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exame físico quantitativo

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PROPEDÊUTICA CLÍNICA 
 
EXAME FÍSICO 
QUANTITATIVO 
Exame qualitativo: avaliação mais subjetiva, sujeita 
a diferenças entre avaliadores → estado geral, 
estado de hidratação, grau cianose etc. 
Exame quantitativo: avalia os dados precisos, 
envolve números → peso, altura, frequência 
cardíaca, pressão arterial etc. 
SINAIS VITAIS 
TEMPERATURA 
Fluxo cutâneo 300ml/min – 10ml/min – 3000 ml/min 
Perda da temperatura por: 
• Irradiação – 60% - iv 
• Condução – 3% - superfícies 
• Convecção – 15% - ar 
• Vento – 1km/h x2 = 10km/h 
• Evaporação – 600ml/dia – 1ml =0,6cal 
LOCAIS 
o Axilar (35,5-37°C) 
o Oral (36 –37,4°C) 
o Retal (36-37,5°C) 
o Timpânica (36 –37,4°C) 
TEMPERATURA AXILAR 
Normotermia 35.5 – 37°C 
Hipotermia < 35°C 
Febre leve ou febrícula 37 – 37.5°C 
Febre moderada 37.5 – 38.5°C 
Febre alta ou elevada > 38.5°C 
 
CARACTERÍSTI-
CAS 
FEBRE HIPERTERMIA 
Definição Distúrbio da 
termorregulação 
em que o “set 
point 
hipotalâmico” 
está elevado 
Aumento da 
temperatura 
corporal por 
elevação da 
produção de 
calor ou 
diminuição de 
sua perda 
Mecanismos 
de 
compensação 
O organismo 
utiliza seus 
mecanismos de 
conservação de 
calor com o 
O organismo 
utiliza seus 
mecanismos 
para perda de 
calor com o 
intuito de elevar a 
temperatura ao 
nível 
determinado 
pelo termostato 
intuito de 
diminuir a 
temperatura 
ao nível 
determinado 
pelo 
termostato 
Termostato 
hipotalâmico 
Está alterado; seu 
valor encontra-se 
elevado 
Não está 
alterado 
Quadro clínico Frio; calafrios; 
palidez; 
vasoconstrição 
Sensação de 
calor; 
vasodilatação 
Causas Infecciosas, 
traumáticas, 
neoplásicas, 
metabólicas e 
reações de 
hipersensibilidade 
Exercício físico 
intenso, 
hipertireoidism
o, hipertermia 
maligna 
(síndrome 
hipermetabólic
a de causa 
desconhecida 
deflagrada por 
anestésicos 
gerais, 
relaxantes 
musculares e 
estresse) 
SINAL DE LENANDER 
A temperatura retal é pelo menos 1°C maior que a 
axilar, (sendo o valor normal de 0,5°C). É feito 
quando esta suspeitando de um Abdome agudo 
inflamatório (ex: apendicite aguda). 
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA 
Contagem dos movimentos inspiratórios. Não deixe 
o paciente perceber. 
FREQUÊNCIA 
RESPIRATÓRIA 
Eupneia 16 – 20 ipm 
Taquipneia > 20 ipm 
Bradipneia < 16 ipm 
Caso a expansibilidade pulmonar esteja diminuída, 
pode-se colocar a mão sobre o tórax do paciente 
para facilitar a percepção dos movimentos 
respiratórios. 
PULSO FREQUÊNCIA CARDÍACA 
Eusfigmia 60 – 100 ppm Normocardia 60 – 100 bpm 
Taquisfigmia > 100 ppm Taquicardia > 100 bpm 
Bradisfigmia < 60 ppm Bradicardia < 60 bpm 
 PROPEDÊUTICA CLÍNICA 
 
