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SOI IV IANA BARBOSA MARTINS Sistemas Orgânicos Integrados IV, MED 31 - Uninovafapi. 1 Retinopatia Diabética Pacientes diabéticos frequentemente desenvolvem complicações oculares, tais como instabilidade da refração, paralisias dos nervos motores oculares (3º, 4º e 6º nervos cranianos), úlceras de córnea, glaucoma, neovascularização de íris e catarata. Entretanto, a mais comum e a que mais cega é a retinopatia. Algumas outras manifestações que prejudicam a acuidade visual são alterações osmolares agudas no humor aquoso, e a catarata. Prevalencia e Incidencia ❖ Principal causa de casos novos de cegueira não reversível em pessoas entre 25 e 74 anos em países desenvolvidos. ❖ Afeta 35 a 40% dos diabéticos, mais frequente no DM1. ❖ Individuos diabéticos tem 25 vezes mais propensão a perda visual. ❖ Quase a totalidade dos indivíduos diabéticos tipo 1 irá desenvolver algum grau de retinopatia ao longo de 15 a 20 anos de doença, e aproximadamente 60% dos indivíduos diabéticos tipo 2 serão acometidos nesse período. Fator precipitante e risco ❖ Duração do diabetes, o controle glicêmico, a hipertensão, a dislipidemia, a nefropatia e a gestação são principais fatores de risco desenvolvimento e progressão da RD. ❖ Idade, obesidade, doença cardiovascular, etnia, genética, fatores oculares e tabagismo a apneia do sono, a esteatose hepática não alcoólica, os níveis de prolactina, adiponectina e de homocisteína devem ser considerados fatores influenciáveis. Tempo de evolução do DM: ❖ Tempo de evolução de DM + pior controle glicêmico – mais chances de desenvolver RD. ❖ Fator mais importante para prevalência de RD, seguido por hiperglicemia. ❖ No diabetes tipo 1, existe um hiato de 3 a 4 anos antes do aparecimento dos primeiros sinais de retinopatia não proliferativa (RDNP). ❖ É a exposição crônica à hiperglicemia que determina maior impacto, tanto para a instalação quanto para a progressão da retinopatia. HAS ❖ Comorbidade 2 x mais frequente em diabéticos. ❖ Contribui para a lesão endotelial por meio da hiperperfusão capilar, favorecendo o extravasamento de proteínas, o espessamento da membrana basal capilar e o processo isquêmico da retina. Nefropatia ❖ Presença de microalbuminúria aumenta 3 vezes o risco de progressão da retinopatia para a forma proliferativa no DM 1 e 2. ❖ Todo paciente com microalbuminúria tem RD. ❖ A presença de RD não implica nefropatia. ❖ Diante de um paciente diabético com microalbuminúria sem RD, há que se investigar outras causas para a lesão renal. ❖ Indica que diferentes mecanismos patológicos subjacentes podem estar envolvidos e favorece a interpretação de que certas complicações podem não ser fatores de risco e sim indicadores de risco para outras complicações. ❖ Doença renal do diabetes ou nefropatia diabética caracterizada por albuminúria e redução da taxa de filtração glomerular. ❖ Ambas as doenças são causadas por microangiopatia diabética, e a presença e gravidade de uma reflete na outra. Dislipidemia ❖ Relação diretamente proporcional dos níveis de colesterol ligado a lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e triglicerídios com a gravidade da RD, além de relação inversa com os níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL). ❖ Dislipidemia descontrolada contribui para o desenvolvimento de exsudatos duros maculares e hemorragia. ❖ Níveis elevados de colesterol total, LDL, lipoproteína B e triglicerídios associam-se diretamente ao desenvolvimento da retinopatia proliferativa e do edema macular. ❖ Altos níveis de HDL parecem proteger os danos microvasculares da retina. ❖ Derivados do ácido fíbrico são agonistas do PPARα (ativadores dos proliferadores de peroxissomo do receptor õ) e têm efeitos na proteção endotelial. Modulam a expressão de citocinas inflamatórias das moléculas de adesão vascular, produzindo efeito anti-inflamatório e antiaterosclerótico. Genética ❖ Controles glicêmico e pressórico, certos grupos de pacientes não se beneficiam com essas medidas, não sendo possível evitar o aparecimento nem a progressão da RD. Gestação ❖ piora se deva ao controle glicêmico mais rígido, à hipertensão arterial, à sobrecarga hemodinâmica própria da gestação e ao ambiente pró-angiogênico gestacional, causado pela elevação dos níveis de SOI IV IANA BARBOSA MARTINS Sistemas Orgânicos Integrados IV, MED 31 - Uninovafapi. 