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Ciclos de crescimento dos pelos (Fonte: Fitzpatrick 7 ed - 2015) · Em humanos, o cabelo tem poucas funções vestigiais · Contribui para a percepção psicológica de beleza e atratividade · Sensação tátil · Protege o couro cabeludo, a face e o pescoço da radiação UV solar · Reduz a perda de calor pelo couro cabeludo · Psicologia do cabelo: a alteração da quantidade “normal” frequentemente está associada a impacto psicológico profundo · A perda é considerada anormal em muitas sociedades, associando-se calvície à velhice ou à debilidade da saúde (quimioterapia) · O excesso de pelo no rosto (hirsutismo, hipertricose) e nos membros das mulheres frequentemente é considerado pouco atraente · Pele glabra = região sem folículos pilosos Ciclo do folículo piloso · Os folículos pilosos passam por transformações cíclicas ao longo de toda a vida divididas em 3 fases principais: anágena, catágena e telógena · Anágena → Fase de crescimento · Duração variável dependendo do local do corpo e da idade · Determina o comprimento final do cabelo no local · Matriz dos pelos nessa fase = células epiteliais em crescimento acelerado · Extremamente sensível a medicamentos, fatores do crescimento, hormônios, estresse e problemas imunológicos e físicos · Destruição das células-tronco epiteliais = perda permanente dos pelos · Os pelos possuem extremidades proximais pigmentadas maleáveis · ~ 85-99% dos pelos se encontram nessa fase, com alguma variação individual · Catágena → Fase de apoptose entre a fase telógena e a anágena · Duração: poucas semanas · Apenas ~ 1% dos pelos se encontra nessa fase · Telógena → Período de quiescência relativa, antes da queda · Os pelos têm forma de clava e extremidade proximal redonda e despigmentada · ~ 1-15% dos pelos se encontram nessa fase · Exógena → Processo ativo de queda da haste capilar Tipos de pelo · Lanugo · Macio e finamente pigmentado que cobre boa parte do feto · Geralmente, cai após o nascimento · Vellus · Pelo fino e não pigmentado · Crescimento não afetado por hormônios · Produção geneticamente determinada de folículos pilosos muito pequenos (mas funcionalmente com ciclos plenamente ativos) localizados na derme · Pelo terminal · Espesso e pigmentado encontrado no couro cabeludo, na barba, nas axilas e na região púbica · Crescimento influenciado por hormônios · Produzidos por grandes folículos pilosos localizados na hipoderme Exames laboratoriais · Teste da tração · Os pelos do couro cabeludo são gentilmente tracionados · Normalmente de 3-5 fios são arrancados → perda maior sugere patologia · Tricograma · Determina o número de pelos nas fases anágena e telógena · Realizado por epilação (arranco) de 50 fios ou + utilizando-se um porta-agulha, seguida por contagem do nº de pelos anágenos e telógenos · Biópsia de couro cabeludo · Proporciona indícios da patogênese da alopecia Perda de cabelo - Alopecia (Fonte: Fitzpatrick 7 ed - 2015) · Queda de cabelo = eflúvio ou deflúvio → o quadro resultante = alopecia (do grego alókepia, “calvície”) · Alopecia é classificada como · Não cicatricial: sem sinais clínicos de inflamação do tecido, fibrose ou atrofia da pele · Cicatricial: com evidências de destruição tecidual, ex. inflamação, atrofia e fibrose evidentes Alopecia não cicatricial Alopecia Androgenética (AAG) · Tipo mais comum de calvície progressiva · Ocorre em razão dos efeitos combinados de · Predisposição genética · Ação de androgênios sobre os folículos pilosos do couro cabeludo · No sexo masculino, o padrão e a extensão variam desde: · entradas bitemporais · rarefação frontal e/ou do vértice (“coroa”) · perda de todo o cabelo, exceto nas margens occipitais e temporais (“coroa hipocrática”) · Sinônimos · Homens: AAG, calvície de padrão masculino, calvície comum · Mulheres: calvície hereditária, calvície de padrão feminino Etiologia e epidemiologia · Combinação de efeitos de androgênios sobre folículos pilosos geneticamente predispostos · Genética · (1) autossômica dominante e/ou poligênica · (2) herdada de um ou ambos os pais · Homens: pode iniciar a qualquer momento após a puberdade, até a segunda década da vida; frequentemente totalmente expressa aos 40 anos · Mulheres: mais tarde → 40% = sexta década · Homens >> mulheres Classificação · Hamilton classificou o padrão masculino de perda dos cabelos · Tipo I: perda de cabelo ao longo da margem frontal · Tipo II: aumento da perda dos cabelos na região frontal e início da perda na região occipital (vértice ou coroa) · Tipos III, IV e V: perda crescente em ambas as regiões, finalizando com confluência e calvície total da região superior do couro cabeludo, poupando as regiões laterais · Ludwig classificou a perda capilar feminina → I, II e III Patogênese · Di-hidrotestosterona (DHT) causa aumento da próstata, crescimento dos pelos terminais, AAG e acne · Testosterona causa crescimento dos pelos axilares e pubianos, bem como estimula o desejo sexual, o desenvolvimento do pênis e do escroto e a espermatogênese · Testosterona é convertida em DHT pela 5a-redutase (5a-R) · Há 2 isoenzimas 5a-R · Tipo I: localiza-se em glândulas sebáceas (face, couro cabeludo), pele de tórax/dorso, fígado, supra renais e rins · Tipo II: localiza-se nos folículos pilosos do couro cabeludo, barba, pelo do tórax, fígado, glândulas seminais, próstata, epidídimo e prepúcio/escroto · Finasterida inibe a conversão de testosterona a DHT pela 5a-R tipo II Manifestações clínicas · A evolução da alopecia geralmente é muito gradual ao longo de anos a décadas · A maioria dos pacientes queixam-se de rarefação gradual dos cabelos ou de calvície · A pele do couro cabeludo é normal · Nos casos de AAG avançada, o couro cabeludo encontra-se liso e brilhante · Orifícios dos folículos pouco perceptíveis a olho nu · Cabelos · Pelos nas regiões com AAG tornam-se mais finos (mais curtos e com diâmetros menores) · Com o tempo, o pelo torna-se veloso e, por fim, atrofia-se completamente · Homens · Geralmente → perda de cabelo frontotemporal e no vértice · O resultado final pode ser apenas uma borda de cabelo residual nas regiões laterais e posterior do couro cabeludo · Nessas regiões, os cabelos jamais caem nos indivíduos com AAG · Paradoxalmente, pode haver excesso de crescimento de pelos sexuais secundários (axilares, pubianos, torácicos e na região da barba) · Mulheres, inclusive as endocrinologicamente normais, também perdem cabelo segundo o padrão masculino, mas a perda é muito menos acentuada · Perda de cabelo mais difusa, seguindo o padrão descrito por Ludwig · Mulheres jovens com AAG → procurar por sinais de virilização → se presentes, afastar a possibilidade de disfunção endócrina · A maioria das mulheres com AAG são endocrinologicamente normais Diagnóstico diferencial · Alopecia difusa não cicatricial · Padrão difuso de perda dos cabelos · AA · Deflúvio telógeno, sífilis secundária · LES · Deficiência de Fe · Hipotireoidismo · Hipertireoidismo · Tricotilomania (compulsão por arrancar os cabelos) · Dermatite seborreica Exames laboratoriais · Tricograma · AAG → alteração mais precoce = aumento do percentual de pelos telógenos · Dermatopatologia · Abundância de folículos na fase telógena, além de folículos pilosos de tamanho reduzido e, finalmente, atrofia quase total · Exames hormonais · Mulheres com perda de cabelo + evidências de androginia, solicitar: Testosterona total e livre, DHEAS, Prolactina · Outros exames · Causas tratáveis de rarefação de cabelos devem ser excluídas com dosagens de TSH, T4 livre, Fe sérico, ferritina sérica e/ou capacidade total de ligação do Fe, hemograma completo e anticorpos antinucleares (AAN). Diagnóstico · Diagnóstico clínico é feito com → história, padrão de alopecia e incidência familiar · Em alguns casos, pode ser necessária a biópsia Tratamento · Finasterida oral · 1 mg VO/dia · Não tem afinidade por receptores de androgênio → não bloqueia outras ações da testosterona (crescimento do pênis e do escroto, espermatogênese, libido) · A maioria dos homens que respondem percebe benefícios como redução na velocidade de queda em até3 meses · Após 6 meses, observa-se recrescimento de pelos terminais na coroa e na região medial anterior do couro cabeludo · Medicamento interrompido → pelos que cresceram serão perdidos em 12 meses · 2% dos homens que fazem uso relatam redução da libido e disfunção erétil · Efeitos reversíveis com a suspensão e desapareceram em 2/3 dos que continuaram a tomar · Minoxidil tópico · Solução de 2 ou 5% pode auxiliar a reduzir a velocidade da perda dos cabelos ou restaurar parcialmente os fios perdidos, tanto em homens quanto em mulheres · Aumento da vascularização local · Antiandrogênios · Mulheres com AAG que tenham elevação de androgênios da glândula suprarrenal → espironolactona, acetato de ciproterona, flutamida e cimetidina ligam-se aos receptores de androgênio e bloqueiam a ação da DHT · Esses medicamentos não devem ser utilizados em homens · Perucas, apliques, próteses, tranças Tratamento cirúrgico · Transplante capilar · Colhem-se enxertos de 1 ou 2 folículos em regiões não sensíveis ao androgênio (occipital periférica e parietal) para serem implantados nas regiões calvas sensíveis a androgênio · Retalhos de redução/rotação do couro cabeludo Alopecia areata (AA) · Perda dos pelos localizada em áreas arredondadas ou ovaladas · Sem qualquer processo inflamatório evidente na pele · Prognóstico: bom quando há envolvimento limitado. Ruim quando há perda extensiva · Tratamento: o uso de triancinolona intralesional se mostrou efetivo quando há poucas lesões Etiologia e epidemiologia · Etiologia desconhecida · Associação a doenças autoimunes e imunofenótipo de infiltrado de linfócitos ao redor dos bulbos pilosos sugerem processo autoimune contra estas estruturas · 10-20% = história familiar de AA · Idade de início · Adultos jovens (< 25 anos) · Crianças são afetadas com maior frequência · Pode ocorrer em qualquer idade · Prevalência → relativamente comum · 1,7% da pop dos EUA apresentam ao menos 1 episódio