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Cistos odontogênicos
Encontrados na pratica odontológica de forma relativamente comum. 
Com raras excessoes, os cistos verdadeiros são observados somente nos ossos gnaticos (mandíbula e maxila), sendo considerados as lesões ósseo-destrutivas mais comuns do esqueleto humano.
No que se refere a epidemiologia das lesões orais e maxilofacais, estudos demonstram que as lesões císticas aresentam alta prevalência na população humana (17.6% de todas as lesões avaliadas), ficando apenas atrás das lesões reativas/adaptativas.
Conceito/definição: cavidade paologica, com conteúdo fluido ou semi-fluido em seu interior, sendo revestida por epitélio e suportada por um tecido conjuntivo fibroso.
Classificação:
· Cistos odontogenicos – resultam da proliferação de remanescentes epiteliais da odontogenese.
· Cistos não odontogenicos – cistos verdadeiros (com revestimento epitelial). Derivam da proliferação de restos epiteliais deixados durante o desenvolvimento da face e da cavidade bucal. 
· Pseudocistos – não apresentam revestimento epitelial. 
Em geral, evita-se o uso do termo cisto para casos que mostram a ausência do limitante epitelial. Os quais devem ser nomeados como pseudocistos ou simplementes como cavidade. 
Essa divisão dos cistos em originados ou não de restos do epitélio odontogenico reflete o estado atual do estudo na área e seu emprego justifica principalmente do ponto de vista da cooperação internacional e da adoção de uma terminologia unificada que possibilita a melhora da comunicação entre professores e estudantes, pesquisadores e profissionais da área da saúde. 
Cistos odontogenicos
90% dos cistos otognáticos são de origem odontogenica. Ou seja, o revestimento epitelias da lesão é derivado dos restos epiteliais da odontogenese.
As fases da odontogenese que merecem destaque para a formação de cistos odontogenicos são a lamina dentária, o epitélio reduzido do órgão de esmalte e a bainha epitelial de Hertwig, estruturas ectodérmicas que darão origem ao epitélio presente nos diferentes cistos odontogenicos que estudaremos nessa aula.
1. Lamina dentaria 
Surge por volta de 6 semana de vida IU, como uma fina camada na margem lateral do estomodeo. 
Forma-se devido a uma proliferação acentuada das células basais mais rápida que as das células adjacentes, levando a formação de uma faixa de epitélio ao longa da linha externa do futuro arco dentário.
Á atividade proliferativa continua e localizada leva a formação de uma serie de invaginacoes epiteliais dentro do ectomesenquima, em locais que correspondem as posições dos futuros dentes decíduos. 
Dessa época em diante, o desenvolvimento do dente prosseguiram em três estágios:
Fase de botão
Fase de capuz
Fase de campanula ou sino 
Durante a fase de sino da odontogênese a lamina dentaria que liga o geme do dente ao epitélio bucal desagrega-se em pequenas ilhas de células epiteliais, separadno o dente em desenvolvimento do epitélio bcal. 
A fragmentação da lamina dentaria, resulta na formação de pequenos grupos de células epiteliais que normalmente se degeneram e são reabsorvidas. Mas algumas dessas células persistem de forma programada. Assim, alguns cistos odontogenicos podem originar-se desses restos epiteliais da lamina dentaria, que ocasionaletne não são reabsorvidos. 
O folículo pericoronario (que recobre a coroa de um dente incluso) tem um componente epiteliais representado pelo epitélio reduzido do órgão de esmalte, firmemente aderido a coroa, e pelos cordões ou ilhas de células odontogencas derivadas da lamina dentaria. 
Além disso, apresenta também um componente de tecido conjuntivo que representa o maior volume dos folículos e fora do espaço pericoronário tem a forma de uma membrana ou de um saco.
O epitélio reduzido do esmalte é derivado do órgão de esmalte e recobre a coroa totalmente formada de um dente não erupcionado. Esse epitélio e as ilhas e cordões epiteliais remanescentes da lamina dentaria liberam constantemente fatores de crescimento epidérmico no tecido conuntivo do foliculo pericoronario. Esse mediador, juntamente com outros ativados a partir da sua acao, induz a reabsorção óssea pericoronaria. Um fenômeno essencial para que ocorra a erupção dentaria.