2 fatores de crescimento, IGF-1 e do endotélio vascular (VEGF). Manifestações gerais ❖ No início, pacientes assintomáticos. ❖ Com a progressão, surgem sintomatologia variada como escotomas, visão embaçada e distorção na imagem. ❖ Nos estágios iniciais da RD, pacientes são assintomáticos. ❖ Com a progressão da doença surgem manchas no campo visual, distorção da imagem e redução da acuidade visual. ❖ Microaneurismas é o sinal mais precoce de RD. ❖ Independente da forma ou estágio da RD, edema macular é o maior responsável pelo comprometimento visual. Classificação ❖ Baseada na gravidade das alterações microvasculares e na presença ou ausência de neovascularização retiniana. ❖ Classificada como retinopatia diabética não proliferativa (RDNP) e retinopatia diabética proliferativa (RDP). RDNP ❖ Estágio da retinopatia que precede a fase proliferativa, na qual neovasos e/ou tecidos fibrosos se formam na retina. ❖ Encontra-se microaneurismas e anormalidades intrarretianas resultantes do aumento da permeabilidade vascular, provocando edema retiniano e exsudatos duros. ❖ Oclusão vascular leva à não perfusão, clinicamente evidenciada como hemorragias, exsudatos algodonosos e anormalidades venosas, que são capilares dilatados que funcionam como canais colaterais, frequentemente localizados adjacentes às áreas de não perfusão capilar. ❖ Edema retiniano caracterizado pelo acúmulo de fluido entre as camadas plexiforme externa e nuclear interna, mas pode envolver todas as camadas da retina. ❖ 50% dos pacientes com RDNP grave progridem para a retinopatia diabética RDP dentro de 1 ano. Subclassificação da RDNP ❖ RDNP leve: presença de pelo menos um microaneurisma e sem outra alteração. ❖ RDNP moderada: hemorragias e/ou microaneurismas, presença de exsudatos algodonosos, dilatações venosas (beading), anormalidades intrarretinanas e ausência das alterações presentes exclusivamente na RDNP grave. ❖ RDNP grave: hemorragias e/ou microaneurismas em todos os 4 quadrantes, ou dilatações venosas (beading) em 2 ou mais quadrantes, ou anormalidade microvascular intrarretiniana (IRMA) em pelo menos um quadrante e ausência das alterações presentes exclusivamente na forma muito grave. ❖ RDNP muito grave: 2 ou mais das alterações observadas na RDNP grave, ausência das alterações presentes exclusivamente na RDP. RDP ❖ Caracterizada pela presença de neovascularização devido a não perfusão retiniana. ❖ Neovasos podem proliferar na cabeça do nervo óptico (neovasos no disco óptico) e ao longo do SOI IV IANA BARBOSA MARTINS Sistemas Orgânicos Integrados IV, MED 31 - Uninovafapi. 3 curso das arcadas vasculares (neovasos fora do disco óptico). ❖ Neovasos crescem principalmente junto à hialoide posterior, e a contração súbita do vítreo pode resultar em ruptura desses vasos frágeis. ❖ No descolamento do vítreo, os neovasos são tracionados anteriormente junto com a retina subjacente, podendo resultar em descolamento tracional da retina. Por outro lado, o vítreo pode se deslocar completamente sem qualquer ação sobre a retina, e os neovasos regridem, resultando no desenvolvimento de uma doença em fase terminal. Subclassificação da RDP ❖ RDP precoce: presença de neovasos e ausência das alterações presentes exclusivamente na RDP de alto risco. ❖ RDP de alto risco: inclui qualquer uma das seguintes características – neovascularização do disco > um terço a um quarto de diâmetro do disco; neovascularizaçãodo disco < diâmetro do disco de um terço a um quarto com hemorragia vítrea pré- retiniana. As características de alto risco foram definidas pelo estudo Diabetic Retinopathy Study (DRS) para designar tratamento urgente, pois, nessa fase, o paciente se encontra em alto risco de perda visual. Fisiopatologia ❖ Base da doença é a microangiopatia (espessamento da membrana basal do capilar) e oclusão capilar secundárias com danos relacionados direta e indiretamente com hiperglicemia crônica e sendo secundárias à ela. ❖ Causam hipoxia retiniana, quebra da barreira hematorretiniana, aumento da permeabilidade vascular que acarretam em hemorragias, exsudatos e edema retinianos e desenvolvimento de edema macular. ❖ Oclusão e isquemia microvasculares favorecem o aparecimento de exsudatos