ao longo de toda a vida · Variação geográfica e étnica Patogênese · Doença autoimune crônica órgão-específica mediada por linfócitos T que afeta folículos pilosos e unhas · Dano folicular ocorre na fase anágena e é seguido por transformação rápida para a fase catágena e para a fase telógena → segue-se o estado de fase anágena distrófica · Enquanto a doença está em atividade, os folículos não conseguem ultrapassar a fase anágena inicial e não formam pelos normais · A célula-tronco folicular é poupada; os folículos pilosos não são destruídos (não há fibrose) Manifestações clínicas · Duração da perda dos cabelos → gradual ao longo de semanas a meses · Placas de AA podem se estabilizar, e frequentemente ocorre repilação espontânea ao longo de vários meses · Novas placas podem surgir enquanto outras se resolvem · Manifestações associadas · Tireoidite autoimune · Síndrome de Down · Síndrome de poliendocrinopatia autoimune com candidíase · Displasia ectodérmica · Cabelos · Placas arredondadas de perda de cabelo · Única ou múltiplas · Alopecia frequentemente bem-demarcada com pele de aspecto normal com presença de orifícios foliculares · Pelos em “ponto de exclamação” · Pelos caracteristicamente curtos e quebradiços (extremidade distal mais larga que a proximal) encontrados nos limites das áreas com perda de cabelos · Áreas isoladas de alopecia, disseminadas ou confluentes com perda total dos pelos no couro cabeludo, ou perda generalizada dos pelos corporais (inclusive dos pelos velos) · AA difusa no couro cabeludo (não circunscrita) tem aspecto de rarefação dos cabelos, o que pode ser difícil de diferenciar do eflúvio telógeno ou da perda dos cabelos causada por doença tireoidiana · Quando há repilação → novos fios são finos e frequentemente brancos ou grisalhos · Locais de predileção · Mais comum no couro cabeludo · Qualquer região com pelos → barba, sobrancelha, cílios, região pubiana · Alopecia areata (AA): uma ou várias áreas de perda de cabelos · AA total (AAT): perda total dos pelos terminais do couro cabeludo · AA universal (AAU): perda total de todos os pelos terminais do corpo e couro cabeludo · Ofíase: perda dos cabelos com padrão em faixa ao longo da periferia do couro cabeludo · Unhas · Pequenas depressões (“metal martelado”) na lâmina dorsal da unha · Lúnula mosqueada, traquioníquia (unhas rugosas), onicomadese (separação da unha de sua matriz) Diagnóstico diferencial · Alopecia não cicatricial · Tinha do couro cabeludo com placas brancas · Tricotilomania · Alopecia cicatricial na fase inicial · AAG · Sífilis secundária (alopecia areolar) (aspecto de “roído por traça” na barba e no couro cabeludo) Exames laboratoriais · Sorologia · AAN (para afastar LES) · Reagina plasmática rápida (RPR) para afastar sífilis secundária · Exame direto com KOH → afastar tinha do couro cabeludo · Dermatopatologia · Lesões agudas apresentam infiltrados mononucleares de células T e de macrófagos peribulbar, perivascular e na bainha externa da raiz · Distrofia folicular com pigmentação anormal e degeneração da matriz · Possível haver aumento no número de folículos na fase telógena/catágena Evolução · Nos casos com AA platiformes = comum haver remissão espontânea · Menos frequente com AAT ou AAU · Prognóstico reservado nos casos com início na infância, perda de pelos corporais, envolvimento de unhas, atopia e história familiar de AA · Quando ocorre após a puberdade, há repilação em 80% dos pacientes · Com envolvimento extensivo, menos de 10% recuperam-se espontaneamente · Frequente haver recorrência da AA · Uso sistêmico de glicocorticóide ou de ciclosporina pode induzir a remissão de AA, mas não altera a evolução natural Tratamento · Dirigido ao infiltrado inflamatório · Não há tratamento curativo disponível · Em muitos casos, o fator mais importante para o tratamento é o apoio psicológico do dermatologista, dos familiares e de grupos de apoio · Envolvimento extenso (ex. AAT) → opção = peruca ou aplique · Maquiagem nas sobrancelhas pode ajudar → ex. maquiagem definitiva · Glicocorticoides · Tópicos → os agentes superpotentes geralmente não são efetivos · Infiltração intralesional → quando as lesões de AA são em pequeno nº e pequenas → acetato de triancinolona, 3-7 mg/mL (temporariamente muito efetivo) · Sistêmicos → podem induzir a repilação, mas a AA recidiva com a suspensão do tratamento; os riscos associados ao tratamento em longo prazo impedem seu uso · Ciclosporina sistêmica · Induz a repilação, mas a AA recidiva com a suspensão · Indução de dermatite de contato alérgica · Há relatos de sucesso com dinitroclorobenzeno, dimetil éster do ácido esquárico ou difenciprona, mas o desconforto local causado pela dermatite e o aumento dos linfonodos regionais são problemáticos · PUVA (fotoquimioterapia) oral · Efetividade chegando a 30% (variável) · Tentativa válida nos pacientes muito angustiados com o problema · Todo o corpo deve ser exposto Eflúvio Telógeno (ET) · Aumento transitório da queda de pelos normais claviformes (telógeno) de