Buscar

Nefropatias - Completa

Prévia do material em texto

Nefropatias
Professora Michelle Rabello da Cunha
Fisiopatologia da Nutrição e Dietoterapia II
1
Fisiologia Renal
 Par de rins, de ureters, 
bexiga e uretra
 Situam-se na parte dorsal do 
abdomen, formado por 
milhões de néfrons
2
 Néfron: 
 Unidade funcional do rim
 Cada rim possui aproximadamente 1,2 milhões de néfrons
 Corpúsculo renal (glomérulo e cápsula de Bowman)
 Túbulo proximal
 Alça de Henle
 Túbulo distal
 Ducto coletor.
Fisiologia Renal
3
 Filtração glomerular, reabsorção e secreção tubular que 
permite a manutenção do balanço de sódio, potássio, 
hidrogênio e água
 Excretar a maior parte dos produtos finais do 
metabolismo
 Metabolismo ósseo pela regulação da excreção de cálcio, 
fósforo, ativação da vitamina D...
 Regulação da PA, por controlar a concentração da maioria 
dos líquidos corpóreos. Regulação da osmolaridade.
Funções Renais
4
 Manter a composição iônica do volume extracelular
 Equilíbrio ácido-básico (formação de Bicarbonato).
 Sintetizar hormônios e enzimas, como eritropoietina, 
renina, calcitriol (vit D)… 
Funções Renais
5
Doenças renais: Aguda x Crônica
6
INSUFICIÊNCIA RENAL 
AGUDA
IRA
7
 Redução súbita da TFG pela alteração na capacidade dos 
rins de excreção;
 Pode estar associada à oliguria (< 400ml/dia de urina 
excretada);
 Pode durar dias até semanas (< 12 semanas)
 Três classificações:
 Pré-renal: perfusão renal inadequada, desidratação grave
 Renal: alteração do parênquima renal, nefrotoxicidade
 Pós-renal: obstrução, HPB, cancer de bexiga / próstata, 
cálculos ureterais
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
Nos quadros de curta duração: não necessita de intervenção nutricionalNos quadros de curta duração: não necessita de intervenção nutricional
8
HPB = hipertrofia prostática benigna
 Em caso de pacientes hipercatabólicos, com necessidade 
de hemodiálise para redução da acidose, correção da 
uremia e controle da hipercalemia:
 Cuidado nutricional com a uremia, acidose metabólica e 
distúrbios hidroeletrolíticos
 Atenção aos vômitos, diarreia ou estase gástrica
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
 PTN (60% AVB): 0,8 a 1g/kg/d – sem HD / 1 a 2g/kg/d – 
em HD
 KCAL: 30-40 kcal/kg/d
 PTN (60% AVB): 0,8 a 1g/kg/d – sem HD / 1 a 2g/kg/d – 
em HD
 KCAL: 30-40 kcal/kg/d
9
AVB = Alto valor biológico (proteína animal); 
HD = Hemodiálise
DOENÇA RENAL CRÔNICA
DRC
10
 Definição: 
 Anormalidades na estrutura ou na função renal, 
presente por mais de 3 meses, com complicações 
para a saúde
DOENÇA RENAL CRÔNICA
11
 Significativa relação com aumento da morbidade e 
mortalidade
 Elevada adiposidade corporal: inflamação de baixo grau + 
tratamento conservador  resistência à insulina, maior 
risco CV e perda de MM
 Outras condições podem comprometer a massa 
magra
 acidose metabólica; 
 perda de nutrientes na diálise; 
 inatividade física; 
 hospitalizações recorrentes; 
 comorbidades como o DM e infecções; 
 alterações hormonais; 
 redução da ingestão proteica.
IMPORTANTES ASPECTOS NA DRC
12
 Classificação:
 TFG < 60 ml/min/m³ durante > 3 meses
 A doença renal crônica pode ser classificada com 
base na doença de base, na categoria da TFG e na 
categoria de albuminúria
 TFG = Taxa de filtração glomerular:Estágio da DRC TFG 
(ml/min/1,73m³)
1 ≥ 90
2 60 – 89
3a 45 – 59
3b 30 – 44
4 15 – 29
5 < 15
KDIGO - National Kidney Foundatin. Kidney Int Suppl. 2013; 3:1-150.