ppm: pulsações por minuto; bpm: batimentos por 
minuto. 
PULSO 
Pulsos periféricos Pulsos centrais 
o Temporal; 
o Radial; 
o Poplíteo; 
o Tibial posterior; 
o Pedioso. 
o Carotídeo; 
o Axilar; 
o Braquial; 
o Femoral. 
AFERIÇÃO DO PULSO 
Utilizando as polpas digitais do 2° e 3° dedos de sua 
mão dominante, palpar o pulso mais indicado por 
1 minuto, contando o número de batimentos, 
amplitude e simetria; 
Mais simples: radial – entre apófise do processo 
estiloide e os tendões flexores; 
Mais fidedigno: carotídeo – ântero-medial ao 
musculo esternocleido-mastoideo. 
PRESSÃO ARTERIAL 
Métodos de aferição: 
▪ Direto – Intra-arterial (invasivo). 
▪ Indireto – Auscultatório (não invasivo): 
Esfigmomanômetro, Estetoscópio. 
PRESSÃO ARTERIAL PAS (mmHg) PAD (mmHg) 
Hipotensão < 90 60 
Normal 
(normotensão) 
≤ 120 ≤ 80 
Pré hipertensão 121- 139 81- 89 
Hipertensão estágio 1 140 – 159 90 – 99 
Hipertensão estágio 2 160 – 179 100 – 109 
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 
Fatores que interferem na PA: 
• Elasticidade dos vasos; 
• Volemia; 
• Viscosidade Sanguínea; 
• Resistência periférica; 
• Integridade valvar. 
AFERIÇÃO DA PA 
Antes de aferir: pelo menos 5 min de repouso. 
Braço a altura do coração. Pés apoiados no chão 
(se paciente sentado). Esvaziar a bexiga. Não 
praticar exercícios físicos 60 min antes. Evitar 
ingestão de bebidas alcoólicas, café e cigarro 30 
min antes da aferição. 
Escolha do aparelho adequado: 
• Comprimento do manguito: ± 80% 
circunferência do braço. 
• Largura do manguito: ± 40% circunferência do 
braço. 
A utilização de um manguito menor que o ideal 
pode aferir uma falsa hipertensão, ao passo que a 
de um manguito maior pode demonstrar uma 
pressão arterial menor que a real. 
Aferição: 
1) Método palpatório 
• Manguito 2 cm acima da fossa cubital. 
• Palpação pulso radial. 
• Insuflar manguito até desaparecer o pulso 
radial. 
2) Método auscultatório 
• Estetoscópio sobre artéria braquial. 
• Insuflar manguito 20 a 30 mmHg acima do valor 
encontrado no método palpatório. 
• Desinsuflar 2 mmHg/seg até aparecimento do 
som (PAS), continuar desinsuflando até 
desaparecer totalmente (PAD). 
PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA 
A PAM é o valor médio da pressão durante todo 
um ciclo de pulso de pressão. 
PAM = (PA sistólica + 2x PA diastólica)/3 
Usada em UTI ou centro cirúrgico. 
‘’Se minha pressão arterial for 100x60, eu calculo a 
média destes 2 valores, ou seja, a média é 80. Vou 
inflar o esfigmo a 80mmHg’’. 
PROVA DO LAÇO 
Exame utilizado para auxiliar na triagem de 
pacientes em casos de suspeita de arbovírus, 
como os da dengue, Zika vírus, chikungunya. 
Prova do laço: Média da pressão = (PAs + PAd/2) 
Primeiro se deve calcular a pressão média do 
paciente. Na aferição se deve insuflar o manguito 
até o resultado da média da pressão. 
Aguardar por 5 min em adultos e 3 minutos em 
crianças. 
 PROPEDÊUTICA CLÍNICA 
 
Depois que soltar o ar do manguito, se deve 
desenhar um quadrado 2,5 x 2,5 cm no antebraço 
do paciente. 
Dará positivo se tiver mais de 20 petéquias em 
adultos ou 10 petéquias em crianças no quadrado. 
PADRÃO OURO PARA DIAGNÓSTICO DE HAS 
Por meio do monitoramento ambulatorial da 
pressão arterial (MAPA) para confirmar o 
diagnóstico de hipertensão arterial. 
AVALIAÇÃO DA DOR 
International Association for the Study of Pain 
define a dor como “uma experiência sensorial e 
emocional desagradável”. 
Início, localização, irradiação, característica, 
contínua ou intermitente, intensidade, fatores de 
melhora ou piora. 
Tratamentos realizados e resultados. 
Comorbidades. 
INTENSIDADE DA DOR 
 
 
ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS 
ALTURA 
A altura (registrada em centímetros) do individuo 
vai da planta dos pés até o vértice da cabeça. 
Em adultos, a altura deve ser medida na primeira 
consulta e, em crianças, avaliada em todas as 
consultas. Qualquer crescimento em altura após os 
22 anos deve ser considerado patológico. 
PESO 
Pesagem, se possível, ser somente com roupas 
íntimas. Comparar com o peso anterior. Quando 
há ganho ou perda rápida de peso sugere 
doença. 
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL 
IMC = P/A2 (kg/m2) 
 