folículos em repouso no couro cabeludo · Secundária à aceleração da passagem da fase anágena (fase de crescimento) para catágena e telógena (fase de repouso) · Resulta em aumento na perda diária de cabelo · Quando intensa, em rarefação difusa do couro cabeludo Etiologia e epidemiologia · 2ª causa + comum de alopecia após AAG · Idade de início → qualquer idade · Sexo · Mais comum nas mulheres em razão de parto, suspensão de ACO e dieta “radical” · Padrão reacional para diversos estressores físicos ou mentais: · Endócrinos: hipo ou hipertireoidismo; pós-parto; suspensão ou alteração de fármacos contendo estrogênio · Deficiência nutricional: biotina, Zn, Fe, ác. graxos essenciais · Perda rápida de peso, privação de calorias ou de proteínas, deficiência crônica de Fe, ingestão excessiva de vit. A · Estresse físico: doenças febris, doenças catabólicas (ex. câncer, infecção crônica), cirurgia de grande porte, grandes traumas · Estresse psicológico: transtornos de ansiedade, depressão, transtorno bipolar, estresse psicológico agudo ou crônico · Intoxicação: tálio, mercúrio,arsênico · Fármacos - tabela · Doença inflamatória do couro cabeludo: dermatite seborreica, eritrodermia · Idiopática: nenhuma causa evidente em um nº significativo de casos Patogênese · O estímulo desencadeante resulta em mudança prematura dos folículos anágenos para a fase telógena · O eflúvio telógeno ocorre em 3-4 meses após o episódio desencadeante · Causa retirada → queda de cabelo tende a se resolver nos meses seguintes · Quantidade de cabelos tende a retornar à linha de base em 6-12 meses · Pode se tornar crônico com redução do nº de cabelos, mas sempre há possibilidade de reversão · Não leva à perda total do cabelo e raramente vai além de 50% de perda Manifestações clínicas · Os indivíduos apresentam-se com ansiedade, temendo a calvície · Não se verifica qualquer anormalidade no couro cabeludo · Cabelo · Queda difusa por todo o couro cabeludo → pode ser acompanhada por graus variáveis de rarefação · Tração suave retira muitos fios de pelos telógenos · Há fios recentes curtos próximos ao couro cabeludo → mais finos que os antigos e com extremidade afilada · Unhas · O estímulo desencadeante do ET também pode afetar o crescimento das unhas, resultando nas linhas de Beau → linhas ou sulcos transversais sobre as lâminas ungueais das mãos e dos pés Diagnóstico diferencial · AAG · AA difusa · Síndrome dos cabelos anágenos frouxos · Hiper e hipotireoidismo · LES · Sífilis secundária · Alopecia induzida por fármacos Exames laboratoriais · Teste da tração · Cabelo normal → 80-90% dos fios se encontram em fase anágena · ET → redução na porcentagem de pelos na fase anágena · Hemograma → afastar anemia ferropriva · Bioquímica → Fe sérico, capacidade de ligação do ferro · TSH → afastar doença da tireoide · Sorologia → AAN, RPR · Histopatologia → aumento na proporção de folículos telógenos Diagnóstico · Feito com base em história, manifestações clínicas, teste da tração dos cabelos e, possivelmente, biópsia, tendo-se excluído outras causas Evolução e prognóstico · Regra = repilação total dos cabelos · No ET pós-parto, se a perda de cabelo for grande e tender a recidivar em gestações sucessivas, a repilação pode jamais se completar · Pode persistir por até 1 ano após a causa desencadeante Tratamento · Não há necessidade ou indicação de intervenção · O paciente deve ser tranquilizado com a afirmação de que se trata de processo que faz parte do ciclo normal de crescimento dos pelos Eflúvio Anágeno Etiologia · Interrupção do ciclo anágeno causando graus variáveis de distrofia do folículo piloso: · Radioterapia da cabeça · Agentes alquilantes · Intoxicação: mercúrio, ácido bórico, tálio · Desnutrição proteica grave Patogênese · Ocorre após agressão ao folículo piloso que possa impactar sua atividade mitótica/metabólica · Pelos anágenos quebram-se dentro do folículo ou em nível do couro cabeludo, caindo sem a raiz Manifestações clínicas · Pele: aspecto normal · Pelos: perda de cabelos difusa e extensiva · Os fios quebram-se em nível do couro cabeludo · Também podem cair os pelos de sobrancelhas, cílios, barba e do tronco · Unhas: apresentam estrias ou sulcos transversais Evolução · Os pelos renascem após a suspensão da quimioterapia · A repilação depende de tipo, profundidade e fracionamento da dose · É possível haver lesão irreversível das células-tronco foliculares Tratamento · Não há medidas preventivas efetivas disponíveis Alopecia cicatricial · A alopecia cicatricial primária (fibrótica) resulta de lesão ou destruição das células-tronco dos folículos pilosos por: · Processos inflamatórios (geralmente não infecciosos) · Infecção: ex. tinea do couro cabeludo tipo “quérion”, herpes-zóster necrotizante · Outros processos patológicos: cicatriz cirúrgica, neoplasia primária ou metastática · Manifestações: desaparecimento dos orifícios foliculares com distribuição focal ou platiforme, geralmente no couro cabeludo ou barba · Resultado final: desaparecimento dos orifícios