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Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR DE ARRUDA Autor MÔNICA PATRÍCIA ALCÂNTARA DE MORAIS Desenvolvedor/Programador CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS https://www.telesapiens.net/ Autor MÔNICA PATRÍCIA ALCÂNTARA DE MORAIS Olá, o meu nome é MÔNICA PATRÍCIA ALCÂNTARA DE MORAIS. Sou formada em relações públicas com especialização em administração em marketing, com uma vasta experiência técnico-profissional na área de gestão da cadeia de suprimentos, com mais de 10 anos. Passei por empresas como a TIM Nordeste, Ericsson Gestão de Sistemas (EGS), Estaleiro Atlântico Sul e vários outros empreendimentos, sempre nas áreas de logística e supply chain. Participei da implantação do sistema SAP-R3 na TIM e de vários outros sistemas de automação e de gestão empresarial. Estruturei vários projetos logísticos, como a Rede TELEPORT de Educação, com unidades de ensino espalhadas em 13 estados da federação. Sou apaixonada pelo que faço e adora transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora TELESAPIENS a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Então, conte comigo! Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou o responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO para o início do desenvolvimento de uma nova competência; DEFINIÇÃO houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA quando forem necessários observações ou complementações para o seu conhecimento; IMPORTANTE as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR algo precisa ser mais bem explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS textos, referências bibliográficas e links para aprofundamento do seu conhecimento; REFLITA se houver a necessidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE se for preciso acessar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES quando alguma atividade de autoaprendizagem for aplicada; TESTANDO quando o desenvolvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Sumário AULA 08 – MODAL DE TRANSPORTE AEROVIÁRIO............................................................................................. 6 1.1 Modais Aeroviários .............................................................................................................................................. 6 1.1.1 Vantagens do Modal Aéreo ..............................................................................................................................6 1.1.2 Desvantagens do Modal Aéreo .....................................................................................................................6 1.1.3 Regulação do Transporte Aéreo no Brasil .......................................................................................... 7 1.1.4 Regulação do Transporte Aéreo Internacional ..............................................................................8 1.1.5 Aerovias ............................................................................................................................................................................. 10 1.1.1 Aeródromos .................................................................................................................................................................... 11 1.1.1.1 Tipos de Aeródromos .............................................................................................................................. 12 1.1.1.2 Infraestrutura dos Aeroportos ........................................................................................................... 12 1.1.1.3 Espaço Aéreo dos Aeroportos .......................................................................................................... 13 1.1.1.4 Pistas de Pouso e Decolagem .......................................................................................................... 13 1.1.2 Aeronaves.........................................................................................................................................................................14 1.1.2.1 Classificação das Aeronaves .............................................................................................................. 14 1.1.2.2 Capacidade de Carga .............................................................................................................................. 