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1 CIRURGIA GERAL 11 Marina Prietto OBSTRUÇÃO INTESTINAL DEFINIÇÃO: As principais causas de obstrução intestinal em adultos são: aderências, neoplasias (tumores colorretais) e hérnias Quadro clínico: Sempre ficar atento quando for descrito: “parada de eliminação de flatos e fezes”; Além disso: » Distensão abdominal; » Náuseas e vômitos. » Ruídos hidroaéreos aumentados – ruídos metálicos (tentativa do organismo de vencer a obstrução); » Ampola retal vazia (ao exame de toque retal); Causas: É dividido basicamente em causas altas e baixas; ALTAS (Intestino delgado): ▪ Aderências pós operatório. ▪ Hérnias – principalmente inguinais; BAIXAS (intestino grosso e reto); ▪ Tumor colorretal. ▪ Volvos NA OBSTRUÇÃO ALTA: ▪ Os pacientes nesse tipo de obstrução apresentam de forma mais intensa: vômitos e náuseas. ▪ E a distensão abdominal não é tão intensa. ▪ Ao exame radiográfico o achado de empilhamento de moedas COM ou SEM níveis hidroaéreos associados. ▪ Intestino delgado dilatado, região mais central com as valvas bem evidentes (valvas circunferenciais uma próxima a outra) OBS: O cheiro fétido não significa necessariamente vômitos fecalóides e obstrução baixa NA OBSTRUÇÃO BAIXA: ▪ O padrão clínico se investe e nesses pacientes é mais comum quadros de distensão abdominal e menos de vômitos. ▪ Ao exame radiográfico o achado é a presença dos haustros cólicos com o sinal da interrupção do colón; ▪ É possível saber que a alça pertence ao intestino grosso devido a sua localização periférica e por causa da presença de haustro (é uma valva que não é circunferencial – com isso, acaba apresentando uma imagem incompleta na parede do intestino grosso); 2 CIRURGIA GERAL 11 Marina Prietto IMPORTANTE! • O achado de níveis hidroaéreos pode ser encontrado nos dois tipos de obstrução. • Eles se apresentam como uma transição do nível líquido (branco) para a o nível gasoso (preta); ADERÊNCIAS/BRIDAS: É uma causa comum de obstrução intestinal. Deve-se sempre questionar o paciente a presença de cirurgias prévias (ficar atento a: cicatrizes abdominais, pós operatório, apendicectomia); Conduta inicial (24 a 48h) – Tratamento conservador; ▪ Repouso com deambulação; ▪ Dieta zero (evitar o acúmulo de líquidos); ▪ Passar a sonda nasogástrica ▪ Hidratação (soro fisiológico). ▪ Analgesia (evitar opioide devido a do peristaltismo), antiemético (ondasertrona) e prócinetico (bromoprida/ metoclopramida – plasil) ▪ Realização de uma TC com contraste – função terapêutica. A realização dessa TC com contraste oral tem uma função terapêutica devido ao papel laxativo/ catártico do contraste (substância que acelera a defecação) – Utiliza-se uma técnica bastante especifica, mais comum em centros especializados. Como avaliar se a hidratação está adequada? Diurese (0,5ml /kg/h) 3 CIRURGIA GERAL 11 Marina Prietto ABORDAGEM CIRÚRGICA: O tratamento cirúrgico da obstrução intestinal consiste em ressecção dos segmentos acometidos/remoção de aderências; A conduta cirúrgica vem de uma laparotomia exploradora com a lise de aderências; Dependendo do estado das alças (se complicaram), poder ser indicado uma enterectomia segmentar; Sinais de estrangulamento – Quando cogitar? ≈ Se falha na terapia conservadora; ≈ Pacientes sépticos, com peritonite ou perfuração (complicações) ≈ Lactato muito elevado e acidose metabólica (bicarbonato consumido), sugerindo estrangulamento de alça; ≈ Manutenção da dor após a passagem da SNG ≈ Reação peritoneal SEMPRE LEMBRAR! Paciente com possível sofrimento de alça há necessidade de laparotomia. VOLVO DE SIGNMOIDE O Volvo de sigmoide é uma torção da alça sobre o seu eixo mesentérico e com isso, gera uma obstrução baixa. O local mais comum de ocorrência de volvo é no sigmóide, já que essa parte do cólon é menos fixa Fatores de risco: idosos e portadores de megacolón; Ao exame de imagem: Apresenta como achado sugestivo de uma grande dilatação do sigmóide: Sinal do grão