foliculares e a substituição por tecido fibroso · A fibrose é irreversível · Os tratamentos não são efetivos Lúpus eritematoso cutâneo crônico (LECC) (discoide) · Pode ocorrer sem outras manifestações ou evidências sorológicas de lúpus eritematoso · Manifestações: · LECC: · Placas eritematosas · Tampões ceratóticos foliculares (“tachas de carpete”) · Difusas · Número variável · Podem confluir · Hipopigmentação pós-inflamatória e/ou tampões foliculares · LES: eritema difuso no couro cabeludo com rarefação difusa dos cabelos · LE túmido: placa inflamatória violácea dérmica com perda de cabelos na região sobrejacente Líquen plano pilar (LPP) · Líquen plano (LP) folicular associado à alopecia cicatricial, resultando em perda permanente dos cabelos · O LPP pode ou não estar associado ao LP da pele ou das mucosas · Afeta mais mulheres de meia-idade · Manifestações no couro cabeludo · Eritema perifolicular ± hiperceratose · Couro cabeludo de cor violácea · Inflamação prolongada resulta em alopecia cicatricial · Em alguns casos, a inflamação folicular e a descamação estão ausentes, havendo apenas áreas de alopecia cicatricial, a chamada pseudopelada ou “pegadas na neve” · Distribuição: principalmente na região parietal do couro cabeludo; afeta também outras áreas pilosas, como virilhas e axilas · Sintomas: dor no couro cabeludo · Variantes: · Síndrome de Graham-Little: lesões semelhantes ao LP com “espículas” foliculares ou lesões semelhantes às da ceratose pilar nas regiões de alopecia no couro cabeludo, sobrancelhas, axilas e região pubiana · Alopecia cicatricial frontal: recessão da linha frontotemporal de implantação dos cabelos e perda dos supercílios nas mulheres e na pós-menopausa com eritema perifolicular; o exame histológico revela LPP Pseudopelada de Brocq · Estágio final de todas as alopecias cicatriciais não inflamatórias e de diversos distúrbios inicialmente inflamatórios · Manifestações: · Lesões iniciais: áreas isoladas e irregulares de alopecia cor de pele ou rosadas sem hiperceratose folicular ou inflamação perifolicular · Padrão de alopecia: inicialmente padrão em “roído de traça” finalmente coalescendo → grandes placas de alopecia (“pegadas na neve”) Alopecia cicatricial centrífuga central · Sinônimos: síndrome da degeneração folicular, alopecia do “ferro de alisar” (hot comb), pseudopelada · Mais comum em mulheres negras · Relação incerta com processos químicos, calor ou tensão crônica sobre o cabelo, mas é prudente que sejam evitados · Alopecia lentamente progressiva que inicia na coroa/região medial do vértice da cabeça e evolui centrifugamente às regiões adjacentes · Dermatopatologia: · Alteração inicial que mais se destaca = descamação prematura da bainha interna da raiz com alterações tardias da bainha externa da raiz (incluindo migração da haste capilar) · Infiltrado mononuclear primariamente do istmo · Perda do epitélio folicular e substituição por tecido fibroso Alopecia mucinosa (mucinose folicular) · Lesões eritematosas (pápulas, placas ou áreas planas) de alopecia, localizadas principalmente no couro cabeludo e/ou na face · Dermatopatologia: · Deposição de mucina, principalmente nos folículos e no epitélio/glândulas sebáceas · Infiltrado linfo-histiocítico perifolicular sem fibrose lamelar concêntrica · Pode ser um sintoma do linfoma cutâneo de células T Foliculite decalvante · Foliculite pustulosa que provoca a perda do cabelo · Fios sobreviventes amontoam-se, emergindo de um mesmo orifício folicular (foliculite em tufos) · Enduração ou amolecimento de couro cabeludo/barba com pústulas, erosões, crostas e descamação · Não se sabe se essa infecção é primária ou secundária · Dermatopatologia: inicialmente, foliculite supurativa aguda · A alopecia cicatricial é irreversível · Antibióticos sistêmicos, rifampicina, glicocorticoides sistêmicos e/ou tópicos e/ou intralesionais e retinoides sistêmicos têmsido utilizados · É comum haver infecção por S. aureus que deve ser documentada e tratada com agente antimicrobiano apropriado Foliculite dissecante · Sinônimos: celulite dissecante, perifolliculitis abscedens et suffodiens · Etnia: mais comum em indivíduos negros do sexo masculino · Nódulos inflamatórios profundos iniciais, principalmente na região occipital, que coalescem em regiões amolecidas do couro cabeludo · Podem se formar tratos fistulosos; é possível a expressão de exsudato purulento · Dermatopatologia: · Fase inicial: tampões foliculares e abscessos foliculares/perifoliculares com infiltrado inflamatório misto · Posteriormente: células gigantes de corpo estranho, tecido de granulação e fibrose com tratos fistulosos · A alopecia cicatricial é irreversível · É comum haver infecção secundária por S. aureus → deve-se comprovar e tratar com agentes antimicrobianos apropriados Foliculite queloidiana da nuca · Sinônimo: acne queloidiana (da nuca) · Costuma ocorrer em indivíduos negros do sexo masculino · Ocorre geralmente no couro cabeludo da região occipital e na nuca · Inicia com erupção papulosa ou