15 1.1.2.3 Indicadores de Peso da Aeronave ................................................................................................. 15 1.1.3 Cenário do Sistema Aeroportuário Brasileiro ................................................................................ 16 Considerações Finais ..................................................................................................................................................... 17 Atividades de Autoaprendizagem ....................................................................................................................... 17 Questionário Avaliativo ................................................................................................................................................. 17 BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................................................................................18 Logística de Transporte | 6 Aula 08 – MODAL DE TRANSPORTE AEROVIÁRIO INTRODUÇÃO Ao término desta aula você saberá identificar as características do modal aeroviário, tendo condições de emitir opiniões e ter uma visão mais abrangente e operacional sobre este meio de transporte, seus veículos e seus aspectos legais pertinentes. IMPORTANTE Conhecer o modal aeroviário de transporte, suas características e regulação nos âmbitos nacional e internacional. 1.1 Modais Aeroviários O modal aeroviário se divide em transporte de passageiros e de cargas, fazendo uso de veículos intitulados de aeronaves. Graças a esse modal as importações e exportações ganharam uma dinâmica mais célere e sofisticada, pois, historicamente, antes da utilização de aviões para o transporte cargueiro, apenas os navios eram capazes de operar percursos a longa distância entre países. 1.1.1 Vantagens do Modal Aéreo A principal vantagem do modal aeroviário está na rapidez com que ele consegue entregar produtos e materiais a longa distância, sendo assim considerado ideal para a realização de entregas urgentes e de mercadorias leves e de baixo volume. Além da velocidade de entregas, podemos destacar a confiabilidade e a eficiência desse modal como duas de suas principais vantagens, uma vez que a movimentação de cargas é bastante automatizada, o que diminui significativamente a probabilidade de danos às mercadorias e atrasos nas entregas. 1.1.2 Desvantagens do Modal Aéreo Podemos destacar duas das principais desvantagens do modal aeroviário. Uma delas reside no fato de não haver aeródromos em abundância no país e no mundo como um todo, razão pela qual as entregas ficam limitadas apenas àqueles locais. Mas o que verdadeiramente impacta este modal de forma negativa é o seu custo, cujo frete pode chegar ao triplo do preço do rodoviário e 15 vezes o do ferroviário. Figura 1 – Exemplo de avião de passageiros. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Avi%C3%A3o_R99.jpg Acesso em: 20/10/2018 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Avi%C3%A3o_R99.jpg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Avi%C3%A3o_R99.jpg Logística de Transporte | 7 1.1.3 Regulação do Transporte Aéreo no Brasil Os transportes aéreos se constituem em uma atividade enormemente regulamentada, tanto no Brasil quanto em todos os demais países, dado o alto risco das operações envolvidas. A seguir, apresentaremos uma relação de órgãos que regulam e administram as atividades aeroviárias no espaço territorial brasileiro. • Ministério da Defesa: administra os transportes aéreos brasileiros por meio do Comando da Aeronáutica, que controla tanto a aviação civil quanto a militar no Brasil. • ANAC: a Agência Nacional da Aviação Civil exerce a regulação de todas as atividades inerentes à aviação civil brasileira. NOTA A ANAC substituiu o antigo DAC (Departamento da Aviação Civil) e continua sendo o órgão máximo de regulação da aviação civil brasileira. • INFRAERO: a empresa estatal que administra todos os aeroportos brasileiros, a exceção dos que foram privatizados, como é o caso do aeroporto Antônio Carlos Jobim (Rio de Janeiro, RJ) e o de Cumbica (em Guarulhos, SP). NOTA Muitos outros aeroportos estão ou já passaram por processo de privatização. As licitações a concessão pública da administração dos aeroportos começaram a se acelerar em função dos dois grandes eventos internacionais ocorridos no Brasil recentemente: a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016). • COMAR: o Comando Aéreo Regional é um órgão militar que administra as bases aéreas da Aeronáutica em cada região. O governo federal instituiu uma vasta legislação que norteia e regulamenta todo o aparato logístico e gerencial dos transportes aéreos, incluindo as normas para construção de aeroportos e todo o zoneamento de proteção dos chamados “cones aéreos”. Neste sentido, podemos a seguinte portaria em vigor desde a década de 1980, a saber: • Portaria n° 1.141/GM5 – dez/1987: dispõe sobre Zonas de Proteção e Aprova o Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos, o Plano Básico de Zoneamento de Ruído, o Plano Básico de Zona de Proteção de Helipontos e o Plano de Zona de Proteção de Auxílios à Navegação Aérea e dá outras providências. (BRASIL. ANAC, 1987). Figura 2 – Regulação Transporte Aéreo no Brasil. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/Airport#/ media/File:Melbourne_Airport_Domestic_Termina l3.JPG Acesso em: 20/10/2018 https://commons.wikimedia.org/wiki/Airport#/media/File:Melbourne_Airport_Domestic_Terminal3.JPG https://commons.wikimedia.org/wiki/Airport#/media/File:Melbourne_Airport_Domestic_Terminal3.JPG https://commons.wikimedia.org/wiki/Airport#/media/File:Melbourne_Airport_Domestic_Terminal3.JPG Logística de Transporte | 8 1.1.4 Regulação do Transporte Aéreo Internacional A legislação nacional que dispõe sobre os transportes aéreos, tanto de passageiros quanto de cargas, foi escrita a luz de normas internacionais. Apesar da soberania nacional, essa legislação precisa levar em conta alguns preceitos legais advindos de organismos internacionais, uma vez que o espaço aéreo por vezes perpassa o território nacional, interferindo em áreas pertencentes a outros países. São esses os principais organismos de regulação das atividades aéreas internacionais: • OACI/ICAO: com sede em Montreal, Canadá, este órgão é denominado “Organização de Aviação Civil Internacional”, ou, em inglês, “International Civil Aviation Organization”. Trata-se de um órgão de representação de mais de 150 países que se juntaram em torno do objetivo único: estabelecer e padronizar as normas para o transporte aéreo internacional; • IATA: congregando empresas aéreas de praticamente todo o planeta, a Associação Internacional do Transporte Aéreo é o órgão responsável pela padronização das tarifas e níveis de serviços para os transportadores aéreos em todo o mundo; • ACI: o Conselho Internacional dos Aeroportos é um organismo de classe que congrega as principais administradoras de aeroportos em todo o mundo, a exemplo da INFRAERO e outras concessionárias brasileiras; • FAA: apesar de ser o órgão regulador dos transportes aéreos norte-americanos, a “Administração Federal da Aviação” estabeleceu padrões reconhecidos mundialmente, o que o habilita a elaborar normas técnicas e regulamentos acerca de vários aspectos relacionados à aviação civil em todo o mundo, como aeronaves, tripulação, espaço aéreo de tráfego, etc. Em termos práticos, toda essa conjugação de órgãos reguladores e representativos fez surgir o que hoje entendemos como “Liberdades do Ar”. Em 1944, a Convenção de Chicago, que instituiu a OACI/IACO, estabelecei uma série de normas acerca do uso do espaço aéreo, registro de aeronaves e segurança de voo. Essas regras valem até hoje e representam os direitos exercidos no espaço aéreo internacional. As “Liberdades do Ar” trazem as seguintes regras, respeitadas internacionalmente por todos os países signatários: Figura 3 – Regulação do Transporte Aéreo Internacional. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:GolTicketCounterBrasilia.jpg Acesso em: 20/10/2018 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:GolTicketCounterBrasilia.jpg Logística de Transporte | 9 Uma aeronave tem o direito de sobrevoar um outro país, sem pousar, contanto que o país sobrevoado seja notificado antecipadamente e aprove o sobrevoo. Uma aeronave civil de um país tem o direito de pousar em outro país por razões técnicas, tais como abastecimento ou manutenção, sem proceder a qualquer tipo de serviço comercial neste ponto de parada. Uma empresa aérea tem direito de carrear o tráfego de um país para o seu país de registro. Uma empresa aérea estrangeira tem o direito de descarregar o tráfego de seu país de registro para um outro país. Uma empresa aérea tem o direito de carrear