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LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA

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LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA 
 
Introdução geral sobre leucemia linfoide crônica 
A Leucemia Linfoide Crônica (LLC) é a doença linfoproliferativa crônica mais comum que 
acomete principalmente idosos, raramente ocorre em pacientes jovens. É uma neoplasia que 
leva à intensa alteração na imunidade humoral e seu tratamento gera defeitos de imunidade 
mediada por linfócito T, fagocitária e acentuação de depressão na imunidade humoral. 
É uma doença rara de proliferação lenta, que ocorre devido a um erro genético e os linfócitos 
passam a se desenvolver de forma descontrolada e param de realizar suas funções. A leucemia 
linfoide é considerada crônica, pois essa alteração provoca o crescimento desordenado de 
linfócitos B, que impede a produção das células normais. Ou seja, ao mesmo tempo em que há 
uma produção de células com problemas, causando acúmulo na medula óssea, por outro lado o 
processo de fabricação e maturação das células saudáveis segue acontecendo de forma normal. 
Muitas vezes a leucemia linfoide crônica é detectada em exames de rotina, pois a característica 
principal é o aumento do número de linfócitos no hemograma; algumas vezes pode haver 
anemia e/ou plaquetopenia. 
 
Causas e fatores de risco 
Acausa exata da LLC e os meios de prevení-la ainda são desconhecidos. Parece haver uma chance 
de maior incidência de LLC entre famílias, especialmente entre gêmeos idênticos bem como 
entre irmãos e irmãs. Há também uma frequência um pouco maior de distúrbios do sistema 
imunológico entre membros da família da pessoa com LLC. Entretanto, a importância desta 
tendência familiar é incerta uma vez que nenhum padrão hereditário foi efetivamente 
estabelecido. 
 
Epidemiologia 
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam 
diagnosticados no Brasil 5.920 casos novos de leucemia em homens e 4.890 em mulheres. Esses 
valores correspondem a um risco estimado de 5,67 casos novos a cada 100 mil homens e 4,56 
casos novos para cada 100 mil mulheres. 
 Estimativas de novos casos: 10.810, sendo 5.920 homens e 4.890 mulheres (2020 – 
INCA). 
 Número de mortes: 7.370, sendo 4.014 homens e 3.356 mulheres (2019 – Atlas de 
Mortalidade por Câncer – SIM) 
A leucemia linfoide crônica é responsável por cerca de um quarto dos novos casos de leucemia. 
O risco de uma pessoa desenvolver leucemia linfoide é um pouco maior em homens do que em 
mulheres. 
 
 
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/leucemia
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/leucemia
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/leucemia
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/leucemia
Fisiopatologia 
Os linfócitos B CD5+ sofrem transformação maligna. Os linfócitos B são continuamente ativados 
pela aquisição de mutações que levam à linfocitose de linfócitos B monoclonais (LBM). O 
acúmulo adicional de anomalias genéticas e subsequente transformação oncogênica dos 
linfócitos B monoclonais levam à leucemia linfoide crônica. 
Os linfócitos se acumulam inicialmente na medula óssea e então se disseminam para os 
linfonodos e outros tecidos linfoides, com o tempo induzindo à esplenomegalia, hepatomegalia 
e sintomas sistêmicos como: 
 Fadiga 
 Febre 
 Sudorese noturna 
 Saciedade precoce 
A hematopoiese anormal pode resultar em diminuição da produção de imunoglobulina. A 
leucemia linfoide crônica pode evoluir para leucemia prolinfocítica de linfócitos B e pode se 
transformar em linfoma não Hodgkin de grau mais alto. 
 
Patogênese 
A leucemia linfóide crônica foi durante muito tempo entendida como uma doença relativamente 
homogênea causada pela acumulação de linfócitos B monoclonais, imuno-incompetentes e com 
graves distúrbios nos mecanismos normais de apoptose. Evidências recentes demonstram que 
as células leucêmicas LLC constituem-se em linfócitos B previamente expostos a antígenos, ou 
seja, provavelmente imunocompetentes. 
Além disso, ao contrário do que se acreditava, o aparato de apoptose destas células parece estar 
intacto. Pelo menos dois subgrupos distintos de LLC podem ser caracterizados por 
particularidades imunobiológicas, cursos clínicos e prognósticos distintos. 
A presença de mutações somáticas em genes da região variável de imunoglobulina define estes 
dois subtipos, onde o grupo não mutado apresenta melhor prognóstico, ao passo que o grupo 
com mutações indica cursa com pior prognóstico. 
A célula de origem da LLC, ou seja, a célula em que o evento leucemogênico inicial ocorre 
provavelmente é um progenitor linfóide, com boa parte da sua maquinaria transcipcinal 
comprometida com a linhagem B, mas com algumas características de linfócitos T 
anormalmente expressas. A progressão destas células para os linfócitos tipicamente LLC 
depende de estimulação antigênica. Tanto as formas não mutada como mutada expressam BCR, 
mas, aparentemente, as células com mutação são anérgicas. 
Células de LLC não mutada apresentam telômeros mais curtos que nos casos com mutação, 
indicando que os primeiros devem sofrer um número maior de divisões celulares e, portanto, 
uma maior probabilidade de adquirirem mutações. A expressão anômala de ZAP70, uma 
tirosina-quinase importante no processo de fosforilação de CD3 em linfócitos T, associa-se 
fortemente com o status não mutado e pode ser utilizado como um possível "surrogate" para a 
avaliação prognóstica. Alterações citogenéticas são frequentes em LLC, mas provavelmente são 
fenômenos tardios da doença e a sua aquisição apresenta correlações prognósticas. 
 