DOENÇA RENAL CRÔNICA
13
 As atuais diretrizes recomendam a estimativa da TFG 
com a fórmula Chronic Kidney Disease – 
Epidemiology Collaboration (CKD-EPI)
 Homens
 Com Cr ≤0,9 mg/dL: TFG = 141α x (SCr/0,9)-0.411 x 
(0.993)idade
 Com Cr>0,9 mg/dL: TFG = 141 α x (SCr/0,9)-1.209 x 
(0.993)idade
 Mulheres
 Com Cr≤0,7 mg/dL: TFG = 144 α x (SCr/0,7)-0.329 x 
(0.993)idade
 Com Cr >0,7 mg/dL: TFG = 144 α x (Scr/0,7)-1.209 x 
(0.993)idade
 Idade expressa em anos e creatinina sérica em mg/dL.
 Fator de correção para etnia: se afrodescendentes, o 
coeficiente α é 163 em homens e 166 em mulheres.
DOENÇA RENAL CRÔNICA
14
KDIGO - National Kidney Foundatin. Kidney Int Suppl. 2013; 3:1-150.
 Outras fórmulas para a estimativa da taxa de filtração 
glomerular:
 Modification of Diet in Renal Disease (MDRD):
 175 x SCr-1,154x idade -0,203 x 0,742 (se mulher) x 1,212 (se 
negro)
 Cockcroff-Gault:
 (140 – idade) x Peso (kg) x 0,85 se mulher
 72 x Creatinina (mg/dL)
DOENÇA RENAL CRÔNICA
15
KDIGO - National Kidney Foundatin. Kidney Int Suppl. 2013; 3:1-150.
 Site para cálculos:
https://sbn.org.br/utilidades/calculadoras/
DOENÇA RENAL CRÔNICA
16
https://sbn.org.br/utilidades/calculadoras/
✓ Classificação:
✓ Albuminúria: presença de proteína (albumina) na 
urina
DOENÇA RENAL CRÔNICA
17
KDIGO - National Kidney Foundatin. Kidney Int Suppl. 2013; 3:1-150.
✓ Atualmente 90% dos pacientes que evoluem para 
doença renal em estágio terminal têm: 
1) Diabetes mellitus;
2) Hipertensão; 
3) Glomerulonefrite;
4) Obesidade.
✓ Uremia = Nível inaceitável de resíduos nitrogenados; É 
uma síndrome clínica que se manifesta por mal-estar, 
fraqueza, náuseas e vômitos, cãimbras musculares, 
prurido, gosto metálico na boca e comprometimento 
neurológico.
FISIOPATOLOGIA
18
TRATAMENTO
 Tratamento Conservador (pré diálise)
 Diálise
 Hemodiálise
 Diálise Peritoneal
 Transplante renal
DOENÇA RENAL
19
TRATAMENTO CONSERVADOR (PRÉ DIÁLISE)
Estágio da DRC TFG (ml/min/1,73m²)
1 ≥ 90
2 60 – 89
3a 45 – 59
3b 30 – 44
4 15 – 29
5 < 15
Grupo heterogêneo
Sintomas
Evolução clínica e bioquímica 20
TERAPIA DIALÍTICA
 É um processo de filtração do sangue que remove o excesso 
de líquidos e metabólitos
 Pode ser realizada por hemodiálise ou diálise peritoneal
 Método mais comum é a hemodiálise
21
TERAPIA DIALÍTICA
22
INDICAÇÕES PARA O INÍCIO DA TERAPIA DIALÍTICA:
 Hipervolemia refratária a diuréticos
 Hipertensão arterial refratária ao tratamento
 Sinais e sintomas de encefalopatia
 Uremia
 Náuseas e vômitos persistentes
 Hipercalemia não controlada
 Acidose metabólica não controlada
 Desnutrição
TERAPIA DIALÍTICA
23
TERAPIA DIALÍTICA: Como ocorre a remoção 
de substâncias tóxicas?
24
TERAPIA DIALÍTICA: Como ocorre a remoção do 
excesso de água?