tráfego entre dois países diferentes do seu país de registro, desde que o voo origine ou termine no seu país de registro. País B Brasil Figura 4 – Liberdades do ar. Fonte: (BRASIL. ANAC, 2016, p. 2). País B Brasil Figura 5 – Liberdades do ar. Fonte: (BRASIL. ANAC, 2016, p. 3). País B Brasil Figura 6 – Liberdades do ar. Fonte: (BRASIL. ANAC, 2016, p. 4). País B Brasil Figura 7 – Liberdades do ar. Fonte: (BRASIL. ANAC, 2016, p. 5). País C País B Brasil Figura 8 – Liberdades do ar. Fonte: (BRASIL. ANAC, 2016, p. 6). Logística de Transporte | 10 Uma empresa aérea tem o direito de carrear tráfego que não se origine ou termine no seu país de registro, desde que passe através, faça conexão ou permaneça, por um tempo limitado, em qualquer ponto de seu país de registro. Uma empresa aérea tem o direito de transportar tráfego de um país para outro sem passar pelo seu território de registro. Uma empresa aérea tem o direito de transportar tráfego de seu país de registro entre localidades diferentes de um outro país, sem passar pelo seu território de registro. Uma empresa aérea tem o direito de transportar qualquer tipo de tráfego, inteiramente, entre localidades diferentes de um outro país, sem passar pelo seu território de registro. 1.1.5 Aerovias Diferentemente dos modais rodoviário e ferroviário, no transporte aéreo as vias não são concretas (tangíveis), mas elas existem. Engana-se quem pensa que um avião está livre, leve e solto para voar no ar por onde quiser. País C País B Brasil Figura 9 – Liberdades do ar. Fonte: (BRASIL. ANAC, 2016, p. 7). País C País B Brasil Figura 10 – Liberdades do ar. Fonte: (BRASIL. ANAC, 2016, p. 8). País C País C Brasil Figura 11 – Liberdades do ar. Fonte: (BRASIL. ANAC, 2016, p. 9). País B País B Brasil Figura 12 – Liberdades do ar. Fonte: (BRASIL. ANAC,2016, p. 10). Logística de Transporte | 11 Existem dezenas de rotas previamente definidas no espaço aéreo, devidamente identificadas e mapeadas por satélites geoestacionários. Há, atualmente, dezenas desses satélites em órbita da terra, o que faz com que tais identificações e mapeamentos sejam extremamente precisos. Assim, por intermédio das normas internacionais da OACI, juntamente com as regras e leis emanadas de cada país, são estabelecidas rotas de acordo com as altitudes e horários de voo. A figura a seguir ilustra o mapeamento das rotas aeroviárias que partem de São Paulo/SP para vários países do planeta. RESUMINDO As vias no transporte aeroviário se constituem, basicamente, nas rotas de voo estabelecidas pelas autoridades nacionais e internacionais, que foram devidamente demarcadas logicamente por georreferenciamento de satélite. 1.1.1 Aeródromos Toda área destinada a decolagem, pouso e movimentação de aeronaves, quer seja no transporte de passageiros, quer seja com as cargas, recebe o nome de aeródromo. Fazendo uma analogia com o modal rodoviário ou ferroviário, podemos associar os aeródromos aos terminais de passageiros ou de carga daqueles modais. Se compararmos aos modais aquaviários, como veremos mais adiante, podemos associar os aeródromos aos portos ou terminais marítimos. Como pôde ser observado na fotografia da figura anterior, os aeródromos se constituem de pistas de decolagem e pouso, bem como do terminal de embarque e desembarque (ou de carga e descarga). Figura 13 – Rotas aeroviárias partindo de São Paulo/SP (estabelecido em 1980). Fonte: http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/c_deak/CD/5bd/2br/1maps/m05cone- sul/ConeSul-Ae-80.jpg Acesso em: 20/10/2018 Figura 14 – Foto aérea aeroporto de Toronto, Canadá. Fonte:https://commons.wikimedia.org/wiki/File: Toronto_City_Center_Airport.jpg Acesso em: 20/10/2018 Pistas de decolagem e pouso Terminais de passageiros http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/c_deak/CD/5bd/2br/1maps/m05cone-sul/ConeSul-Ae-80.jpg http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/c_deak/CD/5bd/2br/1maps/m05cone-sul/ConeSul-Ae-80.jpg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Toronto_City_Center_Airport.jpg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Toronto_City_Center_Airport.jpg Logística de Transporte | 12 1.1.1.1 Tipos de Aeródromos O Art. 3º da Portaria N° 1.141/GM5 dispõe sobre os tipos de aeródromos existentes, estabelecendo a seguinte classificação: • Aeródromo civil: destinado ao uso de aeronaves civis; • Aeródromo militar: destinado ao uso de aeronaves militares; • Aeródromo privado: de natureza civil e particular, não podendo ser explorado comercialmente; • Aeródromo público: destinado ao tráfego de aeronaves civis em geral; • Aeroporto: trata-se de um aeródromo público provido de instalações e serviços de suporte a operações de aeronaves civis, como embarque e desembarque de pessoas, além da carga e descarga de mercadorias e materiais em geral. NOTA Um aeroporto, apesar de ser um aeródromo público, pode ser administrado por uma empresa privada sob concessão pública, como é o caso de inúmeros aeroportos em todo o mundo, inclusive no Brasil. 