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Clinica de Grandes Animais III Paolo Neandro Bona Soares e Gabriela Marchioni N1 = Teorica + Pratica (6,0) TBL = Genitourinario feminino (2,0) APS = Respiratorio (2,0) N1 = Multipla escolha (10,0) / Divide por 2 com peso 4. CRONOGRAMA DE AULAS E PRÁTICAS (CGA III) Nº da Aula Data Tema AGOSTO 1 5-ago Apresentação da disciplina / Nomenclatura cirurgica e tempos fundamentais da cirurgia nos grandes animais 2 12-ago Paramentação Cirurgica PRATICA 3 19-ago Instrumentação cirurgica PRATICA 4 26-ago Treinamento em ambiente controlado (Instrumentação e paramentação) SETEMBRO 5 2-set Feridas nos Grandes Animais e Neoplasias nos Grandes Animais 6 9-set Avaliação Teórica + Prática 7 16-set Cirurgias de cabeça e pescoço ( I ) 8 23-set Cirurgias de cabeça e pescoço ( II ) 9 30-set Descorna cosmética e Enucleação 10 7-out Afecções cirurgicas do sistema genital nos grandes animais (Machos) 11 14-out Afecções cirurgicas do sistema genital nos grandes animais (Fêmeas) 12 21-out Avaliação discursiva / feedback 13 28-out Celiotomias e laparotomias nos grandes animais NOVEMBRO 14 4-nov Cirurgias intestinais nos grandes animais e suas complicações 15 11-nov Cirurgias intestinais nos grandes animais (prática) 16 18-nov Feriado 17 25-nov Apresentação de casos clínicos DEZEMBRO 18 2-dez Avaliação N2 19 9-dez Vista de prova 20 12/16/19 Avaliação Substitutiva 05/08 TEMPOS FUNDAMENTAIS DA CIRURGIA -> São divisões dentro da cirurgia 1. Toda cirurgia começa com a DIÉRESE, que é a separação ou afastamento dos tecidos, realizada por meio de intervenções manuais e/ou instrumentais - É o momento em que fazemos a incisão - Temos a incisão de pele com o bisturi, depois a divulsão do subcutâneo com uma tesoura, e por fim, a abertura da musculatura com uma tesoura romba para abrir a cavidade abdominal -> Classificação da diérese: • Cruenta: perda de muito sangue • Incruenta: não perde muito sangue Diérese Cruenta: • Arrancamento: manobra manual de rompimento. (usado em feixes vásculo-nervosos ou pedúnculos) Desvantagem: cria superfície irregular (causa fixação de coágulo, dificultando a cicatrização) • Curetagem: utiliza a cureta. Usamos quando queremos eliminar tecidos indesejáveis (necrosado, isquêmico). Ativa cicatrização • Debridamento: utiliza tesoura ou bisturi. Remove bridas/aderência (tecido conjuntivo) • Divulsão ou descolamento: afasta tecidos sem secção. Pode ser realizado com tesoura ou manualmente (muito usado) • Escarificação: é mais superficial. Utiliza cureta ou bisturi. Usamos quando queremos raspar uma estrutura e coletar material • Exérese ou ressecção: eliminação de determinada estrutura (ex: tecido de granulação exuberante, orquiectomia) • Formação de fístula: comunicação de um órgão oco com o meio externo (esofagostomia, rumenostomia) • Osteotomia: corrigir desvios ósseos • Incisão: devemos evitar corte biselado (atrapalha na cicatrização), fazer a incisão em um só tempo (única e magistral) e não trocar de direção da lâmina; O ideal é que seja única e magistral Diérese Incruenta: •Laser cirúrgico (além de promover a coagulação dos vasos, também tem efeito antibacteriano) •Criobisturi (utilizado em cirurgia oncológica; ja promove coagulação de todos os vasos no momento da incisão) •Bisturi eletrocirurgico - Vantagens: diminui a perda sanguínea, diminui o tempo cirúrgico, diminui material cirúrgico no local de incisão - É o mais utilizado( - Desvantagens: retardo na cicatrização (precisa fazer revitalização) e aumento de chances de infecção - Contra-indicações: com substâncias inflamáveis como o éter, ciclopropano, álcool e gases intestinais (animal com timpanismo) 2. A segunda parte da cirurgia é a HEMOSTASIA, que é o conjunto de manobras manuais e instrumentais que tem por objetivo deter ou previnir uma hemorragia, ou impedir a circulação de sangue em uma determinada área por um tempo limitado -> Consequências: - Se não controlamos a hemostasia, é uma ameaça á vida ou a pronta recuperação do paciente - Dificulta a visualização das estruturas - Retarda a cicatrização - Favorece a infecção (sangue é um meio de crescimento bacteriano) Previnir uma hemorragia: - Garrote - Torniquete -> Classificação da hemostasia: • Temporária: torniquete ou garrote • Definitiva: o vaso em que foi usado o bisturi elétrico e nunca mais volta a sangrar Hemostasia temporária: • Compressão digital momentânea • Compressão com compressa estéril (se comprimir por muito tempo vasos pequenos, podem virar definitiva) • Ligadura ou pinçamento transitório (fita cirúrgica) • Garrote ou torniquete • Posição anti-hemorrágica (posição contra a gravidade e o membro começa a formigar) • Distensão de tecidos Hemostasia Definitiva: • Ligadura ou transfixação com fios de sutura • Pinçamento e torção com pinças hemostáticas • Coagulação térmica • Substância de aplicação local • Coagulação elétrica (eletrocautério) - Tomar cuidado com a espessura do vaso - Artéria: até 1mm - Veias: até 2mm - Se for maior que isso a coagulação não é eficiente e não consegue colabora o vaso • Coagulação monopolizar - Caneta de manipulação -> corpo do paciente -> placa terra • Coagulação bipolar - Pinça baioneta -> entre as pontas da pinça e o paciente (ja tem os dois polos na própria caneta) Uso inadequado do eletrocautério: - Hemorragia retardada - Queimaduras graves - Retardo na cicatrização - Infecção - Incêndio e explosão 3. A parte final da cirurgia é a SÍNTESE, que é o conjunto de manobras manuais e instrumentais, destinadas a restabelecer por meio de fios ou outros materiais a forma e a função dos tecidos incididos PRÉ-REQUISITOS PARA A SUTURA 1- Antissepsia (clorexidine; diminui o numero de microorganismo mas não consegue eliminar todos) e assepsia (eliminamos todos os microorganimos) rigorosa 2- Hemostasia adequada 3- Abolição dos espaços mortos (redução do espaço morto) 4- Bordos da ferida limpos e sem anfractuosidade 5- Ausência de corpos estranhos e tecidos mortos (tecidos necrosadas e/ou gangrenados, pus, etc) 6- Posição anatômica correta (a sutura deverá ser feita plano a plano) 7- Tração moderada sobre o fio de sutura, de tal forma a obter-se adequada aproximação das bordas MATERIAL DE SUTURA - Fios de sutura - Absorvíveis / não absorvíveis - Naturaus - Origem materia-prima - Numero de filamentos - Calibre dos fios: tamanhos de 12-0 à 5 - Monofilamentares - Multifilamentares (facilita a aderência de bactéria no fio) - Agulhas - Porta agulhas - Instrumentos auxiliares (tesoura, pinça) FIOS ABSORVÍVEIS NATURAIS OU ORGÂNICOS - Categute - Vantagens: - fácil de manusear, absorvível - Relativamenteforte - Desvantagens: - Impróprio para suturas externas - capilaridade/segurança do nó - perda da força tênsil - Reação inflamatória/reação de sensibilidade FIOS ABSORVÍVEIS SINTÉTICOS - Ácido poliglicólico - Vantagens: - - bom manuseio - - absorção: 14 a 120 dias - - ampla aplicação; feridas infectadas - Desvantagens: - Custo - Poliglactina 910 (Vicryl®) - Vantagens: - Baixa reação tecidual - Não é fagocitado e nem alterado pela presença de pus, tecidos necrosados, sangue - Desvantagens: - Custo - Polidioxanona (PDS®) - Vantagens: - - absorção: 180 dias - - resistência tênsil maior que Dexon e Vicryl - maior flexibilidade que os anteriores - a Desvantagens: - custo - Poligliconato (Maxon®) FIOS INABISORVÍVEIS NATURAIS - Fio de seda - Vantagens: - Baixo custo, fácil aquisição e manejo - Desvantagens: - Alta capilaridade (fístulas) - No trato urinário pode dar origem a litíases - Evitar em mucosa de vísceras ocas e feridas contaminadas - Fiode algodão - Vantagens: - Baixo custo, fácil aquisição, bom manejo - reesterilização - Desvantagens: - TODAS FIOS INABISORVÍVEIS SINTÉTICOS - Náilon - Vantagens: - Baixa reação tecidual - Ampla aplicação - Baixa incidência de infecção - baixa capilaridade - Baixo custo - Alta resistência - Desvantagens: - Manuseio difícil - Baixa segurança do nó - Escorregadio - Memória - Necessário no mínimo 5 nós - Polipropileno (Prolene®) - Vantagens: - Maior segurança do nó que o náilon - sutura menos trombogênica - Inerte - Boa retenção da força - Resistência a contaminação bacteriana - Desvantagens - Alto custo - Manuseio escorregadio - Dificuldade na realização do nó - Poliéster CLÍNICA DE GRANDES 19/08/19 Montagem Cirúrgica - Não existe somente um padrão de montagem de mesa cirúrgica - Nem todas as caixas possuem todos os instrumentos - O instrumentador sempre fica na mesma posição e monta a mesa de acordo com essa posição (atrás da mesa a esquerda) - A