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04_Seguimento Farmacoterapeutico em Pacientes Oncologicos_302p

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Seguimento Farmacoterapêutico 
em pacienteS oncológicoS
Elaboração
Anna Maly de Leão e Neves Eduardo
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção ................................................................................................................................. 4
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 5
introdução.................................................................................................................................... 7
unidAdE i
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO ..................................................................................... 19
CAPítulo 1
PACIENTEs CRôNICOs ........................................................................................................... 19
CAPítulo 2
IdOsOs ................................................................................................................................. 52
CAPítulo 3
CRIANçAs E gEsTANTEs ......................................................................................................... 55
unidAdE ii
UsO RACIONAL dE MEdICAMENTOs.................................................................................................... 61
CAPítulo 1
AUTOMEdICAçãO ................................................................................................................. 65
CAPítulo 2
AUTOMEdICAçãO REsPONsávEL ........................................................................................... 68
unidAdE iii
RETORNO dOs PACIENTEs ................................................................................................................... 71
CAPítulo 1
FAsEs dO sEgUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICOs .................................................................. 71
CAPítulo 2
EvOLUçãO dO TRATAMENTO ................................................................................................. 79
CAPítulo 3
IdENTIFICAçãO dE POssívEIs PRObLEMAs RELACIONAdOs AOs MEdICAMENTOs (PRMs) ...... 81
CAPítulo 4
TOMAdA dE dECIsãO (COMUNICAçãO COM O PROFIssIONAL PREsCRITOR) ........................ 87
PArA (não) FinAlizAr ..................................................................................................................... 92
rEFErênCiAS .................................................................................................................................. 95
AnExo .......................................................................................................................................... 100
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
introdução
A evolução da prática profissional e clínica da farmácia passou por diversas fases até 
o surgimento da atenção farmacêutica como prática profissional. É nesse sentido que 
esse material começa sua abordagem, a qual resgata a prática clínica da farmácia e a 
evolução dos conceitos de atenção farmacêutica. 
Nos dias atuais, os gestores, os formuladores de políticas, pesquisadores e profissionais 
da área farmacêutica e não farmacêuticos, percebem a importância para a população 
e também para os governantes, da prestação de todos os serviços farmacêuticos 
contemplados nas atividades desenvolvidas na atenção farmacêutica: foco no 
paciente/cliente e usuário de medicamentos visando à obtenção de resultados que 
reflitam na melhora do estado de saúde do indivíduo, na redução e na minimização de 
riscos, danos e custos com todo o tratamento terapêutico.
A procura pelas redes de farmácias e drogarias e hospitais, e a contratação de 
profissionais farmacêuticos com atuação na área clínica em todos os níveis assistenciais, 
tem crescido vertiginosamente nos últimos anos. Pois estes profissionais têm potencial 
para executar junto ao paciente as atividades clínicas de em esferas diversas, como: 
o acompanhamento farmacoterapêutico, que é talvez o serviço farmacêutico mais 
complexo dentre os serviços clínicos prestados pelo farmacêutico junto ao paciente, 
estando incluído no dentro das atribuições clínicas do farmacêutico previstas na 
Resolução no 585, de 29 de agosto de 2013, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), 
que trata das atuações farmacêuticas na área clínica. 
O profissional necessita então, para realizar estes serviços, de forma efetiva e com qualidade, 
de uma formação clínica sólida e do conhecimento aprofundado dos fundamentos teóricos e 
práticos de todos os métodos utilizados para o registro e também para o acompanhamento 
dos resultados farmacoterapêuticos dos usuários de medicamentos (pacientes), bem com 
conhecer os fatores clínicos, culturais, sociais e psicológicos que são capazes de influenciar 
o comportamento dos usuários de medicamentos e, consequentemente, os resultados 
obtidos por meio do seu uso.
Como os resultados desta atuação clínica farmacêutica têm sido avaliados como 
positivos em diminuir os problemas e aumentar os resultados do uso de medicamentos, 
tem crescido a busca pela população por profissionais capacitados e que estejam 
capacitados para realizar estas atividades clínicas.Sabendo que o mercado de trabalho é amplo e que o mesmo tende a crescer nos próximos 
anos, no Brasil e em todo o mundo, para os farmacêuticos que estiverem capacitados e 
8
prontos para interagir de forma ampla junto aos seus pacientes, familiares, cuidadores 
e equipes de cuidado do paciente. Desta maneira, os profissionais capacitados para 
realizar acompanhamento farmacoterapêutico poderão atuar em todos os seguintes 
locais de trabalho:
 » Farmácias e Drogarias.
 » Serviços Clínicos Hospitalares (farmácia, ambulatório, unidades de terapia 
intensiva, diálise e hemodiálise).
 » Unidades Públicas e Privadas de Saúde (UBS, AMA, AME, NASF, UPA 
entre outros).
 » Assistência Domiciliar.
 » Consultórios com atendimento multidisciplinar e Clínicas Especializadas 
(oncologia, nefrologia, psiquiatria etc.).
 » Serviços de Atendimento ao Consumidor (SAC) e de orientação a distância.
 » Serviços de Farmacovigilância (acompanhar possíveis intoxicações).
 » Centros de Informação de Medicamentos (CIM).
 » Instituições de longa Permanência para pacientes de todas as idades.
 » Farmácias-escola, em instituições públicas e privadas.
 » Docência em graduação, pós-graduação, cursos técnicos e de aperfeiçoamento.
A Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica, considerando-se como ponto alto 
o Acompanhamento Farmacoterapêutico, apresenta como objetivo capacitar os 
profissionais farmacêuticos, para que eles sejam capazes de exercer a prática clínica em 
seus ambientes de trabalho com os cuidados e atuações no processo de acompanhamento 
farmacoterapêutico, através da detecção, prevenção e resolução de Problemas 
Relacionados com os Medicamentos (PRM) e também dos resultados negativos 
associados ao Medicamento (RNM) de forma sistemática, contínua e documentada, 
como metas primordiais de se alcançar os melhores resultados possíveis com o uso de 
medicamentos na população de maneira geral.
A busca pela implantação da Atenção Farmacêutica no Brasil não deve jamais ser 
entendida como um evento isolado, pois esta nova área de atuação vem ganhando o 
centro de discussões entre pesquisadores, formuladores de políticas e profissionais, e tem 
sido introduzida em todo o Brasil com diferentes formas de cuidados e compreensões, 
sem ter as diretrizes técnicas sistematizadas e muitas vezes ainda sem levar em conta as 
características próprias do país e também do seu sistema de saúde vigente.
9
Deve-se então, definir e ser adotado um modelo para a prática da atenção farmacêutica, 
de acordo com o sistema de saúde do país, pois só assim os profissionais, docentes 
e pesquisadores da área de farmácia e os órgãos reguladores poderão promover a 
atenção farmacêutica de forma sinérgica e harmônica, e com a obtenção de resultados 
satisfatórios.
O conceito de Atenção Farmacêutica foi definido pela primeira vez por Hepler e Strand 
(1990) como sendo a provisão responsável do tratamento farmacológico com o objetivo 
de alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS), logo em seguida estendeu o beneficio da 
atenção farmacêutica para toda a população e ainda reconheceu que o farmacêutico 
era um dispensador de atenção à saúde, que pode e deve participar de modo ativo na 
prevenção de doenças e na promoção da saúde, junto com todos os outros membros da 
equipe de saúde (OMS. 1993).
Existem hoje diversas metodologias de atenção farmacêutica disponíveis na literatura 
em todo o mundo. No Brasil, na Espanha, e outros países de origem latina, o termo 
seguimento farmacoterapêutico se desenvolveu como sinônimo do que, nos Estados 
Unidos e países anglo-saxões em geral, se entende como Pharmaceutical Care. 
Nos EUA, o termo Medication-Therapy Management (MTM) foi criado como um 
serviço clínico voltado para pacientes polimedicados do sistema Medcare. O MTM é 
realizado seguindo também as etapas que serão aqui descritas logo adiante.
Dentre as metodologias mais conhecidas no Brasil estão incluídas: o Método Dáder, 
o Pharmacotherapy WorkUp e o Therapeutic Outcomes Monitoring (TOM). Esses 
métodos de cuidados objetivam oferecer ao profissional farmacêutico algumas 
ferramentas e um guia de abordagens e procedimentos para que seja realizado o 
atendimento clínico. Todos estes métodos de atenção farmacêutica e atuação clínica 
disponíveis se originaram de adaptações do método clinico clássico de atenção à saúde 
e do sistema de registro SOAP (Subjective, Objective, Assessment, Plan) proposto por 
Weed na década de setenta. A seguir será descrita uma abordagem ampla do método 
clínico, baseado no que foi desenvolvido por Weed, utilizando abordagens e ferramentas 
propostas nos diversos métodos de atenção farmacêutica internacionais, em uma 
perspectiva adaptada à cultura e realidade brasileira, que é muito peculiar.