25
NA DIÁLISE 
PERITONEAL
HEMODIÁLISE
 A hemodiálise requer acesso permanente à corrente sanguínea 
por meio de fístula criada por cirurgia para conectar uma 
artéria e uma veia
 As fístulas são feitas, com frequência, próximas ao punho, o 
que aumenta consideravelmente o calibre das veias do 
antebraço
 Contato permanente com membrana semi-permeável 
26
27
28
✓ O teor de eletrólitos no líquido de diálise é similar ao plasma 
normal
✓ Os produtos de excreção e os eletrólitos movem-se por osmose 
do sangue para o dialisado e, então, são removidos
✓ A hemodiálise requer tratamento com duração de 3 a 5 horas, 
3 vezes por semana
HEMODIÁLISE
29
COMPLICAÇÕES
 Agudas: cãimbra, hipotensão, dor, edema agudo de 
pulmão
 Crônicas: prejuízo cardiovascular, inflamação crônica 
(contato permanente com membrana semi-permeável = 
capilar)
 Necessário acompanhar peso  pré, pós e interdialítico  
ganho de peso
 BioquímicaGanho de peso interdialítico de 4 a 
4,5%
Ganho de peso interdialítico de 4 a 
4,5%
HEMODIÁLISE
30
✓ A diálise peritoneal utiliza a membrana semipermeável do 
peritônio
✓ Um cateter é implantado cirurgicamente no abdome e no 
interior na cavidade abdominal (Cateter de tenckhoff)
DIÁLISE PERITONEAL
31
O dialisato, contendo altas concentrações de dextrose 
(glicose), é inserido dentro do peritônio, onde a difusão leva 
os produtos de excreção do sangue através da membrana 
peritoneal e do interior do dialisado. Este líquido é retirado e 
descartado e outro líquido é infundido.
O dialisato, contendo altas concentrações de dextrose 
(glicose), é inserido dentro do peritônio, onde a difusão leva 
os produtosde excreção do sangue através da membrana 
peritoneal e do interior do dialisado. Este líquido é retirado e 
descartado e outro líquido é infundido.
DIÁLISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTÍNUA 
(CAPD)
DIÁLISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTÍNUA 
(CAPD)
32
33
▪ Normalmente são realizadas 4 trocas de bolsas por 
dia, adaptadas aos horários dos pacientes
▪ Manhã (antes sair de casa)
▪ Almoço
▪ Final tarde
▪ Noite (antes dormir)
▪ Tempo de permanência
▪ 4 a 8 horas
▪ Tempo necessário para trocas
▪ 30 minutos
DIÁLISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTÍNUA 
(CAPD)
DIÁLISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTÍNUA 
(CAPD)
34
35
▪ CAPD
▪ Bolsas plásticas que variam 
de volume (2; 2,5; 6 litros)
▪ Concentração de 
glicose
▪ 1,5%
▪ 2,5%
▪ 4,25%
SOLUÇÕES SOLUÇÕES 
36
ABSORÇÃO DE GLICOSE ABSORÇÃO DE GLICOSE 
 Dialisato: 1,5%, 2,5% ou 4,25% glicose
 60 – 80% da glicose é absorvida
 Exemplo: 3 trocas de 1,5% e 1 troca de 
4,25% (2 litros por bolsa)
 6 litros (1,5%) = 90g
 2 litros (4,25%) = 85g
175g x 70% = 122g GLIC
37
▪ Psicológica
▪ Menor risco hipotensão
▪ Favorável para pacientes com acesso difícil à 
circulação
▪ Ideal para aguardar maturação FAV ou 
transplante
▪ Pacientes que não aceitam procedimentos 
envolvendo sangue (religião)
VANTANGENS: DIÁLISE PERITONEAL X HEMODIÁLISEVANTANGENS: DIÁLISE PERITONEAL X HEMODIÁLISE
Martins, Pecoits Filho & Riella, 
2011
38
TRANSPLANTE RENAL
✓ O transplante renal envolve a implantação cirúrgica de um 
rim de um parente doador vivo, de um não parente doador 
vivo ou de um doador falecido.
✓ A rejeição do tecido estranho ou a infecção secundária à 
imunossupressão são as principais complicações.
O tratamento de escolha para doença renal crônica é o 
transplante renal, por melhorar a sobrevida e a qualidade de 
vida desses pacientes em relação aos indivíduos submetidos 
a terapia dialítica.
