Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SÉRIE 5S OU VOCÊ IMPLANTA, OU VOCÊ IMPLANTA! Como formar a Cultura 5S na Empresa Volume II PDCA EditoraPDCA EditoraPDCA EditoraPDCA Editora Haroldo Ribeiro Autor de vários Best-Sellers sobre 5S 2 PPPPPPPPDDDDDDDDCCCCCCCCAAAAAAAA EEEEEEEEddddddddiiiiiiiittttttttoooooooorrrrrrrraaaaaaaa 3 Copyright 2015 by PDCA Editora Rua Afonso Pena, 229 – Santa Paula CEP 09541-400 – São Caetano do Sul – SP – Brazil Telefone: 11-42271761 Site: www.pdca.com.br E-mail: pdca@terra.com.br ISBN 978-85-63402-13-4 --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Depósito Legal na Biblioteca Nacional, conforme Decreto n° 1.825, de 20 de dezembro de 1907. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Direitos reservados e protegidos. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida por qualquer meio, sem autorização prévia do autor. O Código Penal Brasileiro determina no artigo 184 pena e sanções a infratores por violação de direitos autorais. Autor: Haroldo Ribeiro Capa: Renata Ribeiro Produção Técnica: PDCA Editora Consulte o site da PDCA para mais informações sobre o 5S CATALOGAÇÃO NA FONTE DO DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO Ribeiro, Haroldo Como formar a cultura do 5S na empresa – Volume 2 Série 5S – Ou você implanta, ou você implanta! /Haroldo Ribeiro. São Caetano do Sul: PDCA Editora, 2015 ISBN 978-85-63402-13-4 1. Administração de empresas 2. Ambiente de trabalho – Administração 3. Controle de qualidade 4. Manutenção Industrial – Administração I. Título PPPPPPPPDDDDDDDDCCCCCCCCAAAAAAAA EEEEEEEEddddddddiiiiiiiittttttttoooooooorrrrrrrraaaaaaaa 4 Sobre o Autor � Diretor da PDCA - Consultoria em Qualidade e Consultor especializado no Japão. � Administrador de empresas e Engenheiro Mecânico, Pós-Graduado em Manutenção Mecânica. � Criador da “Certificação 5S ” em 1996. � Professor de Pós-Graduação da FEI - Faculdade de Engenharia Industrial, São Paulo, desde 2003. � Engenheiro e Auditor da Qualidade Certificado pela ASQ – Estados Unidos, desde 1991. � É criador dos maiores portais do mundo de 5S e TPM (desde 1996). � Um dos primeiros examinadores do Prêmio Nacional da Qualidade (1994 e 1997). � Tem passado a metodologia de implantação do 5S e TPM para várias empresas do Brasil, países latino-americanos (Argentina, Chile, Bolívia, Equador, Colômbia, Costa Rica e México), Índia e Europa desde 1995. � Tem artigos publicados no Japão e em várias revistas brasileiras. � Proferiu palestras e treinamentos de 5S e TPM para mais de 48 mil pessoas desde 1990. Conheça e adquira outros produtos do Autor � Conheça todos os produtos do consultor com maior número de livros sobre 5S e TPM publicados no mundo acessando ao site www.pdca.com.br � Para adquirir cursos e consultoria à distância do consultor, acesse ao nosso site: www.pdca.com.br/shop � Entre em contato com a PDCA Consultoria em Qualidade e peça uma proposta personalizada para livros, cursos e consultorias, inclusive on-line. PDCA Consultoria em Qualidade Rua Afonso Pena, 229 – Santa Paula São Caetano do Sul – SP - Brasil www.pdca.com.br pdca@terra.com.br Telefone: 11-42271761 5 SUMÁRIO Introdução 06 CAPÍTULO 1 - Revisão do Volume 1 - Fundamentos do 5S 10 Origem do 5S 11 Significado de cada “S” 11 Como praticar cada “S” 11 Benefícios do 5S 15 Relação entre 5S e algumas ferramentas de gestão 16 CAPÍTULO 2 - Tenha uma Visão Geral da Metodologia que leva o 5S à Classe Mundial 17 CAPÍTULO 3 - Quais as preocupações e dificuldades para a implantação do 5S e as minhas recomendações 21 Quais as preocupações iniciais? 23 Quais as principais dificuldades para a implantação? 41 CAPÍTULO 4 - Fases 1 a 4 - Quais os passos sólidos entre a decisão da implantação e o Lançamento do 5S (Dia D)? 51 1. Fase 1 – Sensibilize as Pessoas Estratégicas 52 2. Fase 2 – Estruture a equipe de implantação do 5S 53 3. Fase 3 – Planeje as etapas do Plano de Implantação até o Lançamento do 5S 65 4. Fase 4 – Garanta um excelente lançamento do 5S 76 CAPÍTULO 5 - Fase 5 - Quais os passos sólidos após o Lançamento até a Consolidação dos 3 primeiros “S”? 78 1. Como se comporta a maioria das empresas após o lançamento do 5S? 79 2. Sistematize a prática dos três primeiros “S” (Seiri, Seiton e Seiso) 85 3. Quais as atividades Promocionais de 5S mais usadas pelas empresas? 90 5. Como desenvolver sistemática de Reconhecimento que realmente motive as pessoas 94 CAPÍTULO 6 - Fases 6 a 9 - Quais os passos sólidos entre a consolidação dos 3 primeiros “S” até a Certificação 5S? 100 1. Fase 6 – Planeje adequadamente a implementação dos 2 últimos “S” 101 2. Fase 7 – Implemente os 2 últimos “S” 118 3. Fase 8 – Garanta a prática contínua do 5S 111 4. Fase 9 – Como Certificar as áreas e/ou a empresa em 5S 114 Conclusão e Teste de Conhecimento 116 Anexos 126 Anexo 1 - Critérios de Avaliação do 5S - PDCA - Consultoria em Qualidade - Revisão 13 129 Anexo 2 - Exemplo de Check-list de 3S 137 Anexo 3 - Exemplo de Padrão de Limpeza - Operacional 140 Anexo 4 - Exemplo de Procedimento para Descarte 143 Anexo 5 - Exemplo de Sistemática de Reconhecimento de 5S 145 Anexo 6 - Exemplo de Tabela de Entrevistas para Áreas Afetadas 147 Anexo 7 - Exemplo de Manual do 5S 149 Anexo 8 - Exemplo de Plano de Implantação do 5S - empresas de Médio e Grande Portes 179 Anexo 9 - Exemplos de Procedimento para Estruturação de Arquivos Eletrônicos 193 Referências 196 Introdução 6 Você que está lendo este livro provavelmente se encontra em uma das seguintes situações: Perfil do Leitor Possíveis problemas Como este livro pode ajudar Estudante Não conhecer bem a metodologia Necessita preparar um Trabalho para Conclusão do Curso (TCC) Oferecendo uma metodologia reconhecidamente eficiente para um implantação bem sucedida do 5S em empresas Professor Não conhecer profundamente a metodologia de implantação e necessita ensiná-la aos seus alunos Possibilitando o aprofundamento na metodologia possibilitando repassá-la de maneira fundamente aos seus alunos Consultor em Sistemas de Gestão (atual ou potencial) Conhece superficialmente o 5S Ver a possibilidade de incluir o 5S em seu portfólio de consultoria Está tendo dificuldades na implantação do 5S em seus clientes Utilizando a experiência vivenciada por um consultor dedicado exclusivamente ao tema desde 1990 Utilizando a referência do autor para dar credibilidade ao trabalho de consultoria Aumentar o volume de trabalhos de consultoria Coordenador de Sistema de Gestão Dificuldade de avançar em algumas ferramentas de gestão devida a falta ou falha de implantação do 5S Oferecendo uma metodologia reconhecidamente eficiente para um implantação bem sucedida do 5S, incluindo como evitar os fatores de fracasso e como vencer as dificuldades Coordenador do 5S Não sabe como implantar Está tendo dificuldades na implantação Necessita revitalizar o programa Comitê e Facilitadores de 5S Necessita de informações para desenvolver e executar atividades estratégicas e táticas do programa Necessita de fundamentos para treinar outros colaboradores Necessita informações de como apoiar a liderança e a equipe para a prática do 5S no dia a dia Apresentando exemplos de atividades promocionais, educativas, de monitoramento e de padronização Apresentando dicas de persuasão Tive a oportunidade de trabalhar na primeira empresa brasileira que conseguiu implantar o 5S da maneira genuinamente brasileira. Era uma empresa de manutenção industrial localizada no polo petroquímico de Camaçari, na Bahia. Tinha 3.600 colaboradores e em 1989 resolveu implantar o sistema de qualidade 7 total, baseado no estilo japonês, com o apoio da JUSE (União Japonesade Cientistas e Engenheiros) e da Fundação Christiano Ottoni, de Minas Gerais. Tínhamos como orientadores deste projeto o professor Vicente Falconi e o consultor japonês Miyauchi. Ao visitar empresas vencedoras do Prêmio Deming, nossa Direção chegou à conclusão que trataria o 5S como base para este sistema. Como não havia naquela época empresas no Brasil para fazermos benchmarking, não havia consultorias nem literatura específicas sobre o tema, traduzimos um livro do japonês para o português e contratamos o Nishitai, consultor japonês especializado no tema. Formamos um grupo de estudo para entender os fundamentos e a metodologia do 5S e adequamos à nossa realidade. Depois de altos e baixos, conseguimos chegar a excelência, o que propiciou à empresa receber por duas vezes consecutivas o reconhecimento da Petrobrás como o seu melhor fornecedor de serviços. Como engenheiro de manutenção e facilitador da qualidade e posteriormente como gerente de uma das unidades de negócio, tive a oportunidade de participar e vicenciar grande parte desta experiência, vencendo as dificuldades, mas usufruindo posteriormente das vantagens desta transformação cultural. Os exemplos que destaco são: redução de custos de materiais de consumo e apoio em torno de 20%; ferramentarias e almoxarifados passaram a ser self- service; convertemos 2/3 de nossos supervisores em técnicos de processos já que as equipes passaram a ser autogerenciadas; as 320 pessoas de minha gerência foram isentas de “bater cartão”, resultando em um aproveitamento de tempo diário em torno de 50 minutos por pessoa; nossos banheiros eram mantidos limpos por mais tempo e o papel higiênico, toalha e sabão eram supridos pelos próprios colaboradores; eu conseguia dedicar 70% de meu tempo para melhorias de processos e visitas a clientes; por dois anos consecutivos os colaboradores ganharam 1,5 a mais de seus salários por cumprir as metas de produtividade; zeramos acidentes com e sem afastamento durante 2 anos; aumentamos o número de sugestões de 1 para 5. Das sugestões apresentadas 60% foram