Alguns cistos odontogenicos podem derivar de remanescentes desse epitélio reduzido de esmalte, que sofre apoptose quando da erupção dentaria. 
Por fim, a bainha epitelial de Hertwig é formada pela fusão dos eptelios internos e externo do órgão de esmalte. É constituída por duas fileiras de células cubicas ou poliédricas. As células do epitélio interno induzem a diferenciação das células do tecido conjuntivo da papila dentaria em odontoblastos. Assim que a dentina do manto for depositada, a bainha epitelial de Hertwig perde sua continuidade e sua intima relação com a superfície do dente. Alguns de seus resíduos persistem no ligamento periodontal, sendo chamados de restos epiteliais de Malasses.
Os restos epiteliais de Malasses foram descritos em 1885 e são remanescentes da bainha epitelial de Herwig encontradas no ligamento periodontal. Geralmente, aparecem como um grupo de 10 celulas poliédricas e uniformes, com escasso citoplasma e núcleo bastante grande. São envolvidas externamente por uma membrana nasal, ficando entre 20 e 40 micrometros de distancia do cemento. No adulto, predominam nos tercos cervical e médio. Em jovens, mais numerosos do que em aultos, com maior frequência na região do periapice. 
Classicamente, são consideradas estruturas latentes ou quiescentes. 
Entretanto, hoje não são mais considerados apenas restos celulares, mas sim uma importante estrutura tecidual. 
De acordo com os agentes, os cistos odontogenicos podem ser subclassificados em cistos inflamatórios e cistos de desenvolvimento. 
As lesões císticas odontogencas podem acometer tanto interior da maxila e da mandíbula (lesões intraosseas) quanto nos tecidos moles mandibulares e maxilares (lesões extraosseas) 
CISTOS INFLAMATÓRIOS
Resultam da inflamação da região.
São subdividisos em 
- Cistos radiculares
Surgem associados a dentes sem vitalidade pulpar. São os cistos maxilares mais comuns. 
Seu revestimento epitelial deriva dos restos epiteliais de Malasses e, dependendo da natureza da resposta inflamatoria pode haver quadros de inflamação crônica ou aguda com aparecimento de abscessos.
Pode ser designado como cisto radicular apical (periapical), cisto radicular lateral ou cisto radicular residual (quando surge no local de um dente extraído).
É a lesão cística mais comum da lesão oral (mais de 50% de todos os cistos de ossos gnáticos).
Geralmente, origina-se a partir de um granuloma periapical pré-existente, associado a necrose pulpar do dente correspondente. 
A resposta inflamatória presente nesse microambiente leva a um aumento da produção de citocinas pro-inflamatorias, como por exemplo o fator de produção de crescimento epidérmico, desencadeando a proliferação dos rstos epiteliais de Malasses. 
A formação cística ocorre como resultado da proliferacao epitelial que auda a separar o estimulo inflamatório e a polpa necrótica do osso circunjacente. 
A descamação de células no interior do lumem cístico leva a uma concnetracao de proteínas, produzindo uma elevação da pressão osmótica. O resultado é a condução de liquido através do revestimento epitelial para dentro do lumem cisico. Proveniente do tecido conjunivos.
A entrada de liquido auxilia no crescimento externo do cisto e a partir da reabsorção de osso pelos osteoclastos esse cisto começa a se expandir.
Resumidamente, o cisto radicular corresponde a uma cavidade redonda, revestida por um epitélio, preenchida por liquido e suportada por um tecido conjuntivo fibroso.
Então, a parogenia do cisto radicular passa por 3 fases: iniciação (ocorre a proliferação dos restos epitelaisi de malasses), formação do cisto (epitélio em formação sofre degeneração e ocorre a morte das células centrais, mantendo o revestimento epitelial) e crescimento (decorrente de diferenças de pressão osmótica entre a cavidade cística e o espaço extracistico).