A atenção farmacêutica não necessariamente tem que se focar em pacientes com 
condições crônicas e não acompanhar os demais pacientes. Há diversas experiências 
no Brasil da implantação de seguimento farmacoterapêutico a pacientes hipertensos 
e diabéticos em farmácias comunitárias, com ótimos resultados, entretanto a maioria 
desses serviços não prospera e é continuado por mais do que uns anos. Por diversos 
motivos, entre os quais citamos a baixa qualificação e capacitação do farmacêutico, a 
10
falta de um planejamento de longo prazo, a desarticulação do serviço farmacêutico com 
os serviços de saúde locais e, principalmente na ausência de um plano de remuneração 
por estes serviços pelo farmacêutico. É muito comum ainda se ouvir de farmacêuticos 
que durante o acompanhamento de hipertensos e diabéticos, por exemplo, todo o 
processo permanece sempre ligado e dependente do médico e extremamente ligada 
às condições estruturais do sistema público de saúde do local específico. Mesmo 
que muitos desses motivos sejam questionáveis e até reversíveis, todos esses fatores 
pressionam o farmacêutico no médio prazo a desistir do seguimento farmacoterapêutico 
e a retornar exclusivamente à dispensação de medicamentos. Sendo assim, a atenção 
farmacêutica deve estar sempre adequada às demandas dos usuários da farmácia 
comunitária, drogarias, ou de todos os serviços onde o farmacêutico estiver inserido e 
apto a transformar a realidade de saúde da população. 
O farmacêutico deve enfatizar as suas ações e também a sua consulta farmacêutica 
e nos problemas existentes na sua região de trabalho e nas principais queixas 
que normalmente são atendidas de maneira insuficiente no balcão da farmácia. 
Significa que o perfil epidemiológico de cada região e as necessidades dos pacientes 
devem ser os fatores-guia e primordiais na construção de todo o serviço clínico do 
farmacêutico. Incluindo aí o atendimento de distúrbios menores, de todos os métodos 
contraceptivos, o uso de medicamentos pelas gestantes, os problemas dermatológicos 
(lembrando da atuação farmacêutica na estética) e dermocosméticos, pacientes 
polimedicados que possuem uma polifarmácia em casa com dificuldades de adesão ao 
tratamento, os pacientes idosos fragilizados ou ainda todos os pacientes crônicos que 
necessitam de cuidado contínuo pois usam os medicamentos sem pausa. A consulta 
farmacêutica é única e individual, com um atendimento por vez e em um local adequado 
e aconchegante.
Têm se produzido de forma constante, no âmbito internacional, em congressos e nos 
Conselhos da classe, discussões acerca deste tema na busca incessante do entendimento 
do significado e da aplicação de forma segura desta prática clínica, com o intuito principal 
da sua adaptação e integração aos sistemas de saúde de cada país ao redor do mundo.
No seu conceito original, ela abrange as ações: 
 » uma prática clínica profissional na qual ocorre a interação direta do 
farmacêutico com o seu paciente/cliente; 
 » objetiva sempre uma farmacoterapia racional e segura; 
 » busca se obter resultados definidos e mensuráveis, voltados sempre para 
a melhoria da qualidade de vida dos usuários de fármacos.11
São componentes da prática farmacêutica:
 » educação em saúde – Função Social do Farmacêutico;
 » orientação e atenção/assistência farmacêutica;
 » dispensação de medicamentos;
 » atendimento/consulta farmacêutica;
 » acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico (SF);
 » registro sistemático das atividades e avaliação dos resultados obtidos 
sejam eles positivos ou negativos.
A atenção farmacêutica é uma modalidade de atuação profissional na qual o farmacêutico 
assume de forma ativa um papel em benefício do paciente, ajudando o profissional 
prescritor (incluindo o próprio farmacêutico) na seleção apropriada e correta do 
fármaco e na dispensação dos medicamentos, ele assume, assim, responsabilidade 
direta na colaboração com outros profissionais de saúde e com os pacientes/clientes, 
para alcançar o resultado terapêutico desejado. É uma atividade clínica e exclusiva do 
profissional farmacêutico.
O câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo, afetando de várias 
formas a vida do paciente, provocando impactos econômicos importantes na sociedade, 
exigindo um tratamento especializado, longo e caro. Por ser uma doença na qual o 
paciente enfrenta um tratamento na maioria das vezes doloroso, a integração eficaz entre 
a equipe multidisciplinar se faz de extrema importância para o sucesso no tratamento.
Neste contexto, a oncologia é uma área complexa e específica, e para esse fim a RDC no 
220/2004 da ANVISA, determina então, a criação de uma Equipe Multiprofissional de 
Terapia Antineoplásica, impulsionando a presença do farmacêutico no acompanhamento 
de pacientes oncológicos para solucionar os problemas relacionados aos medicamentos.
A avaliação da Qualidade de Vida do paciente oncológico é um importante indicador 
da resposta do paciente à doença e ao tratamento. Trata-se da avaliação do impacto 
físico e psicossocial que as enfermidades, disfunções ou incapacidades podem acarretar 
para as pessoas acometidas, permitindo um melhor conhecimento do paciente e de sua 
adaptação ao cotidiano.
A qualidade de vida está sempre relacionada como uma das principais metas do tratamento 
e também do controle do câncer, dentre a cura e prolongamento da vida útil.
Entre os tratamentos, as principais modalidades são a cirurgia, radioterapia e 
quimioterapia que é um tipo de tratamento em que se utilizam medicamentos para 
12
combater o câncer, os quais em sua maioria, são aplicados na veia, misturam-se com o 
sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão 
formando o tumor e impedindo, também, que se espalhem pelo corpo.
Os pacientes com câncer, em geral, submetem-se a tratamento que, na maioria das 
vezes, provoca uma série de consequências físicas, emocionais e sociais. Essas mudanças 
requerem atenção e suporte maior por parte da família e da equipe multiprofissional, 
incluindo a figura do farmacêutico.
O acompanhamento do farmacêutico é considerado uma importante ferramenta para 
a redução de erros no uso da medicação também no tratamento, tornando-o mais 
eficiente e aumentando a qualidade de vida, pois a cada dia, o papel do farmacêutico é 
garantir que a terapia medicamentosa dos pacientes esteja devidamente indicada e que 
a mesma é mais eficaz, segura e conveniente para os pacientes tratados.
A Farmácia Oncológica é uma especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de 
Farmácia e está registrada no Ministério do Trabalho, juntamente com outras duas 
áreas de atuação: a da Atenção Farmacêutica em Oncologia e a de Farmacêutico Clínico 
em Oncologia.
Acompanhamento farmacoterapêutico
Considerado uma parte do cuidado farmacêutico na qual o farmacêutico irá se responsabilizar 
de maneira absoluta por todas as necessidades do paciente/cliente relacionadas com as 
medicações mediante a detecção, prevenção e resolução dos problemas relacionados 
com os medicamentos (PRMs), de maneira contínua, sistematizada e documentada em 
colaboração com o próprio paciente e com todos os demais profissionais de saúde com o 
intuito final de se alcançar resultados concretos e duradouros e que melhorem sempre a 
qualidade de vida do paciente/cliente.
Os cuidados farmacêuticos constituem um conceito abrangente que significa a interação 
entre o farmacêutico e o seu paciente/cliente (cooperando com o médico e com os 
outros profissionais de saúde), tendo como objetivo atingir a melhoria da qualidade 
de vida deste. Incluem-se neste conceito as seguintes atividades: dispensação ativa, 
a consulta clínica e também a indicação farmacêutica, a prescrição farmacêutica, a 
farmacovigilância, a manipulação magistral, a educação em saúde e principalmente o 
seguimento farmacoterapêutico, todas estas atividades devem ser dirigidas para um 
paciente em concreto.
O Seguimento Farmacoterapêutico (SF) é uma atividade clínica que permite ao 
farmacêutico uma atuação ampla dos seus conhecimentos sobre todos os problemas de 
13
saúde e medicamentos (medicamentos sujeitos a receita médica e medicamentos não 
sujeitos a receita médica que são os isentos de prescrição), com o intuito de se alcançar 
resultados concretos e duradouros que melhorem e levem a uma qualidade de vida dos 
seus doentes/pacientes, resolvendo os Resultados Negativos associados à Medicação 
(RNM) utilizada.
O SF, como qualquer outra atividade de saúde, necessita de procedimentos de trabalho 
normalizados e validados pela experiência para ser realizado com a máxima eficiência, 
de modo a permitir a avaliação do processo, mas sobretudo dos resultados.
O seguimento farmacoterapêutico assumido como uma prática profissional no qual 
o farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do doente relacionadas com 
medicamentos, é realizado através da detecção de Problemas Relacionados com 
Medicamentos (PRMs) e da prevenção, e resolução dos Resultados Negativos associados 
à Medicação (RNMs), com o objetivo de alcançar resultados concretos que melhorem a 
qualidade de vida do doente. Estudos demonstram que a implementação do seguimento 
farmacoterapêutico em ambulatórios ou em hospitais levam a uma melhoria nos 
resultados pretendidos com a farmacoterapia.
Em conclusão, o Seguimento Farmacoterapêutico tem como principal objetivo colaborar 
com todos os profissionais de saúde de modo que um determinado doente possa, assim, 
alcançar a máxima efetividade da sua terapêutica.
Métodos de acompanhamento 
farmacoterapêutico
dáder
 » Obtenção da ficha farmacoterapêutica (problemas de saúde e medicamentos 
que utiliza).
 » Avaliação do estado de situação obtido em uma determinada data.
 » Intervenção farmacêutica para prevenir ou resolver PRMs.
 » Avaliação dos resultados obtidos.