pustulosa crônica · Pode haver formação de queloide · Distribuição: nuca, região occipital do couro cabeludo · A lesão inicial leve talvez responda à triancinolona intralesional · Se for isolado S. aureus na cultura, tratar com agentes antimicrobianos apropriados Pseudofoliculite da barba · Sinônimo: “machucados do barbeador” · Comum em homens negros que se barbeiam · Relacionada com folículos pilosos retorcidos · O pelo cortado sofre retração sob a superfície da pele, cresce e penetra na parede folicular (tipo transfolicular) ou na pele circundante (tipo extra-folicular) causando reação tipo corpo estranho · Distribuição: qualquer área depilada, ou seja, barba, couro cabeludo, púbis · Ocorrem queloides de graus variáveis nos locais envolvidos · É comum haver infecção secundária por S. aureus Acne necrótica · Pápula folicular de base eritematosa, pruriginosa ou dolorosa, com necrose central e crosta, que involui deixando cicatriz deprimida · As lesões ocorrem na região anterior do couro cabeludo, na fronte, e no nariz e, às vezes, no tronco · Dermatopatologia: foliculite linfocítica necrotizante · Resposta insatisfatória ao tratamento · Há relatos de efetividade com tratamento sistêmico utilizando-se agentes antimicrobianos e isotretinoína Dermatose pustulosa erosiva do couro cabeludo · Doença de idosos, principalmente mulheres, embora ocorram casos em pediatria · Manifestações: placas crostosas crônicas, amolecidas no couro cabeludo, sobrejacentes a erosões e pústulas exsudativas que finalmente levam à alopecia cicatricial · Pode se seguir a trauma ou a tratamento de ceratose actínica · Dermatopatologia: infiltrado linfoplasmocítico com ou sem células gigantes de corpo estranho e atrofia pilossebácea · Resposta insatisfatória ao tratamento · Tratar infecção comprovada por S. aureus · Exames laboratoriais · Biópsia de couro cabeludo → com punch de 4 mm, incluindo tecido subcutâneo com preparo para cortes horizontais · Uma 2ª biópsia com punch de 4 mm para cortes verticais e imunofluorescência direta, particularmente se houver suspeita de lúpus · Tratamento · Glicocorticoides tópicos de alta potência e intralesionais (ex. triancinolona) representam a base do tratamento, melhorando os sintomas e estimulando o crescimento de pelos · Antibióticos. Podem ser efetivos, especialmente se for documentada infecção por S. aureus Psicodermatologia e transtornos psicocutâneos (Azulay) · Paralelismo psicogênico verificado entre a pele e o sistema nervoso encontra, em parte, sua explicação no fato de que suas origens ocorrem no mesmo folheto embrionário: o ectoderma · Fatores emocionais influenciam significativamente a maioria das doenças da pele → correlação bem estabelecida · Convém lembrar que o indivíduo com a pele comprometida, sobretudo em áreas descobertas, fica frequentemente envergonhado, ansioso ou triste · Conexão de estresse e psicopatologia dermatológica · Vulnerabilidade ao estresse → danifica a integridade da barreira epidérmica → afeta a permeabilidade da pele em humanos · Há um papel importante desempenhado pelos glicocorticoides, neuropeptídeos e a microbiota da pele com sua barreira de defesa danificada · A ruptura da barreira homeostática da derme = associada a alterações no nível do cortisol circulante · Assim como à liberação de substâncias neuroimunes · Ativação processos inflamatórios ou imunológicos nas várias camadas da derme, prejudicando a homeostase cutânea · Fibras de nervos aferentes com terminações livres extensíveis até a derme possam atuar como efetores neurossecretores · Liberando, durante períodos de maior estresse psicológico, neuropeptídios próximos à epiderme · VIP e substância P = potentes mitógenos de queratinócitos, estando envolvidos na patogênese de algumas doenças dermatológicas · Alguns autores sustentam a ousada hipótese de um eixo entero-dermato-cerebral (gut-brain-skin axis) articulando certas respostas ao estresse · modulação do microbioma através da extensão de probiotas poderia reduzir a inflamação neurogênica da derme induzida por estresse · e ainda interferir em fenômenos cutâneos altamente complexos como a transformação de miniórgãos, como no ciclo do folículo capilar · Estresse psicológico modificaria o limiar de resistência aos danos físicos eventuais contra a derme · facilitando o desencadeamento de uma cascata de eventos · aumento da síntese e a liberação de citocinas da epiderme → hiperplasia epidérmica, ativação de células de Langerhans e processo inflamatório subsequente · Paradoxalmente, há alguma evidência de que a autopercepção do estresse não esteja associada à recuperação da barreira de integridade dérmica Qualidade do sono guarda alguma correlação · Medansky e Handler classificaram as psicodermatopatias em 3 grupos · O grupo primário · Patologias de expressão dermatológica em que o distúrbio psíquico é primário e a dermatose é expressão secundária e contingente · Dermatite factícia, tricotilomania, dismorfofobia, parasitose delirante · O grupo secundário · O distúrbio