ponta dos materiais sempre ficam para baixo e viradas para o instrumentador (para não correr o risco de macucar o cirurgião) - Deixar a mesa toda preparada para gastar o menor tempo possível com preparações na hora da cirurgia obs: não gastar tempo ocioso – tempo em que não acontece nada - Objetivo: reconhecer os materiais, saber suas funções e saber manipula-los - Cremalheira são os dentes que travam o instrumental - Segurar o instrumental apenas com a ponta das falanges - Segurar o cabo do bisturi com os quatro apoios, como uma caneta obs: a função dos instrumento é sua própria classificação A mesa é dividida em 6 partes 1. Dierese: Realização da incisão - Cabo de bisturi - Tesouras * Standard romba romba * Standard romba fina *Standard fina fina (todas as standard tem um degrau) * Mayo (curva ou reta – corte e empunhadura do mesmo tamanho) * Metzembau (curta ou reta – corte pequeno e empunhadura grande) 2. Preensão: Todos os instrumentos usados para segura - Pinça Backaus - Pinça Anatômica - Pinça dente de rato 3. Hemostasia: Para conter o sangramento - Pinça Hemostática Kelly (ranhuras até a metade) - Pinça Hemostática Mosquito ou Halsted (a menor de todas, ranhuras até o final) - Pinça Hemostática Crille (ranhuras até o final) - Pinça Hemostática Kocher (dente de rato na ponta, ranhuras até o final) (todas podem ser retas ou curvas) 4. Exposição: Para expor os tecidos - Afastador de Farabeuf - Pinça Allis (podem ser de tamanhos diferentes) 5. Especiais: São os materiais diferenciados - Tentacanula - Pinça Coprostática ou Pinça Intestinal de Doyen - Pinça Duval (formato triangular) e Pinça Foerster (formato redondo) – pinças de antissepsia, servem para segurar o gase 6. Síntese: Suturar o paciente - Porta Agulha Mayo - Porta Agulha Mathiew - Caixa de Agulha GRANDES ANIMAIS 02/09/19 Manejo de Feridas Particularidades das feridas em Grandes Animais • Grande dificuldade em trata-las • Ideal é caracterizar a ferida (tipo e estagio) para saber a melhor conduta. • De um modo geral, as feridas em grandes animais tem grande dificuldade em cicatrizacao: 1 Sao lesões extensas 2 Ambiente propicio a infecções 3 Contenção difícil do animal (Morde a ferida, lambe) 4 Sem protecao da porcao distal dos membros dos Equinos -> Pouca musculatura e vascularizacao deficiente que causa retardo/problemas na cicatrizacao. 5 Muita movimentacao do membro, ruim para cicatrizacao pois toda vez que forca o tecido cicatricial, ele e pouco elastico e ai lesiona novamente o novo tecido. Cicatriza pior. 6 Riscos de formação de abcessos. 7 Na hora de recobrir uma ferida, faz parte do processo natural formar um tecido de granulacao para fechar a ferida.Muita movimentacao; pouca circulacao tem baixa oxigenacao causando contaminacao, as vezes presenca de corpo estranho tudo isso favorece o aparecimento de tecido de granulacao exuberante e esse excesso nao permite a ferida cicatrizar. É necessario controlar que esse tecido exuberante nao cresca para ter uma boa resposta a cicatrizacao. Classificar as feridas para saber em que FASE ela esta, para poder determinar o que pode ou nao ser feito. Classificação das feridas De acordo com: • Localização • Extensão • Tipo • Fase • Grau de contaminação Grau de contaminação FERIDA SEPTICA: É uma ferida contaminada. Todas as feridas acidentais sao septicas. • Presença de pus • Sujas ou infectadas • Corpo estranho • Necrose. FERIDA ASSEPTICAS: • Feridas cirurgicas, que nao acessam locais potencialmente contaminados (como cavidade oral, por exemplo.) • Houve um planejamento, preparacao de pele, paciente, ambiente, profissionais e materiais. Tipo de lesao Relacionado com o mecanismo de ação, mecanismo causador de lesão. • Incisao: Ferida cirurgica com bisturi, ferimento por puncao, injecao. • Contusao: Nao ha perfuracao da pele. • Abrasao: ralar, queimaduras. • Arrancamento • Perfuracao: cravo, prego. + comum em grandes animais e + difícil de ser tratada. • Laceracao: bordos e profundidade irregulares Outras classificações • Classe I: entre 1h e 3h, avalia a ferida e sutura. • Classe II: Entre 3h e 6h, avalia a ferida e ve se tem condicoes de suturar. Se sim, sutura. Se nao, nao. • Classe III: Acima de 6h, nao sutura. Classificação um pouco falha, melhor avaliar a ferida e o caso como um todo, não só pelo tempo. Outras classificações dentro de suturação em feridas Mais usada que a anterior. • Primeira Intenção: Higienizacao, tricotomia, antissepsia e sutura. • Segunda Intenção: Permite que organismo trabalhe na ferida sozinho, sem sutura. Induzindo a cicatrização de forma limpa. (Dar condições para uma cicatrização) • Terceira Intenção: Inicio o tratamento por segunda intenção, pois neste primeiro momento não ha como suturar e quando houver a chance de debridar esse tecido, ai faz primeira intenção. O melhor da cicatrizacao, reduzir o tempo, cicatrizacao menos grosseira. Sutura tardiamente. Superficial x Profunda Ferida superficial: pega as primeiras camadas da epiderme e início da derme, as vezes não fica nem cicatriz Feridas profundas: pode pegar até musculo e osso Anamnese de feridas 1 Como aconteceu 2 Ha quanto tempo 3 Ambiente em que vive 4 Tratamento previo? Com o que? Por quanto tempo? Efeito positivo ou negativo? Melhora ou recidiva? Antibiotico ou AINE? -> Importante para nao comecar um tratamento que nao foi efetivo. 5 Vacinado 6 Casqueado Exames complementares • Citologia • Leucograma • Cultura e Antibiograma • Biopsia (pode ser neoplasia) • RX • US Prognostico (ferida de pele) • Depende da classificação • Profundidade: SUPERFICIAL (epiderme e inicio da derme) bom • PROFUNDAS (depende do objetivo) exposição, ruim. Atleta reservado a ruim. Qual a profundidade, comprometimento. Fases da ferida - Fase Inflamatória: dor, tumor, rubor, calor, podendo ter perda de função, dura uns 3 dias; inicialmente ocorre vasoconstrição, para conter o sangramento (por 5-10 min); depois ocorre vasodilatação, com a intenção de mandar plaquetas, células inflamatórias, fatores de coagulação; é preciso do coágulo para que ocorra a formação do tecido de granulação, o coagulo vai ser a base para a construção de um novo tecido; A resposta inflamatória no equino é mt ruim, portanto se eu usar antinflamatorio vai piorar, só os uso quando o animal está com mta dor, neste caso é usado AINE (se usar AIE, corticoide, como ele é mais potente, vai retardar mais ainda a cicatrização) - Fase Proliferativa: seu início se mistura com o fim da fase inflamatória, a duração depende da extensão e profundidade dalesão; é a proliferação tecidual, tecido rico em fibroblastos, tecido novo, imaturo, altamente vascularizado (sangra fácil), pouco inervado (não doi tanto ao ser cortado ou debridado), pouco elástico (por isso lesa facilmente novamente) Se eu não controlar essa fase, nasce tecido de granulação exuberante, demora mais a cicatrização. A cicatriz diminui, o tecido vai se organizando Abronemose ou ferida de verao: ciclo erratil de um parasita gástrico, que a mosca deposita a larva na ferida e vai inflamando, gera CE na ferida, e facilita a formação de tecido de granulação exuberante Diagnóstico de abronemose é a biopsia, em que vai aparecer tecido de granulação com as larvas da mosca morta Obs: mas nem todo tecido de granulação exuberante é um abronema Pitiose: é um diagnóstico diferencial para feridas que não cicatrizam, é um fungo na lesão de pele, que vai produzir tecido de granulação exuberante Diagnostico: biopsia ou cultura, em que aparece hifas, por ser um fungo Neoplasia tbm é uma outra ferida que produz tecido de granulação exuberante e não cicatriza. Ex: sarcoide, carcinoma de células escamosas - Fase Remodelameto: com o passar do tempo o tecido vai se remodelando, reorganização desse tecido imaturo, mudança no tipo de colágeno, tecido ganha mais elasticidade, tecido começa a receber mais inervações, sangra menos, vai diminuindo a cicatriz. Não tem tecido de granulação exuberante nessa fase, a ferida é rosinha, ocorre a reeptelização, os miofibroblastos começam a contrair os bordos dessa ferida, para preencher a ferida e ela fechar Importante tricotomia no bordo da ferida, para estimular a cicatrização, pois o organismo entende que se tem pelo, esta cicatrizado, demorando mais o processo de cicatrização Obs: Ozônio, câmara hiperbárica, mocha, laser, membrana biológica, infra vermelho – são técnicas boas, mas tem que estar td dentro da lei (ozônio por ex, ainda não é proibido, apesar de funcionar) Cicatrização x Regeneração *Cicatrização: após a lesão, o tecido que vai