1.1.1.2 Infraestrutura dos Aeroportos Um aeroporto se caracteriza por oferecer os seguintes itens de infraestrutura e serviços para a aviação civil: • Pistas em quantidade, orientação, altitude, comprimento, largura, pavimentação e capacidade suficientes para receber aeronaves de todos os tipos e dimensões; • Pátios de taxiamento e estacionamento para as aeronaves; • Sistema de iluminação com equipamentos fixos para proporcionar orientação aos pilotos quanto da aproximação das aeronaves para aterrissagem; • Radares para detectar aeronaves em processo de aproximação; • Aparelhos de radiocomunicação; • Edificações e instalações para atender à administração, ao embarque, ao desembarque e armazenagem de cargas e bagagens; • Serviços de polícia de fronteira, alfandegários e de controle sanitário; • Serviços de abastecimento; • Serviços de bombeiros e de atendimento a emergências; • Hangares e oficinas de manutenção de aeronaves; entre outros itens. Logística de Transporte | 13 1.1.1.3 Espaço Aéreo dos Aeroportos A Portaria N° 1.141/GM5 de 8/12/1987 dispõe acerca as zonas de proteção aéreas, aprovando: • Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos; • Plano Básico de Zona de Proteção de Helipontos; • Plano Básico de Zoneamento de Ruído; • Plano de Zona de Proteção de Auxílios à Navegação Aérea. (BRASIL. ANAC, 1987). O Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos regulamenta o uso do solo nas regiões circunvizinhas desses aeródromos, restringindo a possibilidade de instalação de unidades habitacionais e comerciais localizadas na zona de proteção. Essa restrição se dá em virtude de diversos fatores, como o ruído produzido pelas turbinas das aeronaves, e o próprio risco de acidentes aéreos. A probabilidade desses acidentes acontecerem, aliada às curvas de ruído aéreo gerado pelas aeronaves, resulta em algumas áreas cônicas, que podem ser observadas no exemplo ilustrado pela figura ao lado. 1.1.1.4 Pistas de Pouso e Decolagem O número de pistas disponíveis em um aeródromo depende: • Das direções do vento ao longo do ano; • Das características das aeronaves previstas nos voos programados; • Do relevo do terreno; • Da geometria; • Da demanda de voos; entre outros fatores determinantes. A orientação de cada pista pode mudar conforme a direção e sentido predominantes do vento. Não devem ser autorizados pousos e decolagens em circunstâncias em que a componente da força resultante transversal do vento sobre a aeronave seja superior a: • 37 km/h (20 nós): para aeronaves com comprimento de pista de referência igual ou superior a 1.500 metros; • 24 km/h (13 nós): para aeronaves com comprimento de pista de referência entre 1.200 e 1.500 metros; • 19 km/h (10 nós): para aeronaves com comprimento de pista de referência inferior a 1.200 metros. (BRASIL. ANAC, 1987). Decolagem Aproximação Pista Horizontal interna Figura 15 – Modelo de zoneamento de proteção de aeródromos, estabelecendo vários cones aéreos. Fonte: http://ninja- brasil.blogspot.com.br/2013/11/aeroportos_30.ht ml Acesso em: 20/10/2018 Figura 16 – Espaço aéreo dos aeroportos. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/Airport#/ media/File:HFX_Airport_7.jpg Acesso em: 20/10/2017 http://ninja-brasil.blogspot.com.br/2013/11/aeroportos_30.html http://ninja-brasil.blogspot.com.br/2013/11/aeroportos_30.html http://ninja-brasil.blogspot.com.br/2013/11/aeroportos_30.html https://commons.wikimedia.org/wiki/Airport#/media/File:HFX_Airport_7.jpg https://commons.wikimedia.org/wiki/Airport#/media/File:HFX_Airport_7.jpg Logística de Transporte | 14 1.1.2 Aeronaves DEFINIÇÃO É considerada aeronave todo e qualquer veículo motor capaz de transportar pessoas e/ou cargas por via aérea, podendo ser movida por propulsão a hélice ou turbina. Os dois tipos de aeronaves mais frequentes no transporte de passageiros são o avião e o helicóptero. No entanto, em se tratando de transporte de cargas, apenas o avião é utilizado, uma vez que o helicóptero apresenta um custo operacional muito mais elevado. As aeronaves podem pertencer a pessoas físicas ou jurídicas, neste último caso, empresas de aviação comercial, órgãos governamentais e não governamentais. 