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Autor: Prof. Roberto Moraes Neto Colaboradores: Prof. Rodrigo Stolf Prof. Welliton Donizeti Popolim Cozinha Internacional II Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Professor conteudista: Roberto Moraes Neto Graduado em Gestão de Negócios Turísticos pela Universidade Anhembi Morumbi (2006). MBA em Marketing Geral/Produtos pela Universidade Anhembi Morumbi (2008). Pós‑graduação lato sensu em Educação a Distância pela Universidade Paulista (2009), Gastronomia pela Universidade Paulista (2012), Administração de Empresas pela Universidade Anhembi Morumbi (2014) e Pós‑graduação em Confeitaria e Panificação pela Universidade Anhembi Morumbi (cursando). Trabalha, atualmente, com produção de conteúdo e docência em disciplinas como: Cozinha Internacional, Confeitaria, Habilidades Básicas de Cozinha, Café da Manhã e Cozinha de Carnes e Aves. Apresenta, periodicamente, pautas gastronômicas nas emissoras Gazeta e TV Bandeirantes. Atuou como coordenador pedagógico nacional de polos no Departamento de Educação a Distância da Laureate International Universities de 2015 a 2017. Participou do processo de credenciamento e reconhecimento de cursos, credenciamento, abertura e treinamento das equipes de polo e acompanhamento das visitas de comissões de avaliação do Ministério da Educação (MEC). Também atuou como coordenador de tutoria on‑line e presencial na Universidade Anhembi Morumbi de 2013 a 2015. Possui experiência como tutor e líder de tutoria comprovadas pelo Departamento de Educação a Distância da Universidade Paulista de 2007 a 2013. Em julho de 2015, foi contemplado com uma bolsa de estudos intercambista na Santa Fe University of Arts and Design (EUA). © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) M827c Moraes Neto, Roberto. Cozinha Internacional II. / Roberto Moraes Neto. – São Paulo: Editora Sol, 2018. 192 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2‑008/18, ISSN 1517‑9230. 1. Cozinha internacional. 2. Oriente Médio. 3. Países nórdicos. I. Título. CDU 641.5 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Aline Ricciardi Kleber Nascimento Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Sumário Cozinha Internacional II APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9 Unidade I 1 ORIENTE MÉDIO ............................................................................................................................................... 11 2 PRATOS DO ORIENTE MÉDIO ...................................................................................................................... 14 2.1 Tabule ........................................................................................................................................................ 14 2.2 Coalhada fresca ..................................................................................................................................... 15 2.3 Arroz árabe .............................................................................................................................................. 16 2.4 Mjadra (arroz com lentilha e cebola caramelizada) ............................................................... 18 2.5 Mahalabie (manjar libanês) .............................................................................................................. 18 2.6 Coalhada seca ........................................................................................................................................ 20 2.7 Muhamra (pasta de pimentão vermelho) .................................................................................. 21 2.8 Babaganush (pasta de berinjela com tahine) ........................................................................... 23 2.9 Molho de tahine ................................................................................................................................... 24 2.10 Homus (pasta de grão‑de‑bico com tahine) .......................................................................... 25 2.11 Fattoush (salada de verduras com pão torrado) .................................................................... 26 2.12 Fattet (músculo com pão torrado e coalhada) ...................................................................... 28 2.13 Mamoul de tâmaras .......................................................................................................................... 29 2.14 Arroz chairie (acompanhamento do quibe na coalhada) .................................................. 31 2.15 Quibe ....................................................................................................................................................... 31 2.16 Quibe de assadeira ............................................................................................................................ 36 2.17 Mhamasa (recheio do quibe frito e de assadeira) ................................................................ 38 2.18 Kafta modelada .................................................................................................................................. 39 2.19 Molho de tomate (para kafta de forno) ................................................................................... 41 2.20 Ataief ...................................................................................................................................................... 42 2.21 Abobrinha recheada .......................................................................................................................... 44 2.22 Charuto de folha de uva ................................................................................................................. 46 2.23 Charuto de folha de repolho ......................................................................................................... 47 2.24 Caldo árabe ................................................................................................................................................... 48 2.25 Peixe taratour ...................................................................................................................................... 49 2.26 Esmallye (doce de macarrãozinho com nata) ........................................................................50 2.27 Esfiha aberta ........................................................................................................................................ 52 2.28 Esfiha fechada ..................................................................................................................................... 55 2.29 Rist lauz (doce de semolina com amêndoas) ......................................................................... 58 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade II 3 NORTE DA ÁFRICA........................................................................................................................................... 63 4 PRATOS DO NORTE DA ÁFRICA .................................................................................................................. 65 4.1 Tanjia marrakchia ................................................................................................................................. 65 4.2 Falafel (bolinhos de grão‑de‑bico e fava) .................................................................................. 66 4.3 Molho tahine .......................................................................................................................................... 68 4.4 Pernil de cordeiro assado com ratatouille .................................................................................. 68 4.5 Conserva marroquina de limão‑siciliano.................................................................................... 70 4.6 Tajine de frango com limão‑siciliano ........................................................................................... 71 4.7 Couscous .................................................................................................................................................. 73 4.8 Filé de peixe com harissa................................................................................................................... 73 4.9 Pastilla ....................................................................................................................................................... 75 4.10 Laranja marroquina ........................................................................................................................... 77 Unidade III 5 PAÍSES NÓRDICOS .......................................................................................................................................... 82 6 PRATOS DOS PAÍSES NÓRDICOS ............................................................................................................... 83 6.1 Dinamarca ............................................................................................................................................... 