preencher o leito dessa ferida, não é igual ao original, ele é uma cicatriz, não é a mesma coisa *Regeneração: após a lesão, o tecido que vai preencher o leito da ferida é idêntico ao tecido original, como por ex pele (dependendo da profundidade), fígado e osso Importante primeiro avaliar o animal antes de tirar qualquer tipo de CE, galhos ou pregos. Deve deixa-lo la e avaliar, RX, US com o CE no animal, pq não sabemos como está a situação, se ele está contendo uma hemorragia, por ex Técnicas de debridamento Debridamento mecânico: feito com gase umidecida, morna ou em temperatura ambiente (para não fazer vasoconstrição, repuxar o tecido e lesar este mais, pq ele não tem ainda mta elasticidade), não fazer com algodão (pq adere na ferida) – remover CE, debris celular, tec necrotico Debridamento químico: é feito principalmente na fase proliferativa e de remodelamento, uso liquido de dakin ou licor de lilat (ácido acético concentrado) – para queimar o tecido, estimular ou inibir o crescimento de tecido na fase de proliferação Debridamento cirúrgico: feito com bisturi, escarifico ou corto o tecido que não é desejado – remover CE, debris celular, tec necrótico Antissepsia: clorexidine ou sabão neutro Antimicrobianos e pomadas: não se usa tanto, mais pra quando a feriada está mt contaminada, tem já um processo infeccioso, ou quando for fazer a bandagem não aderente (uso para a ferida não grudar na gase) Dreno: coloca longe da ferida, para reduzir espaço morto e ajudar na drenagem de secreção *Passivo - estruturas inerte, que por gravidade vão escorrer as secreções por eles *Ativo - eles sugam as secreções Resumindo: ferida – tricotomia, antissepsia, avaliar se sutura ou não (se for possível aproximar os bordos), outras classificações Técnica de antibiose: aplicar o antibiótico direto na veia (garrote proximal), porem em uma dose menor Larva de miiase/bicheira na ferida: o ciclo da mosca tem de 12 a 24h, portanto significa que esta ferida não recebeu atenção necessária neste tempo, existe miiases para tratamento de ferida, onde as larvas são produzidas em laboratório, pois elas debridam a ferida Neoplasias Definição: - É uma proliferação anormal e descontrolada de determinado tecido - Tem crescimento progressivo - Tem perda de diferenciação (a célula fica com aspectos normais e iguais) - Tumor: aumento de volume Obs: lipoma penducular (benigno) fica aderido ao mesentério - os equinos tem tendência a essa formação. Pode torcer o intestino e ter sintomas Mais comum: carcinoma papiloma: crescimento lento Formações oculares são comuns em grandes animais (em carcinoma principalmente) Caracterização: Localização Tamanho Aspecto Consistencia Tempo de evolução Secreção Critérios Neoplasias benignas Neoplasias malignas Velocidade de crescimento Lenta Rápida Forma de crescimento Expansiva Expansiva e infiltrava Metástase Ausentes Posíveis Semelhança com tecido de origem Preservada Alterada Morfologia celular Preservada Alterada Grau de diferenciação Alto Baixo Unica/Multiplas 1) Sarcóide equino - Alta incidência - É uma neoplasia benigna - Localmente agressivo - Não tem risco de metástase - Alto risco de recidiva - Não é tão infiltrativo Classificação: *Oculto (não vê a olho nu; observamos na imagem) *Verrucoso *Fibroblástico *Nodular *Misto Diagnóstico - Exame histopatológico - Biópsia incisional Tratamento - Incisão cirúrgica - Criocirurgia (pode ter ruptura celular devido a presença de cristais dentro da célula. Ao fazer o descongelamento rompe) - Eletroquimioterapia (vantagem: menor dose do quimioterápico e assim menor efeito sistêmico) - Quimioterápicos tópicos (Imiquimoid) - Vacina BCG (é imunomoduladora; as vezes não elimina, mas estagna o crescimento do tecido, usado para tratamento pré-cirurgico) - Anti-viral: aciclovir (suspeita que tem relação com o papiloma vírus) 2) Melanoma - Formação neoplásica originária dos melanócitos - Nos equinos geralmente é benigna (mas tem tbm melanoma visceral maligno). Nos humanos é maligno - Nódulos cutâneos pigmentados - 90% cutânea; 10% acomete mucosas/visceras - Cavalo de pelagem tordilha: é onde mais é visto o desenvolvimento dessa neoplasia - Região: períneo e cauda Tratamento - Cimetidina (anti H2; imunomodulador) - Por via sistêmica 3) Carcinoma de células escamosas - É uma neoplasia agressiva - Comum na espécie equina e bovina - A pele fica despigmentada - Prevalência aumenta devido a exposição de luz solar - Locais mais comuns: *Pálpebra *Prepúcio *Vulva - Presença de secreção 4) Papilomatose - Causado pelo papiloma vírus - Aspecto proliferativo - Correlação com o estado imunológico dos bovinos - Grandes e pequenos ruminantes. Mais comum nos jovens - Lesões verrucosas disseminadas no corpo - Autolimitante: apesar de se espalhar muito, se o sistema imune do animal melhora pode ter até cura espontânea - Benigno - Infectocontagioso Tratamento - Homoterapia (tirar o sangue do animal e aplica na musculatura, promovendo uma resposta imunológica) - Autovacinação (colhe material para a produção da vacina) Obs: tirar as lesões podem piorar, o ideal é dar conforto para eles, que pode até curar sozinho 5) Hematúria Enzoótica Bovina - Correlação com a samambaia do campo (Intoxicação pela samambaia) - Nome da planta: pteridium aquilino - Essa samambaia cresce facilmente na pastagem - Geralmente o animal fica viciado na ingestão da planta - O animal procura essa planta devido a falta de alimento (depois ele se vicia nesta, e come mesmo quando ele tem alimemto) - Dependendo da quantidade ingerida podemos ter variedades de sintomas - A hematúria enzoótica se persistir pode evoluir paratumores de vias digestivas Consequência do tumor: dificuldade de alimentação, perdendo peso progressivamente Diagnóstico para as neoplasias • Identificação - Equino, bovino • Anamnese - Hábitos, exposição solar, doença prévia, trânsito, morbidade, tratamentos anteriores • Exame físico Forma clãnica Quantidade Ingerida Período de ingestão Síndrome hemorrágica (intoxicação aguda) Superiores a 10g/kg de peso vivo Poucos meses Hematúria enzoótica (urina sanguinolenta) Inferiores a 10g/kg de peso vivo Um ou mais anos Tumores das vias digestivas superiores Pequenas Supostamente por vários anos - Examina o animal todo; descrever as lesões - Aspectos importantes: - Emagrecimento progressivo - Nódulos que crescem - Feridas que não cicatrizam - Sangramentos de qualquer intensidade - Apatia - Perda de apetite - Tenesmo - Disfagia - Dispneia • Citologico - Procedimento de baixo custo, pouco invasivo e pouco doloroso - Exame não garante, mas sugere um diagnóstico • Histopatológico - Biópsia - Incisional (retirada de uma parte) - Excisional (retirada completa da formação - Pos-mortem • Sorológico - Papiloma (em alguns casos, como papiloma, por ser um vírus) • Exames de imagem - US, Endoscopia, RM e RX Tratamento para as neoplasias - Ressecção cirúrgica (com margem de segurança) - Crioterapia - BCG (aplicação de solução de bacilo de Calmette-Guérin - Autovacinas - Quimioterápicos - Radioterapia - Implantes de radiações ionizantes são colocados nas lesões - É uma técnica usada para massas recorrentes ou tumores de difícil acesso, principalmente perioculares 16/09 Cirurgia de cabeça e pescoço I Sinusite Processo inflamatorio e infeccioso dos seios paranasais Causas Primarias: infecção por Streptococcus de diferentes espécies. Secundarias - Afecções dentarias - Traumas - Neoplasia (algumas neoplasias ocorrem por falha dental crônica). - Hematoma etmoidal progressivo (não neoplásico). Exame físico - Palpação (linfonodo pode aumentar, dor) - Percussão (som maciço) - Inspeção (Presenca de fistulas e deformidade facial.) Manifestações clínicas - Secreção nasal purulenta - Dor - Apatia Exames complementares - Radiografia (opacificação do seio paranasal como um todo ou acumulo de liquido) - Endoscopia (visualiza da onde vem a secreção) - Hemograma - Sinocentese + citologia/cultura e antibiograma - Sinusotomia: abertura no seio paranasal (utiliza a trifina) para coletar material e fazer sinoscopia. Incisao de 4 a 5 mm. Da para fazer com o cavalo em pé. Ex: cavalo com secreção nasal unilateral e aumento de volume de linfonodo. - a unilateral pensa mais em trato respiratório anterior. - faz percussão, som mais maciço e cavalo se incomoda. Faz avaliação da cavidade oral, mas não tem nada. Faz endoscopia e não tem nada. Faz raio-x e tem uma formação no interior do seio frontal (não é dente, fica difícil fazer sinocentese, ai pode fazer sinusotomia. Tratamento - Se for causa secundaria, tem que tratar ela primeiro senão não adianta. - Se for primaria (infecção por Strep.) antibiótico, anti-inflamatório e lavar seio paranasal. 