O método Dáder é considerado o padrão ouro no seguimento farmacoterapêutico, 
como uma ferramenta utilizada pelos profissionais farmacêuticos, na qual os mesmos 
se responsabilizam pelas necessidades do doente relacionadas aos fármacos, por meio 
da detecção, resolução e prevenção dos Problemas Relacionados com Medicamentos 
14
(PRMs). Todo este processo deve ser feito de uma forma contínua, sistemática e 
documentada com o auxílio do próprio paciente e dos demais profissionais da área da 
saúde, e tem como desígnio atingir resultados visíveis que melhorem a vida do paciente.
De acordo com o Método Dáder, o AFT é uma atividade clínica e exclusiva do farmacêutico, 
na qual deve ser feito um trabalho de extrema importância e detalhado, mas que deve 
estar sempre condicionado a uma decisão livre e responsável de um profissional, que 
se exige a coleta do máximo de informações possíveis para sua realização. Todos os 
profissionais clínicos precisam então dispor de protocolos, manuais de atuação, 
consensos etc., para a aplicação adequada desta metodologia.
O Método Dáder de AFT foi criado pelo Grupo de Investigação em Atenção Farmacêutica 
da Universidade de Granada na Espanha, no ano de 1999, e hoje é utilizado por milhares 
de farmacêuticos de diversas nacionalidades em grande parte do mundo.
É consideradoum método de fácil aplicação, e que permite ao profissional farmacêutico 
colocar à disposição do paciente os seus conhecimentos sobre problemas de saúde e 
medicamentos, visando atingir resultados concretos que melhorem a qualidade de 
vida dos seus doentes, resolvendo os Resultados Negativos associados à Medicação 
(RNM).
Este método, além de oferecer aos pacientes envolvidos ações bem simples para 
realizar o seguimento farmacoterapêutico, é um método que exige do farmacêutico uma 
formação contínua (Programa Dáder), baseada na técnica de “aprender-fazendo”, que 
permite sempre melhorar a competência e a qualidade da Intervenção Farmacêutica 
realizada na área da farmacoterapia/ tratamento medicamentoso.
Ainda de acordo com os especialistas Hepler e Strand, o envolvimento dos farmacêuticos 
nas etapas de avaliação dos resultados clínicos obtidos pelo uso dos medicamentos deve 
contribuir para a redução da morbimortalidade relacionada com os mesmos. 
Desta forma, se fixa a ideia de que os Cuidados Farmacêuticos tem como objetivo 
principal ajudar os doentes a obterem o máximo benefício com o uso da sua medicação. 
Os fármacos permitem tratar ou prevenir uma doença, retardar a progressão desta 
ou atenuar os seus sintomas, além de auxiliarem no diagnóstico clínico. No entanto, 
estes mesmos medicamentos podem, em alguns casos, falhar quando provocam efeitos 
adversos ou apresentar toxicidade ou não alcançam os objetivos terapêuticos para os 
quais estão destinados. Os fármacos são capazes de causar problemas de segurança e/
ou de eficácia terapêutica.
As falhas encontradas na farmacoterapia podem levar a um aumento da morbilidade, 
da mortalidade e, como consequência, claramente a um aumento dos gastos em 
15
saúde, surgindo um problema de saúde pública, quando se verifica o binômio 
medicamento-doente/paciente.
Em 1993, na segunda reunião da OMS sobre as funções do farmacêutico no sistema 
de cuidados de saúde, foi salientada a necessidade do maior envolvimento dos 
farmacêuticos na avaliação dos resultados da utilização dos medicamentos, assim como 
noutros aspectos dos cuidados de saúde.
O Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos, no ano de 2001, aprovado pelo Decreto-Lei 
no 212, de julho de 1979, refere que “a primeira responsabilidade do farmacêutico é 
para com a saúde e o bem-estar do doente”. O farmacêutico desde então começou a se 
sentir totalmente responsável com o doente, e inserido em uma equipe em colaboração 
com os outros profissionais de saúde, para a obtenção de resultados efetivos no que diz 
respeito ao estado de saúde do paciente que é acompanhado.
O processo de Atenção Farmacêutica obedece a uma sequência de passos conhecida 
como método clínico. O método clínico inclui a coleta de dados, identificação de 
problemas, implantação de um plano de cuidado e seguimento do paciente. A atenção 
farmacêutica trata-se de uma atividade clínica focada no paciente, na qual as decisões 
e as responsabilidades acerca do tratamento medicamentoso são compartilhadas com 
o paciente e a equipe de saúde. Há várias metodologias de Atenção Farmacêutica 
disponíveis na literatura.
Os farmacêuticos são especialistas em medicamentos e, portanto, têm a função e 
o objetivo de promover seu uso racional e assim garantir sua máxima efetividade e 
segurança. Como profissionais da saúde, os farmacêuticos devem ter também uma 
visão integral do paciente, seu momento entre os ciclos da vida, e prover cuidados em 
saúde adequados às suas necessidades.
O farmacêutico tem nos últimos anos redirecionado a sua formação, para o medicamento, e 
assim esquecendo que o seu foco principal tem que ser o paciente. Atualmente, modificou-se 
esse prisma dos serviços farmacêuticos, tornando primordial uma nova relação do 
profissional farmacêutico assumindo um papel central no seguimento/acompanhamento 
farmacoterapêutico dos pacientes, principalmente portadores de patologias crônicas.
Foi necessária uma reestruturação na profissão farmacêutica, e transformações tem 
surgido no perfil do profissional, concentrando a formação universitária no cuidado 
aos pacientes. O curso de Farmácia agora forma um profissional com um currículo 
generalista, em que o farmacêutico é capacitado para se integrar profissionalmente ao 
sistema de saúde e em todas as áreas de atuação, assumindo um lugar importante na 
informação sobre a utilização correta dos medicamentos e no desenvolvimento pleno 
da atenção e assistência farmacêutica.
16
Na prática diária da Atenção Farmacêutica, o farmacêutico atenderá seus pacientes um 
a um, em consultas individualizadas. Inicialmente, o objetivo será coletar e organizar 
dados do paciente. Deve-se fazer as seguintes perguntas: motivo da consulta, dados 
específicos do paciente, história clínica e história da medicação. Para isso, utilizam-se 
técnicas de semiologia farmacêutica e entrevista clínica. É aberta uma ficha para 
registro do atendimento, que será arquivada no prontuário do paciente. De posse de 
todas as informações necessárias, o farmacêutico será capaz de revisar a medicação em 
uma abordagem clínica da análise situacional e identificar problemas relacionados à 
farmacoterapia presentes e potenciais do paciente. 
O plano de cuidado, em conjunto com o paciente, a partir da definição de metas 
terapêuticas, que podem incluir intervenções farmacêuticas e/ou encaminhamento 
a outros profissionais. O mesmo será entregue ao paciente, após o fim da consulta. 
A Declaração de Serviços Farmacêuticos, que contém os registros e também certifica 
o atendimento, será também passada ao paciente. Para finalizar o atendimento, 
o farmacêutico irá agendar o retorno ou a frequência do seguimento, com o intuito 
de avaliar os resultados de suas condutas. O processo será reiniciado quando novos 
problemas aparecerem, queixas ou algumas mudanças significativas no tratamento do 
paciente.
O farmacêutico como cuidador, tem que reconhecer e entender de todas as classes 
de medicamentos em uso pelo paciente, incluindo suas indicações, farmacocinética 
e farmacodinâmica, regime posológico (dose, via de administração, frequência e 
duração) e a resposta (efetividade e segurança). Aqueles usados por automedicação são 
tão importantes quanto os medicamentos prescritos, os mais comuns são: as plantas 
medicinais, os suplementos vitamínicos e as vacinas, normalmente não considerados 
pelos pacientes como medicamentos. Toda a intervenção junto ao paciente tem que ser 
feita com vista a valorizar os conhecimentos do paciente, sua visão dos problemas, sua 
cultura e condição social e como todos os fármacos se enquadram na sua rotina de vida, 
seus horários e os seus hábitos. 
Nesta fase inicial do seguimento farmacoterapêutico, é essencial ao farmacêutico 
compreender a experiência de medicação relatada pelo paciente. Esta inclui as atitudes, 
os desejos, as expectativas, os receios, o entendimento e o comportamento do paciente 
com relação aos medicamentos e é fundamental na tomada de decisões clínicas. A adesão 
terapêutica do paciente só pode ser entendida de forma segura com essa aproximação 
e só a partir dela será possível educar o paciente ou influenciar seu comportamento 
quanto ao uso correto dos medicamentos. 
As informações sobre o paciente, organizadas pelo farmacêutico durante a entrevista, 
devem compor o Estado Situacional deste. O estado situacional consiste na relação 
17
completa dos problemas de saúde e de toda farmacoterapia, de modo que se conheçam 
detalhadamente os medicamentos em uso e as condições clínicas não tratadas do paciente. 
Com estas informações, deve ser possível também avaliar os resultados terapêuticos 
obtidos até o momento. O estado situacional é à base de informações sobre a qual o 
farmacêutico realizará a revisão da farmacoterapia e a identificação de problemas 
do paciente relacionados à farmacoterapia. O propósito de identificar problemas 
relacionados à farmacoterapia é ajudar os pacientes a atingirem suas metas terapêuticas 
e a obterem o máximo benefíciodos medicamentos. 
objetivos
 » Promover a prevenção, o controle ou a cura das doenças.
 » Analisar o tratamento farmacoterapêutico dos pacientes.
 » Compreender os principais problemas relacionados aos medicamentos.
 » Realizar o acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes, durante 
todo o tratamento com os medicamentos.
 » Definir os conceitos gerais de Cuidados Farmacêuticos e de Seguimento 
Farmacoterapêutico.