O organismo, na tentativa deconter esse crescimento progressivo do cisto desenvolve uma esclerose ossea reacional. Radiograficamente o cisto radicular apical apresenta-se como uma imagem radiolucida, hipodensa, bem circunscrita de limites bem definidos e corticalizados (promove aumento de volume de corticais adjacentes, poendo ate mesmo rompe-los; essa cortical limítrofe indica o crescimento lento dessa lesão). Imagem unilocular. Envolta por uma esclerose reacional (halo radiopaco bastane hiperdenso). 
A medida que o cisto aumenta e causa reabsorção cental do osso, maiores quantidades de osso subperiosteal neoformados são depositados para manter a integridade do córtex, produzindo uma expansão óssea mais endurecida. Entretanto, o índice de expansão tende a ultrapassar o índice de deposição subperiosteal levando a um adelgaçamento da cortical, que pode ser deformada a palpação produzindo o sinal clínico de creptacao em casca de ovo. 
Eventualmente, o cisto perfura a cortical (corrtex) e se apresenta como uma tumefação submucosa azulada e flutuante. 
A taxa de expansão dos cistos radiculares tem sido estimada em aproximadamente 5mm de diametro por ano.
O padrão radiográfico é idêntico ao do granuloma periapical. A dificuldade de distinguir cistos radiculares de granuloma reforcam a ideia de que o tratamento deve ser inicialmente conservador (tratamento endodôntico). Se a lesão persistir, a intervenção cirúrgica torna-se a melhor alternativa para promover a cura desse processo patológico. 
Essas lesões frequentemente são assintomáticas e presentam crescimento lento, sendo na maioria das vezes descobertas em exames radiográficos de rotina. Entretanto, algumas lesões císticas podem alcançar grandes dimensões. Quando são lesões em mandíbulas podem rechaçar o canal mandibular em direção à base da mesma. Nesses casos, pode-se evidenciar a presencao de tumefacao e sensibilidade leve, bem como mobilidade e deslocamento dos dentes adjacentes. Pode haver crescimento significativo, onde as lesões ocupam todo o quadrante. 
O cisto radicular acomete preferencialmente adultos entre terceira e sexta década de vida. 
A cirurgia periapical é indicada para lesões maiores de 2cm e para aquelas associadas a dentes em que não é viável um ttmento endodôntico convencional. 
O exame histopatológico é indicdo para afastar a possibilidade de outras patologias. 
Histopatologicamente, observa-se a presença de aderência do cisto ao ápice. o cisto revestido por epitélio escamoso estratificado, que pode apresentar áreas hiperplásicas e preenchida por células necróticas. 
Na capsula de tecido conjuntivo é possível observar intenso infiltrado inflamatório linfoplasmocitario com a presença de cristais de colesterol (processo degenerativo), depósitos de hemossiderina (resultante da degradação de hemaceas). 
A luz do cisto pode ser preenchida por fluidos e restos celulares. 
Eventualmente, pode-se encontrar células produtoras de muco no epitélio dos cistos radiculares, além de células ciliadas, que possivelmente resultam de uma metaplasia do epitélio. 
Cisto radicular lateral
Desenvolve-se ao longo da porcao lateral da raiz. Também origina-se dos restos epiteliais de Malasses. A fonte da inflamação pode ser uma doença periodontal ou a necrose pulpar com disseminação através de um forame lateral. 
Apresenta-se como uma imagem radiolucida discreta ao longo da porcao lateral da raiz dentaria. 
Histopatologicamente, observa-se a presença de um canal radicular acessório e o desenvolvimento da lesão cística (cavidade preenchida por fluido/semifluido, revestimento epitelial, capsula de tecido conjuntivo com intenso infiltrado inflamtorio)
Cisto radicular residual
O tecido inflamatoro periapical que não foi curetado no mmento de extração dentaria pode dar origem a um cisto inflamatório radicular residual. 
Apresenta-se como uma imagem radiolucida de forma circular ou oval de tamanho bastante variável, localizada no processo alveolar em um sitio de extração dentaria previa. 
- Cistos paradentais
Origina-se ao longo de um terceiro molar parcialmente irrompido, envolvido por uma pericoronarite (processo inflamatório do folículo pericoronario).