1. TREPANACAO: Perfuracao ossea do seio paranasal (abertura circular) de 20mm para lavagem/drenagem do conteúdo com solução anti-sépticas (iodo-povidini). 2. RETALHO OSSEO: Abertura de uma janela em cima do seio paranasal, usa o OSTEÓTOMO (cortador de osso) para tratar afecções dentarias (por exemplo) que causam sinusite secundaria. Clinico: ATB (Penicilina), anti-inflamatorio. Oftalmologia equina - Lesão de olho em cavalo é muito comum - A córnea não é vascularizada, altamente inervada e hidrofóbica, mas a camadas mais profundas são hidrofílicas e ao pingar o colírio com fluoresceína essas camadas expostas acabam sendo coradas, devido as camadas serem hidrofílicas. Quando cora significa que tem lesão. - Ou seja, por ela não ser vascularizada não é fácil tratar a córnea. - Quem nutre a córnea é o filme lacrimal e o humor aquoso. - Dor no olho: um olho aberto e um fechado - Blefaroespasmo: espasmo das pálpebras - Hifema: sangue no olho - Epífora: lacrimejamento- 3 formas de tratamento de olho. São elas: - Sistema de lavagem subpalpebral - lavagem embaixo da pálpebra - Cateter localizado debaixo da pálpebra para limpeza e administração de farmacos. Flap de 3ª pálpebra - A 3ª pálpebra é vascularizada, ajuda nos tratamento de córnea - Sutura em cima do globo ocular. Depois que soltar os pontos da 3 palpebra ela volta para o lugar. - Da para associar essa técnica com o sistema de lavagem subpalpebral - É um retalho para cobrir as lesões de córnea, promovendo proteção fisica e suprimento sangüíneo, auxiliando na recuperaao. - Desvantagem: Nao consegue avaliar a evolução da lesão e obscurecimento temporário da visao. Tarsorrafia - a conjuntiva palpebral é vascularizada - da para associar essa técnica com o sistema de lavagem subpalpebral - Nunca associa tarsorrafia com flap de 3ª palpebra - Sutura a palpebra de forma temporaria, afim de promover proteção e suprimento sangüíneo para recuperação da lesão (mesmo objetivo do flap). - Tem mais proteção ainda. - Mesmas desvantagens. Clinico: ATB topico e/ou sistemico, Anti-inflamatorio. Indicacoes: Inflamação, cicatrização de lesoes, cirurgia ou trauma/ulcera na córnea não infectada. Pode associar as duas técnicas com a lavagem subpalpebral, mas nunca associar a tarsorrafia com o flap. Cabeça e pescoço em Ruminantes Mochação e Descorna Indicações / Objetivos: • Terapêutico fraturas • Nesse caso faz a descorna em animais que tem fratura de corno. (Queda, lesões na cerca e etc.) • Diminuir comportamento agressivo (machucar outros animais e equipe de trabalho, diminui acidentes) • Diminuir lesões traumáticas • Facilitar manejo e alimentação • Manipular o animal com maior facilidade, unir mais animais para se alimentar no mesmo cocho. Com os cornos eles precisam de um espaço maior. Diferenças: • Mochação ou Amochamento é a destruição das células queratogênicas (que formam o epitelio germinativo, este vai cresce ate se fundir ao cranio aí forma o corno.) ainda não fundidas ao crânio. É uma cirurgia mais leve e mais fácil de realizar, sem riscos de sinusite no pos operatorio, sendo uma cirurgia mais segura. É menos cruentas, mais rápida e sem complicações severas. • Descorna é a amputação cirúrgica do corno formado e fundido ao cranio. Possui comunicacao do seio frontal com o corno, tornando a cirurgia de maior tamanho e com maiores riscos. Essa comunicação pode levar a complicacoes severas no pos operatorio, como sinusite por consequência de uma infecção local da cirurgia que contaminou o seio frontal. Mochação ou Amochamento So é possível de realizar quando o animal não teve a formação do corno. Ou seja, em animal jovens. Eles possuem uma estrutura no início do tecido do corno, mas essa estrutura não possui conexão com o crânio e o cerebro. Quando o animal é adulto, tem a junção do corno ao cranio. Vantagens: • Mais fácil; mais rapido; menor risco de infecção/sinusite (devido a ausência da comunicação com o seio frontal); sem hemorragia (tecido pouco vascularizado); bem estar animal e é menos traumático. Pode fazer de duas formas: CAUTERIZACAO QUIMICA CAUTERIZACAO TERMICA Cauterização Química: Causa uma lesao no epitelio germinativo, essa lesão irá necrosar o epitelio impedindo a formação do corno e a fusão do mesmo. • Produtos que causam uma queimadura química • Ideal até 1 semana de idade, passando esse período, o a cirurgia se torna mais complicada e o procedimento não é tao fiel pois o epitelio ja se desenvolveu mais, correndo o risco de poder desenvolver o corno. Etapas. 1. Tricotomia; proteção da pele, pois o pelo atrapalha o contato do produto com o epitelio. 2. Círculo de contenção: é feito com uma substancia gordurosa como vaselina ou pomadas bem oleosa, aplica-se ao redor do corno antes de aplicar o produto de cauterizacao. Esse circulo, serve para evitar que o produto de caurerizacao acabe escorrendo da região do corno para a pele e/ou globo ocular, causando queimaduras nesses tecidos tambem. • Uso de luvas -> proteção contra queimadura • Pasta cáustica sobre o botão cornual • Acompanhamento do animal de 30 minutos. -> nao soltar ele no pasto nem na baia, pois as vezes eles coçam a região e pode espalhar a pomada pelo corpo. Depois de 30min voce tem um funcionamento melhor da pasta e garante que ela vai agir naquela região. Cauterização Térmica (calor) • Usa o aumento de temperatura para cauterizar, afim de destruir esse epitelio causando a necrose e a quebra do epitelio. Não usa substancias quimicas, • Idade ideal: 1 à 2 semanas / formação cornual de 5 à 10mm. Se passar muito tempo, a cirurgia não é eficiente (pode desenvolver corno). • Procedimento mais doloroso, incomodo maior. • Mais sensibilidade, tem que fazer uma anestesia local. Essa anestesia vai bloquear o nervo cornual, faz um botão anestésico no espaço entre o globo ocular e a formação do corno. Essa anestesia é indicada por lei, mas não é obrigatória (no Brasil). • Tricotomia / Antissepsia / Anestesia A anestesia é de custo baixo, 1 ml de lidocaina. É uma anestesia perineural, pois o bloqueio não chega no nervo, pos isso causaria dor no animal no momento da aplicação da anestesia. Aplica próximo ao nervo, e a anestesia se difunde no tecido ate alcançar o nervo bloqueando o estimulo doloroso. • Depois de todo o preparo, faz-se a pressão do ferro incandescente, na região do corno. Aquece o ferro no fogo e encosta o ferro na regiao, com movimentos circulares e com a pressão adequada. • Pressão inadequada: muito leve, não destrói o epitelio e o corno cresce. Em excesso, queima o crânio do animal. Em media 5 segundos fazendo o movimento circular com pressão intermediaria. • Depois disso, vai levantar uma parte desse tecido (pele central) e faz a ressecção dela com pinça ou tesoura, soltando essa porção cauterizada do tecido. • Cauterização da pele ao redor do botão (epitélio germinativo) / remoção da pele central evitar complicações no pos operatório. Bezerros de 1 à 4 meses: Pode usar o Mochador de Barnes, se o animal nao passou dos 4 meses de idade. É um equipamento cirúrgico que secciona o tecido, posiciona o equipamento ao redor do corno e ao aperta-lo, a laminacorta. Não pode garantir que o corno não vá crescer de uma forma irregular, pode acontecer. É a ultima tentativa antes da descorna, passou muito tempo de evolução do epitelio. Descorna Plástica ou cosmética Traumatismo cirúrgico maior, precisa de sedação, não precisa de anestesia geral/ inalatoria porque é muito complexa em ruminantes. Xilazina, alfa2agonista, ruminante é muito sensível ao farmaco e respondem muito bem. Sedado, faz o bloqueio do nervo • Sedação • Bloqueio do nervo cornual • Cordão anestésico infiltrativo = anestesia local, se chama “cordao” pois a anestesia da a volta em todo o corno. Usa lidocaina por custo baixo e boa analgesia. Sedado, prepara o animal para o procedimento. • Posicionamento: • Tronco de contenção, animal em estacao, dose menor de xilazina para ele não deitar • Deitado e mantém ele no posicionamento esternal, apoia o esterno no chão e apoia a cabeça sob a região do pescoço e torax. Em todos os casos precisa conter: Contenção com cabresto, cordas e etc, amarrar os membros. • Tricotomia ampla com antissepsia • Incisão de pele em formato de elipse com pontas alongadas; quanto mais velho o animal, maior é o corno e raças também tem variações do tamanho do corno, nesse caso faz a incisão bem rente ao inicio da pele, para facilitar