implementadas (aproximadamente 950 sugestões/ano). A partir de 1995, quando criei a PDCA Consultoria em Qualidade, venho apoiando empresas da América Latina na implantação do 5S, trabalhando em todas as etapas de implantação e em todos os níveis de hierarquia (não tenho consultores associados). A maioria das empresas que me procura está implantando o 5s pela segunda ou terceira vez. Quando faço o diagnóstico do programa constato três problemas: (1) As pessoas não sabem o que é 5S; (2) As lideranças não conhecem a metodologia de implantação; (3) O programa 5S está focado apenas em auditorias. Após escrever dez livros sobre o tema desde 1994, resolvi disponibilizar uma série de três livros cujo objetivo é facilitar uma implantação efetiva e definitiva. Afinal, até quando a empresa tentará reimplantar ou revitalizar o 5S, já que sem ele, os programas de qualidade e produtividade continuarão com dificuldades para obter 8 os resultados esperados e a exigir esforços adicionais para a sua implantação e manutenção? A ideia de escrever os três volumes é para que o leitor tenha a liberdade de adquirir o volume que acredita ser mais útil e prioritário levando em consideração as suas necessidades e a sua disponibilidade de leitura e de recursos financeiros. No volume 1 da série, denominado “Você sabe o que é 5S (ou pensa que sabe)?”, são apresentados os fundamentos e a real dimensão do 5S. Quando em 1990 tive o primeiro contato com o 5S, a minha primeira impressão foi a mesma que tenho verificado na maioria dos profissionais que conheci desde que iniciei meus trabalhos de consultoria, em 1995. Uma visão mecânica e limitada de atividades de ordem e limpeza. Levei em torno de três anos para concluir que o 5S é, preponderantemente, um processo de mudança cultural. Apesar da falha no entendimento dos conceitos e fundamentos, e da falta de visão da amplitude dos resultados do 5S não ser o único motivo do fracasso da implantação do programa nas empresas, é por aí que tudo começa a ir ao caminho errado. O nível de fracasso na implantação do programa 5S em empresas no Ocidente é estarrecedor. De cada 100 empresas, a maioria de médio e grande portes, apenas 20 conseguem manter o programa funcionando três anos após a implantação. Somente duas delas conseguem implantar todos os 5S. Vale a pena conhecer estes fundamentos no Volume 1. Neste volume 2 da série, intitulado “Como formar a cultura do 5S na empresa”, apresento um modelo para uma implantação sistemática do 5S, desde a sensibilização da alta direção até a sua excelência com o objetivo de formar a cultura do 5S na empresa. O entendimento dos conceitos e a concordância dos seus objetivos não garantem que os profissionais, das diversas áreas e dos diversos níveis hierárquicos, transformem a prática do 5S em um hábito. Este volume também apresenta as principais dificuldades que as empresas enfrentam ao longo da implantação, e de que maneira algumas delas conseguem superá-las. Conhecendo estes fatores a empresa poderá se antecipar aos possíveis problemas ou encontrar meios confiáveis para chegar ao sucesso efetivo e definitivo. É isto que apresenta o volume 2 baseado na experiência daquelas empresas que chegaram a um nível de excelência classe mundial. E o volume 3 da série, que denomino “Como fazer excelentes auditorias de 5S”, apresento toda a sistemática de auditorias de 5S. O conteúdo é fruto de minha 9 experiência na formação de auditores, na avaliação posterior das auditorias por eles realizados nas empresas que dou consultoria e nas próprias auditorias que realizo desde 1990. A metodologia trata auditorias de 5S como fazendo parte de um processo educacional. Diferente da metodologia adotada na maioria das empresas que tem o objetivo apenas de julgar a área, registrando problemas a revelia dos auditados e expondo a área auditada por meio de notas que não levam em consideração as características das áreas auditadas, das circunstâncias no momento da auditoria e dos próprios argumentos dos auditados. Uma vez adotadas inadequadamente as auditorias prejudicam a aceitação do 5S por parte dos auditados levando o programa ao descrédito, criando o círculo vicioso de preparação das áreas para auditorias (maquiagem) e da aplicação infundada de auditorias surpresas. Vale a pena conhecer esta metodologia no Volume 3. Vamos ao Volume 2? Boa leitura! Haroldo Ribeiro www.pdca.com.br www.harib5s.blogspot.com pdca@terra.com.br 10 CAPÍTULO 1 Revisão do Volume 1 - Fundamentos do 5S 11 Origem do 5S No volume 1 vimos que o 5S foi criado no Japão com o objetivo de possibilitar um ambiente de trabalho adequado para uma maior produtividade. Isto ocorreu no início da década de 50, momento em que o Japão tentava se reerguer da derrota sofrida na Segunda Grande Guerra e as indústrias japonesas necessitavam colocar no mercado, produtos com preço e qualidade capazes de competir com a Europa e com os Estados Unidos. Significado de cada “S” Vimos que a denominação 5S é devida às cinco atividades que fazem parte da metodologia, iniciadas pela letra “S” , quando pronunciadas em japonês: SEIRI – Utilização, Seleção, Classificação – É usar os recursos de maneira racional, sem desperdiçar. SEITON – Ordenação, empresa, Arrumação – É organizar os recursos para facilitar o acesso e a reposição. SEISO – Limpeza – É manter o ambiente limpo no dia a dia, inspecionando o ambiente e eliminando as fontes de sujeira. SEIKETSU – Higiene, Asseio, Saúde, Padronização – É cuidar higiene e da saúde no local de trabalho e estabelecer regras de convivência e de manutenção dos 3 primeiros “S”. SHITSUKE – Autodisciplina, Auto-Controle – É cumprir rigorosamente as normas, regras e procedimentos. Como Praticar cada “S” No volume 1 apresentamos várias dicas de como praticar cadaum dos “S”: 1. SEIRI 1. Marcar um dia e horário para que as pessoas possam fazer a classificação dos materiais (“Dia D”); 2. Separar o necessário do desnecessário, o que está em excesso ou sem condição de uso. Para saber se o recurso é usado adequadamente ou está em excesso comparar a utilização com outra pessoa que realiza tarefa similar ou consultar o responsável pela área; 3. Destinar adequadamente aquilo que é inútil ou em excesso. Na dúvida, discutir com a equipe e com a Liderança para evitar descartar o que é útil; 4. Manter em locais de uso coletivo, aquilo que é usado de vez em quando; 5. Colocar próximo ao local de trabalho o que é utilizado com frequência; 6. Tentar eliminar bancadas fechadas. Quando inviável, colocar portas transparentes; 7. Eliminar armários pessoais de postos de trabalhos operacionais; 8. Romper a cultura das pessoas guardarem recursos sem previsão imediata de uso em gavetas, bancadas, caixas de ferramentas, armários e outros compartimentos fechados. 9. Fazer inspeções periódicas para detecção de problemas de conservação em sua fase precoce. Usar o momento da utilização dos recursos e da limpeza da área para a inspeção; 10. Garantir que nenhum problema verificado causa uma condição insegura ou comprometa a qualidade do produto. Se isto ocorrer, isolar e sinalizar a área até que uma ação efetiva; 11. Discutir com as lideranças as situações que dependem de uma decisão superior; 12. Planejar com a equipe de Manutenção para o resgate das condições básicas de funcionamento; 12 13. Liberar equipamentos para manutenções corretivas e preventivas. 14. Utilizar os procedimentos da empresa para eliminar os problemas de conservação de acordo com a prioridade; 15. Manter controle sobre as pendências evitando que as solicitações sejam esquecidas; 16. Evitar solicitar um grande volume de pedidos em vésperas de auditorias. 2. SEITON 1. Identificar adequadamente todos os recursos e locais de guarda e ambientes para facilitar o acesso e evitar perda de tempo e riscos; 2. Se necessário, demarcar locais de guarda para induzir o usuário a repor cada recurso em seu devido local; 3. Instalar sinalizações adequadas que facilitem o acesso e evitem riscos. Adotar os padrões existentes na empresa ou, na ausência destas, Normas Técnicas ou Regulamentadoras; 4. Identifique adequadamente situações provisórias para facilitar a Gestão Visual, ou seja, para que todos saibam que a situação está sob controle; 5. Evitar identificações e sinalizações desnecessárias ou excessos que contaminem visualmente o ambiente. Ou seja, identifique aquilo que a ausência prejudica e que a existência ajude; 6. Definir um lugar para cada recurso; 7. O lugar deve ser adequado para as características e quantidade dos recursos, de maneira que o acesso seja fácil e seguro e a preservação seja garantida; 8. Evitar improvisar locais para guarda como parte externa de armários, piso embaixo da mesa e armários, parapeitos de janelas, divisórias e persianas, finais de corredores, espaço entre parede e armários ou prateleiras, boxes de banheiros, parte inferior de escadas, parte superior de tetos, etc. 9. Ordenar os recursos e documentos de acordo com a disponibilidade de espaço e frequência de uso; 10. Utilizar o máximo o espaço vertical; 11. Para evitar mistura utilizar prateleiras, caixas e divisórias; 12. Repor o recurso no local original imediatamente após o uso; 13. Evitar acúmulos de documentos e recursos sobre mesas e bancadas; 14. Formar a cultura de deixar as mesas e bancadas livres de recursos no final de expediente e troca de turnos. 15. Garantir que os recursos permanentes do ambientes sejam distribuídos de tal forma que o acesso e a circulação sejam fáceis e seguras; 16. Caso o espaço seja incompatível com o volume, verificar a possibilidade de reduzir itens ou quantidades. Se for inviável, usar o máximo de espaço vertical através de prateleiras; 17. Discutir com as Lideranças e as áreas competentes as melhorias de layout de maior complexidade e/ou que envolva recursos financeiros não disponíveis. 