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TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS (POR REBECA ZILLI)

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TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS 
 POR 
 
Rebeca Zilli 
QUIMIOTERAPIA 
A quimioterapia é um tipo de tratamento sistêmico em que se utilizam medicamentos para combater o 
câncer de modo a destruir o crescimento celular. Ao mesmo tempo que esses medicamentos atuam em 
células que estão crescendo desordenadamente, atuam também em células sadias que crescem rápido 
no nosso corpo (cabelo, unhas – o que explica muitos efeitos colaterais). 
 
● Critérios de aplicabilidade 
Para que o paciente seja liberado para este tipo de terapia, deve preencher esses critérios: 
1. Termo de Consentimento: paciente esclarecido e consciente do tto e seus efeitos; 
2. Condições Clínicas: deve ser avaliada a história e exame físico do paciente, levando em conta 
suas comorbidades e condições para que o tto seja vantajoso e não o contrário; 
3. Performance Status: condições de independência, autonomia e condições gerais a ponto de estar 
apto ao tratamento; 
4. Exames laboratoriais: contraindico se 
Se durante a quimio chegar a esses valores, 
devo cessar o tratamento até voltar. 
5. Cartão vacinal em dia: 
Se precisar atualizar, uso vacina atenuada (não uso vírus vivo); vacina para Covid pode. 
6. Possibilidade de acesso venoso: se não tiver veia boa, usamos o Cooper (dispositivo implantável); 
Logo, para iniciar a quimioterapia, faremos sempre HC, eletrólitos, função renal, função hepática, 
sorologias (HIV, Hepatite B e C). 
 
● Performance Status (ECOG / Karnofsky) 
Vai definir se o paciente 
está apto a fazer o 
procedimento, levando 
em conto o grau de 
dependência e atividade 
dele. 
 
 
Dificilmente faremos a 
quimioterapia em pacientes 
acamados, dependentes, 
etc. Nesses casos partimos 
para uma abordagem mais 
paliativa 
 
● Tipos de quimioterapia 
Monoquimioterapia: utiliza um tipo de quimioterápico isolado. 
Poliquimioterapia: utiliza mais de um tipo de quimioterápico (resposta mais rápida). 
O cálculo da quimioterapia leva em conta a Superfície Corporea (SC, dada em m2), altura e peso: 
𝑺𝑪 = √
𝒂𝒍𝒕𝒖𝒓𝒂 𝑥 𝒑𝒆𝒔𝒐
3600
 
 
Neutrófilos < 1.500 
Plaquetas < 10.000 
Hemoglobina < 7 
 
● Nadir da quimioterapia 
É o pico de ação máxima da quimioterapia na corrente sanguínea, que ocorre no meio do ciclo da 
terapia (+/- 2 dias), e é inversamente proporcional a imunidade do paciente (queda máxima), o que 
implica em maior exposição à infecções oportunistas. Cada quimioterapia tem seu Nadir de acordo 
com seu ciclo de duração. 
Neutropenia febril é uma urgência oncológica, devendo ser feita internação e administrar ATB: é 
urgente pois paciente pode entrar sem choque séptico e morrer por conta da quimioterapia. 
 
● Orientação aos pacientes: devemos falar sobre algumas informações importantes. 
1. Período de Nadir; 
2. Efeitos colaterais; 
3. Acompanhamento nutricional; 
4. Medicações de alivio 
5. Evitar fatores de risco (tabagismo, etilismo) 
6. Evitar contato íntimo com animais 
6. Avaliação odontológica 
 
● Finalidades da quimioterapia 
Curativa: intuito de controle completo do tumor; 
Neoadjuvante: intuito de redução parcial do tumor prévia para abordagem cirúrgica/radioterápica; 
Adjuvante: após cirurgia, com intuito de esterilizar células residuais circulantes e evitar metástase; 
Paliativa: sem finalidade curativa, com intuito de melhorar qualidade de vida apenas. 
 
● Toxicidade da quimioterapia 
Depende do organismo e do tempo em contato com a droga, podendo essa toxicidade ser 
imediata (dias)→ mielossupressão, pancitopenia, mucosite, mal estar, náusea, vômitos, adinamia, 
artralgias, exantema e flebite. 
tardias (meses)→ miocardiopatia, hiperpigmentação, alopecia, imunossupressão, nefrotoxicidade. 
ultra-tardias (meses/anos)→ infertilidade (avisar mulher em idade fértil), distúrbios de crescimento, 
sequelas no SNC, fibrose e cirrose hepática. 
OBS.1: náuseas e vômitos são os efeitos colaterais mais comuns na QT, ocorrendo após 2 – 3 dias 
da terapia e podendo ser abordados com ondansetrona (nausedron, vonau, enavo). 
OBS.2: a mucosite é outro efeito colateral comum, por isso é importante acompanhamento 
odontológico e atenção à higiene bucal. 
OBS.2: o efeito que mais chama atenção é a alopecia, mas nem toda QT faz cair o cabelo; se para 
o tratamento, o cabelo volta a crescer; pode ser feito uso de toucas de crioterapia para evitar esse 
efeito (risco de hipotermia – muito frio). 
 