a sutura (ter maior quantidade de pele para fechar a incisão) A maior dificuldade dessa cirurgia é a sutura. • Depois da incisão de pele, faz a divulsão do tecido, é complicado pois o tecido é firme. Vai separar o corno da pele, faz a hemostasia durante a divulsão, pinçando ou deixa a pinça presa para colabar o vaso. • Hemostasia • Garantida a hemostasia, faz a amputação do corno com o fio serra de gigli (equipamento muito usado em ortopedia e manobras obstétricas (fetotomia)) esse fio promove a osteotomia. Pode posicionar direitinho em volta do corno e corta bem. Ou, pode usar serra de construção mesmo, mas vai precisar de mais força para serrar o osso e tem risco de formar um tecido irregular. Serrar bem rente a estrutura do crânio para ficar uma estrutura lisa e regular para não prejudicar a sutura. • Limpeza com gaze úmida e sutura interrompida • Cirurgia contaminada, pode abrir mão do avental por ser cirurgia a campo mas pode abrir mao do uso de luvas e profilaxia. Descorna plástica • Pós Operatório: • Ao retirar o corno, o seio frontal esta logo abaixo. No pos operatório imediato, ha o sangramento nasal devido a comunicação do seio com o maxilar, e a gravidade faz com que tenha a saída de sangue pela cavidade nasal. Normal, comum. • 2 hs/ 12 hs/ 24 hs -> momentos críticos para analisar o paciente. • Curativo local nao pode ter sangramento no local, por gravidade ele deve descer pelo nariz. Pode ser uma hemorragia pos operatória deve ser trocado todo dia, limpa com antisseotico e pomada cicatrizante, deve manter fechada para evitar miiase e contaminação local. • ATB sistêmico e tópico (oxitetraciclina e danadol) referencia em ruminante por no mínimo 7 dias, nao pode fazer período curto pois cria resistência bacteriana • Danadol pomada com substancia cicatrizante junto com ATB • AINEs (fenilbutazona, meloxicam) mantém por 3 dias mas deve acompanhar o animal, muita dor ou edema, aumenta o periodo. Evitar via oral por causa da flora gastro dos ruminantes, fazer IV ou muscular. Para não causar problemas ruminais. Enucleação do Globo Ocular • Definição: Remoção cirúrgica das margens das pálpebras, membrana nictitante (terceira palpebra), conjuntiva (ao redor do globo) e globo ocular. • Técnicas: Transpalpebral ou Subconjuntival Indicações: • Cegueiras associadas à dor (mesmo cego ele tem dor, infeccoes no globo ocular, lesão traumática que expôs tecidos internos) • Neoplasia intraocular (carcinoma de 3 palpebra, lesão mais comum) • Traumatismos não operáveis em globo ocular (cercas, transporte, briga entre animais) • Infecções intraoculares severas • Exposição a irritantes químicos • Miíases. Preparo pré operatório: • Cirurgia de maior porte • Jejum (mesmo sem anestesia geral, a anestesia local é muito potente), animal quadrupedal ou decúbito em anestesia local, sedação, contenção, tricotomia e antissepsia da região periocular (tem que ser ampla), bloqueio locoregional (permite fazer com o animal em estacao) (feito em 3 pontos nervo-retrobulbar; cordão de anestésico pálpebras inferior e superior e forame supra-orbitário, tem passagem de um nervo, bloqueio perineural. bloqueia a passagem do estimulo nervoso.) Enucleação Transpalpebral • Tarsorrafia sutura da pálpebra superior na pálpebra inferior. Facilita a manipulacao, ao retirar o globo ocular, retira a sutura junto. É so para facilitar a manipulação, faz uma sutura mais rápida e com fio mais barato. + Cantotomia Lateral: incisão na rima lateral do globo ocular = facial manipulação e mas não é obrigatória de fazer junto com a tarsorrafia, vai do cirurgiao. • Incisão circular palpebral ao redor da Rima Ocular (a que foi suturada) • Dissecção da musculatura extraocular (evitar tração excessiva no nervo óptico). Divulsiona a musculatura ate soltar todo o globo ocular. Essa musculatura envolve o globo inteiro. Evitar a tração excessiva pois lesiona o nervo óptico e pode haver complicações anestésicas cardíacas. • Isolar nervo óptico do tecido retrobulbar (atenção neoplasias); Faz esse isolamento na hora de separar a musculatura do globo ocular. Ao isolar. pinça o nervo óptico com uma pinça de 90 graus (MIXTER) • Hemostasia; pinçar e ligar nervo óptico e musculo retrator bulbar (pinça Mixter) Faz a incisão circular, divulsiona a musculatura, (ela gruda o globo ocular na orbita.) vai separando o globo da musculatura. Quando voce sente que o globo ocular esta meio mole, é porque ja soltou da musculatura e a única coisa que ainda o segura na cavidade, é o nervo óptico utiliza a pinta mixter ou kelly para pinçar o nervo, ai voce pode seccionar todas essas estruturas e depois liga o nervo ou o contrario. Do contrario, globo ocular ainda estará na cavidade limitando o seu espaco de sutura, deixando a cirurgia mais dificil. No final, o que sobra é o nervo óptico e a musculatura. As duas técnicas estão certas, o importante é sempre ligar o nervo. Procedimento cruento. • Secção do pedículo óptico • Hemostasia no pedicuro região e lavagem com solução estéril • Sutura musculatura remanescente -> onde vc fez dissecção (ponto cruzado sultan) • Sutura de pele com PSS, fio inabsorvível sintético, tam 1 ou 2 • Por cima da sutura, manter uma compressa de hemostasia com gaze estéril para ajudar na absorção do sangue na região, porque tem um espaço morto ali em ruminantes. Manter por 2 dias, pode colocar um dreno no lugar da gaze, mas a saída dele fica na face o que pode gerar complicações (animal mexe e etc). • ATB sistêmico (minimo 7 dias), AINEs (3 dias); profilaxia para tétano mesmo com o animal vacinado, reforça por conta do espaço morto; curativo local e retirada de ponto em 2 a 3 semanas. Enucleação Subconjuntival Essa cirurgia se faz com o olho aberto, nao tem tarsorrafia. Mais simples na dissecção dos tecidos, pois são mais moles. Mais rápido, ganha tempo cirúrgico e menos cruenta. • Mais rápido e associado à menor hemorragia; remove menor quantidade de tecido orbital sobra mais tecido no final e o abaulamento é menor no pós operatório • Indicado em afecções que só acometem o globo ocular (se acometeu qualquer outra estrutura a mais, não pode realizar, tem que ser localizada no globo ocular) infeccao, miiase por exemplo. • Cantotomia medial e lateral, pequena incisão para abrir a pálpebra e uso de afastador ocular para auxiliar no procedimento (deixa a pálpebra aberta) • Incisão circular da conjuntiva bulbar com 0,5 cm afastado da córnea de distância do limbus (opcional) seguidapor dissecção subconjuntival (lamina menor, para a incisão ser mais controlada) • Dissecção de músculos extraoculares: vai separar o músculo do globo ocular, região de esclera, ate chegar ao final do olho, chega ao nervo óptico também mas é menos cruenta porque não invade os tecidos moles próximos • Ligadura e secção Nervo óptico • Ressecção conjuntiva restante e 3a palpebra. O tecido que continua ali de terceira pálpebras e inferiores e suoeriores, conjuntiva ao redor do globo, se sobrar muito pode retira-lo. pos operatório igual a anterior. • so muda o acesso para chegar no nervo óptico 23/09 Cirurgia de Cabeca e Pescoco II 23/09 Afecções cirúrgicas do trato respiratório anterior NEUROPATIA LARINGIANA RECORRENTE. (cricoartenopexia) É a degeneração primaria do nervo laríngeo, que resulta em atrofia neurogenica muscular da laringe (aritenoides), levando a alteração da movimentação da cartilagem aritenoide (abertura - abdução e fechamento - adução) Dificulta a passagem do ar, causando ruídos inspiratorios (chiado) = DOENCA DO CAVALO RONCADOR. Essa neuropatia pode ser bilateral ou unilateral. E tem caráter progressivo. - unilateral (se for grau leve o cavalo pode apresentar apenas chiado - doença do cavalo roncador - bilateral (não vai inspirar direito) - Perda progressiva de fibras Obs: Normalmente ele é esquerdo e unilateral. Diagnóstico - chiado inspiratório - queda de performance. - intolerância ao exercício - palpação - endoscopia Obs: as principais manifestações do cavalo no trato respiratório anterior, é a queda de performance (quando o animal corre a mesma distancia em mais segundos) e a intolerância ao exercício (cansaco fácil). Tratamento - Correção cirúrgica 1. VENTRICULECTOMIA Remoção da membrana que reveste o ventrículo. Quando o ar passa na região do ventrículo, ele vibra a membrana e aí tem o chiado. 