83 6.1.1 Rolinhos de salmão com presunto .................................................................................................. 84 6.1.2 Salmão dinamarquês ............................................................................................................................. 85 6.1.3 Molho dinamarquês (para fondue) .................................................................................................. 86 6.1.4 Morangos com requeijão e baunilha .............................................................................................. 87 6.1.5 Tarte dinamarquesa de maçã (frugtkage) ..................................................................................... 88 6.2 Noruega .................................................................................................................................................... 90 6.2.1 Salada norueguesa ................................................................................................................................. 91 6.2.2 Bavaroise de frutas silvestres ............................................................................................................. 91 6.2.3 Donuts ......................................................................................................................................................... 92 6.2.4 Presunto gratinado com molho de uvas ....................................................................................... 94 6.2.5 Sopa de castanhas .................................................................................................................................. 95 6.2.6 Vinagrete de mostarda ......................................................................................................................... 96 6.3 Suécia ........................................................................................................................................................ 97 6.3.1 Köttbullar ................................................................................................................................................... 99 6.3.2 Pão sueco .................................................................................................................................................101 6.3.3 Gravad lax ................................................................................................................................................102 6.3.4 Bolo varmland ........................................................................................................................................104 6.3.5 Rolinhos suecos .....................................................................................................................................105 Unidade IV 7 LESTE EUROPEU .............................................................................................................................................111 8 PRATOS DO LESTE EUROPEU.....................................................................................................................112 8.1 Rússia ......................................................................................................................................................112 8.1.1 Baklava ......................................................................................................................................................113 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 8.1.2 Blinis demidoff .......................................................................................................................................115 8.1.3 Borani de vegetais ................................................................................................................................116 8.1.4 Borsch ........................................................................................................................................................118 8.1.5 Chachlick à maneira tártara ............................................................................................................. 119 8.1.6 Colodetsi (geleia salgada) ..................................................................................................................119 8.2 Turquia ....................................................................................................................................................120 8.2.1 Kremalı mantar çorbası (sopa de cogumelo cremoso) ......................................................... 122 8.2.2 Tavuklu mercimek çorbası (sopa de lentilha vermelha com frango) .............................. 123 8.2.3 Yogurt çorbası (sopa de iogurte) ................................................................................................... 124 8.2.4 Kremalı sebze çorbası (sopa de legumes cremoso) ................................................................ 125 8.2.5 Domates çorbası (sopa de tomate) ............................................................................................... 126 8.2.6 Asçı salatası (salada de cozinheiro) ..............................................................................................127 8.2.7 Enginar salatası (salada de alcachofra)....................................................................................... 128 8.2.8 Yogurtlu patlıcan salatası (salada de berinjela com iogurte) ............................................ 129 8.2.9 Etimekli sebze salatası (salada de legumes com torrada) ................................................... 130 8.2.10 Piyaz (salada de feijão‑branco miúdo) ......................................................................................131 8.2.11 Çoban salatası (salada do pastor) ......................................................................................................... 132 8.2.12 Bademli üzümlü pilav (arroz com amêndoa e uva‑passa) ............................................... 133 8.2.13 Domatesli pilav (arroz com tomate) .......................................................................................... 134 8.2.14 Etli pirinç pilavı (arroz com carne) ............................................................................................. 135 8.2.15 Mercimekli bulgur pilavı (plaf de trigo com lentilhas) ....................................................... 136 8.2.16 Sehriyeli pirinç pilavı (arroz com cabelo‑de‑anjo) .............................................................. 137 8.2.17 Atlicanli pilav (arroz com berinjela) ........................................................................................... 138 8.2.18 Mantarlı havuçlu pilav (arroz com cogumelo e com cenoura) ...................................... 139 8.2.19 Perde pilavı ........................................................................................................................................... 140 8.2.20 Iç Pilav .....................................................................................................................................................141 8.2.21 Güveç pilavı (arroz na panela de barro) ................................................................................... 143 8.2.22 Zeytinyagli taze fasulye (vagem em azeite) ........................................................................... 144 8.2.23 Zeytinyagli pazı (acelga com arroz) ........................................................................................... 145 8.2.24 Kadınbudu köfte (almôndegas pernas da mulher) .............................................................. 146 8.2.25 Fırında patatesli levrek (robalo com batatas ao forno) ...................................................... 147 8.2.26 Kalbura bastı ........................................................................................................................................ 148 8.2.27 Çilekli kazandibi ................................................................................................................................. 149 8.2.28 Aşure (doce de Noé) ........................................................................................................................ 150 8.2.29 Chachi kebassi .................................................................................................................................... 152 8.2.30 Filés de bacalhau à turca ................................................................................................................ 152 8.2.31 Linguado à moda do mediterrâneo ........................................................................................... 153 8.2.32 Spetsofai ............................................................................................................................................... 154 8.3 Hungria ...................................................................................................................................................156 8.3.1 Czusztatt palavzinta ........................................................................................................................... 