39
Drogas
Imunossupressoras
Dislipidemi
a
Hiperglicemia
Hipertensã
o
Catabolism
o
Proteico 
Obesidade Diarréia
Náuseas e
Vômitos
40
DESNUTRIÇÃO E DRC
41
DESNUTRIÇÃ
O E DRC
Ingestão 
alimentar
Perda da 
função renal
Estado 
inflamatório
Alterações 
hormonais
Perda pela 
diálise
▪ Hemodiálise: ± 40%
▪ Diálise Peritoneal: 20 – 50%
A desnutrição é forte 
preditora 
de morte nesses 
pacientes
42
ESTADO NUTRICIONAL E DOENÇA RENAL 
CRÔNICA EM PRÉ-DIÁLSE
 A desnutrição é achado comum na fase avançada da DRC 
não-dialítica. 
 Etiologia multifatorial. 
 Redução do apetite é um fator importante.
 Redução da ingestão alimentar x grau de perda da função 
renal. 
 Estado inflamatório crônico (fator independente para a 
desnutrição).
 As citocinas pró-inflamatórias ativam as vias do 
catabolismo protéico muscular, além de inibirem o 
apetite. 
43
✓ Alterações hormonais que influenciam no Estado 
Nutricional
✓ Resistência à ação de hormônios anabólicos, como 
insulina e hormônio do crescimento. 
✓ Elevação de hormônios catabólicos, como glucagon e 
paratormônio. 
ESTADO NUTRICIONAL E DOENÇA 
RENAL CRÔNICA EM PRÉ-DIÁLSE
44
✓ Estado inflamatório crônico
✓ Influência do procedimento dialítico sobre o metabolismo 
energético e proteico 
Perda de aminoácidos: ± 9 - 13g / 
sessão
Perda de vitaminas
Perda de aminoácidos: ± 9 - 13g / 
sessão
Perda de vitaminas
ESTADO NUTRICIONAL E DOENÇA 
RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE
45
 As causas de hiporexia são diversas, e incluem
 Os efeitos das citocinas inflamatórias, 
 Subdiálise, 
 Longo tempo fora de casa no dia do procedimento 
dialítico, 
 Fatores sociais e psicológicos, 
 Dietas pouco palatáveis,
 Número elevado de medicamentos e
 Sedentarismo
ESTADO NUTRICIONAL E DOENÇA 
RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE
46
ESTADO NUTRICIONAL E DIÁLISE PERITONEAL
 Prevalência da desnutrição: 33 a 68% (leve a moderada).
 A desnutrição destes pacientes é evidenciada:
 baixos níveis das proteínas viscerais.
O hipercatabolismo também pode estar relacionado à 
inflamação, à acidose e aos episódios de peritonite.
 Há evidência:
- perda protéica: 8,8 ± 1,7 g em 24 horas e
OBS: perda protéica pode chegar a aproximadamente 10 g/ dia e 
nos casos de peritonite moderada: chega a 15 g/dia.
47
ESTADO NUTRICIONAL E DIÁLISE PERITONEAL
Por outro lado, a absorção elevada de glicose do 
dialisato pode causar:
 Obesidade (2 primeiros anos de tratamento), 
 Hipertrigliceridemia,
 Indução ou agravamento do diabetes, 
 Perda apetite x distensão abdominal causada pelo 
dialisato.
48
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
NA DOENÇA RENAL CRÔNICA
49
QUAL É O PESO CORPORAL QUE DEVE SER USADO
SEMPRE DESCONTAR 
EDEMA!!!
SEMPRE DESCONTAR 
EDEMA!!!
▪ Peso atual ou Peso ideal?