 » Definir o conceito de Problemas Relacionados com Medicamento (PRM) 
como indicador do processo do uso dos medicamentos.
 » Colocar o farmacêutico na realização de um caso prático de seguimento 
farmacoterapêutico.
 » Favorecer a formação crítica e criativa do aluno pós-graduando, 
destacando seu papel profissional como farmacêutico clínico oncológico.
 » Aprofundar os conhecimentos sobre a farmácia clínica oncológica a 
partir das diversas concepções, reconhecendo suas implicações teóricas e 
metodológicas para a área hospitalar e clínica.
 » Ampliar a compreensão de concepções acerca de medicamentos 
oncológicos e refletir sobre as respectivas implicações para o exercício da 
farmácia clínica oncológica.
 » Capacitar o profissional farmacêutico para o seguimento farmacoterapêutico 
do paciente com câncer.
18
19
unidAdE iACoMPAnHAMEnto 
FArMACotErAPêutiCo
CAPítulo 1
Pacientes crônicos
oração ao Farmacêutico
Bendito seja tu!...que em horas mortas,
Para servir um lar que a dor invade,
Vais abrir tua porta com bondade
Quando o sono fechou todas as portas!
Bendito seja tu!...Que mal suportas,
Dos venenos a cruel letalidade
E os transforma, por bem da humanidade,
Nos bálsamos que arranca das retortas!
Quando o mundo chegar a novas eras,
Quando os homens, em vez de serem feras,
Se unirem pela força dos ideais
Erguer-se-ão monumentos de granito
Em cujos pedestais se tenha escrito:
“Farmacêutico” só! Para quê mais?
(Álvaro de Albuquerque)
A atenção farmacêutica agrega ao farmacêutico a responsabilidade de assegurar 
que a terapia farmacológica indicada ao paciente seja adequada, a mais efetiva 
disponível, a mais segura e seja administrada na posologia prescrita.
20
UNIDADE I │ ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO
Seguimento do tratamento farmacológico 
personalizado: acompanhamento 
farmacoterapêutico de pacientes oncológicos
A presença do farmacêutico na equipe multidisciplinar de quimioterapia e procedimentos 
farmacêuticos deve melhorar e diminuir a frequência de erros de medicação na prescrição 
de citostáticos. A atenção farmacêutica tem como objetivo prevenir e resolver os 
problemas relacionados ao medicamento, caracterizando-se ser um procedimento 
centrado no bem-estar do paciente e não só no medicamento, pois tem como objetivos 
principais a saúde e o bem estar dos pacientes. 
O serviço de saúde em um modelo de qualidade deve contar com a presença do profissional 
farmacêutico, permitindo o cuidado e o acompanhamento individualizado do paciente 
hospitalizado, ambulatorial e tratado em residência, possibilitando o aconselhamento 
e supervisão antes ou durante o ciclo de quimioterapia. Na sua atuação deve informar o 
paciente oncológico sobre a finalidade dos antineoplásicos e terapia de suporte utilizada, 
mencionar os eventos adversos e possíveis interações medicamentosas.
Nos hospitais oncológicos, o farmacêutico atua em diversas frentes do processo de 
utilização de medicamentos. Mas para atuar na área oncológica, é preciso se especializar.
A farmácia hospitalar tem como principal função garantir, a qualidade, da assistência 
prestada ao paciente por meio do uso seguro e racional de medicamentos e correlatos, 
adequando sua aplicação à saúde individual e coletiva, nos planos assistenciais, 
preventivo, docente e investigativo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o papel do farmacêutico na farmácia 
hospitalar materializa-se, entre outros, por meio das seguintes ações:
1. informação aos docentes sobre utilização correta de produtos farmacêuticos 
e contribuição para seu uso racional;
2. acompanhamento e avaliação segundo protocolos terapêuticos para os 
doentes (perfil farmacoterapêutico);
3. aconselhamento aos doentes sobre o uso de produtos farmacêuticos 
não prescritos (auto tratamento farmacológico) e de produtos 
médico-farmacêutico;
4. participação em programas de educação para a saúde;
5. colaboração com outros membros da equipe de atenção a saúde;
6. o Conselho Federal de Farmácia estabelece que o farmacêutico deva avaliar 
a prescrição médica, quanto à quantidade, qualidade, compatibilidade, 
estabilidade e as interações do medicamento.
21
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO │ UNIDADE I
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária dispõe que o responsável farmacêutico 
deve estar atento na preparação da terapia antineoplásica, além de avaliar a prescrição 
médica no que diz respeito à viabilidade, estabilidade e compatibilidade físico-química 
dos componentes entre si, também deve examinar a sua adequação aos protocolos 
estabelecidos pela equipe multidisciplinar da terapia antineoplásica.
Os serviços do farmacêutico ao paciente devem consistir também no aconselhamento 
e supervisão do tratamento. O aconselhamento ao paciente em tratamento oncológico 
deve abranger os efeitos dos citostáticos e da terapêutica utilizada, localização dos 
efeitos, técnicas de administração, efeitos adversos e interação medicamentosa. 
Os serviços farmacêuticos devem estar presentes continuadamente durante todos os 
ciclos terapêuticos, e completar os cuidados médicos.
A presença do farmacêutico na equipe multidisciplinar de quimioterapia e procedimentos 
farmacêuticos deve melhorar e diminuir a frequência de erros de medicação na prescrição 
de citostáticos. 
A atenção farmacêutica tem como objetivo prevenir e resolver os problemas relacionados 
ao medicamento, caracterizando-se ser um procedimento centrado no bem-estar do 
paciente e não só no medicamento, pois tem como objetivos principais a saúde e o bem 
estar dos pacientes.
A atenção farmacêutica é capaz de agregar ao farmacêutico a responsabilidade de 
assegurar que a terapia farmacológica indicada ao paciente seja adequada, a mais 
efetiva disponível, a mais segura e que seja administrada na posologia prescrita.
Apesar de varias alusões anteriores à atenção farmacêutica foi utilizada pela primeira 
vez na literatura científica, em 1990, por Hepler e Starnd, em que foi sugerido que 
“Atenção farmacêutica é a provisão responsável do tratamento farmacológico com 
o objetivo de alcançar resultados satisfatórios na saúde, melhorando a qualidade de 
vida dos pacientes”. Em 1994, na reunião de peritos da Organização Mundial de Saúde 
(OMS), o conceito de atenção farmacêutica foi discutido, aceito e ampliado, tendo sido 
definido o papel chave do farmacêutico:
Estender o caráter de beneficiário dos Cuidados Farmacêuticos ao 
publico, no seu conjunto e reconhecer, deste modo, o farmacêutico 
como dispensador da atenção sanitária que pode participar, ativamente, 
na prevenção das doenças e da promoção da saúde, em conjunto com 
outros membros da equipe sanitária.
Um problema relacionado com os medicamentos (PRM) é um problema de saúde 
suspeito ou relacionado com a farmacoterapia que interfere nos resultados terapêuticos 
e na qualidade de vida dos pacientes. 
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UNIDADE I │ ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO
Para que erros de medicação sejam evitados, os farmacêuticos devem ter conhecimento 
sobre farmacocinética clinica, em que engloba o conjunto de atividades que tem como 
objetivo desenhar esquemas posológicos individualizados por meio da aplicação dos 
princípios farmacocinéticos.
A quimioterapia pode ser administrada sistemicamente ou por métodos regionais de 
libertação. A quimioterapia sistêmica é realizada por administração oral, intravenosa, 
subcutânea, intramuscular ou intraóssea. Entre tanto, a quimioterapia regional é 
realizada pela libertação do fármaco diretamente nos vasos sanguíneos que alimentam 
o tumor ou na cavidade onde o tumor estalocalizado. 
Contudo, independente da via de administração, é fundamental que o profissional de 
saúde tome as precauções quanto ao seguimento dos protocolos estabelecidos nos guias 
específicos e quanto à eliminação dos detritos.
Na seleção dos agentes quimioterápicos é importante seguir os seguintes princípios: 
cada fármaco deve ser ativo quando utilizado isoladamente para determinado tipo de 
câncer; os fármacos devem ter mecanismo de ação diferente; a resistência cruzada deve 
ser mínima; os fármacos devem ter efeitos tóxicos diferentes. 
Os farmacêuticos cada vez mais têm a tarefa de garantir que a terapia medicamentosa 
do doente esteja devidamente indicada e que seja a mais eficaz, segura e conveniente 
para os pacientes.
A discussão aqui proposta tem por objetivo descrever a atuação do farmacêutico na 
equipe multidisciplinar no tratamento oncológico bem como analisar os procedimentos 
adotados pelo farmacêutico durante o processo de tratamento oncológico, apontar 
os setores onde existe uma maior dificuldade de atuação do farmacêutico e por fim 
conhecer o perfil do profissional farmacêutico que atua no tratamento oncológico.
Atualmente, o farmacêutico esta habilitado a assumir atividades clínico-assistenciais, 
podendo contribuir para diminuição nos erros de medicação, racionalização administrativa 
e uma melhor qualidade de vida do paciente em tratamento. A presença do farmacêutico 
na equipe multidisciplinar de quimioterapia deve melhorar e diminuir a frequência de 
erros de medicação. Contudo o papel do farmacêutico no tratamento oncológico ainda 
é pequeno, mas vem evoluindo além da dispensação de medicamentos e das atividades 
diretamente relacionadas a ela.
