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Urticária: definição, epidemiologia, etiologia e tratamento

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Definição: definida como um grupo heterogêneo de doenças que compartilham uma reação 
cutânea padrão, a presença de urticas de aparecimento súbito que desaparecem sem deixar 
cicatriz. 
Epidemiologia: a alergia ao leite é a principal causa até os 6 meses, seguido de infecções e 
medicamentos dos 6-12 meses. Em 85% dos casos é aguda e com fator causal identificado. Os 
sintomas pioram no período noturno. Pode ser sinal de uma doença sistêmica e parte de reação 
alérgica multissistêmica. 
Etiologia: a etiologia pode ser aguda ou crônica. Das formas agudas se tem alimentos, 
medicamentos, vitaminas, suplementos e vacinas, infecções, hemoderivados, radiocontrastes, 
venenos de animas, entre outros. Das formas crônicas se cita autoimunidade, alimentos 
pseudoalérgicos, fatores psicossomáticos, infecção crônica e neoplasias. 
Fisiopatologia: os inúmeros fatores desencadeantes estimulam os mastócitos que resulta na 
liberação de mediadores químicos, resultando em ativação, extravasamento de plasma, 
vasodilatação e recrutamento de células de defesa que gerarão prurido, eritema, pápula e 
infiltrado de células de defesa. 
Classificação: a urticária pode ser diferenciada em crônica (sintomas por mais de 6 semanas) ou 
aguda (menos de seis semanas). A forma crônica pode ser espontânea (doença com 
aparecimento espontâneo de lesões, sem estimulo externo) ou induzida (lesões induzidas por 
estímulos específicos como temperatura, pressão, etc). As urticárias crônicas espontâneas podem 
ter causas conhecidas, como a autoimunidade, ou desconhecidas. As urticárias crônicas induzidas 
(UCIND) podem ter estímulos físicos ou outros, como colinérgica, contato, aquagênica. Induzida 
por exercício. As formas crônicas são diagnosticadas por teste de soro autólogo. 
Anafilaxia: é uma reação alérgica sistêmica aguda, potencialmente fatal, comumente mediada 
por IgE. É classificada em diferentes graus: 
Grau 1: leve (pele e tecido subcutâneo apenas) – eritema generalizado, urticária e angioedema 
Grau 2: moderada (envolvimento do trato respiratória, cardiovascular ou gastrointestinal) – 
dispneia, estridor, sibilância, náusea, vômito, tontura e dor abdominal 
Grau 3: grave (hipóxia, hipotensão ou comprometimento neurológico) – cianose ou saturação 
O2 ≤ 92%, hipotensão, confusão, perda de consciência ou incontinência. 
Medicamentos: os principais medicamentos que causam urticária aguadas com reações 
imediatas (até 1 horas) – mediadas por IgE são as penicilinas. A urticária tardia 0 mediada por 
linfócitos T (24-48h) são comumente causadas por cefalosporinas e amoxicilina. 
Físico: pode ser causado por contato cutâneo com água, ar ou sólido frio, podendo ser idiopatia 
em 95% dos casos. O diagnóstico é feito fazendo o contato com o gelo sob fino plástico por 5 
minutos e a leitura em 10 minutos. 
O dermografismo é a forma mais comum e ocorrer em 5% dos jovens, sem a presença de prurido. 
O diagnóstico é feito com fricção mecânica sobre a pele com objeto de ponta romba. 
Além desses ocorre urticária ao calor, ao sol, vibratória e de pressão tardia. 
Urticária colinérgica: é mais comum em adolescente a tópicos. Caracterizado pelo 
aparecimento de prurido e urticária 2-4mm de diâmetro rodeado por eritema após aquecimento 
ativo da temperatura do corpo (exercício) ou passivo (banho quente), sendo lesões transitória que 
se resolvem em até 2 horas. A febre não é um fator desencadeante. 
Urticária aquagênica: aparecimento de lesões urticariformes após contato com a água 
independente da temperatura. 
Urticária de contato: reação cutânea imediata que aparece em minutos até 1 hora após contato 
com substância desencadeante. Pode ser não imunológica, imunológica, saliva/epitélio de 
animais, alimentos, látex, entre outros 
Clínica: A lesão urticária apresenta três características típicas: 
1. Edema central de tamanho variável, geralmente rodeado por eritema reflexo 
2. Prurido e as vezes sensação de queimação 
3. Resolução de 1-24 horas 
O angioedema é caracterizado por: 
1. Edema súbito e pronunciado da derme profunda e subcutâneo 
2. Mais dor que prurido 
3. Envolvimento frequente de membranas mucosas 
4. Resolução em até 72 horas 
Diagnóstico: a urticária aguda é baseada principalmente na anamnese, sem a necessidade de 
exames de rotina. A urticária crônica necessita de hemograma, VHS, avaliação de medicação 
suspeitos, alergia IgE mediada, hormônios tireoideanos e auto-anticorpos, protoparasitológico 
seriado, doenças infecciosas, teste cutâneo do soro autólogo, biópsia cutânea da lesão. 
Tratamento: tem por objetivo a completa remissão dos sintomas. Pode ser feita terapia 
sintomática, anti-histaminicos e adrenalina quando necessário. É importante a identificação e 
eliminação das causas básicas e fatores desencadeantes. 
A primeira linha de tratamento são os anti-histamínicos de 2º geração. Se houver controle 
incompleto após 2-4 semanas ou antes se os sintomas forem intoleráveis, utiliza-se os anti-
histamínicos de 2º geração em até 4x a dose padrão. Se o controle não for feito, adiciona-se 
omalizumabe (imunomodulador) e caso não funcione após 6 meses, adiciona-se a segunda 
opção de tratamento uma ciclosporina. 
- Anti-histamínicos: Os de primeira geração possuem efeito sedantes, anticolinérgicos e anti-
pruriginoso. Podem interferir no sono REM. Utiliza-se dexclorfeniramina em maiores de 2 anos, 
hidroxizine acima de 6 kg e cetotifeno para menores de 6 meses. Os anti-histamínicos de segunda 
geração não são sedantes e não apresentam efeito anti-colinérgicos. Utiliza-se desloratadina para 
maiores de 6 meses, loratadina, levocetirizina e ebastina para maiores de 2 anos, fexofenadina 
para maiores de 6 anos e a rupatadina e a bilastina para maiores de 12 anos.

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