 
RADIOTERAPIA 
É um tipo de tratamento pontual no qual se utilizam radiações ionizantes para destruir um tumor ou 
impedir que suas células aumentem, podendo ser usada em combinação com a quimioterapia ou outros 
tratamentos (por ser pontual, não age em doenças sistêmica, metástase, etc). 
A quantidade de energia que é depositada na célula a ser destruída recebe o nome de Gray (Gy) e é 
medida por 1 joule/kg de deposição de energia. 
 
Geralmente, o grau máximo de radiação a ser incidida por dia é em torno de 200 Gy e, quando ultrapassa 
esse limiar, pode ter toxicidade grande gerando queimaduras, que podem ser internas (lesão actínica) 
ou externas (radiodermite). De maneira geral, os efeitos de toxicidade vão depender da tolerância do 
tecido em tratamento. 
Radiosenssibilidade Tecido normal Tecido neoplásico 
Alta Gônadas e Medula Óssea Tumores germinativos e Linfomas 
Moderada Pele e mucosas Carcinomas 
Baixa Conjuntivo e Nervoso Sarcomas e Gliomas 
 
● Indicações de radioterapia 
Curativa→ doses radicais de modo a ressecar o tumor ou ser adjuvante nesse processo; 
Paliativa→ serve para controle e alívio de sintomas; 
Ablativa→ serve para diminuir produção hormonal em determinado órgão 
Essa terapia é indicada em neoplasias quando sangramento do tumor, compressão nervosa (quando 
álgico) e/ou para ressecar resíduos tumorais após cirurgia. 
 
 
CIRURGIA ONCOLÓGICA 
É um dos principais tratamentos para o câncer e pode ser realizada sozinha ou em conjunto com outros 
métodos, como a quimioterapia e a radioterapia. Esse procedimento possibilita altas chances de 
remissão se o diagnóstico for precoce, porém só pode ser utilizado em tumores sólidos. 
● Papel do cirurgião 
É basicamente recolher material (biopsiar) para que seja feito o diagnóstico pela patologia 
(imunohistoquímica), podendo essa coleta ser feita por: 
1. PAAF (punção aspirativa por agulha fina) 
2. Core Biopsy (punção aspirativa por agulha grossa) 
3. Punção de líquidos 
4. Raspado 
5. Escovado 
 
● Técnicas cirúrgicas 
Incisional: retira um fragmento do tumor 
 Técnica convencional→ quando há dúvida se é tumor; 
 Técnica de Punch→ geralmente lesão de pele; 
 Técnica de Shave→ uma incisão bem superficial, não indicado na oncologia (quase um raspado). 
Excisional: ressecção de todo o tumor sem se preocupar 
com as margens 
 
 Punch Shave 
 
 
● Cuidados com a biópsia 
Deve ser armazenada no formol e enviada à patologia com um descritivo da peça que está sendo 
enviada, para que o patologista na hora de fazer o laudo tenha pistas e seja mais criterioso ao analisar 
a amostra. 
Patologista espera do Cirurgião Cirurgião espera do Patologista 
 Informação clínica 
 Material representativo 
 Evitar áreas de necrose ou hemorragia 
 Fixação adequada 
 Referencias de margens 
 Identificação de cadeias linfonodais 
 Tamanho e extensão local do tumor 
 Situação das margens de ressecção 
 Tipo histológico 
 Grau de histológico ou malignidade 
 Embolização vascular: venosa e linfática 
 Infiltração de filetes nervosos 
 Expresso imuhistoquimica 
 
● Sistema TNM 
 
É a classificação básica do 
tumor, sendo: 
T: extensão do tumor 
N: comprometimento ganglionar 
M: metástase à distância 
Só conseguimos fazer TNM 
quando temos o estadiamento, 
que é a noção da dimensão da 
doença seja pela patologia ou 
pelos examesde imagem. 
 
 
● Papel da cirurgia 
1. Tratamento curativo 
2. Redução de massa tumoral (neoadjuvante) 
3. Ressecção de metástases 
4. Emergências 
5. Paliação 
6. Reconstrução e reabilitação 
O linfonodo sentinela é o primeiro que se cora com o azul de metileno e ele notifica se há risco ou não da 
cadeia ganglionar ser comprometida. Se for positivo, na maioria das vezes, procede a linfadenectomia. Mas 
dependendo do tipo e da localização do tumor, temos uma conduta mais conservadora. Se gânglio está 
comprometido, a doença está mais avançada, sendo necessário complementar o tratamento. 
 
● Assepsia Oncológica 
 Incisões adequadas 
 Proteção da borda da ferida operatória 
 Ligadura precoce dos pedículos vasculares 
 Evitar a compressão e a ruptura do tumor 
 Irrigação do campo operatório com quimioterápicos 
 Trocar de luvas após retirada da peça, antes do fechamento da ferida operatória

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