A maoria ocorre na mandiula, estando localizado na região vestibular ou distal. 
Provavelmente se originam em consequência da inflamação da pericoronarite que estimula a proliferação do epitelio reduzido do órgão de esmaltel, que recobre a porcao não irrompida da coroa.
Apresenta-se como uma imagem radiolucida, bem circunscrita, bem delimitada, com halo radiopaco, relacionada a cervical do dente e ao terco coronário da raiz dentaria.
O tratamento consiste na remocao do dente envolvido e curetagem da região. 
Evidencia-se que 60% dos cistos inflamatórios são localizados na maxila, sendo que 37% de todos os cistos inflamatórios encontram-se na região anterior da mesma.
CISTOS DE DESENVOLVIMENTO
Os fatores precipitantes que iniciam a formação dos cistos de desenvolvimento ainda são desconhecidos. 
Geralmente assintomáticos, porem apresentam potencial de crescimento, tornando-se muitas vezes bastante amplos. 
- cisto dentigero
Tipo mais comum de cisto odontgenico de desenvolvimento, sendo responsável por 20% de todos os cistos que ocorrem nos ossos gnaticos. 
Leve predileção pelo sexo masculino.
Lesão assintomática de crescimento lento. 
Pode ocasionar com seu aumento progressivo grandes perdas osseas e expansão de cortical, bem como deslocamento dentário. 
Algumas teorias dentam xplicar o surgimento do cisto dentigeo. A mais aceita delas atribui o surgimento do cisto dentigero (ou cisto folicular) ao resultado de uma aleracao no epitélio reduzido do órgão de esmale após a completa calcificação da coroa dentaria
Dessa forma, a lesão envolve a coroa de um dente impactado e se conecta ao dente pela juncao amelocementaria. 	Comment by Caren: Característica patognomonica 
Apesar de o cisto dentigero poder ocorrer em qualquer dente incluso ou impactado, envolve mais frequentemente os terceiros molares inferiores (2/3 dos casos localizam-se na região posterior da mandibula).
Raramente envolvem dentes decíduos.
São descobertos mais frequentemente em pacientes entre 10 e 30 anos de idade. 
A expansão do cisto dentigero gera três variantes do mesmo, de acordo com a relação cisto/coroa:
- variante central: o cisto envolve a coroa do dente, que se projeta no interior do cisto.
- variante lateral: geralmente essa lesão está associado à terceiros molares inferiores impactados, com inclinação mesio-angular e que estão parcialemente erupcionados. O cisto cresce lateralmente ao longo da superfície radicular e envolve parcialmente a coroa. 
- variante circunferência: o cisto circunda e se estende ao longa da raiz, de forma que uma porcao significativa da raiz parece estar dentro do cisto. 
Os cistos dentigeros são processos uniloculares. 
Radiograficamente, área radiolucida unilocular, associada a coroa de um dente não erupcionado. Geralmente apresenta margem bm definida e frequentemente esclerótica, o que denota o cresciemtno lento da lesão. 
Cistos dentigeros pequenos, em geral, são completamente assintomáticos, sendo descobertos somente em exames radiográficos de rotina ou em radiografias que visam determinar o motivo pelo qual o dente não erupcionou. 
Muitas vezes a distinção entre o cisto dentigero e o folículo pericoronario aumentado é difícil. Para a lesão ser considerada umcisto dentigero, o epaco radiolucido que envolve a coroa do dente deve ser de aproximadamente 3 a 4mm de diâmetro.
Embora incomum, pode atingir tamanhos bastante consideráveis, sendo capazes de resultar em grandes perdas ósseas. 
Quando localizados na região de terceiros molares inferiores, podem destruir todo o ramo mandibular, o processo coronoide, cegando ate a região do condilo.
Cistos grandes apresentam expansão de cortical óssea e consequentemtne, assimetria facial em alguns casos.
O tratamento usual é a cuidadosa enucleação do cisto juntamente com a extração do elemento dentário não erupcionado. Se a erupção for considerada possível, o dente pode ser deixadoem seu local após a remocao parcial da capsula cística.