algodonosos, alterações capilares, shunts arteriovenosos e neovascularização. ❖ Os efeitos da hiperglicemia crônica sobre a RD são explicados por diferentes mecanismos bioquímicos, como aumento da atividade da via dos polióis, formação de produtos finais de glicação avançada, estresse oxidativo, ativação da proteinoquinase C (PKC) e aumento de atividade da via da hexosamina. Dislipidemia também foi associada ao surgimento de RD e edema macular. Anatomia e fisiologia ocular Barreira hematorretiniana (BHB) ❖ União de vasos com junções intercelulares impermeáveis da retina com epitélio pigmentar formando tecido imunologicamente privilegiado com mecanismo para controlar fluxo de fluidos, metabólitos e barreira contra macromoléculas. Junção intercelulares: ❖ Pequeno poro responsável pelas trocas transcapilares de água e outras moléculas hidrofílicas menores. Há 3 tipos de junções intercelulares Responsável para mediação do endotélio ❖ Junções ou zônulas de oclusão (tight junctions), as zonas de adesão e as junções gap. ❖ Entre as células endoteliais dos vasos da retina, existem apenas zonas de oclusão entremeadas com desmossomos. ❖ No DM há ruptura dessas junções (quebra da BHR), principalmente das zônulas de oclusão, e é considerada a característica da RD e caracteriza uma gama de complicações como edema macular. Pericitos ❖ Pericitos: regulador no fluxo sanguíneo dos capilares, pós-capilares e vênulas, mas as presenças de actina, miosina e tropomiosina sugerem capacidade contrátil. ❖ O que ocorre nos capilares retinianos dos diabéticos é a perda desses pericitos, tornando-os vasos acelulares ou fantasmas, fato este que parece permitir o processo angiogênico. Características Fenômenos ocorrem unânime e precocemente no DM: ❖ A quebra da BHR precede a neovascularização (angiogênese) que pode levar à cegueira. ❖ Nos capilares retinianos dos pacientes diabéticos, pode-se observar inúmeros capilares com as junções interendoteliais abertas. ❖ Aumento na vacuolização citoplasmática (aumento do transporte vesicular). ❖ Pericitos com alterações degenerativas. ❖ Espessamento da membrana basal do capilar. ❖ O espessamento, cuja causa ainda é desconhecida, altera a função celular e/ou a difusão de oxigênio e reduz o contato entre os pericitos e a célula endotelial, contribuindo para as alterações vasculares dos diabéticos Patogênese ❖ As alterações endoteliais e a oclusão dos capilares retinianos são a base para a RD. SOI IV IANA BARBOSA MARTINS Sistemas Orgânicos Integrados IV, MED 31 - Uninovafapi. 4 ❖ Aumento da permeabilidade vascular leva a hemorragias, exsudatos e edema macular. ❖ Oclusão dos capilares leva à isquemia tecidual, refletida pelos exsudatos algodonosos, shunts arteriovenosos e, consequentemente, ao aumento dos níveis de fatores de crescimento, responsáveis pelo crescimento de neovasos. ❖ As principais causas das alterações anatômicas da retina são agrupadas em 3 categorias: bioquímicas, hemodinâmicas e endócrinas. ❖ As categorias interagem e apresentam sequência temporal, sendo a bioquímica a anormalidade mais consistentemente ligada ao início dessas alterações. Via dos polióis ❖ Captação de glicose pelo tecido retiniano é independente da insulina, e os níveis de glicose nesse tecido estão em equilíbrio com a glicemia plasmática. ❖ Hiperglicemia ativa a via dos polióis, que converte em glicose em sorbitol, e sorbitol em frutose. ❖ Acúmulos de frutose nos tecidos retiniano, nervoso e renal resultam em efeitos osmóticos que levam a aumento de influxo de líquido, alterações na permeabilidade da membrana e subsequente início da patologia celular. ❖ Acúmulo de sorbitol intracelular está ligado à depleção de mioinositol, que reduz metabolismo do fosfoinositol e leva à disfunção celular e às lesões anatômicas. ❖ Síntese de óxido nítrico diminuída, por depleção dos níveis de fosfato de dinucleotídio de nicotinamida e adenina (NADPH), dinucleotídio de nicotinamida e adenina (NAD), que pode levar a vasoconstrição, redução do fluxo sanguíneo, isquemia e lesão tissular. Estresse oxidativo ❖ Depleção do NADPH relaciona-se com o estresse oxidativo. ❖ NADPH é importante na redução da glutationa, antioxidante implicado na eliminação do peróxido formado. ❖ NADPH reduzido, há acúmulo de radicais livres, produzindo assim o chamado estresse