157 8.3.2 Fígado de frango à Godollo ............................................................................................................. 158 8.3.3 Porkolt de carpa ................................................................................................................................... 159 8.3.4 Sopa goulash ......................................................................................................................................... 160 8.3.5 Tarhonya ...................................................................................................................................................161 8.4 Polônia ....................................................................................................................................................162 8.4.1 Charutos com folhas de repolho ................................................................................................... 163 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 8.4.2 Borsch ....................................................................................................................................................... 165 8.4.3 Sonhos pacczki ..................................................................................................................................... 166 8.4.4 Bolo polonês .......................................................................................................................................... 168 8.4.5 Sopa de beterraba polonesa (barszcz) ......................................................................................... 168 8.4.6 Barszcz burakowy (caldo de beterraba) .......................................................................................170 8.4.7 Pierogi (pastel cozido típico polonês)...........................................................................................171 8.4.8 Sopa de pepinos ................................................................................................................................... 172 8.4.9 Zupa watrobiana .................................................................................................................................. 173 9 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 APRESENTAÇÃO A disciplina Cozinha Internacional II, como continuação de Cozinha Internacional I, apresenta os principais pratos e preparações da gastronomia regional de diferentes países e continentes. Aborda a cozinha em especial dos países nórdicos, do Leste Europeu, de alguns países da África e do Oriente Médio. O intuito da disciplina é proporcionar uma visão geral dos hábitos alimentares dos diversos povos formadores da gastronomia mundial, além de apresentar os conhecimentos necessários para planejamento, organização e execução dos pratos da culinária internacional. A disciplina permitirá o conhecimento da cozinha internacional dos principais países e as contribuições que ofereceram à gastronomia mundial. Você aprenderá a reconhecer ingredientes clássicos da cozinha internacional e a elaborar, especificamente, pratos relacionados aos países africanos (como Marrocos e Tunísia), da Europa (como Rússia e Turquia), do Oriente Médio e os países nórdicos (como Dinamarca e Noruega). INTRODUÇÃO A arte de cozinhar foi evoluindo ao longo da história da sociedade, sendo envolvida pelos regionalismos. A distinção entre a cozinha caseira e a preparada por chefs profissionais já é de longa data. Estudiosos afirmam que desde a origem dos restaurantes, a elaboração começou a se diferenciar. Os restaurantes modernos originaram‑se na época da Revolução Francesa, no fim do século XVIII. Após a Revolução, muitos chefs que trabalhavam em mansões ficaram desempregados. Com isso, surgiu a necessidade de desenvolver uma gastronomia mais tecnificada, que valorizasse a elaboração do alimento no seu preparo e na sua forma de apresentar e servir. Essa era a demanda dos novosrestaurantes. A antiga culinária camponesa, mesmo sendo muito saborosa, não era flexível o suficiente para o preparo de vários pratos ao mesmo instante e com a eficiência que requerem os estabelecimentos comerciais. Essa ideia ultrapassou os séculos e permanece atualmente, pois os chefs desenvolvem cada vez mais métodos e técnicas para aprimorar o serviço e aumentar a rentabilidade dos negócios. A gastronomia reflete, além dos aspectos culturais e da agricultura local, a religiosidade de um povo. A carne de vaca é tabu entre os hindus, enquanto a de porco é proibida entre os muçulmanos e judeus. A gastronomia internacional é elaborada de acordo com os ingredientes, as técnicas culinárias e os utensílios característicos de cada região. Com o desenvolvimento tecnológico e as formas de organização social, ocorreu uma maior incidência de pessoas trabalhando longe de casa ou tendo mais horas de trabalho. Devido a isso, a sociedade passou a se alimentar com mais frequência fora de casa, sendo mais exigente com relação à qualidade dos alimentos e à segurança alimentar. 10 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 A culinária internacional é diferente, rica em novidades e sabores desconhecidos. Vale a pena investir nesse mercado que conquista cada vez mais adeptos. Figura 1 – Grãos, castanhas, frutas secas, doces e especiarias facilmente encontradas em mercados da Turquia e outros países vizinhos 11 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Unidade I 1 ORIENTE MÉDIO No Oriente Médio, o idioma árabe é o símbolo principal da unidade cultural. O islamismo estabelece também outro grande vínculo. Atualmente há mais de 200 milhões de árabes que vivem no Oriente Médio e no norte da África, em 22 países: Líbano, Síria, Egito, Iraque, Líbia, Mauritânia, Arábia Saudita, Palestina, Etiópia, Catar, Bahrein, Jordânia, Sudão, Tunísia, Marrocos, Iêmen, Kuwait, Argélia, Eritreia, Somália, Omã e Emirados Árabes Unidos. Figura 2 – Império Otomano Quando se fala em árabe no Brasil, fala‑se principalmente dos originários da Síria ou do Líbano, maior fonte dos imigrantes que começaram a chegar aqui por volta de 1880. Todas as iguarias e quitutes que os brasileiros aprenderam a identificar como cozinha árabe foram trazidos por esses imigrantes. Iremos enfocar os temperos e pratos desses dois países árabes. Apesar dessa identidade, houve, e ainda há, no Brasil, muita confusão gerada na época em que o Império Otomano dominou esses países, fazendo com que os imigrantes árabes chegados aqui até 1917 fossem erradamente classificados como turcos (quando, na verdade, os turcos são outro povo – otomanos –, com língua e cultura próprias), cabe aqui falar também que o Irã não é um país árabe, pois seu povo é de origem persa. 12 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I Um dos grandes orgulhos do povo árabe ocorre em torno da comida, cabendo às mulheres a função de prover o alimento. O melhor elogio que alguém pode receber quando está servindo um prato a um árabe é: “quase tão bom quanto o de minha mãe”. Para os árabes, o ato de comer e de oferecer comida significa demonstração de afeto, uma marca registrada desse povo, que sempre faz questão de tratar e alimentar muito bem seus convidados. Os visitantes devem provar de tudo um pouco, pois recusar algo pode ser considerado um gesto de ofensa. A culinária árabe é uma arte refinada, com muitos aromas, temperos e ervas. Uma típica refeição árabe começa com o mezze, ou seja, são servidos diversos antepastos, potes com nozes, pães, vegetais em conserva, ou até mesmo uma refeição completa com salada, mariscos, grelhados, espetinhos de carne e sobremesas. Trata‑se de uma “refeição” social, para que os amigos e família apreciem as iguarias e conversem durante o evento. Os cereais são comumente usados nas preparações: trigo, lentilhas, grão‑de‑bico, favas, semolina e gergelim. O pão está sempre presente, muitas vezes, substituindo os talheres, servindo como invólucro para saladas, pastas e carnes. É muito comum ser temperado com azeite e zátar, um típico tempero da região semelhante ao tomilho. Dentre as carnes, destacam‑se o cabrito e o carneiro. Os peixes são geralmente grelhados na brasa e temperados apenas com alho, suco de limão e azeite. O arak é uma bebida alcoólica com sabor de anis, surgiu como substituta do absinto quando este se tornou ilegal. O café é outra bebida comum, servido durante todo o dia; é forte, espesso e, geralmente, muito adoçado, podendo também ser aromatizado com hel (cardamomo). Observação Segundo a tradição árabe de recepcionar bem, quando um convidado chega à residência ou a um estabelecimento comercial, imediatamente, lhe é oferecido um café, por mais rápida que seja a visita e em quaisquer circunstâncias. A seguir, alguns ingredientes, temperos e especiarias: Água de rosas e água de flor de laranjeiras (mai ward e mazaar): são duas essências árabes usadas em doces e alguns pratos salgados (carneiro, tripa cheia). Canela (irfa): usada tanto em pó como em rama nos doces e salgados. Cardamomo (hel): delicioso aromatizante no café, biscoitos e salgados. Cominho (kamun): utilizado em saladas e pratos salgados. 