Grandes cistos dentigeros também podem ser tratados por meio da marsupializacao, que permite a descompressao desse cisto, resultando na diminuição do tamanho do defeito ósseo. Posteriormente, o cisto pode ser excisado em um procedimento cirúrgico menos extensivo. 
Histopatologicamente, oserva-se a ligação da parede do cisto dentigero ao colo do dente. Não apresenta características histológicas próprias. São variadas, a depender da presença ou não de inflamação. 
Emora seja uma lesão de deenvolvimento, o processo inflamatório pode surgir secundariamente a lesão. 
O cisto dentigero não inflamado apresenta uma delgada capsula de tecido conjuntivo, arranjada frouxamente constituída por fibroblastos jovens distribuídos em um estroma rico em acido mucopolissacarídeo. O revestimento epitelial e constiduido por uma fina camada de células achatadas não queratinizadas. E a interface entre o epitélio e o tecido conjuntivo é bastante plana. 
Já no cisto dentigero inflamado, a capsula fibrosa é mais colagenizada, com infiltrado inflamatório crônico (linfoplasmocitario) bastante evidente. O revestimento epitelial apresenta características escamosas mais definidas e é mais espesso (presença de projeções do tecido epitelial – cristas epiteliais - que reveste o cisto para o interior da capsula fibrosa).
O prognostico para a maioria dos casos é excelente, com muito raras recidivas. 
- cisto de erupção
É o análogo dos tecidos moles do cisto dentigero. É uma lesão extraossea localizada entre o epitélio reduzido do órgão de esmalte e a coroa de um dente em erupção. Causada pelo acumulo de exsudato, com frequência hemorrágico, nesse espaço do folículo pericoronario. Provavelmente, os cistos se desenvolvem devido a uma deposição de colágeno de um tecido conuntivo gengival, o que resulta em um teto pericoronario mais espesso e menos pentravel, o que dificulta a erupção do elemento. 
Surge como um aumento de volume de consistência mole, frequentemente translucido presente na mucosa gengival, que recobre a coroa de um dente decíduo ou um dente permanente em erupção. 
A maioria dos casos são observados em crianças com menos de 10 anos de idade. 
Apesar de o cisto poder ocorrer em qualquer dene em erupção, a lesão é mais associada aos incisivos centrais decíduos inferiores, primeiros molares permanentes e incisivos decíduos superiores. 
O trauma em sua superfície pode resultar em grande quantidade de sangue no fluido cístico, o que concede coloração azulada ou marrom-arroxeada à lesão, o que lhe confere o nome de hematoma de erupção.
Pode não haver necessidade de tratamento, uma vez que o cisto geralmente se rompe expontaneamente. 
Se isso não ocorrer, a simples excisao do teto do cisto é suficiente para a erupção. 
Histopatologicamente, pode ser observada, logo abaixo do epitelio da mucosa bucal, uma cavidade cística (revestida por fina camada de epielio escamoso não queratinizada). A capsula de tecido conjuntivo mostra um infiltrado inflamatório secundário variavel. O revestimento epitelial do cisto originário do epitelio reduzido do esmalte é constituído por 2 ou 3 camadas de células de epitelio estratificado e pela presença constante de células inflamatórias agudas devido trauma secundário sobre a lesão.
- Ceratocisto odontogenico (cisto primordial)
Em 1929-29 Hauer e Kostecha identificaram essa lesão, que foi considerada como tendo uma origem na degeneração cística do epitelio do órgão do esmalte, antes do desenvolvimento do tecido dentário mineralizado. 
Assim, essa lesão ocorreria no lugar do dente, sendo denominada de cisto primordial. 
Em meados da década de 1950, os patologistas introduziram o termo ceratociso odontogenico para se referir a um grupo de cistos com caracteriticas histopatológicas e comportamento clinico especifico que se acreditava surgir da lamina dental nos primórdios da odontogenese. Ou seja, não necessariamente ocuparia o lugar do dente.
Subsequentemente, esse concito foi amplamente aceito e os termos ceratocisto odontogenico e cisto primordial passaram a ser usados como sinônimos. 