2. VENTRICULOCORDECTOMIA: Remoção da membrana que reveste o ventrículo e também das cordas vocais. Mesmo a doença sendo unilateral, faz a remoção bilateral (pois se remove as duas, facilita a passagem do ar). Complicações - Não sutura, deixa por 2 intenção só e em 10-12 dias já está fechada. Isso porque como é contaminada pode ter chance de deiscência. Obs: *para fazer essas técnicas tem que fazer laringotomia (abertura na laringe na porção ventral dela) para chegar no ventrículo e corda vocal. Cirurgia contaminada. Obs: 1 e 2 so são eficientes se o animal possui APENAS chiado inspiratorio. Se ele tiver mais sintomas, tem que fazer o numero 3 ou 4. 3. CRICOARITENOPEXIA: É a fixacao da cartilagem cricoide na aritenoide. Mantem a cartilagem em ABDUÇÃO permanente. Cuidado para não fazer uma abdução exagerada (tracionando demais) e causar falsa via, aspirando conteúdo alimentar. Não é uma cirurgia contaminada, pois não vai adentrar a luz da laringe e sim pela lateral. Incisão ventral a veia lingofacial, divulsão até chegar na porção lateral da laringe. Dá um ponto na tricóide, depois procura o processo muscular da cavidade aritenóide e passa o fio na musculatura, assim voce terá duas pontas do fio. Quando faz a sutura e traciona o fio, faz movimento de abdução. Pode usar o endoscópio pra ver se precisa tracionar mais, ou nao. *nos casos graves faz essa técnica associada a uma das outras duas. (1 ou 2). 4. ARITENOIDECTOMIA: É a retirada da aritenoide, mas sem realizar a técnica de abdução (aquela do ponto + sutura). Após a laringotomia, faz a divulsão da mucosa da aritenóide, depois remove a cartilagem e sutura a mucosa. Desvantagem: Além da inflamção grande que esse procedimento causa, o risco da aspiração por falsa via é maior já que retira a aritenóide. Todas, principalmente as alterações do trato respiratório anterior (sem pensar na sinusite hematoma etmoidal), produzem queda de performance e ruído respiratório. Todas que produzem secreção nasal e unilateral são diagnósticos diferenciais de sinusite. Esofago e traqueia – Ruminantes Divisao anatômica do esôfago • Porção • Trajeto • Camadas Subdividido em 3 porções: CERVICAL: porção inicial do esôfago, após a laringe. Da laringe, a abertura para a passagem do alimento para o estomago, através do esôfago. Laringe ate a base do tórax, é o esôfago cervical. Maior porção do esôfago, corresponde a 50% TORACICO: Já no tórax, corresponde a porção mais retilínea do esôfago. ABDOMINAL: Menor porção, passagem pelo diafragma e chegada do esôfago no estomago. A grande maioria das lesões acometem o esôfago cervical. A abordagem cirúrgica também é mais simples de acessar. O torácico, precisa fazer toracotomia e é mais complexa. Trajeto/Posicionamento • Primeiro 1/3 do esôfago cervical = esôfago dorsal à traquéia (acima da traqueia). • Esquerdo à traquéia = entrando na região do pescoço, o cervical se encontra esquerdo a traqueia. • Porção torácica = esôfago torácico esta ventral à traquéia(traqueia por cima do esôfago). • Acesso ao esôfago cervical pelo lado esquerdo, sempre. Camadas Estao presentes em todas as espécies, mas existem variações. • Camada Fibrosa (túnica adventícia): camada mais externa, no equino é bem espessa e no ruminante é bem delgada. • Camada muscular: muito desenvolvida no equino e no ruminante não tanto. • Submucosa • Mucosa: mais interna. OBSTRUCAO ESOFAGICA Alta incidência nas afecções de esôfago. Tanto em equinos quanto em ruminantes. Normalmente é uma falha de mastigação, que faz com que o alimento ou objeto estranho pare na cavidade esofágica. Muita relação com alterações orais Predisposição • comportamental animal agitado, ansioso. (mastiga muito rápido, alimento pouco triturado) • hábitos (comer rápido) • pós treino/prova(nervosos – não se alimentar logo após, precisa abaixar a adrenalina, competitividade natural; caminhar com o animal, resfriar o • animal, se alimentar 1h depois da prova); • pós anestesia; • pobre mastigação; • corpos estranhos; • neoplasias; • Estenoses SINAIS CLÍNICOS - Sialorréia, disfagia, tosse, regurgitação de água e alimento pela boca e narinas; dor - Animais se mantém agitados durante regurgitação; - Anorexia e desidratação. DIAGNOSTICO Exame físico: sinais clínicos, distensão esofágica cranial à obstrução; timpanismo ruminal (trocaterização) Diferencial: lesão em pálato mole, doenças dentárias, corpos estranhos e neoplasias orais; - Sondagem nasogástrica/OROGÁSTRICA: presença e localização da obstrução exame fisico/historico esofagoscopia: dilatação esofágica com ar exame radiografico: simples ou contrastado esofago cervical e toracico Tratamento Conservativo Manipulação suave com sonda NG + massagem externa Relaxamento muscular: Xilazina, Acepromazina, Atropina e Ocitocina. Cirúrgico Emergencial: traqueostomia Esofago cervical: sedação e anestesia local ou anestesia geral Esofago toracico: anestesia geral inalatoria com ventilaçao controlada. Abordagens cirúrgicas no tratamento. Esofago cervical: acesso lateral esquerdo, ventral a jugular (esofagostomia) ou acesso médio ventral (no terço médio cervical) Esofago toracico: toracotomia com resseccao de costela. Tratamento Esofagostomia 10cm, afasta mm Incisão longitudinal em 2 planos Externa ou inelastica: muscular e adventicia. Interna ou elastica: mucosa e submucosa Esofagorrafia: 2 planos Interna: padrão swift (fio inabsorvivel ou absorvível sintético: polipropileno 3-0) Externa: padrão simples separado (fio inabsorvivel ou absorvível sintético com nylon 0) Pos cirurgico: Dreno (48h), jejum e nutrição parental (48h) PERFURACAO ESOFAGICA Etiologia: trauma externo, feridas perfurantes, obstrução crônica, perfuração por ingestão de corpo estranho, infecções adjacentes ao esofago. Sinais clinicos: fistula com drenagem de saliva e ingesta, edema, enfisema subcutaneo, sem drenagem = flegmao/infeccao local, sinais sistêmicos e febre. Tratamento: Fechamento primario < 12h > 12h: abertura ventral a laceração -> drenagem. Alimentação por sonda nasogastrica/esofagostomia. Antibiotico, antiinflamatorio e curativos. Complicacoes: Estenose e diverticulo esofagicos. Secundários a trauma interno ou externo (obstrucao prolongada), ruptura esofágica apos esofagostomias; esofagites nao especificas. TRAQUEIA. Afecções agudas ou crônicas apos trauma ou injuria. Obstruções agudas, estenose cronica, lesoes traumaticas, acidentes ofidicos, corpos estranhos intraluminais e colapso de traqueia. Traqueostomia Procedimento emergencial ou seletivo. Novo trajeto para o ar inspirado. Controle da contaminação: procedimento eletivo, asfixia. Tecnica cirurgica Animal em posição quadrupedal ou em decúbito dorsal Area: transição entre o terco cranial e o terço médio traqueal Tricotomia, anti-sepsia e anestesia local. Incisão de pele e subcutâneo na linha media ventral (10cm) Dissecção dos mm. Esternohioideos e exposição dos anéis traqueais. Incisão do ligamento anular paralela aos abeis traqueais (1/3 a 1/2 da circunferência da traqueia) atenção: pinçar o segmento traqueal excisado. Colocação do traqueotubo. Ressecção de pequenos segmentos dos anéis traqueais adjacentes criando abertura eliptica. Pos operatorio Apos a realização dos procedimentos emergenciais, tricotomia, antissepsia… Antimicrobianos Limpeza de ferida Limpeza do traqueotubo e desinfeccao. 07/10 Afecções cirúrgicas do aparelho genital masculino. Particularidades dos equinos. TUNICA VAGINAL: É um prolongamento do peritônio e nos equinos tem comunicação direta com a cavidade abdominal. Risco: Doença: hernias inguino-escrotais -> conteúdo do abdomen vai em direção ao escroto passando pelo anel inguinal. E possíveis complicações nas orquiectomias. Sinais de doença • Queda reprodutiva • Secreções • Odor • Aumento de volume Diagnostico • Inspeção • Palpação • RX • US • Endoscopia • Citologia • Cultura e ATB • Espermograma Indicações de penectomia Ou postectomia. Penectomia ou Falectomia: Remoção total (penis + prepucio) ou parcial do penis. Indicacao: Parafimose por neoplasias. Ou qualquer outra doença em que ha a infiltração no tecido de túnica albuginea. Comprometendo a mobilidade do penis. Por exemplo: Tunica albuginea reveste o corpo do penis junto da pele. Muitas neoplasias estão aderidas a essa tunica, e ela que da sustentação ao corpo do penis. Quando esta aderida, tem que fazer penectomia. Nao vai cobrar tecnica de penectomia na prova mas vai cobrar saber a indicação da tecnica. Avaliar o penis do individuo conforme a lesao. (comprometimento). Como faz: 1. Incisao triangular na base do penis. Essa incisão triangular serve para criar um novo osteo uretral permitindo que remova a porção cranial do penis que existe uma neoformacao (por exemplo). É uma cirurgia MUITO cruenta. Começa com um garrote na base do penis. Passa a sonda uretral na porção ventral (embaixo) do penis. Depois, faz uma incisão triangular ate expor a uretra. Depois de expor, divide a uretra no meio sutura a lateral da uretra no corpo do penis e faz o mesmo com a outra metade. (na lateral do triangulo). Depois, remove a porção cranial do penis, onde esta a neoformacao. Com isso, ha exposicao do corpo cavernoso, isso que faz sangrar muito. Sutura corpo cavernoso com corpo cavernoso, e sutura a uretra na pele que esta em excesso, sobrando. Existem diversas tecnincas, mas essa é a mais usada pois como osteo uretral é maior, tem menor complicação no pos operatório com estenoses. PASSO A PASSO 1. Garrote na base do penis (neoformacao esta cranial) 2. Traciona o penis que deve estar sondado. 