▪ Peso atual: deve ser usado apenas se o paciente estiver 
com o peso próximo do ideal ou desejável (90 – 110% do 
peso ideal), caso contrário deve-se usar
1) Peso ajustado: (P ideal – P atual) x 0,25 + peso atual OU
2) Peso teórico: (altura x altura) x 20,8 (mulheres) ou 22 
(homens)
▪ Peso seco 
▪ HD: Peso pós-diálise
▪ DP: Peso sem líquido na cavidade peritoneal
50
✓ Estimativa de peso hídrico para pacientes com 
edema
✓ Estimativa de peso de acordo com o grau de ascite
Grau de ascite Líquido ascítico (kg)
Leve 2,2
Moderado 6,0
Grave 14,0
51
▪ KDOQI - National Kidney Foundation
▪ < 60 anos: 35 Kcal / kg /dia
▪ > 60 anos: 30 – 35 Kcal / kg / dia 
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA 
PACIENTES COM DRC EM PRÉ-DIÁLISE
52
▪ PROTEÍNAS
▪ Pré-diálise
▪ TFG > 60ml/min: 0,8 – 1,0g/kg/d (NORMOPROTEICA)
▪ Proteinúria (>3g/d): 0,6-0,8 g/kg/d (0,8 + 1 g de PTN para 
cada g de proteinúria)
▪ Proteína de alto valor biológico 50%
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA 
PACIENTES COM DRC EM PRÉ-DIÁLISE
Ideal para a recomendação protéica: usar o peso ajustado ou 
teórico; caso utilize o peso atual, considerar o menor valor da faixa 
(no caso de sobrepeso ou obesidade) 
Ideal para a recomendação protéica: usar o peso ajustado ou 
teórico; caso utilize o peso atual, considerar o menor valor da faixa 
(no caso de sobrepeso ou obesidade) 
53
 O impacto sobre a função renal na DRC parece depender da 
quantidade de PTN na dieta
 A substituição da carne bovina por frango ou PTN vegetal 
parece reduzir a proteinúria de pacientes com nefropatia 
diabética
 MONITORAMENTO DA INGESTÃO PROTEICA
A ingestão de 1 g/ kg/ dia de carne vermelha parece promover maiores 
mudanças na TFG (reduz a TFG), do que a quantidade semelhante de 
carne branca
TIPO DE PROTEÍNAS
54
✓ Lipídios: 25 – 35% VET
✓ AG Saturados < 7% VET
✓ AG Monoinsaturados até 20% VET
✓ AG Poliinsaturados até 10% VET
✓ Carboidratos
✓ 50 – 60% VET 
Líquidos: Normalmente sem 
restrição
Líquidos: Normalmente sem 
restrição
Valores séricos desejáveis DRC 
(KDOQI)
LDL < 100mg/ dl (ou < 70)
COL não HDL (LDL + VLDL) < 130 
mg/ dl
TG < 200 mg/ dl
Valores séricos desejáveis DRC 
(KDOQI)
LDL < 100mg/ dl (ou < 70)
COL não HDL (LDL + VLDL) < 130 
mg/ dl
TG < 200 mg/ dl
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA 
PACIENTES COM DRC EM PRÉ-DIÁLISE
55
▪ KDOQI - National Kidney Foundation, 2000
▪ < 60 anos: 35 Kcal / kg /dia
▪ > 60 anos: 30 – 35 Kcal / kg / dia 
▪ Muitos pacientes não serão capazes de alcançar essas 
recomendações para ingestão de energia:
▪ Deve-se fazer um aconselhamento nutricional intensivo
▪ Prescrever suplementos nutricionais orais, sempre que 
necessário
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA 
PACIENTES COM DRC EM HEMODIÁLISE
56
 Proteína: 
 KDOQI - National Kidney Foundation, 2000
 1,2 g / kg PC / dia (> 50% AVB)
 Ingestões inferiores a 1,1g/kg estão associadas com 
níveis séricos baixos de albumina e > mortalidade
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA 
PACIENTES COM DRC EM HEMODIÁLISE
57
✓ Lipídios: 25 – 35% VET
✓ AG Saturados < 7% VET
✓ AG Monoinsaturados até 20% VET
✓ AG Poliinsaturados até 10% VET
✓ Carboidratos
✓ 50 – 60% VET 
Líquidos:
500mL + diurese de 24h. Anúrico: 1000 ml/ 
dia 
Ganho de peso interdialítico de 4 a 4,5% 
parece aceitável
Ex.: Para um pacientede 50kg → 2,0 a 2,25 
kg
Líquidos:
500mL + diurese de 24h. Anúrico: 1000 ml/ 
dia 
Ganho de peso interdialítico de 4 a 4,5% 
parece aceitável
Ex.: Para um paciente de 50kg → 2,0 a 2,25 
kg
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA 
PACIENTES COM DRC EM HEMODIÁLISE
58
 SÓDIO
 1.000 – 2.300 mg/dia (aconselhamento dietético intensivo e 
programa de intervenção com caráter educacional)
 Benefícios da restrição de sódio na DRC:
 Melhor controle PA
 Menor retenção hídrica
 Controle de edema periférico
 Melhor controle do ganho de peso interdialítico (HD)
A SEDE É DIRETAMENTE INFLUENCIADA PELA INGESTÃO 
DE SAL
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA 
PACIENTES COM DRC EM HEMODIÁLISE
59
 POTÁSSIO
 Até 3.000 mg/dia (2.000-2.500mg/dia)
 Hipercalemia é mais comum (estágios 4 e 5 DRC) quando:
 Diurese 24h < 1.000 ml
 Acidose metabólica (excesso H+ vai para meio intracelular, 
com saída de K)
 Constipação intestinal (na DRC, > excreção K pelas fezes 
Na constipação, > reabsorção do K presente nas fezes)
A Hipercalemia é causa potencial de óbito!!!