Em 1972, a OMS recomendou o uso do termo cisto primordial como termo preferencial para essa lesão, tendo em vista que essa foi a nomenclatura dada na identificação da lesao. 
Já a classificação de 1992 da OMS, avaliando o fato de qe esses cistos não necessariamente ocorreriam substituindo o elemeno dentário, passou a denominar essa lesão como ceratocisto odontogenico.
Em 2005, a OMS considerou o comportamento clinico e as características histopatológicas de diferentes ceratocistos e observou que algumas dessas lesões eram bastante agressivas, com comportamento clinico semelhante as lesões tumorais, e outras nem tanto. Passando a classificar essas lesões agressivas como tumores odontogenicos ceratocistos, enquanto as lesões menos agressivas passaram a ser chamadas de cisto odontogenico ortoceratinizado.
Em 2017, o tumor odontogenico ceratocisto volta à categoria das lesões císticas, passando a ser chamado de ceratocisto odontogênico. 
Ou seja, atualmente, esse grupo de lesões envolve os ceratocistos odontogênicos e os cistos odontogenicos ortoceratinizados.
O ceratocisto odontogenico possui diversas aprsentacoes, podendo envolver um dente, apresentar-se colateralmente às raízes dentarias, aparecer no lugar de um elemento dentário e também na região posterior da mandíbula.
A maioria dos casos ocorre no ângulo e no ramo ascendente da mandíbula. 
Em geral são assintomáticos, a não ser que ocorram secundariamente a alguma infecção. E raramente apresentam manifestações clinicas evidentes. 
Entretanto, quando alcançam gande tamanho podem apresentar tumefacao e relato de dor. 
Pode desenvolver-se também nos maxilares, embora incomum. 
Mais comum em homens, entre a 2 e 3 decada de vidas. 
Os ceratocistos odontogenicos tendem a crescer em uma direção anteroposterior, dentro da cavidade medular do osso e sem causar expansão óssea evidente. 
Essas características podem ser uteis para o diagnostico diferencial clinico e radiográfico, uma vez que os cistos dentigeros e os cistos radiculares de tamanho comparável, geralmente estão associados à expansão óssea. 
O ceratocisto odontogenico exibe uma área radiolucida com margens escleróticas bastante evidentes (bem definidas, podendo em determinadas partes apresentar limites mais difusos).
Lesões grandes podem se apresentar multiloculadas. 
Pode ocorrer deslocamento do canal alveolar inferior, reabsorção de cortical óssea e perfuração das corticais. A reabsorção das raízes dos dentes adjacentes à lesão é menos comum do que a notada nos cistos dentigeros e radiculares. 
A maioria dos ceratocistos odontogenicos é tratada de forma similar a outros cistos odontogenicos, por meio de enucleação e curetagem.
A remocao completa de um cisto em uma única peça frequentemente é difícil, devido a natureza delgada e friável da parede cística. Em contraste com outros cistos odontogenicos, o ceratocisto tende a recorrer. Frequência de recidiva variável de 5 a 60%.
A maioria recorre em um período de 5 anos após o período inicial. Por isso a importância da proservacao do caso.
Após a cistectomia e biopsia incisional alguns cirurgiões tem tratado grandes ceratocistos por meio de descompressão e subsequente redução do tamanho da cavidade cística, fazendo com que a cirurgia não seja tao agressiva. 
Exceto a tendência de recividas, o prognostico geral costuma ser bastante favorável.
Histopatologicamente, o ceratocisto odontogenico exibe tipicamente uma capsula delgada friável, que muitas vezes dificulta sua enucleacao (fragmentos da capsula ficam presentes no tecido ósseo, devido a alta fragmentação). Parede fibrosa delgada desprovida de qualquer infiltrado inflaamtorio. 
O revestimento epitelial é composto por uma camada uniforme de epitelio escamoso estratificao, geralmente com 6 a 8 camdas de células. E a interface com o tecido conjuntivo geralmente é plana, evidenciando uma regularidade da camada basal com arquitetura empaliçada e células colunarescom núcleo hipercromatico, com ausência de projeção no tecido conjuntivo. 