3. Incisão triangular na base do penis, (porcao ventral do penis.) 4. Abre a uretra, sutura a uretra na lateral dessa abertura triangular. 5. Secciona a porção cranial, onde esta a neoplasia. (corta) 6. Sutura as duas porções de corpo cavernoso. Sobra um pouco de pele. Sutura essa pele no osteo uretral (aquela incisão triangular, onde esta a uretra. Uretrostomia = nova abertura da uretra. Perineal, urina pelo perineo. Postectomia: Remoção da pele que recobre o penis. É uma cirurgia PARCIAL. Indicação: Lesoes que não invadem o corpo do penis, não comprometem a túnica albuginea. • ABONEMOSE • TRAUMAS = Forma anel cicatricial • Ferimentos que nao permitem exterior ou retrai o penis. Exemplos: pós-trauma, o animal desenvolve um edema em formato de anel e esse anel cicatriza, e o animal perde a capacidade de retrair o penis (parafimose). Nesse caso, não ha necessidade de retirar o penis, apenas o tecido cicatricial. Descolar toda a pele ao redor do penis, removendo apenas a pele. Abaixo da peleesta a TUNICA ALBUGINEA. Faz a incisão da pele, ate a túnica albuginea. Fica com uma porção cranial e caudal, sutura e aproxima essas porcoes. Sutura e aproxima os dois cotos de pele. Complicação: pos cirurgico, qualquer tipo de estimulo que tenha ereção os pontos rompem e trata por segunda intencao. Normalmente indica a castração junto, para evitar esse tipo de complicacao, torna o pos operatório melhor. Orquiectomia Tecnica mais realizada. Indicações • Conveniência = Sem interesse em reprodução, paciente saudável sem nenhum problema de saúde. Faz-se normalmente por controle de temperamento/ comportamento. (Comportamento de garanhão exacerbado) • Doenças: Orquite, hidrocele, traumas, hernia inguino-escrotal, neoplasia. • Controle de doenças genéticas: Animal criptorquida. Mesmo sendo unilateral e também por mais que o animal não tenha a doença manifestada, ele carrega o gene e vai repassar para seus descendentes que podem manifestar. Tecnicas: Esta se referindo a tunica vaginal. 1. ABERTA: Abertura da tunica vaginal. 2. FECHADA: Nao abre a tunica vaginal. 3. SEMIABERTA/SEMIFECHADA: Abertura da tunica vaginal, mas fecha depois. Essa cirurgia pode ser realizada com o animal em pé ou sentado, com bloqueio anestésico local. E tambem, deitado com anestesia dissociativa e bloqueio local. Bloqueio local: em pele subcutânea e anestesia intratesticular. Coloca-se uma agulha que alcance o testiculo. Injeto no testículo um quantidade de anestesico (normalmente, lidocaina.) Solto o testículo da agulha, que irá subir. Conforme eu puxo a agulha para baixo, afim de retira-la por completo do saco escrotal, vou injetando aos poucos o restante do anestésico e dessa forma eu crio um botão anestésico nessa regiao, anestesiando também a pele do subcutâneo. Agora, com o animal anestesiado localmente, faz a incisão linear de pele na região VENTRAL DO ESCROTO, 1cm ou 2cm ao lado da RAFE MEDIANA (como se fosse uma linha branca na região do escroto, que separa o lado direito do lado esquerdo. Em equinos, faz-se duas incisões: uma no testículo esquerdo e uma no testículo direito.) 1. ABERTA: Alem da incisão de pele, faz-se a incisão da túnica vaginal (no mesmo tamanho da incisão da pele subcutânea). Apos a incisao, exterioriza o testículo que estará preso a túnica vaginal pelo ligamento próprio (Expoe testículo junto com a túnica). Corta o ligamento próprio, a túnica que esta aberta irá subir aberta para dentro da cavidade abdominal. Agora o testículo estará completamente exposto. Com emasculador, esmaga o cordão espermático e deixa pressionando o cordão por 7 minutos. Apos isso, remove e gonoda e solta o emasculador do cordão espermatico. Nesse momento, o cordão espermático também irá subir para dentro da cavidade abdominal. EMASCULADOR: É um aparelho (como se fosse um alicate) que faz a vez das 3 pincas. Usando um bom emasculador, não tem necessidade de fazer a técnica das três pinças e nem ligaduras. 2. FECHADA: Faz a incisão de pele subcutânea ate chegar a túnica vaginal. Precisamos expor o testículo junto com a túnica da mesma forma da tecnica aberta, entao aperta a região do cordão espermático afim de descolar a túnica vaginal das demais tunicas. Como se fosse uma uva, aperta a casca e expõe o conteudo. Aperta a região de cordão espermático e vai expor o testículo com a túnica vaginal. Posiciona o emasculador na região de cordão espermatico, e pressiona o emasculador por cima da túnica vaginal. Essa técnica é mais dificil, pois voce não esta enxergando o que esta emasculando (podendo emascular órgãos errados) e a túnica vaginal é bem fibrosa. Deixa o emasculador por 7 minutos e corta a gonada, dessa forma a túnica vaginal sai junto com o cordao espermatico. Por tanto, vai remover uma porção de túnica vaginal com uma porção de cordão espermático e o testiculo. Ao soltar, a túnica e o cordão espermático entrarão abertos na cavidade abdominal. Mesma coisa que a aberta, mas voce não esta enxergando. 3. SEMIABERTA/SEMIFECHADA: Essa técnica é igual a técnica aberta, mas ao emascular, voce transfixa a túnica vaginal por cima do emasculador, fechando a túnica vaginal. Apos transfixar a túnica vaginal, após aguardar os 7 minutos de emasculador, ai voce remove a gonoda e solta o emasculador. Nesse momento, a túnica vaginal ira entrar na cavidade abdominal, fechada. Diminuindo as complicações pós operatórias da orquiectomia. Ao final da técnica, nao realizamos a sutura da pele subcutânea. Ela ser cicatrizada por segunda intenção. Porque acumula muito seroma nessa região (liquido inflamatório). Por isso a incisão na porção ventral, para drenar esse liquido. Se suturar, forma um coagulo e não drena. COMPLICACOES 1. Evisceracao, ja que não sutura pele. 2. Hemorragia, devido a tunica vaginal estar aberta. Obs: é normal ter edema e um pouco de sangramento nos primeiros minutos de castracao (se for técnica aberta), mas muito nao. 3. Inflamação com todos os seus sintomas: edema, aumento de volume, dor, rubor… 4. Fumiculite pos castracao: É uma inflamacao com infeccao do funiculo espermatico. Causando abscessos e feridas que não cicatrizam. MUITO IMPORTANTE. É muito comum de acontecer e é muito mais preocupante do que peritonite (porque apesar da túnica vaginal ser um prolongamento do peritonio, essa afecção não é muito comum). CRIPTORQUIDISMO • É uma falha na descida de um ou dois testículos, podendo ser uni ou bilateral • Ambos os tipos deve ser castrado, pois mesmo que seja unilateral o animal corre o risco de desenvolver neoplasias e transmitir o gene da doenças a outras geracoes. Normalmente cavalos criptorquidas tem um temperamento muito chato, são bravos e tem comportamento exacerbado de garanhao. • Testículo ectopico: inguinal, abdominal ou no trajeto • Tratamento: Técnica cirurgia de remoção do testículo ectopico + indicação de castração caso seja unilateral. Ai escolhe uma das 3 técnicas de orquiectomia. • ABDOMINAL: Laparotomia convencial, que tem vários acessos: inguinal, parainguinal ou pelo flanco. • Pode fazer também por aparelho de laparoscopia, minimamente invasivo. Normalmente é a melhor escolha. • INGUINAL: anestesia geral, animal em decúbito dorsal e faz a incisão em cima do anel inguinal. • Como diagnosticar? exame fisico, exames complementares. Genital Masculino em Ruminantes. PREPARO DE RUFIAO. As orquiectomias em Bovinos, são usadas com o objetivo de preparar o rufião para o seu serviço. Adaptar algumas condições nesse animal, para ele conseguir identificar o cio nas femeas. Rufião • Macho auxiliador para a detecção do cio das fêmeas • Libido destacada • Incapacidade de promover fecundacao. Trabalhar com dois tipos de animais: tem a capacidade de copular, mas não de fecundar (impedir a emissão de espermatozoide mas vai realizar o ato da copula) ou