13 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Fava (full): para fazer o delicioso falafel, saladas e ensopados. Gergelim (somsom): tanto nos pratos salgados como nos doces. Hortelã (naaná): Saladas, coalhadas, quibe etc. Almíscar (miski): substância odorífera segregada pelo almiscareiro, planta da família das estiracáceas. Melaço de romã (dibs romen): realça o sabor agridoce, muito utilizado em saladas, esfihas, quibe. Pimenta síria (ba-har): tem sabor picante e é um dos mais importantes ingredientes do quibe, da esfiha e da culinária árabe em geral. É composta de pimenta‑da‑jamaica, pimenta‑do‑reino preta, canela, cravo e noz‑moscada. Snoubar: é muito sofisticado e caro. Utilizado em recheios principalmente. Trigo (bourgol): utilizado em diversos pratos e de vários tipos: trigo inteiro, mais utilizado em sopas; trigo grosso, como substituto do arroz e usado também em pratos com coalhada; trigo fino, para quibes e saladas. Zátar: mistura utilizada em saladas, massas assadas, e pães. É composta de sumac, gergelim e tomilho. Sumac: com folhas que assumem uma linda cor vermelha no outono, o sumac é um arbusto altamente decorativo, cresce como planta selvagem por todo o Oriente Médio, enquanto, no Ocidente, os cultivadores o consideram apenas ornamental. Os cozinheiros do Líbano, Síria e Irã têm em grande conta as espigas das brilhantes bagas vermelhas, que produzem essas bagas (quando secas, têm cor vermelho‑tijolo e são usadas inteiras ou moídas, em grande número de pratos). As bagas são amargas e têm sabor bastante adstringente e acidez própria da fruta, mas sem a aspereza do vinagre ou do sumo do limão. Foi usada pelos romanos antes dos limões terem chegado à Europa. Saiba mais Você pode encontrar mais informações sobre especiarias e suas respectivas receitas no livro: LINGUANOTTO NETO, N. Dicionário gastronômico: ervas e especiarias com suas receitas. São Paulo: Gaia, 2006. 14 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I Figura 3 – Especiarias típicas do Oriente Médio 2 PRATOS DO ORIENTE MÉDIO 2.1 Tabule Tabule é um prato libanês de salada, frequentemente degustado como um aperitivo. É feito principalmente de triguilho, tomate, cebola, salsa, hortelã e outras ervas, com suco de limão, pimenta e vários temperos. Ingredientes 15 g de trigo fino escuro para quibe ½ maço desalsa fresca picada ½ maço de hortelã fresca picada Cebolinha fresca em chiffonade quanto baste 10 g de cebola‑pera em brunoise 150 g de tomate‑débora maduro e firme, com pele, sem sementes e cortado em cubos pequenos ¼ do maço de alface americana em chiffonade ½ limão‑tahiti (suco) 25 ml de azeite extravirgem 15 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Sal refinado quanto baste Pimenta‑da‑jamaica quanto baste Para degustação: 4 folhas de alface americana 1 pão árabe Modo de preparo 1. Lavar o trigo e espremer bem com as mãos até retirar toda a água. 2. Misturar o trigo, a salsa, a hortelã, a cebolinha, a cebola, o tomate e a alface. 3. Temperar com suco de limão, azeite, sal e pimenta‑da‑jamaica. 4. Servir acompanhado de folhas de alface. 2.2 Coalhada fresca A coalhada é um alimento lácteo natural, muito consumido em todo o mundo, cuja produção se dá através da fermentação natural ou estimulada pelo leite. Tal coagulação do leite pode ser obtida usando uma enzima designada quimosina ou coalho. Ingredientes 3 l de leite tipo B fresco 180 g de coalho (coalhada fresca) Modo de preparo 1. Colocar o leite numa panela e levar ao fogo até ferver. Retirar do fogo, deixar amornar até atingir a temperatura de 47 ºC. 2. Num recipiente (de preferência de cerâmica ou louça) limpo e higienizado, colocar o coalho, o leite morno e mexer bem. 16 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 3. Tampar e envolver o recipiente com um pano grosso para manter o calor. Deixar repousar por, no mínimo, 10 horas. 4. Após coalhar, levar à geladeira por algumas horas antes de consumir. Coalho (em árabe, raubi) é uma porção de coalhada feita anteriormente usada para a produção de uma nova coalhada. Na falta do coalho, pode‑se usar iogurte natural. Nesse caso, porém, nas primeiras vezes em que for produzida, a coalhada ficará mais ácida. 2.3 Arroz árabe O arroz árabe é um prato comumente encontrado e consumido no Oriente Médio. Pode sofrer algumas variações de ingredientes e modo de preparo, como a utilização de caldo pronto e inclusão de macarrão cabelo‑de‑anjo. Arroz Ingredientes 80 g de manteiga integral sem sal 40 ml de óleo de milho 200 g de coxão mole com gordura moído duas vezes 160 g de arroz agulhinha tipo 1 lavado e escorrido Canela em pó quanto baste Pimenta‑da‑jamaica quanto baste 400 ml de caldo de frango (anteriormente citado) Sal refinado quanto baste 40 g de amêndoas em lâminas 10 g de snoubar 17 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Modo de preparo 1. Em uma panela, colocar metade da manteiga e o óleo de milho, aquecer, adicionar a carne moída e selar muito bem, deixando‑a bem dourada e soltinha. 2. Juntar o arroz, a canela, a pimenta‑da‑jamaica e dourar mais um pouco. 3. Acrescentar o caldo de frango e corrigir o sal, se necessário. Tampar a panela e cozinhar até que o caldo tenha sido absorvido e o arroz esteja cozido. 4. Em uma sauteuse, adicionar a outra metade da manteiga e dourar as amêndoas e os snoubar. 5. Servir o arroz com as lascas de frango, as amêndoas e os snoubar por cima. Caldo de frango Ingredientes 2 peitos de frango com osso e sem pele 3 sobrecoxas de frango com osso e sem pele 3 cebolas‑pera em cubos grandes 3 canelas em pau Sal refinado quanto baste Modo de preparo 1. Numa panela, colocar os peitos e as sobrecoxas de frango, cobrir com água fria e levar à fervura. 2. Adicionar a cebola, a canela e o sal. 3. Cozinhar em simmer até que a carne esteja macia. 4. Coar, reservar o caldo para a cocção do arroz e soltar o frango em lascas grandes. Reservar. 18 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 2.4 Mjadra (arroz com lentilha e cebola caramelizada) O mjadra é um prato da culinária árabe extremamente saboroso. A base dele é feita com arroz e lentilha, o que garante o seu delicioso sabor é a cebola que é frita e, ao mesmo tempo, caramelizada no azeite de oliva. É muito importante utilizar um azeite de oliva de boa qualidade. Ingredientes 100 g de lentilha seca 5 cebolas‑pera 70 ml de azeite extravirgem 50 g de arroz agulhinha tipo 1 Sal refinado quanto baste Modo de preparo 1. Lavar a lentilha e cozinhar em uma panela com abundante água até estar al dente. Reservar a lentilha e o líquido de cocção. 2. Em uma sautoir, fritar a cebola cortada em brunoise no azeite até ficar bem caramelizada. Adicionar o arroz e fritar mais um pouco. 3. Misturar o arroz à lentilha pré‑cozida, adicionando um pouco mais de água, se necessário, pois o líquido deve cobrir todos os ingredientes. Temperar com sal, tampar e cozinhar até o arroz ficar macio. 4. Servir quente. 2.5 Mahalabie (manjar libanês) A calda/geleia do mahalabie pode (e deve) ser feita com antecedência. Como o creme é bem neutro, é possível usar compotas variadas no sabor. O doce aceita bem, além do damasco, coberturas de marmelo, laranja e pistache. 19 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Figura 4 – Damasco seco turco Ingredientes 500 ml de leite integral 30 g de amido de milho 35 g de açúcar refinado 5 ml de água de flor de laranjeira Para decorar: 30 g de pistache sem casca Modo de preparo 1. Misturar o leite, o amido e o açúcar. Levar ao fogo brando, mexendo sem parar, até engrossar. 2. Retirar do fogo e misturar a água de flor de laranjeira. 3. Colocar em taças de vidro e levar à geladeira até endurecer. 4. No momento de servir, cobrir com a calda de damasco e polvilhar os pistaches torrados e triturados grosseiramente. 20 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I Calda Ingredientes 75 g de damasco seco turco 70 ml de água 125 g de açúcar refinado Modo de preparo 1. Em uma panela, colocar os damascos cortados ao meio com a água e o açúcar e levar ao fogo. Cozinhar, mexendo de vez em quando, por aproximadamente 5 minutos ou até que os damascos fiquem macios, formando uma calda não muito grossa. 2. Se necessário, acrescentar mais água durante o cozimento. Resfriar. 2.6 Coalhada seca A coalhada seca nada mais é que um tipo de iogurte/queijo sem o soro, o que a deixa mais consistente. É ótima para servir com pães, torradas, quibe, saladas, e em sanduíches. Enfim, a variedade e possibilidades de utilização e consumo é imensa. Figura 5 – Coalhada seca 21 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Ingredientes 500 ml de coalhada fresca Sal refinado quanto baste Modo de preparo 1. Misturar bem a coalhada fresca e despejar em um saco de algodão, de trama bem fechada. 2. Amarrar a boca do saco, pendurar e deixar o soro escorrer por um período de, no mínimo, 24 horas sob refrigeração. 