As células epiteliais sao paraqueratinizadas, bastante achatadas, que exibe aspecto onduloso ou corrugado.
O lumem (cavidade cística) pode conter um liquido claro semelhante a um transudato seroso ou pode estar preenchido por material caseoso ou hemaceas, restos de queratinocitos. 
O destacamento de porcoes do revestimento epitelial da capsula fibrosa (de tecido conjuntivo) do cisto pode ser comumente observado. 
Alguns pacientes podem apresentar múltiplos ceratocistos odontogenicos.
Se o paciente apresentar múltiplos ceratocistos odontogenicos ou apresentar cisto odontogenico na primeira década de vida, deve-se investigar se o paciente é portador da síndrome do carcinoma nevoide basocelular (Gorlin), devendo o cirurgião dentista avaliar e buscar outras manifestações da síndrome. 
- cisto odontogenico ortoceratiniado
Relativamente raro, porem sua exata incidência não é conhecida (em torno de 7 a 20%).
Acomete preferencialmente homens leucodermas, entre 3 a 4 decada de vidas. Possui pouca agressividade e baixo potencial de crescimento.
Ainda não possui etiologia esclarecida. 
Os remanescentes da lamina dentaria aparecem como a fonte epitelial mais aceita, uma vez que na região posterior da mandíbula, local principal de incidência da lesão, onde a lamina dentaria possui uma maior atividade e trajeto mais tortuoso, originando em sua desintegração grande quantidade de restos epiteliais. 
Não apresentam características clinicas ou radiográficas que as diferenciem de outros cistos inflamatórios ou de desenvolvimento.
Usualmente surge como uma imagem radiográfica unilocular. 
Cerca de 2/3 são encontrados em uma lesão que parece representar clinica e radiograficamente um cisto dentigero, acometendo um 3 molar inferior não erupcionado ou impactado. 
Tamanho variável.
A enucleacao seguida da curetagem é o tratamento usual. 
As recidivas são raras e a frequência relatada está em torno de 2%, o que contrasta marcadamente com a taxa de recidiva de 30% ou mais associada aos ceratocistos odontogenicos.
Histopatologicamente, observa-se um epitelio estratificado ortoceratinizado, com proeminente camada granulosa, camada basal não empaliçada, ausência de hipercromatismo ou polarização dessas células. 
O cisto odontogenico ortocerainizado não está associado com a síndrome do carcinoma nevoide basocelular (Gorlin). 
A designação dos cistos odonogenicos ortoceratinizados não denota um tipo clinico especifico de cisto odontogenico, refere-se apenas a um cisto odontogenico que microscopicamente apresenta revestimento epitelial ortoceratinizado. 
- cisto gengival do recém nascido
80% dos RN apresentam o cisto gengival do RN ou cisto da lamina dentaria. 
Esses cistos originam-se dos remanescentes da lamina dental provenientes do processo involutivo da lamina dentaria durante a odontogenese.
Alguns remanescentes epiteliais tem a capacidade de proliferar, queratinizar e formar pequenos cistos. Por essa razão também podem ser denominados cistos da lamina dentaria.
Raramente são observadas após os 3 primeiros meses de idade.
Surgem como pequenos nódulos esbranquiçados superficiais e com conteúdo de queratina, encontados na mucosa que recobre os processos alveolares dos neonatos.
O rebordo alveolar superior é mais comumente acometido que o inferior.
Em geral medem de 2 a 3mm de diametro. 
É assintomático e tem seu rompimento espontâneo pouco tempo após seu surgimento, muitas vezes passando despercebidos.
Histologicamente, observam-se pequenos cistos imediatamente abaixo da mucosa alveolar. 
Exibe um revestimento epitelial delgado e achatado. A cavidade cística usualmente é preenchida por queratina (confere o aspecto clinico esbranquiçado à lesão) e frequentemente contem células inflamatórias. 