3. SEISO 1. Evitar sujar o ambiente de trabalho durante as atividades; 2. Evitar acumular sujeira ao longo do turno ou expediente. Limpar o ambiente imediatamente depois de detectada a sujeira; 3. Manter limpas as áreas de uso coletivo tais como: banheiros, vestiários, copa, restaurante, áreas externas, salas de reunião e treinamentos, etc. 4. Envolver as pessoas para identificar as fontes de sujeira da área e propor a sua extinção; 5. Elaborar plano para a extinção das fontes, Se necessário, consultar áreas técnicas, fabricantes de equipamentos ou fazer benchmarking com outras unidades ou empresas; 6. Conter a sujeira cuja fonte é inviável ou impossível de se eliminar, evitando que a sujeira se espalhe na área. 13 7. Definir uma frequência para cada tipo e lugar da sujeira acumulada de acordo com o nível de exigência do ambiente; 8. Providenciar os recursos adequados para cumprir a sistemática de limpeza (equipamentos, material de limpeza, dispositivos, pessoal qualificado e tempo das pessoas do próprio ambiente); 9. Garantir que a limpeza é feita com qualidade e na frequência definida. 10. Definir e distribuir coletores de acordo com o tipo, a frequência e o volume de cada tipo de resíduo gerado no ambiente. Se necessário, demarcar cada local; 11. Definir uma frequência adequada de retirada dos resíduos descartados nos coletores; 12. Em caso de coleta seletiva, padronizar as cores de acordo com cada tipo de resíduo, identificar o coletor e o local em que deve ser mantido. Especificar em cada coletor os tipos de resíduos que mais geram dúvidas para o usuário. 13. Se há informação sobre que tipo de resíduo deve ser descartado em cada coletor e se as pessoas estão descartando os resíduos de maneira adequada. 4. SEIKETSU 1. Conhecer os padrões definidos pela empresa; 2. Elaborar plano de adequação, de acordo com a prioridade; 3. Adequar as identificações, sinalizações e demarcações aos padrões definidos pela empresa; 4. Consultar responsáveis pelos Padrões em caso de impossibilidade da adequação ou proposta de alteração do Padrão existente; 5. Manter a uniformidade em casos de ausência de Padrão. 1. Levantar com a equipe e a área médica possíveis problemas de saúde e de higiene pessoal; 2. Realizar estudo e plano para eliminar possíveis problemas ou procedimentos para a convivência adequada com aqueles que não têm solução; 3. Analisar/Providenciar Mapa de Risco; 4. Prever campanhas para os problemas de higiene mais frequentes; 5. Caso haja ginástica laboral garantir a participação de todos. 1. Realizar reuniões para discutir os problemas de 5S do dia-a-dia no mínimo quinzenalmente; 2. Dividir responsabilidades pelo 5S, definindo as pessoas que serão responsáveis por cada espaço; 3. Realizar autoavaliação de 5S no mínimo mensalmente; 4. Elaborar e divulgar Planos de Ação e Resultados das Auditorias; 5. Estabelecer, divulgar e monitorar regras para possíveis problemas comportamentais, mesmo que não estejam contemplados pelos 3 primeiros “S”; 6. Elaborar e instalar Padrões Fotográficos de Ordem e Limpeza nos ambientes de uso coletivo onde as demarcações do piso e as identificações de lugares de guarda são inviáveis ou inadequadas; 7. Estimular, registrar, analisar e implantar sugestões de melhorias para o 5S. 5. SHITSUKE 1. Manter os “3S” no dia a dia; 2. Praticar as rotinas definidas no item 4.3; 3. Definir responsáveis diretos por áreas mais problemáticas, apoiando e monitorando os avanços; 4. Tratar individualmente os problemas verificados no dia a dia. 5. Cumprir com rigor as Normas da empresa: Segurança, Saúde Ocupacional, Qualidade, Meio Ambiente, Administrativas, etc.; 6. Cumprir com rigor os procedimentos de trabalho, incluindo prazos, registros, etc.; 7. Cumprir com rigor possíveis regras de convivência; 8. Tratar individualmente os problemas verificados no dia a dia. 9. Envolver o maiornúmero de pessoas nas melhorias do 5S desde a implantação do Programa; 14 10. Se necessário, definir como responsáveis por áreas mais problemáticas as pessoas menos pró- ativas; 11. Tratar adequadamente as sugestões apresentadas, inclusive dando feedback para aquelas inviáveis; 12. Reconhecer formalmente as sugestões dadas e implementadas através de registros fotográficos, divulgação e evento de reconhecimento periódico. 15 Benefícios do 5S Também no volume 1 foi apresentada a tabela abaixo citando os principais benefício de cada “S”: Os 5S Traduções mais comuns Principais benefícios SEIRI Utilização, Seleção � Combate ao desperdício � Redução de custos � Liberação de espaço � Economia de tempo � Ambiente mais seguro (recursos adequados e em boas condições) � Redução de consumo de água, energia e recursos naturais (economia e redução de impactos ambientais) SEITON Organização, Ordenação � Agilidade para localizar e acessar ao que se procura � Ambiente mais seguro (ordem dos recursos) � Melhor planejamento � Maior produtividade � Menos estresse � Melhor Gestão Visual SEISO Limpeza � Ambiente mais seguro e mais agradável � Redução de impactos ambientais � Detecção precoce de anormalidade durante a limpeza SEIKETSU Padronização, Saúde, Higiene � Ambiente mais seguro e saudável � Autoestima mais elevada � Prevenção de doenças � Combate a poluição � Bons hábitos � Consenso na definição de regras de convivência SHITSUKE Autodisciplina, Manutenção � Hábito para a prática dos “S” anteriores � Cumprimento de normas, regras e procedimentos sem necessidade de cobrança � Pontualidade e cumprimento de prazos � Proatividade. 16 Relação entre 5S e algumas ferramentas de gestão Finalmente foi apresentada a relação que tem cada um dos “S” com outras ferramentas de gestão tais como: Qualidade, Segurança, Meio Ambiente, TPM, Lean Manufacturing, Boas Práticas de Fabricação, etc. Agora, uma vez conhecidos e aprovados os conceitos pelas pessoas de todos os níveis da empresa, será suficiente para que façam parte de seus hábitos? Claro que não. Por isto que é importante conhecer a metodologia que promove uma transformação cultura em massa nas empresas que têm uma implantação bem sucedida. Vamos ao capítulo 2. 17 Capítulo 2 Tenha uma Visão Geral da Metodologia que leva o 5S à Classe Mundial 18 A implantação do 5S deve ser de acordo com o ciclo de melhoria contínua, conhecido mundialmente como Ciclo PDCA, criado por Edwards Deming. A figura 1 apresenta uma visão geral do Programa em suas diversas fases. Ela mostra que a decisão da implantação do 5S deveria nascer de uma estratégia da empresa, a partir de um ou mais problemas em seus indicadores de performance (problemas) e/ou a partir de uma busca de superação de resultados (melhorias). Quando o 5S fizer parte da rotina das áreas, devem ser verificados os seus efeitos nos indicadores do Gerenciamento Estratégico da empresa. Figura 1 – Metodologia de Implantação do 5S de acordo com o Ciclo PDCA - Visão Geral A figura 2 apresenta o detalhamento desde a decisão estratégica da empresa até o primeiro ciclo de implantação, que é a fase inicial do programa, onde as ações do 5S ainda dependem sobremaneira do Gestor do programa. Gerenciamento do Projeto 5S – 2º Ciclo P D C A Gerenciamento da Rotina do 5S P D C A Gerenciamento do Projeto 5S – 1° Ciclo P D C A P D C A Gerenciamento Estratégico Melhorias Problema s Verificar relação entre os resultados de 5S e os Indicadores Estratégicos 19 Figura 2 – Desdobramento entre o Gerenciamento Estratégico e a Implantação até o 1° Ciclo PDCA O primeiro ciclo de implantação, ou a primeira rodada do PDCA, consiste em sensibilizar os Diretores e Gerentes da empresa para a condução do Programa até a Consolidação dos 3 primeiros “S”. A figura 3 apresenta o detalhamento desde a consolidação dos 3 primeiros “S” até a Certificação 5S. Figura 3 – Desdobramento entre o 2° Ciclo de Implantação e o Gerenciamento do 5S pelos Líderes das Áreas Gerenciamento do Projeto 5S - 2º Ciclo P D C A •Planejar soluções para problemas infraestruturais •Planejar campanhas para problemas comportamentais •Treinamento tático para Líderes •Auditar Áreas •Analisar Qualidade das Auditorias •Divulgar Resultados das Auditorias •Analisar criticamente os resultados •Refinar metas •Definir Padrinhos •Elaborar plano de ação •Definir padrões de ordem e limpeza •Definir check- lists •Realizar reuniões relâmpagos •Executar melhorias •Realizar autoavaliações •Realizar inspeções em trocas de turno •Comparar resultados das autoavaliações com a meta •Atualizar plano de ação Gerenciamento da Rotina do 5S P D C A P D C A Gerenciamento Estratégico P D C A Gerenciamento do Projeto 5S 1º Ciclo Melhorias •Lean Manufacturing •Qualidade Total •TPM •Kaizen •Sistema ISO •WCM, etc. •Sensibilizar Direção •Formar Comitê •Elaborar Plano •Definir Metas •Treinar vários Níveis •Realizar Dia D •Auditar Áreas •Analisar Qualidade das Auditorias •Divulgar Resultados das Auditorias •Analisar criticamente os resultados •Agrupar tipos de problemas •Refinar metas Problemas •Desperdícios •Quebras de Máquinas •Acidentes de Trabalho •Baixa produtividade •Reclamações de Clientes, etc. 20 A proposta de implantação do 5S apresentada neste do livro pode ser adotada por qualquer empresa. É importante ressaltar que cada uma pode adaptá-la para atender às suas características, desde que não comprometa a “espinha dorsal” da metodologia, que é o Ciclo PDCA. A Figura 4 ilustra a metodologia sugerida, resultante de um conjunto de atividades: artigos, matérias e livros de diversos autores e de diversos países (Japão, Europa, Estados Unidos e América do Sul); experiências de diversas empresas localizadas em diversos países e regiões; experiências de vários consultores do tema e profissionais que coordenam o 5S nas respectivas empresas e, por fim, a experiência acumulada desde os finais dos anos 80. A seguir é detalhada cada etapa. Figura 4 – Metodologia de implantação bem sucedida do 5S na empresa Nos próximos capítulos serão apresentadas todas as informações necessárias para levar uma empresa à excelência do 5S. As informações estão separadas em mais 9 capítulos para facilitar à sua aplicação e tornar a leitura menos desgastante. Vamos lá? Sensibilização das Pessoas Estratégicas Estruturação de Implantação Treinamento (ênfase nos 3 primeiros S) Planejamento para os 2 últimos “S” Lançamento do 5S Implementação dos 2 últimos S Certificação 5S Definição de Metas e Reconhe- cimento Elaboração de Planos de Ação Ações de Melhorias Auditorias Definição de Metas e Reconhe- cimento Elaboração de Planos de Ação Ações de Melhorias Auditorias Consolidação dos 3 primeiros S? Após consolidação do 5S Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Fase 5 Prática Sistemática dos 3 primeiros “S Fase 6 Fase 7 Fase 8 “Prática Sistemática de todos os “S” Fase 9 21 CAPÍTULO 3 Quais as preocupações e dificuldades para a implantação do 5S e as minhas recomendações? 