de café ou do U invertido; (Presença de uma grande alça dilatada, que dobra e segue em sentido ao lado esquerdo) CONDUTA: 1ª Compensação; Corrigir distúrbios hidroeletrolíticos; Hidratação 2ª Descompressão colonoscópica; Via colonoscopia, irá passar o aparelho com intuito de tentar destorcer o sigmóide, desfazendo o volvo por colonoscopia ABORDAGEM CIRÚRGICA: A conduta cirúrgica vai ser uma cirurgia de Hartmann, que é uma retosigmoidectomia; (restossigmoidectomia + colostomia terminal + sepultamento coto retal) 4 CIRURGIA GERAL 11 Marina Prietto Quando cogitar? ▪ Em casos de urgência que evoluem mal, instáveis, ou que não respondem à descompressão colonoscópica ▪ Se falha na terapia conservadora; ▪ Pacientes sépticos, com peritonite ou perfuração (complicações) ÍLEO BILIAR: É uma apresentação atípico do cálculo biliar. Apresenta uma história previa ou atual de colelitíase; Ao invés de apresentar uma dor biliar característica, esse cálculo ele realiza um trajeto diferente, começa a ulcerar em direção ao duodeno e gera uma fístula colecisto – duodenal, ou seja, comunicação entre a vesícula e o intestino delgado. Ele ao cair no tubo digestivo, ele começa a crescer, aumentando de tamanho e formando um material maior – até o momento que ele impacta e obstrui o íleo distal. Apresentação clínica desses pacientes. ▪ Além do quadro típico de obstrução intestinal; ▪ O paciente pode referir dor em HC direito Ao exame de imagem: A presença da TRÍADE DE RIGLER (ao RX) ▪ Dilatação delgado (devido a obstrução) – asterisco branco; ▪ Aerobilia (devido a fístula, o ar do duodeno entra na vesícula e preenche a arvore biliar) – seta preta; ▪ Cálculo em FID (é radiopaco) – seta branca CONDUTA: A conduta é cirúrgica: laparotomia exploradora; Enterotomia ileal Retirada do cálculo A correção da fístula no mesmo momento é controverso, algumas literaturas sugerem a realização da correção tardiamente. PSEUDO OBSTRUÇÕES: São referentes as obstruções FUNCIONAIS e não mecânicas do tubo digestivo; Ocorre devido à falta de peristalse; A nomenclatura difere de acordo com a região que é acometida: ▪ Delgado: Íleo adinâmico ou paralítico; ▪ Grosso - Cólon: Síndrome de Ogilvie 5 CIRURGIA GERAL 11 Marina Prietto APRESENTAÇÃO CLÍNICA: Extremamente similar a clínica de obstrução intestinal; » Parada de eliminação de flato e fezes » Distensão abdominal; » Náuseas e vômitos. » Ruídos hidroaéreos DIMINUIDO – não apresenta peristalse para gerar o ruído (diferente da obstrução real); » O toque retal pode estar com a presença de fezes ou não (pode ter fezes mas não possui peristalse); ETIOLOGIAS: - Períodos pós operatórios abdominais (resposta ao trauma cirúrgico); - Pode ser secundário a qualquer doença aguda (sobretudo as doenças infeciosas e inflamatórias); - Transtorno eletrolíticos dificultam o trânsito intestinal (cálcio, magnésio, potássio ou sódio) Ocorre principalmente em pacientes idosos e graves. DIAGÓSTICO: Clínica sugestiva (ruídos diminuídos, sinais de obstrução); + Imagem: − Apresentará os sinais de dilatação intestinal, níveis hidroaéreos etc; − Entretanto! O gás estará preenchendo todo o tubo digestivo, sem a presença de nenhum ponto de obstrução; TRATAMENTO: É conservador (tratar a causa base e com isso o intestino volte a peristalse); Se isso não ocorrer... − Pode induzir a peristalse com uma medicação anti colinesterásica – Neostigmina − Principalmente na síndrome de olgilvie Paciente com o colo muitodilatado ou que não respondeu a terapia medicamentosa? - Indica-se uma colonoscopia descompressiva; Extremamente importante em pacientes com colón muito dilatado, com ceco maior que 12 cm (risco de romper); CONDUTA CIRÚRGICA: ▪ Devida a falha da terapia conservador e a permanência da alça dilatada; ▪ Indica-se uma cecostomia descompressiva ▪ Se ocorrer uma perfuração, deve-se ressecar o território acometido (que na maioria das vezes é o colon proximal, o ceco);
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