A prática da atenção farmacêutica a pacientes oncológico é possível devido à detecção 
de problemas relacionados a medicamentos, para que seja possível amenizar as reações 
adversas causadas pelos medicamentos quimioterápicos visando uma melhor qualidade 
de vida para os pacientes em tratamento.
23
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO │ UNIDADE I
O Conselho Federal de Farmácia estabelece que cabe ao profissional farmacêutico 
avaliar os componentes presentes na prescrição médica, quanto à quantidade, qualidade, 
compatibilidade, estabilidade e suas interações. Segundo os profissionais entrevistados 
os erros de prescrição mais comuns encontrados são quanto à posologia e doses, e quanto 
à medicação suporte da quimioterapia sendo ausência ou excesso, relataram ainda 
que tais erros não são muitos, pois as prescrições seguem um protocolo para cada tipo 
de câncer.
As medidas adotadas pelos profissionais para que possam acompanhar o processo de 
tratamento oncológico é feita por meio de atualizações e farmácia clínica. 
Os setores na qual é encontrada maior dificuldade de atuação de acordo com os 
farmacêuticos clínicos, é a pediatria, pois envolve processo mais detalhado de atenção 
farmacêutica e a aceitação do corpo clinico.
As crianças sempre apresentam características farmacocinéticas e farmacodinâmicas 
que se modificam ao longo do seu desenvolvimento, tornando-as especialmente 
vulneráveis quanto à utilização de medicamentos. 
Sendo assim, por motivos legais, éticos e econômicos, elas não são incluídas em ensaios 
clínicos para desenvolvimento de novos medicamentos, sendo chamadas de “órfãos 
terapêuticos”. As raras exceções podem ser encontradas em oncologia pediátrica e no 
âmbito da imunização ativa. Entretanto, paradoxalmente, a legislação que dificulta a 
execução de ensaios clínicos em crianças, não tem o poder para restringir ou normatizar 
a utilização dos medicamentos em pediatria. Apenas na fase IV (pós-comercialização), 
os medicamentos passam a ser usados em crianças, de forma empírica e muitas 
vezes questionável.
O tratamento oncológico é sabidamente sofrido para qualquer paciente, e ele se 
torna mais sensível, carente e vulnerável. O paciente oncológico merece todo carinho 
e atenção por parte da equipe de saúde, e a presença do farmacêutico prestando 
atenção farmacêutica ajuda a amenizar o sofrimento e torna a farmacoterapia 
segura, prevenindo e tratando as possíveis reações adversas que surgirem. Com o 
seu olhar humano e com o seu conhecimento técnico e científico, o farmacêutico 
clínico, é capaz de transformar a vida do paciente oncológico, lhe assegurando uma 
farmacoterapia eficiente, e uma melhora considerável da sua qualidade de vida. 
O papel do farmacêutico é considerado fundamental em cada etapa do processo de 
cuidados que cercam um paciente com câncer, que precisa de um acompanhamento 
individualizado e personalizado.
24
UNIDADE I │ ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO
Serviços farmacêuticos na oncologia
Como um especialista em oncologia clínica, o farmacêutico é capaz de acompanhar o 
paciente e proporcionar uma farmacoterapia efetiva, sendo um profissional capaz de 
atuar em diferentes frentes de ações, atuando das seguintes maneiras:
 » Seleção e a Padronização de Medicamentos e Materiais: são atividades 
que exigirá do profissional uma sabedoria efetiva sobre os protocolos 
terapêuticos e de um alto suporte na terapia antineoplásica, tomando para 
si a todas as responsabilidades de selecionar fármacos que atendam às 
exigências da legislação, supervisionando se as boas práticas de fabricação 
estão sendo cumpridas, avaliando de maneira técnica e se preciso for, 
notificando aos órgãos reguladores os problemas encontrados.
 » Auditorias internas: para se enquadrar nas normas estabelecidas pela 
legislação específica da área, é fundamental que se realize as auditorias 
internas que envolve a avaliação estrutural de toda a área de preparo da 
quimioterapia (fármacos para o tratamento antineoplásico), estocagem 
dos fármacos e a manutenção preventiva de todo os equipamentos.
 » Informação sobre medicamentos: a consolidação dos conhecimentos em 
oncologia do farmacêutico se dá por meio da pesquisa bibliográfica que 
se origine em fontes científicas seguras e assim os temas relativos à: doses 
máximas, toxicidade acumulativa farmacocinética, farmacodinâmica, 
doses usuais, formas e vias de administração, incompatibilidades 
físico-químicas e estabilidade de fármacos. O profissional atuará como 
uma ligação entre o paciente e as informações da área, também para a 
equipe multidisciplinar, de maneira que se aprimore toda a qualidade 
das prescrições e do tratamento medicamentoso. O Farmacêutico 
disponibilizará aos pacientes todas as condutas relativas às ações 
terapêuticas para a diminuição dos sintomas pós-quimioterapia, que são 
muito desconfortáveis e dolorosos, ficando claro que a atualização tem 
que ser uma constante para o profissional de saúde atuante em oncologia.
 » Manipulação dos agentes antineoplásicos Utilizando-se das normas locais 
e padrões internacionais, o preparo de antineoplásicos é realizado com 
técnica asséptica, contando com a infraestrutura adequada do ambiente 
e procedimentos preestabelecidos.
O ciclo de manipulações ocorre de forma efetiva e dentro de suas 
especificações somente mediante o controle de qualidade efetuado 
25
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO │ UNIDADE I
diariamente, diminuindo assim riscos associados ao manejo inadequado 
dos medicamentos ou à falta de preparo do manipulador.
 » Farmacovigilância na terapia antineoplásica, os pacientes são candidatos ao 
desenvolvimento de potenciais reações adversas devido à poliquimioterapia 
e suas implicações como estreita margem terapêutica, tempo prolongado 
de tratamento e concomitância com outros tratamentos de suporte. 
Tal contexto exige a detecção e identificação das reações adversas, fatores 
de risco para o desenvolvimento destas, com a seguinte notificação aos 
órgãos vinculados à farmacovigilância, como a ANVISA ou ao Centro de 
Vigilância Sanitária (CVS). 
 » Educação continuada e participação em comissões institucionais. 
A junção entre a teoria e prática caminha no sentido de prover uma 
melhora da terapia do paciente quando acompanhadacertamente da 
educação continuada dos profissionais pelo acesso aos artigos científicos, 
participações em congressos, cursos, dinâmicas entres outros meios 
de divulgação e educação em saúde. Assim, o comportamento somente 
técnico dá lugar ao desenvolvimento comportamental do profissional nas 
competências investigativas, assistências, pesquisa e ensino.
O farmacêutico atuante em oncologia deve participar da dinâmica hospitalar por meio 
de participações na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), promovendo 
ações de uso racional de antibióticos, Comitê de Ética e Pesquisa Clínica (CEP), avaliando 
a pesquisa clínica e aprovando a inclusão de projetos de pesquisa na instituição, 
Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), buscando a qualificação de fornecedores 
bem como o acompanhamento no uso dos produtos e avaliação das exigências legais.
A portaria do Ministro da Saúde define que a Política Nacional de Atenção Oncológica 
deve ser constituída a partir dos seguintes componentes fundamentais: 
1. promoção e vigilância em saúde; 
2. atenção básica; 
3. média complexidade; 
4. alta complexidade; 
5. centros de referência de alta complexidade em oncologia; 
6. plano de controle do tabagismo e outros fatores de risco, do câncer do 
colo do útero e da mama; 
26
UNIDADE I │ ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO
7. regulamentação suplementar e complementar; 
8. regulação, fiscalização, controle e avaliação; 
9. sistema de Informação; 
10. diretrizes Nacionais para a Atenção Oncológica; 
11. avaliação Tecnológica; 
12. educação permanente e capacitação; 
13. pesquisa sobre o câncer.
A Política Nacional de Atenção Oncológica está em processo de revisão, com atualização 
constante de todos os processos cirúrgicos oncológicos, crescimento da radioterapia 
e adaptação de um novo modelo de assistência farmacêutica em oncologia, revisão 
esta, que é realizada em conjunto com a organização de redes hospitalares e clínicas 
para uma melhoria da prevenção, do diagnóstico e no cuidado integral, na vigilância 
em saúde, na educação e pesquisa, com objetivos da regulamentação de seus serviços 
prestados junto à comunidade.
Atribuições técnicas e dispositivos legais para 
atuação do farmacêutico na área oncológica
De acordo com a Resolução no 288/1996 editada pelo Conselho Federal de Farmácia 
em 21/3/1996, compete ao profissional farmacêutico a propriedade de garantir as 
condições adequadas de formulação, preparo, armazenagem, conservação, transporte 
e segurança quanto ao uso de medicamentos antineoplásicos. 