22 A Metodologia de implantação do 5S apresentada neste livro não foi criada pelo autor. Mas, pela conclusão dos pontos comuns de metodologia bem sucedidas dentre todas as tentativas, tais como: a) Implantar cada “S” por vez Esta tentativa operacionalmente é inviável, pois é impossível limitar ações de melhorias relacionadas à outros “S” para diversas pessoas e diversos setores em fases distintas de avanços e de velocidade. b) Implantar todos os “S” simultaneamente Esta metodologia tem se mostrado com baixa eficiência naprática dos dois últimos “S”, já que é difícil exigir que as pessoas valorizem o abstrato (4º e 5º S) quando ainda convivem com problemas concretos significativos (3 primeiros “S”). c) Implantar mais de 5S (6S, 8S, 9S ou 10S) Também não resulta em nada melhor que a implantação bem feita dos 5 “S” originais. Serve muito mais para modismos e “status”, que para a implementação real dos “S” complementares. d) Implantar o 5S a partir de Pilotos Com a experiência já obtida com o 5S é perda de tempo e de recursos limitar a prática à áreas ou unidades Piloto. Empresa competitiva não tem tempo a perder fazendo testes cujos resultados já são constatados. e) Implantar 5S somente nas áreas operacionais O 5S é um processo educacional. Todas as áreas e níveis da empresa são carentes de sua prática. Deixar áreas de apoio fora do 5S é imaginar que as perdas e os problemas comportamentais são características somente das áreas operacionais. f) Implantar 5S apenas para o piso de fábrica Por se tratar de um processo educacional o 5S deve ser implantado no sentido “top-down”, onde os condutores do programa no dia a dia são os líderes imediatos, inclusive a partir do próprio exemplo. g) Implantar o 5S com o foco apenas em auditorias Esta tem sido uma das práticas mais comuns. Muito se investe em auditorias e pouco se investe em capacitações e reciclagem, principalmente para as Lideranças. À princípio seriam elas as que mais deveriam receber treinamentos de 5S (e não os auditores). A metodologia apresentada neste livro visa o atingimento de níveis de excelência mundial. Logo, uma empresa que vise resultados pífios e estéticos com o 5S devem adotar metodologias com 23 resultados de curto prazo e de embelezamento. A experiência tem demonstrado que iniciativas para a sua implementação desvinculada da estratégia da empresa, não produzem resultados sólidos à médio e longo prazos. A implantação do 5S deve passar, obrigatoriamente, por uma decisão estratégica, a qual é impossível de ocorrer sem que seja através do alto escalão. As informações contidas neste capítulo visam formar um espírito crítico do alto escalão para que seja tomada uma decisão fundamentada, inclusive sobre o seu papel e do médio escalão nas diversas etapas de implantação. 1. Quais as preocupações iniciais? Algumas considerações devem ser feitas antes da decisão da empresa implantar o Programa. 1.1. 5S e o Número 1 Sempre que são discutidos os fatores que levam várias empresas a fracassarem na implantação e manutenção do 5S, a falta de comprometimento das lideranças aparece na maioria deles. Porém, se estas pessoas são as que buscam resultados de alta performance para a empresa e a contribuição que o 5S dá para estes indicadores é incontestável, por que as lideranças são as principais “suspeitas” pelo fracasso do 5S? O que fazer, portanto, para comprometê-las visando o sucesso do 5S? 24 A tabela 1 apresenta uma estatística levantada entre 1995 e 2015 entre empresas de médio e grande portes no Brasil (90% da amostra), Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia, Equador, Costa Rica, Bolívia e México, na implantação do 5S. Informações Principais resultados estatísticos Comentários Iniciativa da Implantação • 50% - Direção e/ou Matriz da Corporação • 20% - Gestão da Qualidade • 10% - Recursos Humanos, incluindo Segurança do Trabalho Foco da Implantação 80% - Associação do 5S com outras ferramentas gerenciais Ranking • 1º Qualidade Total • 2º TPM e Lean Manufacturing • 3º Normas ISO Tentativa de implantação • 1 vez – 30% • 2 vezes – 40% • 3 vezes – 30% Não foi levantado o tempo de cada implantação, pois na maioria o 5S ficou estagnado (não obrigatoriamente deixou de existir) Motivo da Repetição (2 ou 3 vezes) • 25% - Não havia um plano com a validação das Lideranças • 65% – Havia um plano apenas com as primeiras atividades de Treinamento, Dia da Grande Limpeza e Auditorias • 10% - Outros motivos* Outros motivos* (ranking) • 1º Priorização para outros programas/ferramentas • 2º Reestruturações da empresa • 3º Falta de continuidade do Gestor (saída ou desatenção) Padrão de 5S atingido • 80% não mantiveram o 5S por mais de 2 anos • 90% na prática trabalharam apenas com os 3S ou com o Housekeeping • 2% atingiram um nível acima de 90% em todos os 5S • Não foi possível levantar o padrão numérico devido a variedade de critérios de avaliação, check- lists. • 30% das empresas afirmaram que os resultados numéricos não são consistentes devido a variabilidade entre os auditores. 25 Informações Principais resultados estatísticos Comentários Resultados 95% - Não calculam efeitos do 5S nos resultados de indicadores de performance* *As empresas informaram que é alto o nível de complexidade para isolar os efeitos do 5S das outras ferramentas gerenciais. As empresas que informaram que fazem o cálculo (5%), não precisaram a fórmula A maioria informou que, apesar de não fazer o cálculo, reconhecem os efeitos Premiação • 80% - Não há • 15% - Associada ao PPR (Premiação Por Resultados), PLR (Premiação por Lucro e Resultado), PA (Plano de Ação) • 5% - Outros No cruzamento de informações não há inter- relação entre a existência de Premiação e o Sucesso do 5S Reconhecimento • 50% - Não há nada sistematizado • 30% - Feito a cada ciclo de avaliação ou auditoria • 20% - Outros* *Outros (ranking) • 1º Feito no final do ano • 2º Feito por destaque pessoal • 3º Associado diretamente a outros indicadores comportamentais (Absenteísmo, Atos Inseguros, Sugestões dadas ou implementadas, etc.) Tabela 1 – Alguns dados estatísticos sobre o 5S em algumas empresas amostradas Fonte: PDCA – Consultoria em Qualidade Inicialmente é bom analisar de que forma as lideranças da empresa são envolvidas para a implantação do 5S. Normalmente o nível de informação e a estratégia utilizada são inadequados. O que realmente é o 5S? Qual a metodologia de implantação? Qual a relação de seus benefícios com os indicadores de performance? Qual o papel de cada nível de liderança para a condução do 5S em seus vários estágios? As respostas à estas questões não são devidamente apresentadas no inicio e até mesmo ao logo da implantação. Desta forma, fica injustamente sob responsabilidade do Comitê e dos auditores de 5S a incumbência de conduzir o 5S nos ambientes de trabalho. Delegar responsabilidades para estruturas paralelas à estrutura orgânica da empresa tem sido a “armadilha” dos diversos processos participativos. 26 A tabela 2 apresenta de maneira resumida a visão da maioria das lideranças e a visão que seria a recomendada. Nível de Lideranças Visão Superficial Visão proposta Direção e Gerências 1. Programa exigido pela matriz 2. Programa que visa tornar a área limpa e organizada 3. Programa de curto prazo 4. Programa que “roda sozinho no piso de fábrica” 5. Programa adequado apenas para áreas operacionais 6. Resultados das auditorias devem ser usados para julgar a performance dos liderados 7. 