise púbica. A aponeurose é descolada para cima até a sínfise púbica, os mm reto abdominais são separados na rafe mediana e o peritônio parietal é incisado longitudinalmente) X TÉCNICA DE JOEL COHEN (transversa, 15 cm e 3 cm abaixo da crista ilíaca anteroposterior. A pele é aberta superficialmente e apenas a linha média do subcutâneo é seccionada até a aponeurose. A aponeurose é liberada do músculo reto do abdome por 2 a 3cm e, então, o peritônio é aberto divulsão digital. Depois, realiza-se a dissecção romba e simultânea no sentido transversal do subcutâneo, do musculo reto do abdome, da aponeurose e do peritônio); - PROCEDIMENTOS INTRA ABDOMINAIS: proteção da cavidade, afastamento vesical histerotomia, nascimento, cuidados com o RN, dequitação; - REMOÇÃO MANUAL DA PLACENTA: Manobra de Credé associada com tração delicada do cordão umbilical. A extração manual deve ser evitada, principalmente em mulheres Rh negativas - FECHAMENTO: histerorrafia, revisão da cavidade abdominal, fechamento do peritônio, fechamento dos músculos e da fáscia, fechamento subcutâneo e pele; Larissa Sodré Coutinho OBSTETRÍCIA -HISTERORRAFIA EM PLANO ÚNICO X DOIS PLANOS - CELIORRAFIA VISCERAL E PARIETAL: o não fechamento do peritônio reduz o tempo operatório, a ocorrência de febre puerperal, a necessidade de analgesia e o tempo de internação hospitalar. Porém os dados são contraditórios e o fechamento é opcional. QUESTÕES PÓS OPERATÓRIAS - Deve-se evitar qualquer evidência de atonia uterina, sangramento vaginal excessivo, hemorragia incisional ou oligúria; • HIDRATAÇÃO E ANALGESIA: primeiro dia pós operatório – AINES (não representam contraindicação do aleitamento materno); • DEAMBULAÇÃO E DIETA: precoces (6 a 8 horas pós cirurgia) pois garantem retorno da peristalse pelo reflexo gastrocólico; • DOSAGEM Hb: não necessária em pacientes assintomáticas às cesarianas eletivas (programada) COMPLICAÇÕES E PROGNÓSTICO • MORTALIDADE MATERNA: associada geralmente a anestesia, infecção puerperal e episódios tromboembólicos. As complicações relacionadas a pneumonia de aspiração diminuíram devido ao uso de bloqueios regionais e antiácidos pré-operatórios • COMPLICAÇÕES PEROPERATÓRIAS: hemorragias, aderências e extração fetal difícil • COMPLICAÇÕES PÓS OPERATORIO IMEDIATO: estimula-se deambulação o mais rápido possível, avaliação criteriosa e controle hidroeletrolítico; • COMPLICAÇÕES PÓS OPERATÓRIAS: infecções como endometrite (endométrio) e peritonite (parede abdominal). A infecção urinaria pode ser complicação do cateterismo vesical. Microrganismos envolvidos na infecção pós cesárea: E. Coli (gram -), estreptococos do grupo B (gram +) e Bacterioides sp (anaeróbios). Cardiovasculares, pulmonares, TGI e vasculares