Atribuições privativas do farmacêutico atuando em oncologia: 
1. selecionar, adquirir, armazenar e padronizar os medicamentos 
antineoplásicos; 
2. avaliar a prescrição médica, quanto à quantidade, qualidade, compatibilidade, 
estabilidade e suas interações; 
3. proceder a formulação dos antineoplásicos segundo prescrição médica 
em concordância com preconizado em literatura; 
4. manipular drogas antineoplásicas em ambientes e condições assépticos e 
obedecendo a critérios internacionais de segurança;
27
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO │ UNIDADE I
5. orientar, supervisionar e estabelecer rotinas nos procedimentos de 
manipulação preparação dos antineoplásicos; 
6. preencher adequadamente o rótulo, assinar e carimbar, identificando o 
paciente, a quantidade e efetuar as devidas recomendações de estabilidade 
e administração; 
7. determinar o prazo de validade para cada unidade antineoplásico de 
acordo com as condições de preparo e características da substância; 
8. assegurar o prazo de validade dos antineoplásicos após o preparo até a 
administração;
9. registrar cada solução de antineoplásico preparada; 
10. assegurar destino adequado para os resíduos dos antineoplásicos; 
11. compor a equipe multidisciplinar nas visitas aos pacientes submetidos ao 
tratamento com antineoplásicos; 
12. participar das reuniões, discussões de casos clínicos e atividades didáticas 
e científicas da equipe multidisciplinar; 
13. possibilitar estágios supervisionados a farmacêuticos e acadêmicos de 
farmácia; 
14. participar e atuar em toda divulgação técnica científica vinculada ao 
marketing do suporte quimioterápico.
Um aspecto importante que está sendo debatido com muita frequência é a quebra 
do modelo de que o termo “Farmácia Clínica” está relacionado somente ao âmbito 
hospitalar, pois onde houver paciente, haverá atividades focadas nele e, por conseguinte, 
Farmácia Clínica. Dentro deste contexto então, encontramos o próprio hospital, os 
postos de saúde, as “Farmácias do Setor Privado” os estabelecimentos de ensino e até 
os laboratórios de análises clínicas.
O serviço de saúde em um modelo de funcionamento e de gestão de qualidade, deve 
contar com a presença do farmacêutico em seu quadro funcional, permitindo o cuidado 
e o acompanhamento individualizado do paciente hospitalizado, ambulatorial e tratado 
em sua residência quando necessário for, possibilitando o aconselhamento e supervisão 
antes ou durante o ciclo de quimioterapia. A atuação farmacêutica deve complementar 
os serviços médicos de modo a informar ao paciente oncológico sobre a finalidade dos 
antineoplásicos (fármacos específicos de combate ao câncer) e terapia de suporte utilizada, 
orientação completa sobre os eventos adversos e as possíveis interações medicamentosas 
que podem ocorrer durante o ciclo do tratamento medicamentoso. 
28
UNIDADE I │ ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO
A ocorrência de efeitos adversos após o uso dos medicamentos e como devem ser 
contornados e evitados também deve fazer parte da interação paciente-farmacêutico. 
O tratamento oncológico apresenta vários fatores a serem considerados e observados, 
como: estreita margem terapêutica dos fármacos utilizados, elevada taxa de interações 
medicamentosas e uma elevada frequência de eventos adversos, sendo assim, 
fundamental ao farmacêutico o conhecimento do plano terapêutico traçado, permitindo 
a resolução e prevenção de qualquer problema da terapia medicamentosa, e conseguindo 
desta forma alcançar os objetivos terapêuticos e prevenindo os eventuais desvios da 
terapia. No seguimento farmacoterapêutico, o farmacêutico deve sempre assegurar 
as necessidades do paciente em relação ao medicamento, pelo acompanhamento de 
todo o processo terapêutico, identificando os Problemas Relacionados ao Medicamento 
(PRMs) para a prevenção e resolução de Resultados Negativos associados à Medicação 
(RNMs), de forma sistemática, contínua e documentada, com o intuito de alcançar 
resultados concretos, com a final melhora da qualidade terapêutica. Conforme proposto 
pelo Terceiro Consenso de Granada (2007), os PRMs podem ocorrer por várias causas.
Os métodos farmacoterapêuticos existentes para a execução junto ao paciente oncológico 
demonstram a total necessidade do farmacêutico em possuir uma personalidade 
comunicativa, para que se desenvolva uma relação terapêutica adequada com o paciente. 
O farmacêutico pode ajudar na solução de Problemas Relacionados com Medicamentos, 
fazendo-se uso da relação de parceria com o paciente.
A relação de parceria e de confiança que deve ser estabelecida entre o farmacêutico e 
o paciente, promove ao paciente uma confiança necessária para que ele exponha sua 
situação de saúde e uso de medicamentos, possibilitando assim, uma análise mais 
autêntica dos dados obtidos e, também, uma identificação mais precisa dos problemas. 
Após ser instituída a relação de parceria e documentados os problemas, pode-se iniciar a 
resolução dos problemas identificados, objetivando sempre uma melhoria da qualidade 
de vida do paciente oncológico.
Principais métodos mais utilizados para o 
seguimento dos pacientes
 » SOAP (Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano), na qual cada um dos 
termos faz referência a uma etapa do processo de atendimento do 
paciente, detalhando cada atividade a ser realizada. Este método possui 
aplicabilidade tida como grande, visto o seu fácil entendimento por todos 
os profissionais da saúde.› Informações subjetivas desta etapa: são registradas as informações 
básicas do estado de saúde do paciente que não fazem parte dos 
29
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO │ UNIDADE I
conhecimentos objetivos. A abordagem farmacêutica busca informações 
pertinentes ao uso de medicamentos e suas complicações e sua relação 
com a doença.
 › Informações objetivas Consistem na obtenção de dados referentes 
aos sinais vitais do paciente, observação dos exames laboratoriais e 
exames físicos realizados pelo profissional habilitado para tal. 
 › Avaliação Com a posse das informações subjetivas e objetivas, o 
farmacêutico pode identificar possíveis problemas relacionados ao 
uso de medicamentos e posteriormente pretender a resolução dos 
mesmos com as intervenções farmacêuticas possíveis e competentes 
ao profissional. 
 › Plano Com os dados obtidos das informações subjetivas e objetivas, o 
farmacêutico deve informar ao paciente qual o plano terapêutico será 
utilizado, sempre em acordo com este, para um melhor planejamento 
das condutas. O paciente será informado da necessidade de seus 
medicamentos serem analisados pelo prescritor, e a partir daí se 
estabelecer o acompanhamento dos resultados das condutas utilizadas, 
em especial quando houver modificações na prescrição médica ou no 
quadro do paciente.
 » Estudo Farmacêutico da Terapia Farmacológica (Pharmacist´s Workup 
of Drug Therapy ou PWDT): Trata-se de um método foi desenvolvido 
na Universidade de Minnesota por Strand e colaboradores, podendo ser 
utilizado em farmácias comunitárias e cabível a qualquer paciente. 
 › Objetivos: 
 · suprir as necessidades dos pacientes referentes ao uso de 
medicamentos, com anterior avaliação da situação, e utilização de 
recursos existentes; 
 · realização do seguimento farmacoterapêutico com determinação 
dos resultados obtidos. 
 › Análise de dados: a farmacoterapia é analisada segundo sua efetividade, 
segurança e adequação, mediante coleta de dados e caracterização da 
mesma. A avaliação é pautada segundo as necessidades do paciente 
na utilização de medicamentos e na identificação dos problemas 
relacionados com medicamentos para que estes não interfiram no 
andamento da terapia proposta.
30
UNIDADE I │ ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO
 › Plano de atenção: o objetivo é a resolução de problemas relacionados 
com medicamentos pelo farmacêutico, como também a prevenção de 
possíveis problemas utilizando para tal o planejamento terapêutico. 
O plano de atenção deve estar de acordo com a realidade do paciente, 
passível de acompanhamento e prestação de informações. 
 › Monitorização e avaliação: esta etapa visa verificar em que situação 
estão os resultados farmacoterapêuticos até o momento alcançados, 
a reavaliação das necessidades do paciente frente a novas situações 
terapêuticas, com o eventual surgimento de novos PRMs ou também 
novos problemas de saúde. 
Podem ser identificados alguns passos a serem seguidos nesta etapa: 
estabelecer uma base de dados para cada paciente; Identificar os problemas 
relacionados com medicamentos; Descrever os resultados terapêuticos 
desejados; Detalhar as alternativas terapêuticas que se deseja e que podem 
ser alcançadas; Seleção do tratamento mais adequado; Delineamento de 
um plano terapêutico adequado e sua documentação.
 » Monitorização dos Resultados Terapêuticos (Therapeutic Outcomes 
Monitoring ou TOM): Este método deriva do PWDT sendo utilizado 
por farmacêuticos. Âmbito da farmácia, levando em consideração os 
achados de Lawrence Weed o método pode ser descrito: levantamento e 
interpretação das informações do histórico de saúde do paciente e de sua 
terapia; as informações abordam o uso de medicamentos, problemas de 
saúde, dados socioeconômicos e expectativa do paciente com a evolução 
do seu tratamento; análise da prescrição, informando e orientando o 
paciente sobre sua terapia; caso necessário, deve se realizar o contato 
com o prescritor a fim de solucionar eventuais duvidas; adequação do 
plano terapêutico com a realidade do paciente, comunicando qualquer 
desvio ao prescritor; Desenvolvimento do plano de monitorização do 
paciente, considerando os protocolos padrões de terapia, medicamentos 
e doença; Instrução para o uso racional dos medicamentos; Agendamento 
dos encontros; Evolução do uso do medicamento, suas falhas e efeitos 
adversos; resolução dos problemas, com notificação ao médico prescritor; 
remodelação do plano de monitorização quando necessário.
 » Método Dáder de Seguimento Farmacoterapêutico: o método Dáder foi 
desenvolvido pelo “Grupo de Investigación em Atención Farmacêutica de 
la Universidad de Granada” para ser utilizado em farmácias comunitários 
e hospitalares. 