5S é apenas para os outros 1. Processo necessário para a sobrevivência da empresa 2. Processo educacional que torna a empresa mais produtiva e segura 3. Processo com resultados concretos à médio e longo prazos 4. Processo que necessita ser liderado pela estrutura oficial da empresa (sentido Top-Down) 5. Processo necessário à todas as áreas, inclusive administrativas 6. Resultados das auditorias devem servir para definir maior apoio às áreas mais carentes 7. Cada líder deve dar o exemplo em seu próprio posto de trabalho e em sua postura Média Gerência 1. Programa exigido pela Alta Gerência 2. Programa que vai consumir mais tempo 3. Programa que visa mudanças estéticas 4. Auditorias servem apenas para comparar resultados com as metas 5. As atividades de 5S são voluntárias, ou seja, o padrão de 5Snão é considerado na avaliação de desempenho ou para efeito de promoção 1. Processo necessário para facilitar a rotina 2. Processo que será incorporado às atividades 3. Processo capaz de mudar a cultura das pessoas 4. Auditorias servem como oportunidade de melhorias 5. A evolução do 5S da área é considerada da mesma forma que outros indicadores na avaliação de desempenho Tabela 2 – Comparação entre a visão normal das lideranças e a visão ideal para o 5S 27 O papel da liderança na condução do 5S depende do nível hierárquico que cada uma ocupa. À medida que baixamos o nível de hierarquia o tempo dedicado é maior e as atividades passam de um nível de verificação para um nível de controle. A tabela 3 apresenta as principais atividades Nível de Hierarquia Atividade Frequência/Tempo Direção 1. Reunião com Gestor para análise dos resultados das auditorias 2. Plant-Tour com Gestor e Gerente da área escolhida (aproveitar com Visitas focadas em Segurança – “Safety-tour”) 1.Trimestral/1 hora 2. Depende da frequência da visita de Segurança e do tamanho da área Gerentes 1. Reunião com a equipe para análise dos resultados das auditorias 2. Definição de metas com a equipe 3. Análise dos planos de ação de cada equipe 4. Tratativa das pendências de sua responsabilidade, inclusive orçamentos 5. Visitas surpresas à áreas com alto padrão e visita programada à áreas com baixo padrão. Aproveitar e fazer a Visita de Segurança 1. Depende da frequência das auditorias. Duração: 1 hora 2. Após cada ciclo de auditoria. 30 minutos para cada área 3. 2 dias após cada ciclo de auditoria. 1 hora para cada área 4. 1 semana após cada ciclo de auditoria. 30 minutos para cada área 5. Mensalmente. O tempo depende do tamanho da área Média Gerência 1. Dividir área em subáreas, fazendo “rodízios” de responsáveis 2. Reunião com a equipe para análise dos resultados das auditorias 3. Elaboração do plano de ação e divulgação com a equipe 4. Tratativa das pendências de sua responsabilidade, inclusive orçamentos 5. Autoavaliação de cada subárea. Aproveitar e fazer a Inspeção de Segurança 6. Diálogos com a equipe, aproveitando os Diálogos de Segurança 1. Rodízios de acordo com a frequência das auditorias 2. Depende da frequência das auditorias. Duração: 30 minutos 3. 1 dias após cada ciclo de auditoria. 1 hora 4. 1 semana após cada ciclo de auditoria. 30 minutos para cada área 5. Semanal ou quinzenalmente. 1 hora 6. Diário ou semanal. Tempo: 5 a 10 minutos Tabela 3 – Atividades, frequência e tempo que cada nível de liderança poderia dedicar ao 5S O exemplo das lideranças na prática do 5S no dia-a-dia em seu próprio posto de trabalho é o ponto de partida e o fator essencial para “contagiar” positivamente a sua equipe. Postos de trabalhos desorganizados; excesso de documentos sobre as mesas; documentos obsoletos; impontualidade em reuniões; uso inadequado de e-mails; arquivos eletrônicos desorganizados; atitudes inseguras; falta de uma postura pró-ativa; problemas de comunicação com sua equipe e 28 com seus pares; e outras condutas incompatíveis com o papel de líder, ainda são situações corriqueiras e que merecem ser autocontroladas sob o risco de perda de credibilidade. Para concluir, as lideranças têm que entender que já não há mais tempo para ficarem “reimplantando” o 5S. Como todas as mudanças necessárias para a sobrevivência da empresa passam obrigatoriamente por transformações culturais, e o 5S é o método mais eficiente e reconhecido para que isto ocorra nos ambientes de trabalho, as frequentes retomadas de 5S desgastam e frustram as pessoas que são convidadas repetitivamente para treinamentos, palestras, Dia da Grande Limpeza e Descarte, etc. Se tem que se implantar o 5S que se implante definitivamente e que seja dada pelas Lideranças a prioridade que merece, pois os resultados efetivos só ocorrerão com a continuidade de propósito a médio e longo prazos (3 a 6 anos). 1.2. Como escolher o Gestor do 5S? Em uma empresa que o 5S não tem gestor ou todos se dizem gestores, na fase de implantação, o resultado tem sido o mesmo: O 5S não se desenvolve. Evidentemente, a escolha de um dono para o 5S não garante o seu sucesso caso não haja a liderança efetiva do número 1. É importante que o 5S tenha um dono (uma pessoa ou um comitê), responsável pela sua coordenação na empresa. A necessidade de uma dedicação integral depende de cada empresa. Na grande maioria, não existe uma dedicação “full-time” deste profissional para o 5S e não existe uma relação direta sobre o sucesso ou o fracasso com este nível de dedicação. A tabela 4 apresenta as formas mais frequentes de coordenação do 5S, apresentando as vantagens e desvantagens de cada uma. 29 Frequência Gestor Principais vantagens Principais desvantagens 1º. Pessoa estrategicamente selecionada • Dedica tempo suficiente ao 5S • O acompanhamento por parte da direção fica mais fácil (sistema centralizado) Todos ficam aguardando iniciativas do responsável Maior probabilidade de rejeição prática (embora haja concordância na teoria) 2º. Órgão da Qualidade, Gestão Estratégica, Lean, Secretaria TPM • Vincula o 5S à Gestão da Qualidade Total ou ao Sistema de Gestão adotado pela empresa Quando a empresa ainda não tem o Órgão da Qualidade, Gestão Estratégica, Lean, TPM 3º. Comitê interdepartamental • Envolve pessoas de vários processos da empresa, descentralizando a sistemática • Dificuldade de compatibilizar horários de reunião • Em geral, apenas alguns se comprometem efetivamente • Alguns componentes envolvem-se totalmente com a rotina, não dedicando tempo à promoção do 5S 4º. Órgão de Recursos Humanos • Enfatiza o homem • Possui profissionais especializados em seres humanos (psicólogo, assistente social, Segurança e Saúde) • Possibilita aperfeiçoamento da política de Recursos Humanos • Tende a teorizar muito o assunto • Nem sempre as ações do Órgão conseguem comprometimento efetivo de outros órgãos 5º. Órgão de Segurança Industrial ou do Trabalho, e de Medicina, e até Meio Ambiente • Concilia o 5S com outras ferramentas de ordem e limpeza já existentes • Intensifica ações do 5S para redução de acidentes de trabalho • Os profissionais de segurança normalmente têm habilidade de instrutoria • Tende a limitar o 5S às atividades de ordem e limpeza, restringindo as ações aos ambientes industriais 6º. Órgão de produção ou de Manutenção • Promove resultados imediatos e tangíveis no local de trabalho, inclusive melhoria do desempenho operacional das instalações • Tende a limitar ações aos processos de produção ou a oficinas • Tem pouco conhecimento sobre fatores de motivação 7º. Comitê de diretores • Demonstra o nível de comprometimento para com o 5S • Tem maior poder de comando e decisão • Tende a se afastar da operacionalização do 5S (somente no início há reuniões e acompanhamentos) • Termina delegando várias atividades para o staff ou outras áreas e pessoas Tabela 4 - Formas mais frequentes de definição do responsável pelo 5S A experiência tem demonstrado a importância de escolha da pessoa correta como gestora do 5S, independe de qual órgão está alocada, contanto que tenha autonomia. O perfil adequado para o gestor de 5S é: � Acreditar na força do 5S e dá exemplo com as suas próprias atitudes � Ter capacidade de penetração em todos os níveis � Ter uma liderança natural � Ser sistemático � Ser crítico, perseverante e com um bom “jogo de cintura”. 30 As principais atividades sob responsabilidade do gestor de 5S, que podem ser distribuídas para o comitê, são: a) Estruturar o comitê de implantação b) Coordenar a elaboração do plano-diretor c) Acompanhar as ações previstas no plano d) Agendar e realizar reuniões com o Comitê e) Responder pelo 5S perante o alto escalão f) Coordenar as avaliaçõese analisar os resultados g) Prever e buscar recursos para a promoção do 5S h) Participar de eventos internos e externos relacionados com o tema i) Estimular visitas periódicas pela alta direção, com foco em 5S, em áreas de sua liderança ("plant-tour") j) Acompanhamento da execução do Plano de Implantação – Sistematicamente verificar se os prazos previstos estão sendo cumpridos, fazer as revisões necessárias e detectar possíveis distorções entre o previsto e o real k) Contratar e acompanhar consultoria externa (quando necessário). Estas atividades serão detalhadas adiante. 1.3. 5S e a sobrecarga de programas A quantidade de programas que vêm sendo utilizados pelas empresas para conseguir uma maior competitividade tem causado grandes problemas, tais como: má interpretação de conceitos; não aprimoramento dos programas já implementados; sensação de incapacidade da média-gerência; cada gestor prega o seu programa como “o salvador da pátria”; descrença por parte do pessoal operacional. No Volume 1 foi relacionado o 5S com as algumas filosofias/ferramentas gerenciais mais conhecidas. A questão é o ritmo com que estas ferramentas chegam, sem respeitar aquelas que ainda não fazem parte da rotina, bem como a falta de uma ordem de prioridades. A sugestão é concentrar a coordenação de todas estas ferramentas gerenciais em apenas uma área. Caso não exista, pode ser escolhida uma área ou instituído um comitê, com um determinado líder, ou até mesmo uma assessoria ligada diretamente ao número 1. A primeira alternativa tem se mostrado a mais comum e mais eficaz. São exemplos destas áreas: Gestão da Qualidade; Gestão Estratégica; WCM (World Class Manufaturing ou Management); Lean Manufacturing (Manufatura Enxuta); Kaizen; etc. A recomendação é que seja feito um 5S nestes programas ou filosofias, ou seja: a) Separar o necessário do desnecessário (SEIRI); b) Ordenar o necessário, inclusive verificando se alguns já não estão dentro do outro (SEITON); c) Adaptar cada programa ou filosofia para a cultura da empresa, analisando os problemas encontrados para sua implantação, bem como a mudança cultural provocada pelo mesmo (SEISO); d) Promover continuamente a filosofia ou programa, fazendo as correções de rumo (SEIKETSU); e) Cumprir rigorosamente o plano estabelecido (SHITSUKE). 