impedir a copula (cirurgias multiladoras, questionamento se são as técnicas mais indicadas hoje). Seleção de animais • Sadios (nao vai ser fonte de transmissão de doença para o rebanho) • Testar libido (interesse natural do animal na femea do cio) • Prepucio curto (importante para tecnica cirurgica, prepucios longos dificultam a cirurgia) Bos indicus tem o prepucio mais longo e o bos tauros tem mais curto • Idade ideal: 18 meses (maturidade sexual) Detecção de cio • Pode utilizar sensores de temperatura nas femeas, pois as montas promovem uma reação termica no dorso das fêmeas e dependendo da colaracao ira indicar a quantidade de montas naquela femea. base da cauda das femeas. • Drone nas fazendas: ve a copula. TECNICAS CIRURGICAS 1. Interrupção da emissão de espermatozoide. O animal desempenha o ato da copula (ha a penetracao), mas nao emite espermatozoide -> Impede a fecundacao. - Deferentectomia(mesma coisa que vasectomia em humanos). • Faz a ligadura de uma parte do ducto deferente e assim não ha a presença do espermatozoide no ejaculado. - Epididimectomia. • Ressesccao de uma parte do epididimo, retira um segmento/porcao dele. E tem o mesmo resultado da deferentectomia, não tem ha a união dos espermatozoides no ejaculado. • Vantagens: Procedimento simples e rapido, usa pouco material (custo baixo), nao altera a libido, garantindo bem estar, impossibilidade de fecundação. • Desvantagem: Nao impedem o ato sexual, podendo transmitir doenças, DST, ha a penetração (copula) e tem exteriorização do penis podendo ocorrer trauma. • Exteriorização do penis • Trauma • Copula • DST OBS: Por lei, é a tecnica mais recomendada por bem estar animal. DEFERENTECTOMIA • Remoção de uma porção do ducto deferente. • A cirurgia é realizada com o animal em decubito lateral ou dorsal, tranquilizacao e sedação com XILAXINA • Preferencialmente em grandes animais, trabalhar com ele acordado devido as complicações cirúrgicas e anestesicas. • Incisão da pele na vertical, em região pre escrotal/cranial ao escroto • No tamanho de 5cm em bovinos e 3cm em pequenos ruminantes. • A incisão é feita sob o cordão espermatico, e túnica vaginal. • Sao 2 acessos cirúrgicos porque a cirurgia é bilateral, um acesso cirúrgico do lado esquerdo e um do lado direito. • Um lado de cada vez. • Incisão da túnica vaginal. • Ela recobre todo o cordão espermático. • Depois da incisão de pele, palpa para identificar o ducto deferente. Ele tem consistência firme, mais fibroso, aspecto tubular (lembra um vaso). • Depois de identica-lo, isolamos ele das demais estruturas e faz duas ligaduras para realizar a ressecção no meio delas. Pinça o ducto deferente antes da ligadura = hemostasia. • Ligadura no ducto deferente • As ligaduras são feitas com fio nao absorvivel, afim de ter um melhor resultado no pos operatório (nao solta, não absorve e dessa forma não ha a junção das estruturas novamente. Pois se houver, o animal passa a produzir espermatozoide novamente e pode fecundar.) • A resseccao em 5cm é feita para ter um espaço “seguro” entre os dois cotos do ducto deferente, afim de impedir que eles se unam novamente. • Sutura e dermorrafia • Depois da resseccao, faz-se a sutura de pele por dermorrafia. A sutura deve ser interrompida, pois ha menor risco de abrir os pontos (animais muito curiosos). Pode ser: simples separado, wolf, sultan. Pos operatorio: Animal em repouso, fora de função de rufiao, ATB por 5 dias e espermograma (3 semanas) e se necessário AINE. • Essa cirurgia não causa muito edema e nem desconforto, pela incisão ser pequena mas se for necessário, indicar AINE por 2 dias e deve-se acompanhar o animal por 3 semanas através de espermograma. Isso porque, pode ser que antes da cirurgia o animal ja tenha produzido espermatozoides e eles estarão armazenados no saco escrotal esperando a próxima ejaculacao. Esse período de 3 semanas é o necessário para a morte desses espermatozoides ja formados. O animal deve permanecer em repouso para esperar a cicatrizacao e morte dos espermatozoides acumulados. EPIDIDIMECTOMIA CAUDAL • Resseccao da cauda do epididimo. • parcial • Anestesia local apos a tranquilizacao • Animal em decubito, sedação com xilazina, tranquilizacao, anestesia local, botão infiltrativo com lidocaina na região da caudal do epididimo e pele (regiao escrotal que recobre a cauda do epididimo). • Bilateral, 2 acessos cirúrgicos um em cada lado. • Incisão de pele na região ventral do escroto, disseccao da cauda do epididimo • Incisão (por volta de 3cm) de pele na região ventral do escroto, que é onde esta a cauda do epididimo. Apos a incisao, separa a cauda do epididimo do corpo do epididmio. = dissecção. • Incisão de pele na região ventral do escroto, disseccao da cauda do epididimo • Ligadura e resseccao da cauda do epididimo. • Dermorrafia; ATB 5 dias e espermograma. antes de liberar pra rufião faz o exame para garantir que ele perdeu a capacidade de fecundação • OBS: Nao precisa fazer a sutura da túnica vaginal, é opcional. Mas tem que fazer a sutura de pele. A túnica vai cicatrizar junto com a pele. • Nao tem a retirada dos testiculos, mas o animal não produz mais espermatozoides pois ha uma ligadura na cauda do epididimo, ligando também o ducto deferente. TECNICAS QUE IMPEDEM A COPULA Cirurgias maiores Mais agressivas Maior risco de complicação ou infecção pos operatória 1. Desvio lateral do penis e do prepucio = desvio de angulação do penis, ele expõe o penis mas não consegue executar a copula devido a angulação “anormal”. 2. Aderência de penis ou flexura sigmoide = sutura nessa região, o animal nem expõe o penis, fica mantido externamente e não copula. Desvantagem: Alteração da libido Dor no momento da cobertura Vida curta: 6 meses de trabalho. O animal associa que o momento da exposição do penis, isso causa dor. Dessa forma, diminui a libido. Vida curta de rufiao, apos 6 meses tem que ser substituído por outro animal (questao economica). DESVIO LATERAL DO PENIS E PREPUCIO Animal exterioriza o penis, mas com uma angulação anormal que impede a copula pois não ha o encaixe. Realizada em ANIMAIS JOVENS (6 meses a 1 ano de idade). Não é o procedimento mais indicado, pois por serem animais jovens e em desenvolvimento é possível que o animal venha a ter o crescimento da estrutura testicular comprometendo o resultado da cirurgia futuramente. Cirurgia muito mais traumatica e cruenta pois a manipulação tecidual é maior. • Anestesia Local + Tranquilizacao • Decubito lateral. = se adapta melhor a posicao, não se mexe tanto. Facilita a manipulacao. • Remoção de um circulo de pele de 8cm, onde será o futuro prepucio-desvio. • Incisão circular próximo ao flanco (flanco é a referencia). • Pode ser do lado esquerdo ou direito. • Angulação de 30 a 45 graus no maximo. (Faz o máximo para evitar copulas por adaptação do animal) • Fechamento do orificio prepucial e incisão circular ao redor do prepucio prolongada pela linha media. • Dissecção e hemostasia ate a porção distal da flexura sigmoide. • Abertura do túnel subcutáneo com pinça de compressa, a partir do futuro orifício • Cobertura do penis e tração pelo tunel. • Sutura interrompida na linha media e novo prepucio. Técnica cirurgica. Inicialmente: realiza-se uma INCISAO CIRCULAR na região do flanco. Essa incisão circular será o NOVO PREPUCIO desse animal. A altura da incisão ja faz pensada na angulação escolhida para o desvio do penis. Faz uma sutura do prepucio natural do animal, afim de evitar contaminações durante a cirurgia (urina, por exemplo). Agora, as técnicas cirúrgicas para desprender o penis e o prepucio do local normal: 1. Incisao circular ao redor do prepucio natural do animal. 2. Incisao de pele retilínea ate a região do escroto. 3. Dissecção e divulsão do penis e do prepucio: afim de separar essas estruturas do subcutâneo e realizar a angulacao. Depois da incisao, faz a disseccao do subcutâneo afim de separar essas estruturas do subcutaneo. Divulsão ate a porção distal da flexura sigmoide. 4. Exteriorização do penis, prepucio e flexura sigmoide. estruturas da pele. 5. Abertura do túnel subcutâneo pelo orificio, divulsionando o tecido. 6. Passagem das estruturas pelo túnel 7. Reimplantar o prepucio do paciente naquele novo orifício que foi aberto. Faz o fechamento daquela abertura inicial retilínea com ponto simples interrompido (que foi para dissecar/separar o penis do paciente.) e também a sutura do orifício. 8. Desfaz a sutura de segurança no prepucio do animal (aquela para evitar contaminação). ou fecha o prepucio ou coloca sonda para