Manifestações clínicas 
Os principais sintomas decorrem do acúmulo de células defeituosas na medula óssea, 
prejudicando ou impedindo a produção das células sanguíneas normais. A diminuição dos 
glóbulos vermelhos ocasiona anemia, redução dos glóbulos brancos provoca baixa da 
imunidade, deixando o organismo mais sujeito a infecções, muitas vezes graves ou recorrentes. 
A diminuição das plaquetas ocasiona sangramentos, sendo os mais comuns das gengivas e pelo 
nariz e manchas roxas (equimoses) e/ou pontos roxos (petéquias) na pele. 
 Os sintomas aparecem gradualmente e podem incluir: 
 Sensação de fraqueza 
 Sensação de cansaço 
 Perda de peso 
 Febre 
 Sudorese noturna 
 Aumento dos linfonodos 
 Sensação de saciedade 
Caso a doença afete o sistema nervoso central (SNC), podem surgir dores de cabeça, náuseas, 
vômitos, visão dupla e desorientação. 
Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado 
logo após os diagnósticos e a classificação da leucemia. 
 
Estadiamento 
Um sistema de estadiamento é a maneira padronizada para que todos os membros de uma 
equipe multidisciplinar entendam de imediato a extensão da doença. Existem 2 sistemas 
utilizados na LLC: 
 Sistema Rai. Usado com mais frequência nos Estados Unidos. 
 Sistema Binet. Usado na Europa. 
 
 
Sistema de estadiamento Rai 
O sistema Rai está baseado na linfocitose. O paciente deve ter um alto número de linfócitos no 
sangue e na medula óssea que não esteja relacionado a nenhuma outra causa, como uma 
infecção. 
Esse sistema divide a leucemia linfoide crônica em 5 estágios, com base nos resultados de 
exames de sangue e exame físico: 
 Estágio Rai 0. Linfocitose. Os linfonodos, baço ou fígado não estão aumentados e 
glóbulos vermelhos e plaquetas normais. 
 Estágio Rai I. Linfocitose mais linfonodos aumentados. O baço e o fígado não estão 
aumentados e glóbulos vermelhos e plaquetas normais. 
 Estágio Rai II. Linfocitose e aumento do baço (e, possivelmente, aumento do fígado), 
com ou sem aumento dos linfonodos. Glóbulos vermelhos e plaquetas normais. 
 Estágio Rai III. Linfocitose mais anemia, com ou sem aumento dos linfonodos, baço ou 
fígado. Plaquetas normais. 
 Estágio Rai IV. Linfocitose mais trombocitopenia, com ou sem anemia, aumento dos 
linfonodos, baço ou fígado. 
Para fins práticos, os médicos separam os estágios Rai em 3 grupos: 
Estágio 0. Risco baixo. 
 Estágio I e II. Risco intermediário. 
 Fases III e IV. Risco alto. 
 
Sistema de estadiamento Binet 
No sistema de estadiamento Binet, a leucemia linfoide crônica é classificada pelo número de 
grupos de tecido linfoide afetados (linfonodos cervicais, linfonodos inguinais, linfonodos 
axilares, baço e fígado) e pelo fato do paciente apresentar anemia ou trombocitopenia: 
 Estágio Binet A. Menos do que 3 áreas de tecido linfoide aumentadas, sem anemia ou 
trombocitopenia. 
 Estágio Binet B. 3 ou mais áreas de tecido linfoide aumentadas, sem anemia ou 
trombocitopenia. 
 Estágio Binet C. Anemia ou trombocitopenia presente. 
 