31 Independente da escolha, é aconselhável a prática imediata do 5S devido à sua simplicidade; capacidade de atingir rapidamente todos os níveis da empresa; produzir resultados de curto, médio e longo prazos; sua eficácia independer do grau de instrução das pessoas e por formar uma base comportamental para a implantação de outros programas, ferramentas ou filosofias gerenciais. Evidentemente deve-se analisar as influências diretas e indiretas em relação aos outros programas, bem como discutir com os prováveis gestores do 5S, a administração do seu tempo, haja vista que estas pessoas normalmente já estão comprometidas com outras ferramentas que estão sendo implantados. Para mais informações sobre este problema sugiro ler o livro de minha autoria “Qual é a Bola da Vez”?. 1.4. Quais os custos do 5S? A mensuração de custos para o desenvolvimento do 5S tem sido uma preocupação das empresas, a fim de compará-los com os benefícios decorrentes. A dificuldade reside em delimitar, com precisão, o custo específico do 5S. Apenas os custos promocionais do 5S podem ser associados ao 5S: � Consultoria; � Treinamentos; � Realização ou participação em eventos, principalmente o Dia do Lançamento do 5S; � Visitas; � Divulgação e (faixas, cartazes, filmes, fotografias, bottons, outdoor, concursos, camisas, bonés, etc.); � Material didático (livros, cartilhas, apostilas); � Prêmios para os vencedores de concursos e de equipes que se destacam (bens de consumo, viagem, troféus, medalhas, selos, etc.). Os custos relacionados à eliminação de pendências e implementação de melhorias das instalações não devem ser computados para o 5S porque já pertencem ao próprio processo da empresa. Os recursos utilizados para a transformação física do ambiente só são necessários porque houve acúmulo de deficiências ao longo do tempo. O custo do aperfeiçoamento que ocorre nas atividades de asseio e disciplina está diretamente relacionado com a busca de melhoria da eficiência do processo, onde o 5S é apenas uma mola propulsora para que isto ocorra. Porém, é importante não confundir operacionalidade e conforto com luxo. Embora algumas empresas aproveitem o clima do 5S para reformarem instalações, máquinas e até trocar móveis e utensílios, nada impede que outras consigam bons resultados usando a criatividade das pessoas. A tendência em desenvolver "obras faraônicas" (trocar todos os móveis; reformar as instalações; executar manutenção geral em todos os equipamentos, em um curto período de tempo; informatizar tudo, etc.), pode levar a esquecer-se de atacar os problemas mais simples (a maioria), de forma criativa (com pouco dinheiro). 32 Ao visitar uma empresa que tem o 5S em um estágio já avançado, é importante procurar saber duas coisas: qual o padrão de 5S antes da implantação e há quanto tempo o 5S foi implantado. Isto porque, se a evolução foi bastante significativa, certamente a empresa deve ter levado um bom tempo para tal. Logo, não devemos nos precipitar em querer desenvolver o 5S em pouco tempo, investindo muito dinheiro. O 5S não é comprado, ele é desenvolvido. Uma estimativa de desembolso para as atividades promocionais do 5S pode ser feita baseada na tabela 5: Atividades Promocionais Desembolso (USD/colaborador/ano) Até 500 Colaboradores Acima de 500 Colaboradores 1º Ano Após 1º Ano 1º Ano Após 1º Ano Consultoria 50.00 25.00 10.00 5.00 Literatura (livros, cartilhas, apostilas) 5.00 1.00 4.00 0.25 Banners, Troféu, Prêmio para concursos, Evento de reconhecimento, Camisetas 16.00 15.00 15.00 14.00 Dia D (Áreas de Descarte, Cerimônia, Confraternização) 8.00 5.50 Total Com Consultoria 79.00 41.00 34.5 19.25 Total Sem Consultoria 29.00 16.00 24.5 14.25 Tabela 5 – Estimativa de desembolso para as atividades promocionais do 5S 1.5. Como praticar o 5S em escritórios Os escritórios das empresas geralmente possuem um bom potencial de ganho com o 5S. É comum enfatizar-se a aplicação do 5S nas denominadas "instalações produtivas", nas oficinas de manutenção e nos almoxarifados. Isto acontece pelos efeitos radicais promovidos pelo 5S nestes ambientes. Porém, a aplicação do 5S nos escritórios também provoca ganhos significativos, tais como: a) Otimização de espaços, provocada pela mudança de layout (principalmente retirada de divisórias e arrumação das mesas) e descarte do desnecessário; b) Facilidade de localização de documentos; c) Tendência de eliminação das gavetas de mesas, devido à conscientização de não "engavetar" aquilo que não vamos resolver; d) Atualização e fácil consulta dos arquivos, causada pelo descarte do desnecessário e ordenação do necessário; e) Redução de arquivos armazenados no microcomputador; f) Motivação visual, com colocação de quadros, plantas ornamentais, decoração, aquário, etc. Estas melhorias nas instalações administrativas, além de serem benéficas para quem nelas trabalham, resultam numa melhor prestação de serviços aos clientes internos da empresa, transformando cada escritório numa “fábrica de informações”. Para as pessoas, isto repercute em uma melhor utilização do tempo e redução do stress. Uma observação importante é que, caso não se tenha cuidado, os escritórios das "instalações produtivas" não apresentam o mesmo grau de evolução que estas instalações. Não se justifica uma 33 "instalação produtiva" com o 5S instalado, e as mesas de seus líderes desarrumadas e com muitos papéis, o que ocorre na maioria das vezes. A sugestão é que a empresa amplie a implantação do 5S para os ambientes “não produtivos”, bem como empresas de atividades puramente administrativas,percebam os ganhos que o 5S pode proporcionar e o adotem. 1.6. Como levar o 5S para a Rede de Informações Quando o 5S foi criado no Japão no final de década de 50 não existiam computadores pessoais. Por conta disto, a prática de seus conceitos ficou limitada às coisas físicas e comportamentais. Apesar de algumas empresas pregarem a prática do 5S nos computadores, existe pouca ou nenhuma sistemática para tal; há pouca continuidade na abordagem e os resultados têm sido pífios e incapazes de formar uma cultura. Desta forma, resta a pergunta: Como fazer o 5S nos computadores? À medida que avançamos no tempo, o ser humano convive e depende cada vez mais dos meios eletrônicos. No entanto, poucas empresas e pessoas adéquam a prática de 5S aos seus computadores. A consequência é o acúmulo desenfreado de memória dos computadores e servidores e a própria perda de tempo na localização de um arquivo. Algumas iniciativas têm sido criadas pelas áreas de Tecnologia e Informação (I&T), como a limitação de memória da caixa de correios eletrônicos e a exclusão de arquivos não manuseados há um certo tempo. O problema é a necessidade da flexibilização para diversas situações que estas regras não se enquadram. Além do mais, a prática do 5S nos computadores não pode se limitar apenas à eliminação de arquivos obsoletos, mas deve se estender à organização dos arquivos. Para estas duas vantagens, a prática dependerá mais uma vez de uma mudança comportamental e não apenas de regras oriundas de um determinado departamento. Para que uma pessoa ou empresa tenha sucesso na prática do 5S nos computadores, deve primeiramente entender o mecanismo da mudança comportamental proposta pela metodologia do 5S. A iniciação do 5S pelos Sensos de Utilização, Ordenação e Limpeza (os 3 primeiros “S”) é devida ao fato de que a internalização de um novo hábito se torna mais fácil quando as pessoas utilizam o máximo de seus sentidos naturais após receberem determinadas informações. O processo de separar as coisas materiais necessárias das desnecessária, ordenar as coisas materiais de acordo com suas características e frequência de uso e manter a limpeza material no dia-a-dia, leva as pessoas a “concretizarem” na sua mente uma nova prática de uma maneira mais rápida e mais perene. Ou seja, a transformação das atitudes ocorre inicialmente em um nível fora de abstrações. A partir da consolidação destes 3 primeiros “S”, as pessoas estão preparadas para “trabalhar” aspectos mais abstratos. Daí porque o Senso de Asseio e o Senso de Autodisciplina só conseguem sucesso efetivo após as pessoas já praticarem com naturalidade os Senso de Utilização (ter apenas o necessário), O Senso de Ordenação (um lugar para cada coisa, cada coisa no seu lugar) e o Senso de Limpeza (manter o ambiente limpo no dia-a-dia). É em conjunto ou mesmo após a consolidação destes 2 últimos “S” que há uma probabilidade maior de sucesso na aplicação do 5S nos computadores. Isto significa que, quando pessoas e empresas precipitam esta implantação, dificilmente terão sucesso em sua continuidade. A solução, portanto, é: (1) Consolidar os 3 primeiros “S”, (2) Implantar e Consolidar os 2 últimos “S” para depois, e somente depois, (3) Implantar o 5S nos computadores. Tentativas diferentes desta sequência só terão sucesso para um número limitadíssimo de pessoas ou por um período muito curto de tempo, muitas vezes sustentados por determinações da área de Tecnologia e Informação. 