3. Depois desse tempo, retirar a coalhada, bater com uma colher, colocar o sal e misturar bem. Manter sob refrigeração. Observação A coalhada seca, tradicional na mesa árabe, é fruto de um preparo quase acidental: a fermentação do leite. Esse manejo já era reproduzido, provavelmente, 9.000 a.C. na Mesopotâmia, onde a criação de cabras e ovelhas fornecia leite como fonte de proteína. 2.7 Muhamra (pasta de pimentão vermelho) Primo menos famoso do trio homus‑babaganush‑coalhada seca, a muhamra, ou pasta de pimentão, leva também nozes, cominho, azeite e até molho de romã. Figura 6 – Pimentão vermelho 22 Re vi sã o: A line - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I Ingredientes 2 pimentões vermelhos grandes 1 cebola‑pera em cubos médios 1 dente de alho amassado 40 ml de azeite extravirgem 50 g de nozes sem casca 20 ml de melaço de romã Sal refinado quanto baste Páprica picante quanto baste 40 g de farinha de rosca Para acompanhar: 1 pão árabe Modo de preparo 1. Lavar os pimentões e assá‑los diretamente na chama do fogão. Retirar a pele e as sementes. Reservar. 2. Suar a cebola e o alho no azeite. 3. Em um processador, colocar a polpa dos pimentões, a cebola e o alho suados e processar bem. 4. Picar as nozes na ponta da faca (reservar algumas para decoração). 5. Em um bowl, colocar os pimentões processados e juntar as nozes picadas, o melaço de romã, o sal e a páprica picante. Adicionar, aos poucos, a farinha de rosca para acertar a consistência. 6. Colocar em um prato, regar com azeite e decorar com nozes inteiras. 7. Servir acompanhado de pão árabe. 23 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 2.8 Babaganush (pasta de berinjela com tahine) Babaganush é uma salada feita de purê de berinjela assada ou grelhada, tahine e suco de limão, normalmente servida acompanhada de pão ou torradas. Figura 7 Ingredientes 1 berinjela grande 60 g de tahine 1 limão‑tahiti (suco) ¼ de dente alho em pasta Água gelada quanto baste Sal refinado quanto baste Modo de preparo 1. Lavar a berinjela, retirar o cabo e fazer um corte leve em cruz, na ponta, para que o vapor saia quando estiver assando. 2. Assar a berinjela, com a casca, diretamente na chama do fogão, virando sempre para que asse por inteiro, até ficar bem macia. 3. Tirar a casca sob água corrente e deixar escorrer para eliminar o excesso de líquido. 24 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 4. Colocar a polpa da berinjela num prato e amassar com um garfo. 5. Juntar o molho de tahine à berinjela amassada e misturar bem até homogeneizar. Decoração Ingredientes 10 g de gergelim branco 50 ml de azeite extravirgem Para acompanhar: 1 pão árabe Modo de preparo 1. Colocar em um prato, regar com azeite e decorar com o gergelim. 2. Servir acompanhado de pão árabe. 2.9 Molho de tahine O molho de tahine é extremamente versátil, pode ser utilizado em diversas preparações, saladas e finalizações. Ingredientes 15 ml de água 15 ml de suco de limão 5 ml de azeite extravirgem 20 g de pasta de tahine 5 g de alho em pasta Sal quanto baste 25 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Modo de preparo 1. Num bowl, colocar o tahine, o suco de limão, o alho em pasta, a água e o sal, emulsionar até ficar homogêneo. O molho deve ficar esbranquiçado e pouco alongado (resultado da ação do limão e da água). 2. Se necessário, corrigir o tempero após a aplicação na pasta de berinjela. 2.10 Homus (pasta de grão‑de‑bico com tahine) O homus, ou hommos, ou húmus, é um alimento típico da cultura árabe feito a partir de grão‑de‑bico cozido e espremido, tahine, azeite, suco de limão, sal e alho. Pode ser servido como acompanhamento em pratos ou como antepasto. Figura 8 – Grão‑de‑bico: ingrediente básico para preparação do homus Ingredientes 150 g de grão‑de‑bico demolhado 60 g de tahine 1 limão‑tahiti (suco) ¼ de dente de alho em pasta 26 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I Água gelada quanto baste Sal refinado quanto baste Modo de preparo 1. Cozinhar o grão‑de‑bico até estar bem macio, quase desmanchando. 2. Ainda quente, processá‑lo usando o liquidificador ou processador até obter uma pasta fina e homogênea. Se ainda estiver grossa, acrescentar um pouco de água do cozimento. 3. Adicionar o molho de tahine à pasta de grão‑de‑bico. 4. Colocar em um prato, regar com azeite e decorar com a salsa finamente picada. 5. Servir acompanhado de pão árabe. 2.11 Fattoush (salada de verduras com pão torrado) Fattoush, ou fatuche, é uma salada típica da culinária árabe dos países da região do Levante, entre eles, a Síria e o Líbano. A salada é elaborada com diferentes verduras e legumes, como tomate (em algumas preparações, rabanete), servidos junto com pão árabe (ou pita) torrado, cortado em cubos ou tiras. Em comparação com o tabule, as verduras usadas no fattoush são cortadas em pedaços maiores. Ingredientes ½ pão árabe 1 tomate‑débora firme e maduro ½ pepino japonês ½ cebola‑pera média 4 folhas de alface americana Hortelã fresca quanto baste 27 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Salsa fresca quanto baste Sumac quanto baste Zátar quanto baste Para decorar: ¼ de romã (sementes) Molho Ingredientes 60 ml de melaço de romã 60 ml de azeite extravirgem Pimenta‑da‑jamaica quanto baste Sal refinado quanto baste Modo de preparo 1. Cortar o pão em cubos de 2 cm, levar ao forno e torrar. 2. Cortar o tomate, o pepino e a cebola em cubos de 2 cm. Rasgar as folhas de alface e da hortelã e picar a salsa. 3. Preparar o molho, juntando o melaço de romã, o azeite, a pimenta‑da‑jamaica e o sal. Emulsionar. 4. Em um prato, arrumar os ingredientes da salada e temperar com o molho. 5. Polvilhar com o zátar, o sumac e o pão torrado. Decorar com as sementes de romã. Emprega‑se o pão árabe em muitos pratos de cozinha libanesa, como na receita anterior, cortado em quadrados ou picado e torrado. A essas torradas, dá‑se o nome de fatte, de onde deriva, provavelmente, o nome desse prato: fattoush. 28 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 2.12 Fattet (músculo com pão torrado e coalhada) Fattet é uma preparação muito tradicional e considerada uma refeição extremamente completa. Serve‑se, normalmente, a combinação de carne (ou frango), grão‑de‑bico, coalhada e pão seco. Ingredientes 150 g de músculo bovino 50 g de manteiga integral Pimenta‑da‑jamaica quanto baste ½ canela em pau Sal refinado quanto baste 1 cebola‑pera 50 g de grão‑de‑bico demolhado Modo de preparo 1. Cortar o músculo em cubos de 4 cm. 2. Numa panela de pressão, selar o músculo na manteiga até dourar, acrescentar a pimenta‑da‑jamaica, a canela em pau e o sal. 3. Adicionar a cebola cortada em cubos médios e suar. 4. Cobrir com água fervente, tampar a panela e cozinhar por aproximadamente 25 minutos. 5. Retirar o músculo, acrescentar o grão‑de‑bico demolhado e cozinhar por mais 15 minutos. Coalhada para fattet Ingredientes 200 ml de coalhada fresca quebrada 29 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 1 dente de alho em pasta Hortelã fresca picada quanto baste Sal refinado quanto baste 1 dente de alho em brunoise 15 g de manteiga integral sem sal 5 g de snoubar ¼ de pão árabe cortado em quadrados pequenos e torrado Modo de preparo Coalhada e montagem 1. Quebrar a coalhada, temperar com pasta de alho, hortelã e sal. 2. Em uma sauteuse, dourar o alho em brunoise na manteiga. Reservar. 3. Torrar ligeiramente o snoubar. Reservar. 4. Em um prato, dispor o músculo, o grão‑de‑bico, a coalhada fresca temperada, o pão árabe torrado, o snoubar e o alho dourado com a manteiga. 2.13 Mamoul de tâmaras Mamoul é um doce árabe feito à base de semolina, leite e manteiga, com recheio de tâmaras (em alguns casos, nozes ou damascos), água de flor de laranjeira, açúcar e outros ingredientes.Ingredientes 3 g de mahlab em grão 90 g de açúcar refinado 150 g de manteiga integral sem sal 30 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 375 g de semolina fina 60 g de farinha de trigo 90 ml de leite integral 15 g de fermento químico em pó Para polvilhar: 100 g de açúcar de confeiteiro Modo de preparo 1. Pilar os grãos de mahlab com 10 g de açúcar até formar um pó. 2. Na batedeira, com o globo, bater o restante do açúcar com a manteiga até esbranquiçar. 3. No mesmo bowl, acrescentar a semolina, o mahlab, a farinha, o leite e o fermento. Amassar bem até formar uma massa homogênea. 4. Modelar em formas para mamoul, recheando com as tâmaras. 5. Colocar na assadeira e assar em forno pré‑aquecido a 180 ºC por cerca de 8 minutos ou até ficar levemente dourado. 6. Retirar do forno e polvilhar com açúcar de confeiteiro. 7. Servir frio. Recheio de tâmaras Ingredientes 200 g de tâmaras sem caroço Modo de preparo Processar as tâmaras até formar uma pasta (se necessário, pingar um pouco de água para ajudar no processamento). O recheio pode ser substituído por pasta de damasco ou nozes processadas com açúcar. 