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA 
PACIENTES COM DRC EM HEMODIÁLISE
60
▪ Forma individualizada – normalmente quando TFG < 30 ml/ 
min e potássio sérico > 5 mEq/L ou 5,5 mEq/ L (diálise)
▪ Ensinar técnicas de preparo podem reduzir o teor de K+ 
(60%)  remolho
▪ Proibido: Sal light (cloreto de potássio)
COMO E QUANDO RESTRINGIR O 
POTÁSSIO
61
✓ Frutas - Limitar a ingestão das ricas em potássio (1 porção por dia, 
incluindo o suco): abacate, ameixa seca, banana prata, banana d’água, 
caju, cereja, damasco, figo, goiaba, kiwi, laranja (seleta e pêra), 
mamão, maracujá, melão, morango, pêssego e uva.
✓ Verduras cruas/ Legumes – descascar e cortar (passar por água 
quente) + técnica de remolho (2 horas, desprezar água). Acelga, 
aipim, batata baroa, batata doce, batata inglesa, beterraba, brócolis, 
cenoura, chicórea, couve, couve-flor, espinafre e ervilha (vagem).
✓ Leguminosas – técnica de remolho (12 h, desprezar água).
✓ Outros: água de coco, coco (polpa), chocolate/achocolatados/cacau, 
sementes oleaginosas (amêndoas, avelã, castanha, nozes, amendoim) e 
frutas secas (incluindo passas), cogumelo, doce de leite, farinha 
láctea, massa de tomate, pão integral, farelo de trigo, farelo de aveia, 
molho de soja, açúcar mascavo, caldo de cana, chá preto, café solúvel, 
vinho, refrigerantes, outros.
ALIMENTOS COM TEOR ELEVADO DE 
POTÁSSIO – LEIAM EM CASA
62
▪ KDOQI - National Kidney Foundation, 2000
▪ < 60 anos: 35 Kcal / kg /dia
▪ > 60 anos: 30 – 35 Kcal / kg / dia 
Obs.: Deve-se levar em consideração a glicose do dialisato
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA 
PACIENTES COM DRC EM DIÁLISE 
PERITONEAL
63
✓ Proteína:
✓ KDOQI - National Kidney Foundation, 2000
✓ 1,2 – 1,3 g / kg /dia (> 50% AVB)
Obs.: Peritonite 1,3 – 1,5
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA 
PACIENTES COM DRC EM DIÁLISE 
PERITONEAL
64
✓ Carboidrato:
✓ 35% VET da dieta
✓ Os 20 – 25% restantes (100-150g) serão provenientes 
do dialisato
✓ Dar preferência aos CH complexos  Índice glicêmico 
baixo
✓ Usar edulcorantes
✓ Obs.: Peritonite aumenta a absorção de glicose. 
✓ Cuidado deve ser aumentado no caso de 
hipertrigliceridemia.
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA 
PACIENTES COM DRC EM DIÁLISE 
PERITONEAL
✓ Líquidos:
✓ Normalmente sem restrição
65
✓ Sódio:
✓ Individualizada de acordo com peso, PA e presença de 
edema
✓ Em caso de ganho excessivo de peso e 
hipertrigliceridemia, a restrição de Na+ deve ser 
reforçada, com o objetivo de ↓ nº trocas com alta 
concentração de glicose
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA 
PACIENTES COM DRC EM DIÁLISE 
PERITONEAL
66
CarambolaCarambola
▪ A ingestão é proibida para pacientes com DRC.
▪ Possui uma neurotoxina que é depurada pelo rim.
▪ Com a ↓ função renal, essa neurotoxina não é 
totalmente depurada, podendo causar desde 
soluços e convulsões até a morte.