31
ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO │ UNIDADE I
Passos para a execução do método: 
 › oferta do serviço ao paciente: com a concordância deste é agendado 
a conversa para ilustração das atividades a serem desenvolvidas; 
pode-se fazer uso de dados laboratoriais, lista de medicamentos e 
demais informações da saúde do paciente para os esclarecimentos; 
 › primeira entrevista: o paciente deve relatar suas preocupações e 
problemas de saúde; o farmacêutico deve estar atento ao grau de 
conhecimento do paciente em relação aos medicamentos usados, como 
também prestar esclarecimentos sobre o uso correto destes; revisão 
dos dados obtidos; 
 › análise situacional: busca a relação entre seus problemas de saúde e o 
uso dos medicamentos; 
 › fase de estudo: na qual os problemas de saúde e os medicamentos 
utilizados são estudados para posterior avaliação, são consideradas as 
características do paciente; 
 › fase de avaliação: estabelece as suspeitas de PRMs que o doente possa 
apresentar; a fundamentação para tal suspeita decorre da fase de estudo; 
 › fase de intervenção: tem como objetivo elaborar um plano de atuação 
de acordo com o paciente e implementar as intervenções necessárias 
para resolver ou prevenir os PRMs; o plano é apresentado ao paciente 
em um segundo encontro; 
 › resultado da intervenção: o objetivo é constatar se o resultado está de 
acordo com a proposta na intervenção; 
 › nova análise situacional: em que as mudanças decorrentes desde a 
intervenção são avaliadas e caso necessário se dá uma nova intervenção. 
Todos os métodos apresentam suas vantagens e desvantagens, sendo necessária, em seu uso, 
a obtenção da maior quantidade possível de informações do estado de saúde do paciente, 
uso de medicamentos, estado socioeconômico e suas dúvidas mais pertinentes sobre o 
tratamento. Para tal, torna-se necessário uma adequada organização e documentação das 
informações obtidas, podendo, assim, identificar os PRMs e suas causas, estabelecendo 
a intervenção farmacêutica para o paciente. Como processo seguinte, encontra-se a 
monitorização do plano de intervenção e caso necessário o reinicio do processo.
A escolha do método deve se adequar à realidade do paciente oncológico, visto a 
complexidade do tratamento e a grande quantidade de efeitos adversos descritos para 
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UNIDADE I │ ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO
cada medicamento. A formação do profissional farmacêutico irá influenciar o tipo de 
metodologia adotada, o que para a terapia oncológico tende a uma metodologia mais 
detalhada em que a condução do processo se oriente na redução de erros de medicação e 
também na utilização da terapia não farmacológica, que inclui indicações de exercícios 
físicos e alimentação regrada, garantindo a diminuição dos eventos adversos e melhora 
da qualidade de vida do paciente.
Atuando na área clínica e hospitalar, é necessário então, que se conheça também, além 
das atuações farmacêuticas junto ao paciente oncológico, como o farmacêutico clínico 
e hospitalar deve atuar quando se deparar diante de pacientes que possuem diversas 
outras enfermidades e patologias. Veremos a seguir, doenças e a atuação clínica do 
farmacêutico em cada uma delas. Ressalta-se ainda que, os pacientes oncológicos 
podem muitas vezes possuir estas doençasque serão abordadas logo adiante:
A Atenção Farmacêutica a pacientes com doenças crônicas permite detectar, prevenir 
e solucionar Problemas Relacionados a Medicamentos (PRMs), orientando-os sobre 
a importância do uso correto dos medicamentos que utilizam. A hipertensão arterial, 
asma e diabete são patologias que têm alta morbidade e mortalidade, mas que podem 
ser evitadas com níveis primários de atenção à saúde, por meio da identificação de 
indivíduos que correm alto risco de desenvolver essas patologias, do tratamento de 
indivíduos sintomáticos, da detecção precoce e do tratamento das complicações agudas 
e crônicas.
O farmacêutico, pela orientação e educação farmacêutica, pode contribuir com o 
aumento da adesão do paciente ao tratamento farmacológico e não farmacológico, 
diminuindo os riscos de interações, toxicidade dos medicamentos, identificando efeitos 
adversos e problemas relacionados aos medicamentos. Ressalta-se que, os efeitos 
adversos são um dos principais fatores para a não adesão a terapia pelo paciente e 
pode influenciar na efetividade, levando a uma progressão da doença. A adesão ou não 
do tratamento pode envolver diversos fatores como: custo do tratamento, esquemas 
terapêuticos complexos, relação da equipe multiprofissional com o paciente, bem como 
as próprias características intrínsecas do paciente.
Ajudar indivíduos com doenças avançadas e potencialmente fatais, as chamadas doenças 
terminais, e seus familiares em um dos momentos mais cruciais de suas vidas é uma 
atividade ou um modelo de atenção à saúde que vem sendo denominado como “cuidados 
paliativos”. A assistência paliativa é voltada ao controle de sintomas, sem função curativa, 
com vistas a preservar a qualidade de vida (QV) até o final. Os cuidados visam à promoção 
do conforto e são basicamente voltados para higiene, alimentação, curativos e cuidados 
com ostomias e para atenção sobre analgesia, observando-se, portanto, as necessidades 
de diminuição de sofrimento e aumento de conforto. 
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ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO │ UNIDADE I
Tratamento oncológico é o tratamento que utiliza medicamentos que atuam inibindo 
alguma das fases da reprodução celular, consequentemente interferindo no crescimento 
dos tumores. Atualmente, o farmacêutico está habilitado a assumir atividades 
clínico-assistenciais, podendo contribuir para diminuição nos erros de medicação, 
racionalização administrativa e uma melhor qualidade de vida do paciente em 
tratamento. A presença do farmacêutico na equipe multidisciplinar de quimioterapia 
deve melhorar e diminuir a frequência de erros de medicação. Contudo o papel do 
farmacêutico no tratamento oncológico ainda é pequeno, mas vem evoluindo além da 
dispensação de medicamentos e das atividades diretamente relacionadas a ela.
Como descrito acima, a atuação do farmacêutico juntamente com a equipe multidisciplinar 
no tratamento oncológico é de suma importância para garantir uma assistência 
farmacêutica adequada e utilizando fazer uso de mecanismos gerenciais para 
uma administração eficaz e racional. A atenção farmacêutica em especial, com o 
acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes, assegura uma terapia adequada 
e efetiva no tratamento oncológico.
Veremos agora como se faz o acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico 
de pacientes crônicos, que muitas vezes estarão acometidos também pelo câncer. O 
farmacêutico exercerás junto a estes pacientes um papel fundamental, e a orientação 
deve se estender para todos os familiares dos pacientes ou os seus cuidadores.
Asma
A asma é classificada como uma doença inflamatória tipo crônica e possui uma alta 
prevalência mundial e ainda um elevado índice de morbidade, causando custos e outros 
problemas ao paciente e a toda a sua família. Deve-se observar com atenção que, na 
asma, o que mais complica o tratamento é o seguimento feito de modo incorreto ou 
o abandono do tratamento prescrito pelo paciente. A não adesão à prescrição médica 
indicada é considerada uma das principais causas de uma terapêutica inefetiva. O baixo 
índice de aderência do asmático ao tratamento preconizado tem sido frequentemente 
documentado na literatura médica, visto que apenas metade dos pacientes asmáticos 
utiliza, de fato, a medicação prescrita. É importante ressaltar que, esse baixo índice de 
aderência pode estar ligado ao diversos fatores, tais como dificuldade de administração 
dos medicamentos, benefício não satisfatório obtido pela utilização do medicamento, 
risco de efeito adverso, duração prolongada do tratamento, uso de múltiplos 
medicamentos e períodos de remissão dos sintomas.
A administração de medicamentos inalatórios é a principal maneira de se tratar os 
pacientes que possuem alguma doença pulmonar. A utilização de inaladores consegue 
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UNIDADE I │ ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO
alcançar com eficiência os pulmões, aumentando a concentração do fármaco nas vias 
aéreas e também diminuindo os efeitos adversos sistêmicos. O sucesso terapêutico do 
fármaco inalatório depende não somente da formulação e do tipo de dispositivo, mas da 
habilidade, por parte do asmático, em realizar a técnica inalatória de maneira correta.
O Farmacêutico clínico tem um papel muito importante no acompanhamento dos 
pacientes que possuem asma na forma persistente. A literatura demonstra os diversos 
benefícios de programas educacionais, conduzidos pelo farmacêutico ao paciente 
asmático, que conseguem resultar em uma maior aderência ao tratamento terapêutico, 
promove uma correta utilização dos medicamentos inalatórios, detectam os problemas 
relacionados aos medicamentos, melhoram a qualidade de vida do paciente e de maneira 
muito comum e significativa, conseguem reduzir o número de visitas aos serviços de 
emergência, assim como o de hospitalizações por causa do agravamento da asma.
Dados da Europa mostram que existe uma necessidade clara do treinamento específico e 
detalhado para os pacientes sobre toda a realização correta da técnica inalatória para os 
diversos e diferentes dispositivos atualmente disponíveis, e essa informação e treinamento 
deve ser realizado constantemente, para a manutenção da técnica inalatória correta.
