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Biofilme Dentário - Homeostase Epitélio oral em continuidade com o juncional, que está aderido ao dente Permeabilidade do epitélio juncional Integridade epitelial está mantida Tecido conjuntivo: Grande nº de vênulas nutrientes e células de defesa SAÚDE GENGIVAL Migração contínua e esparsa de neutrófilos pelo epitélio juncional Discreta presença de macrófagos e linfócitos Defesa normal ao baixo nível de desafio microbiano 1. 2. 3. Ligamento periodontal, cemento e osso alveolar Gengiva Resposta do Hospedeiro Frente ao Desafio Microbiano nas Infecções Periodontais e Perimplantares BEATRIZ CÂMARA DE OLIVEIRA TURMA 115 ODONTO Considerações Gerais DOENÇA PERIODONTAL: doença biofilme-dependente Periodonto de proteção Periodonto de sustentação Periodontite Gengivite "Reações inflamatórias e imunes ao biofilme dentário são os achados predominantes da gengivite e periodontite.” -Lindhe et al. 2010 Nem toda gengivite progride para uma periodontite. Nem toda periodontite é uma doença progressiva. Varia de indivíduo para indivíduo, como também de dente para dente ou superfície para superfície no mesmo indivíduo. Balanço das interações hospedeiro-micro- organismo: determinante crítico no equilíbrio saúde/doença periodontal. OBS: indivíduos podem ser continuamente colonizados por patógenos periodontais e, ainda assim, não apresentarem evidência de destruição periodontal. Colonizar e multiplicar em regiões subgengivais Evadir às defesas do hospedeiro Induzir dano tecidual Em algumas situações, invadir os tecidos do hospedeiro FATORES DE PATOGENICIDADE MICROBIANA: PATOGENICIDADE DIRETA Capacita os micro-organismos periodontopatogênicos a: Infecções periodontais são POLIMICROBIANAS É improvável que um único micro-organismo produza todos os fatores de patogenicidade necessários para o estabelecimento da doença periodontal. RESPOSTA IMUNE NAS DOENÇAS PERIODONTAIS Interações Microbianas com o Hospedeiro Os micro-organismos possuem fatores de patogenicidade que podem levar à destruição dos tecidos por via direta ou indireta: PAPEL DESPROPORCIONALMENTE IMPORTANTE NA DOENÇA (P. gingivalis) Bactérias subgengivais, organizadas em comunidades, interagem entre si, reforçando a patogenicidade necessária para o desenvolvimento das doenças periodontais (sinergismo patogênico) PATÓGENO-CHAVE Combinam-se para obtenção de nutrientes Ajudam a inativar as defesas do hospedeiro Facilitam a colonização sua presença no local pode depender de espécies menos patogênicas (patógenos acessórios) que: Bacteriocinas Moléculas produzidas pelas bactérias com ação antimicrobiana ANTAGÔNICA contra micro-organismos competidores vizinhos. (Aa, P. gingivalis e P. intermedia) Produção de bacteriocinas que alteram a permeabilidade celular de bactérias competidoras. Ex: Aa: Produção de bacteriocinas ativas contra Streptococcus , Actynomyces P. gingivalis gingipaínas são responsáveis por pelo menos 85% do total da atividade de degradação de proteínas do hospedeiro ENDOTOXINA Lipopolissacarídeo (LPS) Parede de Gram-negativas/liberação quando a bactéria sofre lise. Fundamental para iniciar e sustentar respostas inflamatórias nos tecidos periodontais. ADESINAS Se a bactéria aderir firmemente, será removida pelo FCG Fímbrias: P. gingivalis (adesão e estímulo para secreção de citocinas pró-inflamatórias). Interagem com RECEPTORES ESPECÍFICOS na superfície radicular ou em células epiteliais gengivais; ou pode haver COAGREGAÇÃO a bactérias já aderidas. MOLÉCULAS ANTIBACTERIANAS ENZIMAS Gingipaínas = Proteases importantes para adesão, indução de dano tecidual e evasão das respostas do hospedeiro! METABÓLITOS BACTERIANOS CITOTÓXICOS Aminas, amônia, indol, compostos sulfurados voláteis, ácido butírico e propiônico: aumentam a permeabilidade do epitélio do sulco gengival e induzem à expressão de citocinas próinflamatórias. Ativação do Complemento; Reconhecimento de LPS pelos TLRs; Estímulo a produção de citocinas e mediadores da inflamação EXOTOXINAS Hemolisina lisa a membrana de hemácias (FCG) - FERRO Epiteliotoxina toxicidade no epitélio Toxina inibidora da proliferação de fibroblastos prejudica o processo de reparo Toxina indutora de reabsorção óssea Toxina distensora citoletal interrompe o ciclo celular de células do hospedeiro (ação DNAse) EVASÃO ÀS DEFESAS DO HOSPEDEIRO: Células fagocíticas: principal estratégia do hospedeiro contra patógenos periodontais. CÁPSULA P. gingivalis - proteção contra a fagocitose: Mascara moléculas de superfície necessárias para que os fagócitos se liguem a essas bactérias. LEUCOTOXINAS Degradação de complemento, peptídeos antimicrobianos e imunoglobulinas (ex.: gingipaínas); Interferência na explosão respiratória de neutrófilos; PROTEASES CAPACIDADE DE INVASÃO DOS TECIDOS PERIODONTAIS: Embora a grande maioria das bactérias periodontopatogênicas seja imóvel, Treponema spp. tem capacidade de se mover em ambientes com alta viscosidade migração pelo fluido gengival e invasão da barreira epitelial, atingindo o tecido conjuntivo gengival Mesmo os patógenos periodontais que não invadem o tecido, conseguem causar danos a estes por meio da penetração dos seus antígenos e produtos (metabólitos, enzimas histolíticas, toxinas)! PATOGENICIDADE INDIRETA “Os processos inflamatórios e imunes que se desenvolvem nos tecidos periodontais, em resposta à presença do biofilme subgengival de longo prazo, são protetores por intenção, mas resultam em considerável dano tecidual. Isto por vezes tem sido citado como dano não envolvido diretamente, indicando que a resposta do hospedeiro é a principal responsável pelo dano tecidual que ocorre, levando aos sinais e sintomas clínicos da doença periodontal.” Vigilância constante; Barreiras físicas, químicas e biológicas; Microbiota comensal; Células receptores de reconhecimento de padrões; Inflamação Fagocitose RESPOSTA IMUNE INATA: Primeira linha de defesa no sulco gengival clinicamente saudável Barreira física, química e biológica Produção de peptídeos antimicrobianos => β-defensinas (poros na membrana bacteriana) /catelicidinas (LL-37) => quimiotaxia de leucócitos Células epiteliais possuem TLR (receptor de reconhecimento de padrões) Indução de citocinas inflamatórias (IL-1 e IL-8) => recrutam leucócitos Aumento da expressão de moléculas de superfície – moléculas de adesão Epitélio Oral/Sulcular FCG e Saliva Limpeza mecânica, enzimas (lisozima, peroxidases), glicoproteínas (lactoferrina, mucina) e peptídeos antimicrobianos (defensinas e catelicidinas), proteínas e células do sistema imune. MEDIADORES PRÓ-INFLAMATÓRIOS NA DOENÇA PERIODONTAL Citocinas pró-inflamatórias (principais: IL-1β, TNF-α, IL-6 e IL-8). Prostaglandinas – PGE2 Metaloproteinases de matriz (MMP) *Alterações vasculares, quimiotaxia, migração de leucócitos para a região, reabsorção óssea, produção de MMP. *Induzem vasodilatação, secreção de citocinas inflamatórias, reabsorção óssea e produção de MMP. *Produzidas principalmente por macrófagos e fibroblastos estimulados por IL-1β, TNF-α e LPS bacteriano. *Enzimas proteolíticas que degradam moléculas da matriz extracelular: colágeno, elastina e gelatina. *Produzidas por neutrófilos, macrófagos, fibroblastos, células epiteliais, osteoblastos e osteoclastos. Os níveis do anticorpo IgG específico para antígenos de periodontopatógenos no soro sanguíneo e no FCG estão aumentados na doença periodontal. Sugere que a produção local e periférica (nos linfonodos) de anticorpos possa ser importante na resposta imune aos patógenos periodontais REABSORÇÃO ÓSSEA Resposta imune celular Participação dos linfócitos T e suas citocinas Resposta imune humoral Participação de linfócitos B, plasmócitos e anticorpos RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA: Osteoclastos: Células MULTINUCLEADAS que degradam componentes orgânicos e inorgânicos do osso Barreiras físicas, químicas e biológicas; Eliminação dos patógenos e promoçãode reparo; Produção suficiente de anticorpos protetores (direcionados contra fatores de patogenicidade específicos); Secreção equilibrada de citocinas inflamatórias Agressão indireta; Secreção intensa de citocinas pró- inflamatórias; Progressão da doença: destruição do tecido conjuntivo e reabsorção óssea Produção insuficiente de anticorpos protetores; Possível produção de autoanticorpos. Protetora Destrutiva RESPOSTA IMUNE NAS DOENÇAS PERIODONTAIS: CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES PROGRESSIVAS NO TECIDO GENGIVAL/PERIODONTAL: Page e Schroder (1976): Lesão inicial Lesão precoce Lesão estabelecida Lesão avançada 1. 2. 3. 4. Investigações clássicas de histopatologia da doença periodontal Resposta imune nas infeccções peri- implantares PERIODONTO X PERIMPLANTE RESPOSTA IMUNE NAS INFECÇÕES PERIMPLANTARES: De forma semelhante à doença periodontal, a mucosite perimplantar e perimplantite são resultantes do desequilíbrio hospedeiro-micro-organismo.