1.1.2.1 Classificação das Aeronaves • Quanto à propriedade: podem ser divididas em: - Militar: de uso das forças armadas; - Geral: pertencentes a pessoas físicas; - Comercial: pertencentes a empresas privadas para fins comerciais de transporte de passageiros e/ou cargas. • Quanto à destinação: podem ser classificados como: - Aviões de passageiro (Full Pax): destinados exclusivamente ao transporte de passageiros, podendo levar,em seu deck inferior, cargas atinentes apenas às bagagens dos passageiros; - Aviões mistos (Combi): similar ao Full Pax, esse tipo de aeronave é capaz de transportar passageiros e cargas simultaneamente, reservando, normalmente, o deck inferior e/ou os fundos para a acomodação das cargas, e o superior/frontal para os passageiros, como mostra a figura a seguir; - Aviões de carga (All Cargo ou Full Cargo): exclusivamente fabricados para o transporte de cargas, com grande capacidade de armazenamento, como mostra a próxima figura; Figura 17 – Tipo de aeronave mista (combi plane). Fonte: https://www.popularmechanics.com/flight/a28507/com bi-planes/ Acesso em: 20/10/2018 Figura 18 – Exemplo de aeronave de carga (full cargo). Fonte: http://universodosmodais.blogspot.com/2015/09/transporte- aeroviario.html Acesso em: 20/10/2018 https://www.popularmechanics.com/flight/a28507/combi-planes/ https://www.popularmechanics.com/flight/a28507/combi-planes/ http://universodosmodais.blogspot.com/2015/09/transporte-aeroviario.html http://universodosmodais.blogspot.com/2015/09/transporte-aeroviario.html Logística de Transporte | 15 1.1.2.2 Capacidade de Carga Segundo (MENDONÇA & KEEDI, 1997), "a capacidade de carga de uma aeronave depende de seu tamanho, potência, distância a ser percorrida, configuração e tipo de utilização/finalidade a que está reservada". Alguns exemplos de capacidade de carga estão apresentados na tabela a seguir, associados a alguns modelos de aeronaves. Tabela 1 – Exemplos de capacidade de carga dos principais modelos de aeronaves. Fonte: (MENDONÇA & KEEDI, 1997). Tipo quanto à destinação: Toneladas de carga: All Cargo — Antonov 124/100 120 All Cargo — Boeing 747 100 All Cargo — DC 10 60 All Cargo — Ilyushin 45 Combi — Boeing 747 44 Combi — MD 11 25 Full Pax — MD 11 23 Full Pax — Boeing 747 20 Full Pax — DC 10 14 Full Pax — Airbus 300 12 1.1.2.3 Indicadores de Peso da Aeronave A professora Janaína Araújo (ARAÚJO, 2014, pp. 29-31) descreve os principais indicadores de desempenho relacionados ao peso de uma aeronave, conforme especificações técnicas das normas em vigor. • Peso Operacional Vazio (POV): É o peso da aeronave incluindo todos os itens e equipamentos necessários para o voo (inclusive assentos e tripulação), exceto a carga paga e o combustível; • Carga Paga (CP): É o peso total dos produtos e materiais transportados, que geram renda para o transportador, como: passageiros e bagagens (no caso de transporte de passageiros), ou carga (no caso do transporte de carga). No transporte de passageiros, este peso é considerado à base de 100 kg por passageiro e bagagem; • Peso Zero Combustível (PZC): É o peso da aeronave carregada excetuando-se o combustível, ou seja, o POV adicionado da carga a ser transportada (ou carga paga - CP); • Carga Paga Máxima Estrutural (CPM): É o máximo peso que a carga paga pode alcançar, ou seja, a diferença entre PZC (POV + carga) e POV (aeronave); • Peso Máximo de Rampa (PMR): É o peso máximo autorizado à aeronave manobrar na pista; • Peso Máximo Estrutural de Decolagem (PMED): Também conhecido como peso máximo para liberação dos freios, é o peso máximo autorizado para decolagem em função da integridade estrutural da aeronave, ou seja, representa o POV adicionado da CP mais o peso do combustível; • Peso Máximo Estrutural de Aterrissagem (PMEA): É o peso máximo autorizado para a garantia a integridade dos trens de pouso. (ARAÚJO, 2014, pp. 29-31); Logística de Transporte | 16 1.1.3 Cenário do Sistema Aeroportuário Brasileiro De acordo