oxidativo, um dos pilares da microangiopatia. Glicosilação não enzimática ❖ Aumento nos níveis de AGE correlaciona-se com a duração do diabetes e a gravidade das complicações, assim como estresse oxidativo. ❖ Os AGE são encontrados no plasma, parede vascular e tecidos, e exercem sua ação por meio de seus receptores, RAGE, expressos no endotélio vascular, promovendo aumento da permeabilidade vascular e trombogenicidade. Diacilglicerol/proteinoquinase C: ❖ Via diacilglicerol/proteinoquinase C (DAG-PKC) é importante na regulação da permeabilidade vascular, contratilidade, proliferação celular, angiogênese, ação de citocinas e adesão leucocitária. ❖ Hiperglicemia cônica, resultando em aumento de glicose intracelular, aumenta o ativador da proteinoquinase C (PKC) que, provoca ativação de NAD(P)H-oxidase, aumentando a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS). ❖ ROS, na disfunção endotelial, reduz quantidade de óxido nítrico circulante. ❖ Aumento xacerbado da ROS, o óxido nítrico é consumido, diminuindo sua quantidade disponível para a vasodilatação e para a inibição da agregação plaquetária, deixando o sistema vascular suscetível a vasoconstrição, isquemia e trombose. Adesão dos leucócitos: ❖ Embora a retinopatia não seja considerada doença inflamatória, nas últimas décadas têm sido demonstradas evidências do envolvimento dos leucócitos na obstrução capilar, que é a lesão precursora da neovascularização. ❖ Segundo alguns autores, os leucócitos têm participação ativa na oclusão da microvasculatura retiniana, assim como na hipoperfusão e no extravasamento vascular de albumina, sugerindo a participação dos leucócitos na quebra da barreira hematorretiniana. Fatores de crescimento: ❖ Combinação das alterações bioquímicas e hemodinâmicas leva ahipoperfusão da retina, desenvolvimento de anoxia e extravasamento vascular. ❖ A anoxia, que ocorre em algumas áreas da retina, pode tanto estimular a produção quanto facilitar a ação dos fatores de crescimento, que irão desencadear a angiogênese. Entre eles, o mais específico é o fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF). Diagnóstico e avaliação ❖ Avaliação deve sempre levar em conta dosagem de glicemia jejum e hemoglobina glicada. ❖ Base da avaliação é o exame oftalmológico completo, com detalhado exame de retina com a pupila dilatada. ❖ Crianças e adolescentes com DM1 devem iniciar a avaliação oftalmológica após a puberdade ou ao completarem 5 anos de doença. SOI IV IANA BARBOSA MARTINS Sistemas Orgânicos Integrados IV, MED 31 - Uninovafapi. 5 ❖ Adultos com DM1, tal procedimento deve ser iniciado após 5 anos de doença. ❖ Pacientes comDM2, a avaliação oftalmológica deve ser realizada imediatamente após o diagnóstico, visto que a doença é muitas vezes diagnosticada com 5 a 10 anos de atraso. ❖ Intervalo entre os exames é anual, mas pode ser menor, dependendo do grau de retinopatia ou maculopatia encontrado. Exame físico Biomicroscopia com lâmpada de fenda com pupila dilatada (pupila muito pequena limita o resultado): ❖ Uso lente adequada (78 dioptrias ou 90 dioptrias). ❖ Modalidade importante no rastreamento da retinopatia. ❖ Menos suscetível à opacidade de meios ❖ Desvantagem: disponibilidade de pessoal treinado e necessidade de dilatação da pupila. Fotografia da retina: ❖ também utilizada em várias diretrizes ❖ Suscetível a opacidade de meios que costuma prejudicar a documentação do fundo do olho. ❖ Modalidade adequada. ❖ Pode ser feita a distância por técnicos treinados utilizando retinógrafos, que é de fácil transporte, porém com necessidade de encaminhamento das fotos para centro de maior recurso. ❖ Não substitui o exame oftalmológico completo, quando necessário. ❖ Comparada com oftalmoscopia, a fotografia de um único campo pode oferecer triagem para uma população maior. Embora a midríase melhore a sensibilidade, limitações práticas podem restringi-la. Diretrizes ❖ Royal College of Ophthalmology (RCO): Preconiza fotografia digital com pupilas dilatadas ❖ National Health and Medical ResearchCouncil (NHMRC): Indica oftalmoscopia com pupila dilatada ou biomicorscopia com lâmpada de fenda ou fotografia de retina não midriática, caso a dilatação não seja possível. ❖ Organização Mundial da Saúde (OMS): Indica a fotografia da retina com pupilas dilatadas ou