psíquico é coadjuvante de patologia cutânea · Embora a patologia seja primariamente orgânica, ocorrem alterações emocionais em grau variável; · Nesse grupo, estão incluídas todas as dermatoses · O grupamento colaborador · Implica que causas orgânicas e perturbações emocionais colaborem e interajam em diferentes graus na produção da dermatose · Psoríase, dermatite atópica, acne, vitiligo, alopecia areata · Fitzpatrick, Elsen e Wolff classificam o grupo primário como de influência psíquica maior ou comorbidade com transtornos psiquiátricos · Em geral, situa-se na esfera de atuação do psiquiatra clínico ou do psicoterapeuta (psicanalista, psicólogo cognitivo-comportamental) · embora produza demanda de consulta dermatológica → pode ser o primeiro contato médico com a situação. · Cabe ao dermatologista iniciar o tratamento e/ou fazer uma indicação precisa e ainda mostrar-se capaz de atuar como consultor especializado. · Em outra classe, encontramos dermatoses em que ocorre desencadeamento emocional · embora o quadro básico não seja psiquiátrico · hiper-hidrose, síndrome da púrpura psicogênica, urticária crônica, prurido generalizado, alopecia areata etc. · Essas são doenças conhecidas de qualquer dermatologista, nas quais a medicina psicossomática tem grande importância · boa relação médico-paciente para que o especialista possa conduzir a terapêutica a termo · É importante observar que qualquer evolução clínica atípica sugere influência de um estado de sofrimento psíquico no desencadeamento de uma dermatose · Em outro grupo, encontramos entidades cujo curso clínico e evolução são afetados por estresse ou desequilíbrio emocional · seria equivocado falar simplesmente em desencadeamento emocional · Modelo clássico = psoríase, bem como herpes simples, líquen, acne, dermatite atópicae/ou seborreica, eczema disidrótico, dentre outros. · Doenças potencialmente cronificantes, cujo tratamento dermatológico pode associar-se às intervenções psicofarmacológicas ou psicoterápicas. · Por último, é necessário ter atenção com a associação frequente da deficiência mental com alterações típicas de pele · modo de apresentação muito comum na prática do pediatra ou do psiquiatra da infância e adolescência. · Vasta gama de anormalidades genéticas, como erros inatos do metabolismo, aberrações cromossômicas etc. · são observadas desde o nascimento, demandando parecer do dermatologista e intervenções específicas. · O dermatologista deve atentar para algumas evidências clínicas do desencadeamento emocional de qualquer dermatose · Por outro lado, é preciso estar ciente de quadros dermatológicos que cursam em comorbidade com distúrbios psiquiátricos · Um contingente de pacientes com queixas reiteradas, mas inespecíficas, tem sido agrupado sob o nome de nihilodermia · sem achados objetivos, mas com solicitação insistente de exame médico. · Trata-se de transtornos somatoformes que não são aceitos pelo doente como emocionais, havendo expectativa de tratamento puramente somático · O padrão clínico geralmente inclui dor, prurido, eritrofobia, sentimentos de desfiguração, ecossíndromes, pseudoeflúvio psicogênico Condições em que há influência psíquica maior ou comorbidade com transtornos psiquiátricos Lesão autoinfligida Dermatoses manipulativas: dermatite factícia, escoriações neuróticas, tricotilomania Sintoma desprovido de sinal ou lesão Distúrbio de pensamento ou sensopercepção envolvendo a pele ou fâneros (delírios, obsessões e fobias relacionadas com a pele): psicose hipocondríaca monossomática, dismorfofobia Sinais dermatológicos nos transtornos alimentares Anorexia nervosa subtipo purgativo ou bulímico Anorexia nervosa subtipo privativo: predomínio de hipovitaminoses Dermatoses com evidência de desencadeamento psíquico Hiperidrose Síndrome da púrpura psicogênica Urticária crônica Prurido generalizado Alopecia areata Vitiligo Dermatoses e outras condições cujo curso é afetado por estresse ou desequilíbrio emocional Dermatite atópica Psoríase Eczema desidrótico Acne vulgar Dermatite seborreica Líquen simples crônico Líquen plano Herpes simples recorrente Expressão concomitante de quadro neuropsiquiátrico e dermatológico sem nexo causal (em geral, algum grau de retardo mental e alterações cutâneas típicas) Erro inato metabólico Anormalidade cromossômica Enfermidade congênita Tratamento · Os mais prevalentes e perturbadores diagnósticos estudados, a saber: vitiligo, psoríase, rosácea, eczema e urticária crônica, constituem um desafio para a pesquisa clínica. · Por um lado, suspeita-se que intervenções psicossociais, tratamento psiquiátrico e psicoterapias tenham eficácia e efetividade nestas entidades clínicas · Por outro lado, inexistem até o momento revisões sistemáticas que sustentem de modo claro intervenções baseadas em evidência · Deve-se observar que as intervenções mais estudadas são aquelas mais fáceis de descrever, como intervenções educativas discretas realizadas por enfermeiras ou equipes multiprofissionais. · Igualmente há uma tendência