34 Uma vez, empresas ou pessoas, vencendo os requisitos citados acima, a recomendação para a implantação do 5S nos computadores seria: 1.6.1. Programe o Dia D do computador Da mesma forma que foi feito um dia D para a Limpeza e o descarte das coisas materiais obsoletas na implantação do 5S, programa-se o 5S do computador elegendo um dia para a empresa ou cada departamento fazer uma “Limpeza” em seus computadores. Esta atividade consiste em excluir arquivos obsoletos; gravar em outra mídia os arquivos de fotos e apresentações “pesadas”; renomear arquivos e Diretórios que estão com denominações confusas; ordenar arquivos em no máximo 3 níveis de diretórios. Estas atividades se estendem à Caixa de Correio Eletrônico. Para tanto, algumas dicas: • Além de liderar todo o processo de comunicação, a área de Tecnologia e Informação faz um backup de todos os arquivos de rede para evitar perdas irreparáveis e “fotografa” a memória ocupada por cada departamento antes do Dia D; • Cada departamento elege “facilitadores” para fazer a “Limpeza” dos Diretórios Compartilhados (uso exclusivo do departamento) e do Diretório do Departamento que está no Drive “Público” (consultado por toda a empresa). • Após a “Limpeza” dos Diretórios Compartilhados e do Público, a prioridade é para aqueles de uso exclusivo de cada pessoa. Isto inclui a caixa de correio a qual normalmente é indevidamente entendida como sendo um espaço de “Uso Pessoal”. Isto porque os usuários, pelo fato de acessarem com uma senha, acreditam que a empresa não deve monitorar as mensagens ali presentes. Eles esquecem que grande parte deste conteúdo refere-se à sua rotina. Logo, devem estar devidamente ordenadas para que sejam localizadas facilmente por possíveis substitutos. Da mesma forma que as pessoas costumam ter gavetas e até armários para a guarda de objetos pessoais, elas podem criar uma subpasta na sua caixa de correio eletrônico para o arquivamento de documentos puramente pessoais. 1.6.2. Divulgue o Resultado do Dia D Também da mesma forma que no Lançamento do 5S foram divulgados os volumes de materiais descartados, a área de Tecnologia e Informação deve informar de maneira ilustrativa o volume de memória liberada por cada departamento, em valores absolutos e em valores relativos. Não é interessante que estes números sejam utilizados para premiar ou destacar determinada área, já que eles não obrigatoriamente representam o nível de esforço e de organização dos departamentos. 1.6.3. Divulgue técnicas para a prática do 5S nos computadores O Gestor do 5S, em conjunto com a área de Tecnologia e Informação, deve divulgar de maneira gradual e com ilustrações, regras e dicas para a otimização do uso dos computadores, tais como: • Evitar deixar para o dia seguinte a resposta para as mensagens recebidas • Dar um destino efetivo no primeiro contato com a mensagem. Lembrar que este é o momento mais adequado para o usuário tratá-la • Não acumular mensagens em caixas de entrada • Esvaziar as pastas de itens excluídos e limpar periodicamente a pasta de itens enviados • Não passar "correntes" 35 • Não enviar cópias desnecessariamente, apenas para “se cobrir” ou “mostrar trabalho” para os chefes • Não arquivar, em dois lugares, documentos e anexos recebidos • Dar uma denominação mais “familiar” para anexos recebidos e que necessitam ser arquivados fora da caixa de correio • Criticar o emitente quando receber mensagens desnecessárias e carregadas de figuras em que nada acrescentam • Criar um link para que o destinatário da mensagem possa acessar a outro documento sem necessidade de anexá-lo • Não guardar arquivos desnecessariamente • Procurar salvar fotos e apresentações “pesadas” em outras mídias • Estabelecer um período para fazer uma análise dos arquivos guardados buscando eliminar os desnecessários • Retirar da caixa de entrada arquivos obsoletos e aqueles que podem ser arquivados em outras pastas, na rede ou na CPU 1.6.4. Audite os computadores Incluir os computadores nas auditorias de 5S. Esta atividade é feita com uma apresentação do auditado dos Diretórios Compartilhados e do Público sob responsabilidade do departamento. Posteriormente é auditada, por amostragem, uma ou duas pessoas da área para apresentar os Diretórios sob sua responsabilidade e a sua caixa de Correio Eletrônico. O auditor, assim como já ocorre nas auditorias das áreas, utiliza as possíveis regras da empresa e/ou do departamento, além do bom senso aplicadoa cada “S”, para verificar o nível do 5S, registrando as oportunidades de melhorias e destacando os pontos fortes. 1.6.5. Melhore continuamente as práticas de 5S na Rede Assim como ocorre com a prática do 5S nos ambientes físicos, as áreas recebem no relatório das auditorias as oportunidades de melhorias, elaboram e executam o plano de ação. Entre as auditorias, o facilitador de 5S da área inclui nas autoavaliações os ambientes eletrônicos. O Gestor do 5S e a área de Tecnologia e Informação devem continuar divulgando resultados e dicas para motivar as pessoas a manterem a limpeza e a organização de seus computadores no dia-a-dia. Após os comentários acima, algumas perguntas poderiam ser feita pelo leitor: • Como fazer 5S nos computadores caso a empresa não tenha o programa 5S? • Caso uma área lide apenas com computadores, de maneira que não há uma necessidade destas pessoas trabalharem com o 5S do ambiente físico, como seria feita a implantação do 5S nos Computadores? • Como uma pessoa pode individualmente fazer o 5S nos computadores sem depender da empresa ou de estar em um ambiente de trabalho? A resposta é: “Nestes casos, o sucesso do 5S nos computadores dependerá exclusivamente do nível de autodisciplina das pessoas para atividades abstratas, como: pontualidade; hábitos saudáveis; cumprimento espontâneo de procedimentos, normas, regras e leis; respeito ao próximo, etc.” Finalmente, se as empresas não ampliarem a prática do 5S para os computadores certamente conviverão com necessidades permanentes de aumento de memória dos servidores e com perdas 36 frequentes de tempo de usuários na localização de arquivos, principalmente daqueles que substituem os que criaram estes arquivos e salvaram com nomes vagos e em diretórios que não obedecem a nenhuma lógica ou critério. O anexo 9 apresenta um exemplo de um procedimento para a nomeação e guarda de arquivos eletrônicos na Rede de uma grande empresa multinacional. 1.7. Como tratar o 5S nas empresas terceirizadas Algumas empresas têm encontrado dificuldades de promover o 5S em outras que lhes prestam serviços de apoio. Uma empresa contratada que presta serviços dentro da empresa contratante (cliente), tem a obrigação de se adequar ao padrão comportamental que existe naquele ambiente. Isto pode ser exigido pela fiscalização do contrato. No entanto, não significa que, para isto, a contratada tenha obrigatoriamente que adotar a mesma política da contratante, ou seja, para se adequar ao ambiente do 5S da contratante, a contratada não precisa implantar o programa 5S. O que a contratante pode fazer é estimular a contratada à prática dos conceitos do 5S, dando-lhe o apoio técnico necessário (a adoção do programa fica a critério da contratada). A empresa pode criar um procedimento específico de 5S voltado para empresas contratadas, inclusive incluindo possibilidades de reconhecimento ou penalidades de acordo com os resultados obtidos em auditorias ou avaliações do contratante. Uma medida coerente com as práticas modernas de gestão é reunir todos os representantes das contratadas que lhe prestam serviços de apoio e oferecer o apoio técnico que precisam para o desenvolvimento do 5S. Com a difusão atual do 5S, são várias as empresas fornecedoras de serviços que o estão adotando. Aquelas que ainda não estão é por ignorarem a sua existência. Sem muita dificuldade serão receptíveis ao 5S no momento que presenciarem a prática e os resultados das empresas que o estão implantando. 1.8. Como tratar o 5S em empresas de alto "turn-over" (rotatividade de mão- de-obra) Em empresas que têm "turn-over" elevado é difícil desenvolver-se o 5S, mas não é impossível. Isto porque um processo educacional como o 5S requer um tempo de maturação, para sua incorporação pelas pessoas (relativamente alto) e, com o perfil da média da força de trabalho terceirizada, principalmente em atividades de alto "turn-over", a implantação é mais difícil que em empresas de baixo “turn-over”. A formação de um banco de dados de colaboradores que costumam prestar serviços, para ser consultado e utilizado em posterior recontratação, ameniza o problema, uma vez que o colaborador poderá ser recontratado após ser dispensado de um projeto ou obra. Durante a prestação do serviço o colaborador recebe treinamento sobre o 5S, e desenvolve as devidas atividades práticas. 37 Deve-se reconhecer que estas alternativas só terão efeitos de médio e longo prazos, se as empresas que tenham esta característica (turn-over elevado) e de atividades similares, adotarem o 5S. Desta forma, em qualquer empresa para a qual for trabalhar, a pessoa encontrará um ambiente propício à prática do 5S. Com o tempo, a pessoa vai adquirindo o hábito até chegar o momento em que o fenômeno do turn-over não será mais um problema para o 5S. Representantes de classes podem servir como catalisadores deste processo, difundindo a prática do 5S para os representados. Caso o tempo de permanência do contratado seja muito curto, deve ser dada ênfase para atividades de manutenção da ordem e da limpeza através da criação de padrões, identificações e sinalizações de locais de guarda e procedimento de limpeza depois de concluída as atividades (housekeeping). 1.9. Quando tempo a empresa levará para implantar o 5S Uma preocupação das empresas com relação ao 5S é o seu tempo de implantação. Primeiramente deve se entender “o que é o 5S implantado?”