a biomicroscopia com lâmpada de fenda (pupilas dilatadas) ou a fundoscopia estereoscópica com exame do polo posterior. ❖ A Scottish Intercollegiate Guidelines Network (SIGN): Preconiza a fotografia da retina ou a biomicroscopia com lâmpada de fenda de um campo (45° a 50°) ❖ Academia Americana de Oftalmologia (AAO): Indica a biomicrospia com lâmpada de fenda (pupilas dilatadas). Microaneurismas ❖ Mais precoce sinal de RD e ocorrem secundariamente à perda de pericitos. ❖ Aspecto de herniações saculares nas paredes dos vasos capilares retinanos. ❖ Localização predominante na camada plexiforme interna, próximo às áreas de má perfusão capilar. ❖ Surgem como pontos avermelhados nas camdas superfificiais retinianas. ❖ Na angiofluoresceinografia, aparecem como pontos de hiperfluorescência com pouco aumento tardio. ❖ Quando o tamanho ultrapassa 100 μm, passam a ser denominados macroaneurismas. SOI IV IANA BARBOSA MARTINS Sistemas Orgânicos Integrados IV, MED 31 - Uninovafapi. 6 ❖ Sua ruptura provoca hemorragias intrarretinianas. Hemorragias retinianas ❖ Surgem quando há rupturas de Microaneurismas na retina. ❖ Quando acontecem nas camadas mais profundas da retina, como na nuclear interna ou na plexiforme externa, o aspecto é de microhemorragias puntiformes. A angiofluoresceinografia ajuda a distinguir as hemorragias puntiformes (hipofluorescentes) dos microaneurismas (hiperfluorescentes). Já as hemorragias em chama de vela são mais extensas e superficiais, tendo esse aspecto por serem localizadas na camada de fibras nervosas Prevenção ❖ Benefícios do tratamento intensivo na prevenção da microangiopatia em DM1 e 2, embora os dados relativos à doença macrovascular sejam controversos. ❖ Cada 10% de redução no nível da HbA1c, houve diminuição de 37% no risco de progressão da RD (controle glicêmico intensivo). ❖ Controle intensivo (média de HbA1c: 7,3%) reduziu em 76% o aparecimento de RD e em 54% sua progressão, quando comparado ao grupo de tratamento convencional (média de HbA1c: 9,1%). ❖ O benefício do controle glicêmico intensivo persistiu em relação ao controle convencional, tanto no risco micro quanto macrovascular. ❖ Gravidade da RD se associou a maiores níveis de glicemia de jejum e pressão arterial e a menores níveis de insulina e função de células B. ❖ Eventos microvasculares diminuem 15% do DM2, principalmente em função de uma redução de 21% na nefropatia. ❖ Controle intensivo da hipertensão arterial se associou a redução de risco para RD de 34%. Tratamento ❖ O oftalmologista poderá sugerir um ou mais métodos terapêuticos com objetivo de reduzir a perda de visão do paciente (ou cegueira) ou na tentativa de melhorar a sua acuidade visual. Fotocoagulação a laser ❖ Técnica indicada em casos de RD não proliferativa muito severa, RD proliferativa e maculopatia diabética. • Principais, dentre outros, aspectos considerados para a adoção desse tratamento. ❖ Efeitos colaterais: redução do campo visual e alteração na adaptação claro/escuro. Farmacomodulação com antiangiogênico ❖ Técnica padrão-ouro utilizada no tratamento do EMD e também é utilizada no tratamento da RD em algumas situações específicas. ❖ Principal efeito adverso é a ocorrência de infecção ocular, dentre outros menos frequentes. Implante intravítreo de polímero farmacológico de liberação controlada ❖ Esse implante conta com liberação controlada de corticosteroide (dexametasona) e é empregado no tratamento da RD quando há presença de edema. ❖ Principais efeitos adversos: aumento da pressão intraocular e formação de catarata. Tratamento cirúrgico ❖ Alguns casos graves são indicada a técnica cirúrgica conhecida por vitrectomia via pars plana. • Indicada na RD quando há hemorragia vítrea importante, persistente ou recorrente, descolamentos tracionais da retina ou próximos da região macular, descolamento de retina com defeito retiniano, descolamento de retina misto, membrana epirretiniana, tração vitreomacular ou no nervo óptico entre outras alterações da interface vitreorretiniana. ❖ Esses são os métodos mais utilizados e mencionados na literatura e cabe ao oftalmologista avaliar cada situação específica e fazer a escolha junto ao paciente do melhor tratamento possível, respeitando os princípios éticos da medicina.
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