31 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 2.14 Arroz chairie (acompanhamento do quibe na coalhada) O arroz chairie é de origem árabe e extremamente simples de ser preparado. Pode substituir o arroz branco em quase todas as preparações. É de tempero suave e muito saboroso. Ingredientes 150 g de manteiga integral sem sal 500 g de risoni 200 g de arroz agulhinha tipo 1 600 ml de água Sal refinado quanto baste Modo de preparo 1. Em uma panela, derreter a manteiga, acrescentar o risoni e fritar até ficar bem dourado. Adicionar o arroz e fritar mais um pouco. 2. Acrescentar a água, o sal, tampar a panela e cozinhar até o arroz estar macio. 3. Reservar aquecido. 2.15 Quibe Quibe é um prato típico do Oriente Médio, que consiste em um bolinho de massa de trigo ou semolina, recheado com carne temperada com ervas, que pode ser servido cru, cozido ou frito. O nome deriva de kubbeh que, em árabe, significa bola. Quibe na coalhada Ingredientes 500 g de patinho bovino limpo (a carne deverá estar sem nervos e sem gordura, cortada em cubos e passada pelo moedor duas vezes) 32 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 225 g de trigo fino escuro (para quibe) ½ unidade de cebola‑pera em cubos grandes Hortelã fresca quanto baste Sal refinado quanto baste Canela em pó quanto baste Pimenta‑da‑jamaica em pó quanto baste 75 ml de água gelada Para gelar o moedor de carne: Pedra de gelo quanto baste Modo de preparo 1. Lavar o trigo, escorrer e espremer com as mãos para retirar toda a água. 2. Misturar o trigo à carne, adicionar os temperos e passar esta mistura por duas vezes no moedor de carne. 3. Em um bowl, colocar a mistura do quibe e amassar com as mãos, como se estivesse sovando uma massa, acrescentando água gelada até dar o ponto. 4. Fazer bolinhas de cerca de 2 cm de diâmetro. Reservar refrigerado. Coalhada Ingredientes 10 dentes de alho em brunoise Hortelã fresca quanto baste 70 ml de azeite extravirgem 60 g de manteiga integral sem sal 3 l de coalhada fresca 33 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 500 ml de água 3 ovos tipo extra 90 g de amido de milho Sal refinado quanto baste Modo de preparo 1. No liquidificador, processar o alho e as folhas da hortelã, adicionando o azeite aos poucos. 2. Em uma sauteuse, dourar na manteiga o alho e a hortelã processados. 3. Diluir a coalhada com a água e acrescentar o ovo. Peneirar e levar ao fogo brando, mexendo sempre e sem parar, até levantar fervura. Adicionar o amido de milho e temperar com sal. 4. Juntar à coalhada a mistura de alho, hortelã e manteiga e os quibes em bolinha. 5. Cozinhar até a coalhada engrossar e os quibes subirem à superfície. 6. Servir com arroz chairie. Quibe cru Ingredientes 1 kg de patinho bovino limpo (a carne deverá estar sem nervos e sem gordura, cortada em cubos e passada pelo moedor duas vezes) 350 g de trigo fino escuro (para quibe) ½ cebola‑pera em cubos grandes Hortelã fresca quanto baste Sal refinado quanto baste Canela em pó quanto baste Pimenta‑da‑jamaica em pó quanto baste 34 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 300 ml de água gelada Para gelar o moedor de carne: Pedra de gelo quanto baste Para decorar: Hortelã fresca quanto baste 2 cebolas‑pera 40 ml de azeite extravirgem Modo de preparo 1. Lavar o trigo, escorrer e espremer com as mãos para retirar toda a água. 2. Misturar o trigo à carne, adicionar os temperos e passar essa mistura por duas vezes no moedor de carne. 3. Em um bowl, colocar a mistura do quibe e amassar com as mãos, como se estivesse sovando uma massa, acrescentando água gelada até dar o ponto. 4. Colocar em uma travessa e decorar com ramos de hortelã fresca e pétalas de cebola. Regar com azeite. Um bom acompanhamento para o quibe cru é o mhamasa. Quibe frito Ingredientes 1 kg de patinho bovino limpo (a carne deverá estar sem nervos e sem gordura, cortada em cubos e passada pelo moedor duas vezes) 450 g de trigo fino escuro (para quibe) 1 cebola‑pera em cubos grandes Hortelã fresca quanto baste Sal refinado quanto baste Canela em pó quanto baste 35 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Pimenta‑da‑jamaica em pó quanto baste 150 ml de água gelada Para gelar o moedor de carne: Pedra de gelo quanto baste Para fritar: 2 l de óleo de milho Modo de preparo 1. Lavar o trigo, escorrer e espremer com as mãos para retirar toda a água. 2. Misturar o trigo à carne, adicionar os temperos e passar essa mistura duas vezes no moedor de carne. 3. Em um bowl, colocar a mistura do quibe e amassar com as mãos, como se estivesse sovando uma massa, acrescentando água gelada até dar o ponto. Montagem 1. Pegar uma pequena porção de massa e dar‑lhe a forma oval. 2. Molhar a mão em água fria. Segurando a massa na palma de uma das mãos, fazer um furo com o dedo indicador da outra mão. Girar a massa continuamente até aumentar a cavidade, tornando suas paredes bem finas, com mais ou menos ½ cm de espessura. 3. Introduzir uma colher de sopa de recheio na cavidade do quibe e, molhando novamente a mão, fechar bem para que o recheio não saia durante a fritura. 4. Fritar por imersão em óleo a 180º C. Pode ser servido acompanhado de coalhada fresca ou seca. 36 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I Figura 9 – Quibe cru Figura 10 – Quibes fritos e esfihas fechadas 2.16 Quibe de assadeira Esse tipo de preparação é extremamente prático e versátil. É possível incluir diferentes tipos de recheios e/ou coberturas. A versão original, como a da receita a seguir, é clássica e muito saborosa. Ingredientes 1 kg de patinho bovino limpo (a carne deverá estar sem nervos e sem gordura, cortada em cubos e passada pelo moedor duas vezes) 450 g de trigo fino escuro (para quibe) 1 cebola‑pera em cubos grandes Hortelã fresca quanto baste 37 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Sal refinado quanto baste Canela em pó quanto baste Pimenta‑da‑jamaica em pó quanto baste 300 ml de água gelada Para gelar o moedor de carne: Pedrade gelo quanto baste Para untar e regar: 150 ml de óleo de milho 100 g de manteiga integral sem sal Modo de preparo 1. Lavar o trigo, escorrer e espremer com as mãos para retirar toda a água. 2. Misturar o trigo à carne, adicionar os temperos e passar essa mistura por duas vezes no moedor de carne. 3. Em um bowl, colocar a mistura do quibe e amassar com as mãos, como se estivesse sovando uma massa, acrescentando água gelada até dar o ponto. Essa massa deve ser mais hidratada que a do quibe frito. Montagem 1. Untar com óleo uma assadeira. Espalhar metade da massa de maneira uniforme, com cerca de 1 cm de espessura. Para facilitar, antes de espalhar a massa, molhar as mãos com água fria. 2. Sobre a massa espalhada, colocar o recheio. 3. Para cobrir com o restante da massa, proceder da seguinte maneira: abrir pequenas porções da massa, com as mãos sempre molhadas, e colocar sobre o recheio. No final, alisar com as mãos até formar uma camada homogênea, da mesma espessura que a inferior. 38 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 4. Riscar o quibe, fazendo desenhos de losangos e cortar. Regar com o óleo e a manteiga derretida e assar em forno pré‑aquecido a 180 ºC por cerca de 25 minutos ou até dourar. Servir quente ou frio, acompanhado de coalhada fresca ou seca. Lembrete Quibe, ou kubbeh, significa bola, o que indica que, no início, era preparado em forma de bolinhos. Hoje podemos fazê‑lo também em tabuleiro, assado, frito ou cru. Essa última versão é ideal para os dias quentes do verão tropical típico do Brasil. 2.17 Mhamasa (recheio do quibe frito e de assadeira) Mhamasa é um recheio muito tradicional feito à base de carne e snoubar. O snoubar é uma semente de uma espécie de pinheiro nativo da região do Mediterrâneo. É conhecido também como pignoli, ou piñole, e usado no preparo de massas, esfihas, charutos recheados, coalhadas e algumas sobremesas. Ingredientes 50 ml de óleo de milho 130 g de manteiga integral sem sal 1 kg de coxão mole bovino limpo (a carne deverá ser moída uma vez) 3 cebolas‑pera em brunoise Pimenta‑da‑jamaica em pó quanto baste Sal refinado quanto baste 200 g de snoubar Modo de preparo 1. Em uma panela, aquecer o óleo e a manteiga, juntar a carne e selar bem, deixando‑a bem dourada. 39 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 2. Adicionar a cebola, a pimenta‑da‑jamaica, o sal e o snoubar, misturar bem e cozinhar por alguns minutos, até que a cebola esteja macia. 3. Resfriar e reservar. 2.18 Kafta modelada Kafta, ou cafta, são como almôndegas que fazem parte da culinária da maioria dos países que resultaram do colapso do Império Otomano, incluindo os países da Ásia Central e do Cáucaso, dos Balcãs, a Turquia, o Irã, o Oriente Médio e o norte de África. Ingredientes 800 g de lombo de cordeiro com gordura moído duas vezes 2 cebolas‑pera em brunoise 1 maço de salsa fresca picada Cebolinha fresca picada quanto baste 1 maço de hortelã fresca picada Pimenta‑da‑jamaica quanto baste Sal refinado quanto baste 200 ml de água 80 g de manteiga integral sem sal Para fritar: 200 ml de óleo de milho Modo de preparo Misturar todos os ingredientes, modelar e fritar. 