Perolas de Epstein (nódulos císticos que ocorrem ao longo da rafe palatina mediana e procedem dos remanescentes epiteliais aprisionados nessa região; quando os processos palatinos se encontram e se fusionam durante a vida IU, pequenas ilhas epiteliais podem ficar aprisionadas por baixo da superfície tecidual ao longo da rafe palatina e futuramente originar essas lesões) e nódulos de Bohn (na face vestibular a lingual do rebordo alveolar e no palato; sua origem está em remanescentes de epitélios glandulares) também podem surgir, porem não são lesões de origem odontogênica. 
Encontradas em 75% dos neonatos, podendo desaparecer ainda na fase intrauterina. 
São lesões inócuas, que não necessitam tratamento. Raramente são observados quando a criança apresenta algumas semanas de vida. Provavelmente, o epitelio degenera ou o cisto se rompe para a superfície da mucosa e elimina a queratina contida em seu interior. 
- cisto gengival do adulto
É uma lesão extraossea incomum. Deriva dos restos da lamina dental (restos de serres) localizados nos tecidos moles entre o epitelio bucal e o periósteo. 
Mais comumente encontrados em pacientes na 4 e 5 decadas de vida.
Apresenta predilacao marcante para ocorrência na região de caninos e pre-molares inferiores, na gengiva vestibular, na região da papila interdental ou ligeiramente abaixo da mesma. 
Clinicamente, aparecem como nódulos indolores em forma de cúpula, preenchida por fluido, em geral com menos de 0,5cm de diametro, coloração azulada ou cinza-azuada. Em alguns casos pode causar uma reabsorção em taca, uma reabsorção superficial do osso alveolar muito tênue que em geral não se detecta na radiografia, mas que se torna aparente quando o cisto é excisado.
O tratamento consiste na excisao cirúrgica, com excelente prognostico. 
Hisologicamente, revestimento epitelial não queratinizado, delgado e achatado; grupamento de celuls epiteliais claras ricas em glicogênio podem ser observadas em espessamentos nodulares do revestimento cístico, que formam placas focais. 
- cisto periodontal lateral
Cisto odontogenico de desenvolvimento incomum, que ocorre tipicamente ao longo da superfície radicular lateral de um dente. 
É responsável por menos de 2% de todos os cistos nos ossos gnaticos revestidos por epitélios. 
Lesão assintomática detectada por exame radiográfico.
Ocorre em maior frequência em pacientes na 5 e 7 decadas de vida. Raramente ocorre em pessoas com menos de 30 anos de idade.
Tem sido relatado como um correspondente intraósseo do cisto gengival do adulto. Origem creditada aos remanescentes da lamina dentária localizados a nível intraósseo. Entretanto, outros pesquisadores acreditam que esse cisto seja formado pela proliferação do epitelio reduzido do órgão de esmalte antes que o dente erupcione. 
Predileção pela mandíbula (75% dos casos) sendo a metade dos casos encontrados na região de pre-molars.
Radiograficamente, surge como uma lesão radiolucida arredondada ou ovoide bem definida por uma margem esclerosada, que geralmente não ultrapassa 1cm de diâmetro e esta localizada lateralmente a raiz ou raízes de dente com vitalidade. 
Histologicamente, o cisto apresenta um revestimento epitelial que lembra o epitelio reduzido do órgão de esmalte. Apresenta características microscópicas semelhantes às do cisto gengival do adulto. De forma geral, percebe-se revestimento epitelial com poucas camadas de células sem projeções e com focos de espessamento (placas) para o interior do lumem. As células das placas as vezes são fusiformes, grandes e claras, padrão rico em glicogênio com aspecto de edema intracelular, com núcleo pequeno e bastante picnotico. A capsula fibrosa do cisto, bastante delgada que em geral não apresenta infiltrado inflamatório, pode exibir uma zona de hialinizacao, focos de calcificação e restos da lamina dentaria. 
A enucleacao conservadora do cisto periodontal lateral é o tratamento de escolha. Recidiva não é comum, apesar de ter sido relatada no cisto odontogenico botrioide (variante do cisto periodontal lateral, com natureza policística, aspecto de cachos de uva devido a presença de pequenos cistos individuais; revestido por um epitelio estratificado simples não queratinizado, mantendo as áreas de espeçamentoem forma de placas)

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