Os problemas relacionados à adesão ao tratamento são relatados em pacientes com 
doenças crônicas, e o farmacêutico está em lugar de privilégio, pois ele tem acesso aos 
problemas de baixa adesão ao tratamento, que afetam significativamente os resultados 
de saúde do paciente. As estratégias de monitoramento para uma melhoria da adesão 
estão bem relatadas no plano de atenção farmacêutica. Então, é fundamental que o 
farmacêutico também participe de uma educação e orientação dos pacientes asmáticos 
e que domine as técnicas para poder contribuir para o treinamento eficaz do paciente.
Apesar do profissional farmacêutico já ter iniciado a sua participação em muitos programas 
educacionais, e já ter apresentado resultados efetivos e positivos no controle da asma, a 
sua participação na assistência ao paciente ainda é baixa, em vários países. Aqui no Brasil, 
esta situação não é muito diferente. É necessário intervir nesse problema ainda nos cursos 
de Graduação ou de Pós-graduação na área farmacêutica, encorajando o desenvolvimento 
de projetos de atenção farmacêutica adaptados ao nosso sistema de saúde. A atenção 
farmacêutica certamente melhorará os níveis de aderência ao tratamento e garantirá a 
correta utilização dos dispositivos inalatórios, objetivando o controle da asma.
diabetes
A doença diabetes é classificada como uma síndrome metabólica (marcador de risco 
cardiovascular) de origens múltiplas, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade 
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de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose 
(açúcar) no sangue. O diabetes se instala porque o pâncreas não é capaz de produzir o 
hormônio insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo ou 
porque este hormônio não é capaz de agirde maneira adequada (resistência à insulina). 
A insulina promove a redução da glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no 
sangue penetre dentro das células, para ser utilizada como fonte energética. Sendo assim, 
caso falte esse hormônio, ou mesmo se ele não trabalhar de maneira correta, haverá 
aumento de glicose no sangue e, a doença se instala. 
 » Diabetes tipo 1: no diabetes tipo 1, é conhecida como uma doença hereditária, 
na qual o pâncreas perde a sua capacidade de produzir o hormônio insulina 
em decorrência de um defeito do sistema imunológico, sendo então uma 
doença autoimune, levando os nossos anticorpos a atacar as células que 
produzem esse hormônio (células beta do pâncreas). O diabetes tipo 1 
atinge cerca de 5 a 10% dos pacientes com diabéticos.
 » Diabetes tipo 2: no diabetes tipo 2, conhecido como uma doença 
adquirida, existe uma conjunção de dois fatores: a diminuição da 
secreção do hormônio insulina e também ocorre uma falha na sua ação, 
relatada como uma resistência à insulina. Comumente, o diabetes tipo 
2 consegue ser tratado com fármacos orais ou injetáveis, mas, com o 
passar do tempo, pode ocorrer o agravamento da doença. Uma enorme 
quantidade de pacientes se tornam insulino-dependentes com o passar 
do tempo. O diabetes tipo 2 acomete cerca de 90% dos pacientes com 
diabetes diagnosticados.
 » Pré-diabetes: a pré-diabetes é um termo usado para indicar que o 
paciente tem potencial para desenvolver a doença, como se fosse um 
estado intermediário entre o saudável e o diabetes tipo 2, pois no caso 
do tipo 1, não existe pré-diabetes, a pessoa nasce com uma predisposição 
genética ao problema e a impossibilidade de produzir insulina, podendo 
desenvolver o diabetes em qualquer idade.
O diabetes não é uma doença transmissível. Existe, em especial no tipo 1, há uma 
propensão genética para se ter a doença e não uma transmissão. Pode acontecer, por 
exemplo, de a mãe ter diabetes e os filhos nascerem totalmente saudáveis. Já o diabetes 
tipo 2 é uma consequência de maus hábitos de vida, como sedentarismo e obesidade, 
que também podem ser percebidos pela família toda – explicando porque pessoas 
próximas tendem a ter a doença conjuntamente.
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UNIDADE I │ ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO
Existem ainda os subtipos de diabetes que são originários de falhas genéticas e que se 
associam a várias outras doenças, mas podem surgir também devido ao uso de fármacos. 
A seguir os subtipos da doença:
 » diabetes por defeitos genéticos da função da célula beta;
 » por defeitos genéticos na ação da insulina;
 » diabetes por doenças do pâncreas exócrino (pancreatite, neoplasia, 
hemocromatose, fibrose cística etc.);
 » diabetes por defeitos induzidos por drogas ou produtos químicos 
(diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos etc.).
Sintomas
 » Poliúria ─ a pessoa urina demais e, como isso a desidrata, sente muita 
sede (polidpsia).
 » Aumento do apetite.
 » Alterações visuais.
 » Impotência sexual.
 » Infecções fúngicas na pele e nas unhas.
 » Feridas, especialmente nos membros inferiores, que demoram a cicatrizar.
 » Neuropatias diabéticas provocada pelo comprometimento das terminações 
nervosas.
 » Distúrbios cardíacos e renais.
recomendações
 » O tratamento do diabetes exige, além do acompanhamento médico 
especializado, os cuidados de uma equipe multidisciplinar. Procure 
seguir as orientações desses profissionais.
 » A alimentação tem que ser analisada em detalhes. O paciente deve ser 
orientado a procurar uma ajuda para poder elaborar o seu cardápio de 
maneira adequada para cada caso específico. Não significa que o paciente 
terá que se privar para sempre dos alimentos que fazem parte do seu 
cotidiano. Quando a doença estiver sob controle, os alimentos poderão 
ser consumidos, mas com cautela e controle, sem excessos.
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 » Um programa regular de exercícios físicos irá ajudá-lo a controlar o nível 
de açúcar no sangue. Coloque-os como prioridade em sua rotina de vida.
 » O fumo provoca estreitamento das artérias e veias. Como o diabetes 
compromete a circulação nos pequenos vasos sanguíneos (retina e rins) e 
nos grandes vasos (coração e cérebro), fumar pode acelerar o processo e 
o aparecimento de complicações.
 » O controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol e triglicérides 
deve ser feito com regularidade.
 » Medicamentos à base de cortisona aumentam os níveis de glicose no 
sangue. Não se automedique.
 » Se obter um diagnóstico precoce da doença, é primordial para que o 
tratamento seja bem sucedido. O paciente deve procurar um serviço de 
saúde ao menor sinal, se ele estiver urinando em excesso ou sentindo 
muita sede durante o dia e também fome em excesso.
 » O diabetes não pode ser jamais analisado em separado das outras doenças 
relacionadas aos problemas glandulares. Pois não somente a obesidade, 
mas vários outros distúrbios de metabolismo como: (excesso de cortisona, 
do hormônio do crescimento ou ainda uma maior produção de adrenalina 
pelas suprarrenais) podem se associar ao diabetes e agravar esta doença.
 » O tipo I é chamado de insulinodependente, pois se exige o uso de insulina 
por via injetável (um aporte externo) para poder suprir no organismo, 
esse hormônio que deixou de ser sintetizado pelo pâncreas. A suspensão 
da medicação, e não adesão terapêutica pode provocar a cetoacidose 
diabética, distúrbio metabólico que pode colocar a vida em risco.
 » O tipo II não depende da insulina e pode ser controlado por meio do uso de 
medicamentos administrados por via oral e também por meio das mudanças 
de hábitos de vida. A doença quando se torna descompensada pode levar ao 
coma diabético, uma complicação grave que causa até a morte do paciente.
 » Uma dieta equilibrada será fundamental para o controle da doença. 
A orientação de uma nutricionista e o acompanhamento de psicólogos e 
psiquiatras podem ajudar muito a controlar o peso e, como consequência, 
criar uma possibilidade de se usar doses mais baixas de fármacos.
 » Praticar uma atividade física pelo menos de 20 minutos ao dia, ou no 
mínimo 3 vezes por semana, é importante para se reduzir os níveis de 
glicose sanguíneos, válido para os dois tipos de diabetes.
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Fatores de risco
 » Obesidade (inclusive a infantil).
 » Fator genético.
 » Sedentarismo.
 » Hipertensão.
 » Níveis altos de colesterol e suas frações e o triglicérides.
 » Medicamentos, como os corticoesteroides, que elevam a glicemia.
 » Idade acima dos 30 anos (para o diabetes tipo II).
 » Fator psicológico.
diagnóstico
Os médicos pedirão vários exames de sangue para identificar o diabetes. Geralmente, 
o seu médico pedirá que você evite comer antes de tirar uma amostra de sangue. 
O farmacêutico pode ajudar a diagnosticar a doença por meio da dosagem da glicemia 
capilar nas farmácias, e caso o resultado seja muito acima do valor de referência, o 
paciente deve ser encaminhado ao médico.
A principal meta do tratamento do diabetes é controlar seus níveis de glicemia. 
Controlando os seus níveis de glicemia, o paciente aumenta suas chances de ter uma 
vida saudável e sem nenhuma complicação.
tratamento
terapia com insulina
Utilizada no diabetes tipo 1, porque o corpo não produz esse importante hormônio. 
Já no diabetes tipo 2, pode ser que o paciente precise tomar insulina, caso não controle 
a doença. Existem muitas formas de se tomar insulina, incluindo a tradicional ampola 
e seringa, as canetas de insulina e ainda a terapia com bomba de infusão de insulina.
Ampola e seringa 
É o método convencional e ainda mais utilizado para a administração da insulina, e requer 
que a insulina seja injetada pelo menos uma vez por dia. A insulina será retirada de uma 
ampola e será injetada na camada subcutânea da pele por meio de uma seringa descartável.
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Caneta de insulina
As canetas fazem parte de um cartucho

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