40 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I Kafta de forno Ingredientes 800 g de coxão mole com gordura moído duas vezes 2 cebolas‑pera em brunoise 1 maço de salsa fresca picada Cebolinha fresca picada quanto baste 1 maço caseiro de hortelã fresca picada Pimenta‑da‑jamaica quanto baste Sal refinado quanto baste 200 ml de água 80 g de manteiga integral sem sal Para untar: 80 g de manteiga integral sem sal Finalização: 4 batatas baraka em rodelas 4 cebolas‑pera em rodelas Modo de preparo 1. Misturar os ingredientes da kafta e acomodar sobre uma assadeira untada com manteiga. 2. Cozinhar as batatas até ficarem macias. 3. Temperar as batatas e as cebolas com sal e pimenta‑da‑jamaica. 4. Por cima da kafta, colocar as cebolas, as batatas e, por último, o molho de tomate. 5. Assar em forno pré‑aquecido a 180 ºC por aproximadamente 15 minutos. 41 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 2.19 Molho de tomate (para kafta de forno) Esse molho é um coringa que pode ser utilizado em diferentes pratos e preparações. É de tempero suave e pode ser personalizado com outros condimentos. Ingredientes 3 cebolas‑pera em brunoise 3 dentes de alho em brunoise 60 ml de azeite extravirgem 1200 g de tomates pelados Sal refinado quanto baste Pimenta‑da‑jamaica quanto baste Canela em pó quanto baste Açúcar refinado quanto baste Molho 1. Suar a cebola e o alho no azeite, acrescentar os tomates picados finamente e cozinhar até formar um molho. 2. Temperar com sal, pimenta‑da‑jamaica, canela e açúcar (para tirar a acidez). Reservar. 42 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 2.20 Ataief Sobremesa tradicional árabe. Dizem que ataief, ou ataif, é o doce preferido no tempo do ramadã em muitos cantos do mundo árabe. Figura 11 – Ataief Ingredientes 7 g de fermento biológico fresco 2 g de sal refinado 5 g de açúcar refinado 150 ml de água morna 150 ml de leite morno 150 g de farinha de trigo Para untar: 50 g de manteiga integral sem sal Modo de preparo 1. Diluir o fermento com o sal e o açúcar, acrescentar a água e o leite mornos e a farinha de trigo. 2. Deixar descansar por 15 minutos. 43 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 3. Assar os crepes numa frigideira antiaderente (untada com manteiga integral) segundo orientação do chef. Recheio de nozes Ingredientes 300 g de nozes sem casca 75 g de açúcar refinado 7 ml de água de flor de laranjeira Modo de preparo 1. Processar rapidamente as nozes. 2. Misturar o açúcar e a água de flor de laranjeira. Reservar. Recheio de nata Ingredientes 250 ml de leite integral 40 g de açúcar refinado 25 g de amido de milho 75 g de creme de leite UHT 2 ml de água de flor de laranjeira Para decorar 30 g de pistache sem casca triturado rusticamente Modo de preparo 1. Ferver o leite com açúcar, acrescentar o amido de milho diluído em um pouco de leite. Mexer sem parar até engrossar. 2. Retirar do fogo, acrescentar o creme de leite e a água de flor de laranjeira. 44 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 3. Reservar e esfriar. Calda Ingredientes 100 g de açúcar refinado 50 ml de água ¼ de limão‑tahiti (suco) 2 ml de água de flor de laranjeira Modo de preparo 1. Levar ao fogo o açúcar, a água e o suco do limão. Ferver até atingir ponto de fio grosso (108 ºC). Retirar do fogo, acrescentar a água de flor de laranjeira, esfriar e reservar. 2. Distribuir a calda sobre os ataief. 2.21 Abobrinha recheada As abobrinhas podem ser substituídas por berinjelas, caso seja de preferência, ainda que o prato tradicional árabe seja sempre preparado com abobrinhas. Ingredientes 2 abobrinhas italianas médias e cortadas verticalmente da forma mais reta possível 60 g de arroz agulhinha tipo 1 lavado e escorrido 80 g de coxão mole com gordura moído duas vezes Sal refinado quanto baste Pimenta‑da‑jamaica quanto baste Canela em pó quanto baste 45 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Manteiga integralsem sal quanto baste Modo de preparo 1. Lavar a abobrinha e furá‑la. 2. Em um bowl, misturar o arroz, a carne, o sal, a pimenta‑da‑jamaica, a canela e a manteiga, acrescentando água até dar o ponto. 3. Rechear as abobrinhas conforme explicação. Reservar. Molho de tomate Ingredientes 1 cebola‑pera em brunoise 1 dente de alho em brunoise Azeite extravirgem quanto baste 200 g de tomate pelado Sal refinado quanto baste Pimenta‑da‑jamaica quanto baste Canela em pó quanto baste Açúcar refinado quanto baste Caldo árabe quanto baste (a receita está adiante) Modo de preparo 1. Suar a cebola e o alho no azeite, adicionar o tomate picado e cozinhar até formar um molho. Temperar com sal, pimenta‑da‑jamaica, canela e açúcar (para tirar a acidez) e cozinhar por alguns minutos. 2. Alongar com o caldo árabe fazendo com que fique um molho pálido. Corrigir os temperos. 3. Mergulhar as abobrinhas no molho e deixar cozinhar em fogo baixo, com a panela tampada, até que fiquem macias e o recheio, cozido. 46 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 2.22 Charuto de folha de uva Um dos pratos mais apreciados, o wara eyneb, ou yabrak, quer dizer folha de uva, prato completo e saboroso, o charuto, consumido em todo o mediterrâneo com pequenas variações na receita e no nome. Ingredientes Para a cocção: 40 g de manteiga integral sem sal 500 g de músculo bovino 3 tomates‑débora concassé Sal refinado quanto baste Pimenta‑da‑jamaica quanto baste Canela em pó quanto baste Caldo árabe quanto baste 2 limões‑tahiti (suco) Modo de preparo 1. Em uma panela de pressão, colocar a manteiga, o músculo cortado em cubos grandes e selar bem. Juntar os tomates e temperar com o sal, a pimenta‑da‑jamaica e a canela. Deixar os tomates murcharem. Esfriar e acomodar os charutos. 2. Sobre os charutos, colocar um prato para fazer peso. Cobrir com caldo árabe e tampar a panela. Cozinhar em fogo baixo. 3. Quando os charutos estiverem cozidos, antes de servir, adicionar o suco de limão e retirar a panela do fogo. Montagem 1. Escaldar a folha de uva. Reservar. 2. Misturar o arroz, a carne, o sal, a pimenta‑da‑jamaica, a canela em pó e a manteiga, acrescentando água até dar o ponto. Rechear as folhas. 47 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 2.23 Charuto de folha de repolho O charuto de repolho é na verdade de origem grega, sendo depois incorporado à culinária mediterrânea (Turquia, Egito, Líbano, Síria). Considerado de difícil preparo, embora com ingredientes comuns, pode ser servido quente ou frio. Ingredientes 15 folhas de repolho 60 g de arroz agulhinha tipo 1 lavado e escorrido 80 g de coxão mole com gordura moído duas vezes ½ dente de alho em brunoise 1 tomate‑débora concassé Manteiga integral sem sal quanto baste Pimenta‑da‑jamaica em pó quanto baste Canela em pó quanto baste Sal refinado quanto baste Hortelã fresca quanto baste Caldo árabe quanto baste Limão‑tahiti (suco) quanto baste Modo de preparo 1. Escaldar as folhas de repolho. 2. Misturar o arroz, a carne, o alho, o tomate em cubos pequenos, a manteiga, a pimenta‑da‑jamaica, a canela em pó e o sal, acrescentando água até dar o ponto. 3. Fazer os charutos conforme explicação do chef. 4. Acomodar os charutos numa panela com galhos de hortelã, colocando sobre eles um prato para que não desmanchem. 48 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 5. Cobrir com caldo árabe, tampar a panela e cozinhar em simmer. 6. No final da cocção, acrescentar o suco de limão. Observação Existem controvérsias sobre a origem do charuto de repolho. O prato pode ter sido criado na Europa Oriental ou no Oriente Médio, mas chegou ao Brasil através da imigração árabe. Eles são muito consumidos em todo o mediterrâneo, da Grécia ao Egito, passando pela Turquia e Síria. Em cada uma dessas regiões, diferentes nomes são usados para o mesmo prato. Em árabe, geralmente são chamadas de mahshi waraq ‘inab (folhas de uva recheadas). 2.24 Caldo árabe Preparação extremamente leve e saborosa. Pode ser servida como entrada ou como prato principal em refeições noturnas. Ingredientes 5 carcaças de frango 6 cebolas‑pera em cubos grandes 6 canelas em pau Sal refinado quanto baste Modo de preparo 1. Numa panela, colocar as carcaças de frango, cobrir com água fria e levar à fervura. 2. Adicionar a cebola, a canela e o sal. 3. Cozinhar em simmer. Reservar. 49 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 2.25 Peixe taratour O molho taratour é o clássico acompanhamento de comidas como o shawarma e o falafel, que se tornam especiais com ele. Muito simples de fazer e com o gergelim como protagonista, esse molho é imprescindível em preparações como o peixe taratour. Ingredientes 3 cebolas‑pera 150 ml de azeite extravirgem 1 batata em rodelas 300 ml de óleo de milho 300 g de filé de robalo 150 g de camarão rosa médio sem casca ½ limão‑tahiti (suco) Sal refinado quanto baste Pimenta‑da‑jamaica em pó quanto baste Farinha de trigo quanto baste Modo de preparo 1. Cortar as cebolas em cubos pequenos e caramelizá‑las em azeite. Fritar a batata em óleo. 2. Temperar o peixe e o camarão com limão, sal e pimenta‑da‑jamaica. 3. Empanar o peixe na farinha de trigo e fritar em óleo. Saltear o camarão em azeite. Montagem Num prato, fazer uma cama de batatas, colocar o peixe em lascas, os camarões, a cebola caramelizada e cobrir com o molho taratour. 