Diagnóstico 
O principal exame de sangue para confirmação da suspeita de leucemia é o hemograma. Em 
caso positivo, o hemograma estará alterado, mostrando na maioria das vezes um aumento do 
número de leucócitos (na minoria das vezes o número estará diminuído), associado ou não à 
diminuição das hemácias e plaquetas. Outras análises laboratoriais devem ser realizadas, como 
exames de bioquímica da coagulação, e poderão estar alteradas. 
Algumas vezes pode ser necessária a realização da biópsia da medula óssea. 
Normalmente é detectado no exame de sangue através do hemograma completo, mas há a 
necessidade de exames como: 
 Citometria de fluxo do sangue periférico 
 Imunofenotipagem e cariótipo 
 FISH (Hibridização fluorescente in situ) 
 Genética molecular 
 
Tratamento 
Na leucemia linfoide crônica agente quimioterápicos, imunológicos (anticorpos monoclonais) e 
agentes orais podem ser utilizados no tratamento. A escolha dependerá de aspectos clínicos do 
paciente (como idade, presença de outras doenças, capacidade de tolerar quimioterapia) e da 
doença. 
Dentre os diferentes tratamentos, temos a quimioterapia (não é sempre necessária e em alguns 
casos contraindicado), a imunoterapia, os medicamentos alvo específicos, como os inibidores 
da tirosina-quinase BTK, e inibidores de PI3Ki. 
Os transplantes de medula óssea são raramente indicados para pacientes com leucemia linfoide 
crônica. 
O tempo para o primeiro tratamento é variável. O tratamento é recomendado somente quando 
um paciente apresenta sintomas relacionados à doença. Algumas variáveis se correlacionam de 
forma consistente e independente ao tempo para o primeiro tratamento. 
 
Complicações 
 Relativas à doença: 
As infecções constituem ameaça constante para os pacientes com LLC e se não tratadas podem 
por em risco a vida do paciente. O uso de antimicrobianos muitas vezes está indicado. Algumas 
vezes o paciente também pode desenvolver problemas de sangramento por causa da baixa 
contagem de plaquetas e precisar detransfusões. Outra complicação, relativamente freqüente 
na LLC, é a presença de anticorpos irregulares, ou seja, anticorpos que destroem as células dos 
próprios pacientes. Esses anticorpos podem atingir as hemácias, levando à “Anemia Hemolítica 
Auto-Imune”, e mais raramente contra as plaquetas ou os leucócitos. Nesses casos, o uso de 
medicamentos imunossupressores estão indicados. Excepcionalmente, a LLC progride para uma 
forma mais severa. Ela pode evoluir para a que chamamos de “Transformação Richter”, que 
corresponde à progressão para uma forma tumoral (linfomatosa), com crescimento de gânglios, 
surgimento de febre e perda de peso ou então para a forma de “Leucemia Prolinfocítica”, que 
corresponde a uma alteração na aparência dos linfócitos, e crescimento rápido do baço. 
 Secundárias ao tratamento: 
 O efeito tóxicoda medula ósseadevido à quimioterapia não é muito freqüente na LLC. O uso de 
fatores de crescimento celular (citoquinas), pode estar indicado, em alguns casos, sobretudo 
para permitir o uso de doses mais elevadas de quimioterapia. a É importante lembrar que, como 
a LLC é uma doença que aparece na 3 idade, muitos pacientes têm outros problemas de saúde 
como diabetes, hipertensão, doença cardíaca, pulmonar e renal, que podem piorar em função 
do tratamento da leucemia. 
Referências 
American Cancer Society (Principais estatísticas para leucemia linfocítica crônica) 
– https://www.cancer.org/cancer/chronic-lymphocytic-leukemia/about/key-statistics.html 
Scielo Brasil (Epidemiologia, tratamento e profilaxia das infecções na leucemia linfoide crônica) 
– https://www.scielo.br/j/rbhh/a/T7vBpvpJ8NXjKjmrdPgVVcy/?lang=pt 
Scielo Brasil (Indicações para início de tratamento na leucemia linfoide crônica) –
https://www.scielo.br/j/rbhh/a/9rZwtsPHMsW6Ps6gHmRNPkR/?lang=pt 
Scielo Brasil (Patogênese da leucemia linfóide crônica) – 
https://www.scielo.br/j/rbhh/a/bjHdYr5SDrQd9pzBdWgQKzF/?format=pdf&lang=pt 
Hemocentro Unicamp (Leucemias e linfomas) – https://www.hemocentro.unicamp.br/doencas-
de-sangue/leucemias-e-linfomas/ 
INCA (Leucemia) – https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/leucemia 
 
 
https://www.cancer.org/cancer/chronic-lymphocytic-leukemia/about/key-statistics.html
https://www.scielo.br/j/rbhh/a/T7vBpvpJ8NXjKjmrdPgVVcy/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/rbhh/a/9rZwtsPHMsW6Ps6gHmRNPkR/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/rbhh/a/bjHdYr5SDrQd9pzBdWgQKzF/?format=pdf&lang=pt
https://www.hemocentro.unicamp.br/doencas-de-sangue/leucemias-e-linfomas/
https://www.hemocentro.unicamp.br/doencas-de-sangue/leucemias-e-linfomas/
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/leucemia

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