em valorizar o apoio aos familiares no caso de crianças e adolescentes. · Psicoterapias mais sofisticadas, altamente customizadas e dispendiosas não têm sido suficientemente estudadas · = viés de baixa representação é uma ilusão de que modelos massificados seriam mais científicos. Neuropsicoimunomodulação (Estresse, Neuropsicoimunomodulação e Dermatoses: O Sofrimento Psíquico na Pele) · Associação entre as emoções e as doenças tem sido explicada nas últimas · avanços revelaram conexões entre os sistemas endócrino, neurológico e imunológico · Uma variedade de estressores físicos e psicossociais podem alterar a resposta imune através dessas conexões · Síndrome Geral de Adaptação ou Síndrome do Estresse · Em toda doença há um elemento de adaptação · A enfermidade é esse esforço defensivo e adaptativo do corpo, que varia entre uma excessiva defesa ou excessiva submissão · Tanto biológico quanto psíquico · Ideia principal como o corpo se transforma sob efeito do estresse · Processo de somatização → paciente não se caracteriza pela incapacidade de vivenciar/exprimir emoções, mas pela incapacidade de suportar a contenção do excesso e da experiência afetiva · Neuropsicoimunologia → mente e corpo estão em interação permanente por meio de alterações do córtex cerebral · geradas por pensamentos e comunicadores químicos do sistema neuroendócrino, imunológico, dos órgãos e seus receptores · Sistema endócrino (* eixo HHA) → um dos responsáveis por vários dos elos entre o SNC e o sistema imunológico · Participam dessa resposta endorfinas, tireotrofinas, prostaglandinas, GH e, * o SNA simpático · Ativação do eixo HHA + produção dos GC durante o estresse → um dos principais mecanismos responsáveis pelas alterações da resposta imune · Presença de estresse positivamente correlacionada a: · Leucocitose · diminuição no número de células NK · aumento na relação CD4+/CD8+ · Mecanismo relevante de modulação via ativação do eixo HHA → alterações no balanço TH1/TH2 · as respostas imunes são reguladas por células apresentadoras de antígenos e também por linfócitos das subclasses TH1 e TH2 · TH1 → IL-12, IFNγ e TNFα · promotoras da atividade imune celular · TH2 → IL-4, IL-9, IL-10 e IL-13 · estimulam a atividade imune humoral · O estresse - via secreção de GC - favorece respostas do tipo TH2 · diminuição da resposta celular e aumento da humoral · Liberação excessiva desses hormônios no momento equivocado pode predispor a mais infecções devido à imunossupressão relativa · Ativação insuficiente da resposta ao estresse pode predispor a doenças autoimunes e inflamatórias → LES e a dermatite atopica · Poucos minutos de estresse → melhora do fator imunológico · tempo prolongado provoca efeitos deteriorantes · Indivíduos propensos a depressão, ansiedade e impotência diante das dificuldades cotidianas → diminuição da função das células NK · Há diminuição de IgA em associação com alguns tipos de personalidade: · restrito estilo cognitivo-afetivo · dificuldades de expressar verbalmente suas emoções · deficiências nas habilidades introspectivas · personalidades alexetímicas · A pele pode ser considerada um “sistema nervoso externo” · se mantém em conexão com o SNC · ambos são formados pela ectoderme · células da pele têm ligação muito próxima com as nervosas · Ao nascer, a pele é o maior órgão de percepção → meio de contato físico e de resposta de emoções que a criança vivencia · As alterações emocionais podem se manifestar por algum órgão do corpo, chamado de “órgão de choque” · A pele é um “órgãos de choque” · Ademais, funciona como órgão de imunovigilância por meio de queratinócitos, células de Langerhans, de Merkel, linfócitos e endoteliais do plexo capilar · produzem os próprios mensageiros químicos · recebendo informações do SNC pelas terminações nervosas livres · Envolvimento psiquiátrico/psicológico - 30% dos problemas dermatológicos · tem repercussões em dermatoses → geradoras de estresse · O prurido sofre ampla variação de intensidade sob estresse · Também sofrem influência as psicodermatoses: · D. atópica, desidrose, neurodermite, d. seborreica, psoríase, acne, rosácea, alopécia areata, hiperidrose, urticária, herpes simples e vitiligo · influencia tanto o surgimento como o agravamento da lesão · Destaca-se a psoríase → fator emocional identificado como agravante · 77% dos casos de vitiligo aparecem após eventos estressantes significativos · quanto > a área corporal afetada, > o nível de tensão emocional · Quadros psíquicos * → ansiedade, depressão e sintomas obsessivo-compulsivos · Conexão entre pele, sistema psíquico e doenças psicossomáticas é abordada pela dermatologia integrativa · enfoque terapêutico centrado na habilidade em estabelecer boa conexão com o paciente · Além do tratamento psicoterápico, a psiconeuroimunologiaexige intervenções mais abrangentes · técnicas de relaxamento, hipnose, grupos de autoajuda, e uso de drogas psicotrópicas, principalmente ansiolíticos e antidepressivos
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