50 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I Molho taratour Ingredientes 60 g de tahine 1 limão‑tahiti (suco) ¼ de dente de alho em pasta Água gelada quanto baste Sal refinado quanto baste Modo de preparo Num bowl, colocar o tahine, o suco de limão, o alho em pasta, a água e o sal, emulsionar até ficar homogêneo. O molho deve ficar esbranquiçado e pouco alongado (resultado da ação do limão e da água). 2.26 Esmallye (doce de macarrãozinho com nata) Os doces árabes são muito frágeis e pedem muita delicadeza em sua preparação, assim como no momento do servi‑los. Procure utilizar louças delicadas ou regionais para servi‑los. Ingredientes 150 g de manteiga clarificada 500 g de massa de knefe crua comprada pronta Modo de preparo 1. Untar uma assadeira com manteiga. 2. Soltar metade da massa e acomodá‑la na assadeira. Regar com um pouco de manteiga clarificada derretida. 3. Assar em forno pré‑aquecido a 180 ºC até que esteja levemente dourada. 51 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 4. Distribuir o recheio frio sobre a massa. 5. Cobrir com a outra metade da massa, já solta, acomodando sobre o recheio. 6. Regar com a manteiga clarificada restante e levar para assar em forno pré‑aquecido a 180 ºC por aproximadamente 20 minutos ou até que doure. 7. Assim que retirar do forno, cortar e despejar a calda fria. 8. Resfriar e salpicar com o pistache. Recheio de nata 1 l de leite integral 150 g de açúcar refinado 75 g de amido de milho 300 g de creme de leite UHT 5 ml de água de flor de laranjeira Modo de preparo 1. Ferver o leite com açúcar, acrescentar o amido de milho diluído em um pouco de leite. Mexer sem parar até engrossar. 2. Retirar do fogo, acrescentar o creme de leite e a água de flor de laranjeira. 3. Reservar e esfriar. Calda 600 g de açúcar refinado 350 ml de água ½ limão‑tahiti (suco) 7 ml de água de flor de laranjeira52 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I Modo de preparo Levar ao fogo o açúcar, a água e o suco do limão. Ferver até atingir ponto de fio grosso (108 ºC). Retirar do fogo, acrescentar a água de flor de laranjeira, esfriar e reservar. Decoração 100 g de pistache sem casca triturado rusticamente 2.27 Esfiha aberta Esfiha, ou esfirra, é uma pequena torta assada originária da Síria e do Líbano encontrada em outros países do Oriente Médio, como Jordânia, Palestina e Iraque, além do Brasil e Argentina, para onde foi levada por imigrantes sírios e libaneses e se tornou extremamente popular. Figura 12 Ingredientes 300 g de farinha de trigo 15 g de açúcar refinado 15 g de fermento biológico fresco 53 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 200 ml de água 5 g de sal refinado 30 ml de óleo de milho 15 g de manteiga integral sem sal Para descansar a massa: 30 g de farinha de trigo Para untar a assadeira: 50 ml de óleo de milho Modo de preparo 1. Em um bowl, colocar a farinha, o açúcar e o fermento. Misturar bem. 2. Incorporar a água aos poucos e, na metade da introdução da água, acrescentar o sal, o óleo e a manteiga. Adicionar mais água até dar o ponto. 3. Na bancada, sovar a massa até ficar lisa e homogênea. 4. Descansar sobre a bancada enfarinhada, coberta com filme plástico, até que dobre de volume. 5. Fazer bolinhas de massa (40 g), colocar em uma assadeira untada com óleo e deixar fermentar por 30 minutos. 6. Abrir as bolinhas de massa com as mãos. Para a esfiha de carne, deixar a massa um pouco mais fina do que para a esfiha de zátar. 7. Colocar o recheio sobre a massa, espalhando e apertando levemente com as mãos. Levar ao forno pré‑aquecido a 250 ºC por aproximadamente 12 minutos. Recheio de carne para esfiha aberta Ingredientes 750 g de coxão mole limpo e moído 6 tomates‑débora concassé em cubos pequenos 54 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 5 cebolas‑pera em brunoise 25 g de manteiga integral sem sal 90 ml de vinagre de vinho tinto 1 limão‑tahiti (suco) 45 g de extrato de tomate Sal refinado quanto baste Pimenta‑da‑jamaica quanto baste 80 g de snoubar Recheio de carne Misturar todos os ingredientes e levar ao fogo rapidamente, apenas para aquecer. Esse processo faz com que a carne não se retraia quando a esfiha for assada. Recheio de zátar para esfiha aberta Ingredientes 100 g de zátar 50 ml de azeite extravirgem ½ limão‑tahiti (suco) Modo de preparo 1. Recheio de zátar 2. Misturar o zátar, o azeite e o suco de limão. 55 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II 2.28 Esfiha fechada Existem diversas receitas de esfiha. A forma tradicional sempre é feita com massa de pão, assada no forno, com recheios que podem ser de carne bovina, carne de carneiro, queijo, coalhada ou verduras temperadas. Ingredientes 160 g de farinha de trigo 12 g de açúcar refinado 15 g de fermento biológico fresco 1 gema de ovo tipo extra 100 g de iogurte integral 5 g de sal refinado 20 ml de óleo de milho 10 g de manteiga integral sem sal Para abrir e modelar: 60 g de farinha de trigo 1 clara de ovo tipo extra Para untar a forma: 50 ml de óleo de milho Modo de preparo 1. Em um bowl, colocar a farinha, o açúcar, o fermento, a gema e o iogurte. Misturar bem. 2. Acrescentar o sal, o óleo e a manteiga e misturar novamente. 3. Na bancada, sovar a massa até ficar lisa e homogênea. 4. Descansar sobre a bancada enfarinhada, coberta com filme plástico, até que dobre de volume. 56 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I 5. Abrir a massa muito fina com o rolo, cortar com um aro grande, pincelar clara nas bordas, rechear e modelar. 6. Colocar as esfihas em forma untada com óleo e assar em forno pré‑aquecido a 200 ºC por 15 minutos ou até que dourem. Recheio de carne para esfiha fechada Ingredientes 750 g de coxão mole moído duas vezes 90 g de manteiga integral sem sal 45 ml de óleo de milho 4 cebolas‑pera em brunoise Sal refinado quanto baste Pimenta‑da‑jamaica quanto baste 3 tomates‑débora concassé em cubos pequenos 1/3 maço de salsa fresca picada Modo de preparo 1. Dourar a carne na manteiga e no óleo. 2. Acrescentar a cebola, temperar com sal e pimenta‑da‑jamaica e suar. 3. Adicionar o tomate e cozinhar por alguns minutos. 4. Finalizar com salsa picada. Resfriar. Recheio de escarola para esfiha fechada Ingredientes 2 maços de escarola em julienne 4 cebolas‑pera em brunoise 57 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II ½ maço de salsa fresca picada ½ maço de hortelã fresca picada Pimenta‑da‑jamaica quanto baste Sal refinado quanto baste Cominho em pó quanto baste ½ limão‑tahiti (suco) 50 ml de azeite extravirgem 80 ml de melaço de romã 200 g de nozes sem casca picadas 200 g de uva‑passa branca sem semente Modo de preparo 1. Higienizar a escarola e cortar em julienne. 2. Espremê‑la até ficar bem seca. 3. Misturar todos os ingredientes e aplicar. Recheio de ricota para esfiha fechada Ingredientes 500 g de ricota fresca Sal refinado quanto baste Pimenta‑da‑jamaica quanto baste 100 g de nozes sem casca picadas 100 g de uva passa branca sem semente 1 cebola‑pera em brunoise 58 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 Unidade I Creme de leite UHT quanto baste 50 ml de azeite extravirgem Salsa fresca picada quanto baste Cebolinha fresca picada quanto baste Hortelã fresca picada quanto baste Modo de preparo Misturar todos os ingredientes. Lembrete Conhecida como um prato típico árabe, a esfiha foi desenvolvida na Síria e difundida pelo Líbano; depois, para outros países de língua árabe e também no Ocidente. Chegou ao Brasil com os imigrantes árabes (sírio‑libaneses) entre os séculos XIX e XX. 2.29 Rist lauz (doce de semolina com amêndoas) Assim que tirar o bolo do forno, despeje a calda fria sobre ele (esta, além de ser uma tradição, não prejudica a receita). Corte em pequenos quadrados e sirva frio. Ingredientes 50 g de amêndoas sem casca 1200 g de semolina grossa 700 g de açúcar refinado 6 g de fermento em pó químico 160 g de manteiga integral sem sal 480 ml de leite integral 59 Re vi sã o: A lin e - M ár ci o - 02 /0 1/ 20 18 COZINHA INTERNACIONAL II Para untar: 50 g de manteiga integral sem sal Modo de preparo 1. Retirar a pele das amêndoas. Reservar. 2. Em um bowl, misturar a semolina, o açúcar, o fermento e a manteiga derretida. 3. Acrescentar o leite aos poucos até obter uma massa pastosa e firme. 4. Untar uma assadeira com manteiga e despejar a mistura. 5. Com uma faca, marcar quadrados na massa e, no meio de cada quadrado, colocar uma amêndoa. 6. Assar em forno pré‑aquecido a 180 ºC. 7. Após retirar do forno, despejar imediatamente a calda fria. Calda Ingredientes 900 g de açúcar refinado 525 ml de água 1 limão‑tahiti (suco) 10 ml de água de flor de laranjeira Modo de preparo 1. Levar ao fogo o açúcar, a água e o suco do limão. Ferver até atingir ponto de fio grosso (108 ºC). Retirar do fogo, acrescentar a água de flor de laranjeira, esfriar e reservar. 2. Quando o doce estiver pronto, distribuir a calda por cima. 3. Resfriar e servir em seguida. 60 Re vi sã o: A lin
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