67
68
MFN, 56 anos, sexo masculino, foi diagnosticado recentemente com doença renal crônica, 
apresentando atualmente TFG = 45 ml/min/m³. Apresenta obesidade (IMC = 32,4kg/m²), 
diabético tipo 2 diagnosticado há 6 anos (em uso de hipoglicemiante), com histórico de 
descontrole glicêmico (picos de hiperglicemia frequentes). Há 2 anos diagnosticado com 
hipertensão, que vem controlando com medicações. Em exame de sangue recente 
apresentou dislipidemia mista (colesterol total: 260mg/dl; triglicerídeo: 190mg/dl). Diante 
do quadro apresentado acima, responda:
 
CASO CLÍNICOCASO CLÍNICO
69
a. De acordo com a atual TFG informada, você prescreveria um tratamento nutricional 
conservador ou dialítico? Explique como seria a prescrição calórica e proteica neste caso.
Resposta: Tratamento nutricional conservador, pois o paciente encontra-se em estágio 3a da 
doença renal crônica. Com isso a prescrição calórica, por se tratar de um paciente com 
menos de 60 anos, seria de 35kcal/kg de peso ideal ou ajustado (sempre desconsiderando 
possíveis edemas). A recomendação será normoproteica, com 0,8g / kd de peso atual ou 1,0g 
de proteína/kg ajustado ou ideal, sendo 50% da proteína de alto valor biológico (AVB).
 
70
 
b. Considerando todas as comorbidades apresentadas pelo paciente, qual padrão dietético 
você prescreveria e orientaria? Justifique.
Resposta: Por se tratar de um paciente com diversas comorbidades, entre elas hipertensão e 
dislipidemia, dois padrões dietéticos poderiam ser optados: Dieta DASH, com o objetivo 
de controle dos níveis pressóricos. Esta preconiza o consumo de alimentos fontes de K, 
Mg, Ca, como frutas, legumes, verduras, laticínios desnatados, com baixo consumo de 
gordura saturada e colesterol, redução de carne vermelha e açúcares. Outra possibilidade 
seria o padrão Mediterrâneo, que preconiza os mesmo alimentos citados acima, acrescido 
da prescrição de azeite de oliva, oleaginosas, 1 dose diária de vinho para mulheres e até 2 
para homens, além da principal fonte proteica ser peixes e crustáceos.
71
c. Devido a dislipidemia mista apresentada pelo paciente, quais suplementos e/ou 
alimentos você prescreveria? Explique para que serve cada um.
Resposta: Na dislipidemia mista, que representa colesterol e triglicerídeos elevados, pode-
se recomendar:
Colesterol: Fitoesteróis, presentes em alimentos de origem vegetal, ou suplementados (2 a 
3g/dia) ; Fibras solúveis – 25g/dia de mix de fibras com mínimo de 6g de solúveis.
Triglicerídeos: 2 a 4g/ dia de ômega-3 (óleo de peixe) ; 1 a 4g / dia de óleo de Krill
	Slide 1
	Fisiologia Renal
	Fisiologia Renal
	Slide 4
	Slide 5
	Slide 6
	INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA IRA
	INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
	INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
	DOENÇA RENAL CRÔNICA DRC
	Slide 11
	Slide 12
	Slide 13
	Slide 14
	Slide 15
	Slide 16
	Slide 17
	Slide 18
	Slide 19
	TRATAMENTO CONSERVADOR (PRÉ DIÁLISE)
	Slide 21
	Slide 22
	Slide 23
	Slide 24
	Slide 25
	Slide 26
	Slide 27
	Slide 28
	Slide 29
	Slide 30
	Slide 31
	Slide 32
	Slide 33
	Slide 34
	Slide 35
	Slide 36
	Slide 37
	Slide 38
	Slide 39
	Slide 40
	DESNUTRIÇÃO E DRC
	Slide 42
	Slide 43
	Slide 44
	Slide 45
	Slide 46
	Slide 47
	Slide 48
	Slide 49
	Slide 50
	Slide 51
	Slide 52
	Slide 53
	Slide 54
	Slide 55
	Slide 56
	Slide 57
	Slide 58
	Slide 59
	Slide 60
	Slide 61
	Slide 62
	Slide 63
	Slide 64
	Slide 65
	Slide 66
	Slide 67
	Slide 68
	Slide 69
	Slide 70
	Slide 71

Continue navegando