CLASSIFICAÇÃO IMC 
Valores de IMC abaixo de 18,5: adulto com baixo 
peso (desnutridos). 
Valores de IMC maior ou igual a 18,5 e menor que 
25,0: adulto com peso adequado (eutrófico). 
Valores de IMC maior ou igual a 25,0 e menor que 
30,0: adulto com sobrepeso. 
Valores de IMC maior ou igual a 30,0: adulto com 
obesidade. 
Os com índice maior que 25 estão 
progressivamente relacionados a um risco maior 
de aparecimento de doenças cardiovasculares, 
diabetes mellitus e outras doenças. 
CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL E QUADRIL 
As medidas de circunferência abdominal e quadril 
são importantes para a avaliação da obesidade. 
Complementamos dados obtidos pelo IMC. 
Gordura visceral (gordura intra-abdominal). 
A circunferência abdominal é medida com uma 
fita métrica posicionada a meia distância entre o 
rebordo costal e as cristas ilíacas. 
O quadril é medido com uma fita métrica no nível 
do trocânter femoral. 
 PROPEDÊUTICA CLÍNICA 
 
 
RELAÇÃO CINTURA/ QUADRIL 
RCQ > 0,8: obesidade androide 
Relacionada à gordura visceral. Fator de risco para 
doença isquêmica do coração, doença vascular 
cerebral, diabetes mellitus tipo 2, hiperlipidemia, 
hipertensão arterial e litíase biliar. ”maça”. 
RCQ < 0,8: obesidade ginecoide 
Mais comum em mulheres. Subcutâneo de coxas, 
nádegas e pelve. ”pêra”. 
O risco cardiovascular é maior na obesidade 
androide. 
Associação com síndrome metabólica. 
SÍNDROME METABÓLICA 
3 dos seguintes critérios 
• Obesidade central (circunferência abdominal) 
− Homens > 102 
− Mulheres > 88 cm 
• TGC > 150 mg/dL ou em uso de medicações 
• HDL baixo ou em uso de medicações 
− Homens < 40 mg/dL 
− Mulheres < 50 mg/dL 
• Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) 
• Diabetes Mellitus (DM) 
ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL (ITB) 
ITB mede a razão entre a pressão arterial nos 
membros inferiores e membros superiores 
Doença Arterial Periférica 
• Estreitamento de grandes artérias distais ao 
arco aórtico 
• Correlação entre doenças arterial periférica e 
mortalidade 
• 40% são assintomáticos 
• 50%: dor em membros inferiores inespecífica 
• Apenas 10% apresentam claudicação 
Sinais 
• Pulsos pediosos e tibiais reduzidos 
• Cianose 
• Lesões cutâneas de cicatrização lenta 
• Alterações do aspecto da pele e unhas 
TÉCNICA 
o Paciente deitado por 5-10 minutos em 
ambiente calmo. 
o Não fumar nas 2 horas anteriores à aferição. 
o Aferir a pressão sistólica nos 4 membros usando 
o doppler. 
o Cuff do tamanho adequado 
Membros superiores 
• Utilizar a técnica tradicional com estetoscópio 
ou doppler 
Membros inferiores 
• Posicionar o manguito 2 cm acima do maléolo 
medial 
• Posicionar o transdutor do doppler sobre o 
pulso pedioso (DP) e tibial (TP) 
• Insuflar o manguito até 20 mmHg acima do 
ponto em que o ruído desaparece 
• Desinsuflar lentamente o manguito e identificar 
o ponto em que o ruído aparece (pressão 
sistólica) 
CÁLCULO 
 
 
VANTAGENS 
o Fácil execução 
o Baixo custo 
o Pouca variação interexaminador 
 PROPEDÊUTICA CLÍNICA 
 
o Sensibilidade 90% 
o Especificidade 98% 
QUEM RASTREAR? 
Idade > 65 anos (com ou sem fatores de risco). 
Idade > 50 anos e diabetes e/ ou tabagismo. 
REFERÊNCIAS DA AULA: 
MASSAIA, Irineu Francisco Delfino Silva et. al. Exame físico geral. 
Em: MASSAIA, Irineu Francisco Delfino Silva et. al. Propedêutica 
médica da criança ao idoso. 2ª ed. São Paulo: Editora Atheneu, 
2015. Cap. 3. 
Propedêutica médica da criança ao idoso. Irineu Francisco 
Delfino Silva Massaia et al. 2015. 2ª ed. Cap 3 – Exame físico 
geral.