. O parâmetro que deve ser usado para tal não é o treinamento de 100% dos funcionários e/ou a realização do dia de limpeza e descarte, como muitas empresas fazem. A Certificação 5S, criada por mim em 1996 é o parâmetro mais utilizado atualmente para considerar consolidada a implantação do 5S em uma empresa (para mais informações consultar o site www.pdca.com.br). Algumas variáveis interferem no tempo de implantação, quais sejam: Variáveis dependentes da empresa Nível atual do 5S Quanto maior for a deficiência da prática do 5S (limpeza, empresa, ordenação, asseio e disciplina), maior é o tempo de implantação. Tipo de atividade empresas que têm processos de fabricação mais refinados e/ou automatizados, normalmente já possuem ambientes limpos e organizados. Nestes casos a implantação do 5S é mais rápida. Tamanho e distribuição das instalações empresas menores e com limites físicos definidos, têm mais facilidade para a implantação, devido à rapidez com que as informações são passadas (menos gente, menos problemas). empresas que têm suas instalações ou unidades espalhadas geograficamente, levam mais tempo para a implantação em relação à outras que são centralizadas fisicamente. Mudanças estruturais que afetam toda a empresa Evidentemente no mundo atual as empresas devem passar por mudanças frequentes para garantir a sua sobrevivência. Porém, as grandes mudanças com elevada frequência impossibilitam a introdução de qualquer ferramenta gerencial que vise resultados efetivos, como é o caso do 5S. Quando o 5S ainda não faz parte da cultura da empresa, as grandes mudanças criam um ambiente de incertezas e de prioridades que deixam o 5S instável. A relocação e até mesmo dispensa de 38 algumas pessoas chave e/ou líderes dificultam a implementação de ações estratégicas e dilata sobremaneira o tempo de implantação. Estrutura hierárquica Empresas com muitos níveis hierárquicos e com modelos gerenciais ultrapassados certamente têm maior dificuldade que empresas com filosofia gerencial moderna (administração participativa e poucos níveis hierárquicos). "Status" das demais ferramentas gerenciais Caso a empresa já tenha um bom amadurecimento das ferramentas gerenciais, tais como qualidade, meio ambiente, segurança, saúde, sugestões, trabalho em grupo, etc., as pessoas normalmente estão mais conscientes e o desenvolvimento do 5S é facilitado. Clima organizacional Em empresas que estão em conflitos radicais (estado de greve ou greve) com seus colaboradoresé desaconselhável a implantação de qualquer processo participativo. Uma revisão da política de recursos humanos, fundamentada na real valorização dos colaboradores, é um pré-requisito imprescindível para posterior introdução de tais processos. Se a situação é pontual, será melhor aguardar o seu desfecho para depois se implantar o 5S. Tipos de clientes e fornecedores O padrão de qualidade de clientes e fornecedores influencia diretamente o padrão da empresa (obviamente o cliente geralmente influencia mais). Isto vale também com relação ao 5S, onde um cliente exige que seu fornecedor tenha um padrão semelhante ao seu, principalmente se os serviços são prestados dentro de sua empresa, obrigando que as ações relativas à ordenação e limpeza sejam agilizadas. Situação financeira Evidentemente uma empresa que está em boas condições financeiras tende a investir mais no desenvolvimento do 5S, principalmente na divulgação e preparação da infraestrutura básica, como treinamento, identificação de ambientes, mudanças de "layout", introdução de melhorias, etc. Porém, este fator não é determinante para a evolução do 5S. É apenas contributivo. Localização geográfica Uma empresa localizada em um polo industrial, próximo a uma grande cidade, tem uma facilidade maior de "trocar figurinhas" com outras, barateando custos com participação em eventos externos, visitas às outras empresas, contratação de consultoria e/ou palestrantes. Estas facilidades possibilitam um desenvolvimento mais rápido do 5S. Conservação dos ativos 39 empresas que têm instalações prediais e industriais precárias enfrentam mais dificuldades para promoverem o 5S. Uma unidade industrial com deficiências de manutenção, tendo como consequências vazamentos de produtos, ruídos elevados e iluminação inadequada, necessita investir bem mais que outras em boas condições operacionais, além de exigir um tempo maior para a solução gradativa dos problemas. Nível de Automação Os processos automatizados contam com menos pessoas e normalmente estas têm pouco contato físico com o manuseio e transporte de matéria-prima e com o produto. Desta forma, os locais de trabalho tendem a se manter mais limpos e ordenados, independente do 5S. Layouts Instalações com layouts deficientes exigem maior esforço das pessoas e maior investimento da empresa para se adequar aos padrões buscados com a prática do 5S. Portanto, o tempo de implantação nestas empresas tende a ser maior quando comparado com instalações com layouts bem planejados e modernos. Estratégia utilizada A estratégia utilizada por cada empresa tem uma influência direta no tempo de implantação. É importante que o gestor do 5S tenha uma visão ampla sobre o tema e, ao apresentar o plano de implantação, demonstre uma visão de médio e longo prazo para as atividades do 5S, associada a um planejamento estratégico da empresa. Além de visitas, participação em eventos e leitura sobre o assunto, a discussão com uma empresa de consultoria devidamente experiente no tema é recomendável. Perfil do Gestor A escolha correta do gestor pode ser determinante para o ritmo dos avanços e para o próprio sucesso do 5S. As qualidades citadas no início deste capítulo são indispensáveis e é, por não atentar para isto, que algumas empresas ficam frustradas com os resultados do 5S. Quando o gestor é participativo, mas não tem liderança, o comitê nem sempre tem maturidade para cumprir o que ele mesmo planejou. Quando o gestor é centralizador faz com que o ritmo do 5S dependa dele. Na sua ausência, o 5S não avança. Variáveis dependentes das pessoas Padrão educacional Pessoas que não tiveram boa educação familiar e boa formação escolar, necessitam de mais investimentos (treinamento, orientação e tempo) para mudarem seus maus hábitos e suas atitudes. As falhas na estrutura familiar, principalmente nas grandes cidades, e as deficiências da rede escolar, geralmente nas escolas públicas, provocam como consequência uma migração para as empresas de uma mão-de-obra não qualificada e com baixos padrões educacionais. A partir desta 40 realidade, as empresas se vêm obrigadas a cumprir um papel educador sob o risco de terem processos de baixa eficiência. Por outro lado, as pessoas que têm uma melhor base educacional assimilam mais rapidamente a prática do 5S porque, muitas vezes, o 5S resgata valores que estão adormecidos dentro delas. É importante ressaltar que nem sempre nível de escolaridade elevado reflete em um alto padrão educacional, e vice-versa. Situação socioeconômica Quando os colaboradores de uma empresa têm um baixo nível socioeconômico, geralmente apresentam uma maior dificuldade em assimilar o 5S, embora não apresentem resistências maiores que pessoas de outros padrões socioeconômicas. A questão muitas vezes está na falta de referência em relação à conservação, layout, limpeza e higiene. É bom lembrar que este é um problema recente nas sociedades de grandes distorções sociais e que reduziram o investimento nas áreas de educação e saúde11. Motivação É evidente que o tempo necessário para a consolidação do 5S está diretamente vinculado ao nível de motivação presente nos colaboradores, de todos os níveis. Esta motivação está diretamente associada às necessidades do ser humano. Conscientização A pouca conscientização das pessoas para a prática do 5S deve ser suprida com informações, experimentos e resultados, é um fator de estímulo para a sua prática. Esta conscientização vai se desenvolvendo ao longo do tempo, à medida que as pessoas vão praticando o 5S e sentindo os seus benefícios, em todos os níveis (hierárquicos) e em todos os campos (profissional, pessoal e social). É a educação quem desenvolve a consciência, ou seja, é a própria prática do 5S que transforma, gradativamente, a consciência das pessoas. A figura 5 apresenta a evolução dos 3 primeiros “S” em uma empresa de tecelagem de 1500 empregados. 41 Figura 5 - Evolução dos 3 primeiros “S” em uma empresa de tecelagem de 1500 empregados A figura 6 apresenta a evolução dos 2 últimos “S” na mesma empresa. Figura 6 - Evolução dos 2 últimos “S” na mesma empresa de tecelagem da Figura 5 Em média, empresas de médio e grande portes levam entre 3 e 5 anos para a consolidação dos 3 primeiros “S” e mais 1 a 2 anos para a consolidação de todos os 5 “S”. 2. Quais as principais dificuldades para a implantação? Os modelos tradicionais de implantação de 5S tratam apenas da metodologia, passo a passo, sem prever as dificuldades naturais que serão encontradas nos diversos estágios. Conhecer previamente estas dificuldades possibilita à empresa fazer um planejamento mais realista. A seguir serão comentadas, não só as dificuldades, bem como as recomendações de como tratá-las. 96%96% 97% 97% 93% 86% 87% 84% 81%81% 75% 78% 66%67% 84%85% 89% 92% 94%93%93% 94% 95% 96%96%95%95% 96%96% 97% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 Auditoria 2001 2002 2003 2004 2005 2006 56% 68% 70% 77% 79% 83% 85%85% 84% 87% 84% 86% 87% 88% 90% 91% 90%90% 92% 93%93% 94%94%94% 93% 95% 94% 95% 93% 92% 93% 94% 93%93% 94%94% 92% 93% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 Auditoria 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 42 2.1. Como comprometer as pessoas que trabalham em turnos Um tratamento especial deve ser dado aos processos da empresa que funcionam em regime de turno (grupos de pessoas que se revezam em uma mesma instalação, em horários alternados e contínuos). Grupos que trabalham em turno têm comportamento diferente das pessoas que trabalham em regime administrativo. Muitas vezes sentem-se discriminados por não participar de alguns eventos realizados pela empresa, quando todo o planejamento é feito para o horário administrativo.
Compartilhar