com o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), em seu Art. 26, o Sistema Aeroportuário Brasileiro é constituído de aeródromos, incluindo todas as pistas de pouso, de taxiamento, pátios de estacionamento de aeronaves, terminais de carga e de passageiros, e todos os equipamentos e serviços de suporte. (BRASIL, 1986) O ICAO classifica o Sistema de Aviação Civil Brasileira como um dos cinco maiores do mundo, com: • 3.500 aeródromos; • 742 aeroportos públicos; • 4º maior transportador doméstico; • 150 milhões de passageiros transportados por ano (dados de 2010); • 17º em crescimento (dados de 2009 a 2010); • 300 aeronaves de Linha Aérea Regular; • 2ª maior frota de Aviação Geral (particulares), com 16.524 aeronaves; • 2ª maior frota de aeronaves executivas (turboélices e jatos), com 1.650 aeronaves; • 2ª maior frota de aeronaves agrícolas, com cerca de 1.000 aeronaves; • 2ª maior frota de táxis aéreos, com 1.200 aeronaves; • 2ª maior frota de helicópteros, com 1.255 aeronaves; • 3ª maior indústria aeronáutica do mundo (EMBRAER); • 3º maior parque industrial de aeronaves leves, com 20 fábricas que produzem cerca de 300 aeronaves por ano. (ICAO, 2011). Contudo, a malha aeroviária brasileira perde feio da norte-americana, com apenas 742 aeroportos públicos contra 5.314 dos EUA (maior malha aérea do mundo). A falta de investimentos no setor desde a década de 1970 até o início do milênio, acarretou no triste episódio do caos aéreo em 2006, quando os atrasos médios das companhias chegaram a 3 horas, com inúmeros cancelamentos e incidentes desagradáveis para inúmeros passageiros. No transporte de cargas, a situação não era diferente, até que, com o advento da copa do mundo de 2014 e olimpíadas de 2016, o governo federal finalmente decidiu investir na infraestrutura aeroviária, culminando nas recentes privatizações da administração de vários aeroportos públicos, a exemplo de Cumbica (Guarulhos/SP) e o Tom Jobim (Rio de Janeiro/RJ). Em comparação com os dez maiores e mais movimentados aeroportos do mundo, o Brasil não participa deste ranking, segundo a OACI, 2011. Falando em Brasil, nos dez aeroportos mais importantes do país, nos números vistos da movimentação, fazendo uma ideia comparativa com os aeroportos estrangeiros, o Brasil fica muito abaixo da média, segundo a INFRAERO, 2011. Já quanto à movimentação de carga, é possível comparar o fluxo dos aeroportos do mundo, o Brasil aparece em 40º lugar, representado pelo aeroporto de Cumbica (Guarulhos/SP), segundo a OACI, 2011. Logística de Transporte | 17 Considerações Finais SAIBA MAIS Quer se aprofundar no tema desta aula? Nós recomendamos o acesso à uma seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Vídeo: “As Deficiências do Transporte Aéreo no Brasil” (TV Univali, 2016), https://youtu.be/LJbxBVysI9Y (Acesso em: 20/10/2018) Atividades de Autoaprendizagem ATIVIDADES Pronto para consolidar seus conhecimentos? Leia atentamente o enunciado de sua atividade de autoaprendizagem proposta para esta aula. Se você está fazendo o seu curso presencialmente, é só abrir o seu caderno de atividades. Se você estiver cursando na modalidade de EAD (Educação a Distância), acesse a sua trilha de aprendizagem no seu ambiente virtual e realize a atividade de modo online. Você pode desenvolver esta atividade sozinho ou em parceria com seus colegas de turma. Dificuldades? Poste suas dúvidas no fórum de discussões em seu ambiente virtual de aprendizagem. Concluiu a sua atividade? Submeta o resultado em uma postagem diretamente em seu ambiente virtual de aprendizagem e boa sorte! Questionário Avaliativo TESTANDO Chegou a hora de você provar que aprendeu tudo o que foi abordado ao longo desta aula. Para isto, leia e resolva atentamente as questões do seu caderno de atividades. Se você estiver fazendo este curso a distância, acesse o QUIZ (banco de questões) em seu ambiente virtual de aprendizagem e boa sorte! https://youtu.be/LJbxBVysI9Y Logística de Transporte | 18 BIBLIOGRAFIA • BALLOU, R. H. (2006). Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Logística Empresarial . Porto Alegre - RS: Editora BOOKMAN. • BANZATO, E. (2005). Tecnologia da Informação aplicada à Logística . São Paulo - SP: Instituto AMAM. • BERTAGLIA, P. R.(2015). Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. São José dos Campos - SP: Editora SARAIVA. Logística de Transporte | 19